quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Adoração - um propósito sublime

"Palavra que da parte do Senhor foi dita a Jeremias: Põe-te à porta da Casa do Senhor, e proclama ali esta palavra, e dize: Ouvi a palavra do Senhor, todos de Judá, vós, os que entrais por estas portas, para adorardes ao Senhor."
Jeremias 7: 1-2


UM PROPÓSITO TÃO SUBLIME COMO A ADORAÇÃO EXIGE DE NÓS ALGUMAS MUDANÇAS URGENTES


1) DE UM PROCEDIMENTO NEGLIGENTE PARA UM PROCEDIMENTO EXCELENTE

“Emendai os vossos caminhos e as vossas obras.” (Vs. 3)
“Se deveras emendardes os vossos caminhos e as vossas obras.” (Vs. 5)

O povo estava trilhando caminhos pecaminosos e não praticando obras reprováveis por Deus. Este era o quadro que o profeta Jeremias tinha diante de si. Uma completa negligência em proceder de modo agradável a Deus e uma completa ruptura com os padrões de santidade que Deus exigiu para o seu povo. E mesmo com este procedimento, o povo se dirigia ao templo do Senhor com a intenção de adorar ao Senhor, como se não tivessem feito nada. Jeremias foi muitas vezes incisivo com aqueles rebeldes, e não deixou de alertá-los sobre as conseqüências de tais atos.
A vida do cristão deve ser um testemunho vivo e permanente da transformação efetuada pelo Espírito Santo de Deus. O nosso procedimento está intimamente ligado à adoração, porque a nossa vida dever ser um culto ao Senhor. Se desejamos adorar ao Senhor na beleza da Sua Santidade, devemos afinar nosso procedimento, conforme ele mesmo requer de nós: “Sede santos, porque eu sou santo.”
A vida de muitos crentes é um completo estorvo porque não adoram a Deus através de um procedimento excelente. O nosso testemunho precisa estar alinhado com o propósito para o qual vivemos. Não devemos negligenciar os padrões que Deus exige e continuar afirmando com os lábios que adoramos a Deus.


2) DE UMA COMPREENSÃO DISTORCIDA PARA UMA COMPREENSÃO COERENTE

“Não confieis em palavras falsas, dizendo: Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este.” (Vs. 4)

O povo de Israel compreendia de forma distorcida a essência da adoração. Para aqueles adoradores, o templo era um local “diferenciado”, e portanto deveriam dedicar-se a adorar ao Senhor somente no templo. Assim, eles transformaram o templo num covil de salteadores (Jr. 7:11), onde se reuniam para aliviar a consciência cumprindo rituais vazios de significado. O grande problema foi a supervalorização do “local”, uma ênfase exagerada na suntuosidade do grande templo construído por Salomão. A questão importante aqui não é o onde, mas o como e a quem.
Ex. ilustração: (Mulher samaritana). A mulher samaritana também possuía uma compreensão distorcida sobre adoração. Ela associava adoração a ajuntamentos no monte Gerizim, que era o local de culto escolhido pelos samaritanos. João 4: 20-24 nos mostra este episódio. Jesus responde que adorar a Deus é uma atitude que extrapola os limites impostos por templos e rituais.
“Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (João 4: 23,24)
“Adorar em espírito é o contrário de adorar de maneiras meramente externas. É o contrário do formalismo e do tradicionalismo vazios. Adorar em verdade é o contrário da adoração baseada em um entendimento inadequado de Deus.” (JOHN PIPER)
Nós precisamos ter também uma compreensão coerente a respeito do significado da adoração. Não devemos restringir a adoração aos cultos ou a reuniões da igreja. É claro que congregar-nos como irmãos é importante, traz comunhão e progresso para o corpo. Mas o grande risco que corremos é supervalorizar os finais de semana e os cultos da igreja, como se a adoração a Deus estivesse restrita ao templo.
A coerência está implícita quando Paulo nos exorta a apresentar os nossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o culto racional (Rm. 12:1). Esta compreensão precisa estar alinhada com o culto que prestamos a Deus, e somente assim poderemos apresentar um sacrifício de adoração que seja agradável ao Senhor.
Nós somos templo do Senhor (I Cor. 6:19), e esta compreensão nos leva a ter uma postura de adorador em todo momento. A vida do cristão deve ser um culto constante. Quantas pessoas não colocam toda a sua motivação de vida cristã em reuniões, programas e eventos na igreja? Não há nada errado em programações que glorificam a Deus, mas o foco do cristão deve estar muito além disso. Que possamos viver de modo a glorificar a Deus em qualquer situação, em qualquer ambiente e diante de qualquer pessoa.


3) DE UM ENVOLVIMENTO SUPERFICIAL PARA UM ENVOLVIMENTO DILIGENTE

“Se deveras praticardes a justiça, cada um com o seu próximo; ... se não oprimirdes o estrangeiro, e o órfão, e a viúva.” (Vs. 5b, 6a)

O próximo é todo aquele que carecia de amparo, e era obrigação de todo judeu ajudar os que não tinham recursos e viviam na precariedade. O estrangeiro, o órfão e a viúva eram pessoas que viviam à margem da sociedade. E por isso Deus instituiu várias leis que favoreciam estas pessoas. Era ordenado que estas pessoas fossem acudidas em suas carências e necessidades. Mas ainda assim não havia obediência a este princípio de cuidado com os menos favorecidos.
Nossa adoração precisa incluir a comunhão do corpo de Cristo, pois cada crente em Jesus deve partilhar com seus irmãos de fé as riquezas espirituais que lhe são concedidas por Deus. Um envolvimento de interesse mútuo, visando o bem dos que estão ao nosso redor, atesta que a nossa adoração ao Senhor está em consonância com a Sua Vontade.
A comunhão entre os membros da família de Deus é uma grande expressão de adoração. E não há como dissociar a comunhão entre os irmãos e adoração a Deus. Como vamos dizer que amamos a Deus se não amamos nossos irmãos? (I Jo. 4:20) É uma verdadeira falácia afirmar que adoramos a Deus se não cultivarmos um envolvimento pessoal e diligente com os que fazem parte do corpo de Cristo.
Precisamos priorizar um envolvimento diligente para o bem de nossos irmãos e irmãs, favorecendo o crescimento em comunhão em todas as oportunidades. O grande problema é que nós achamos que a adoração a Cristo pode ser resumida aos poucos minutos que passamos reunidos como igreja. Diligência exige esforço de nossa parte, e para isso temos que sair da zona de conforto em que nos acostumamos a viver.


Marcos Aurélio de Melo
Estudo Bíblico baseado em Jeremias 7: 1-7

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Alegria no labor cristão

"Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes."
Salmo 126: 5-6



“Lágrimas”, neste versículo aponta para o árduo trabalho de reconstrução que o povo teria pela frente. “Semear e ceifar” aponta para a tarefa a ser desempenhada, que exige disciplina e dedicação. Deus restaurou a sorte, trazendo-os de volta a terra que tanto amavam, mas agora eles teriam que trabalhar e suar a camisa. Deus não faz o que é da nossa responsabilidade: Ele faz o impossível, mas o possível (que está ao nosso alcance) Ele nos outorga o privilégio de exercer para a Sua Glória. Muitas lágrimas já tinham sido derramadas e muitas ainda seriam, no serviço de reconstrução daquela nação. Mesmo diante da constante oposição dos inimigos, Neemias animava o povo para concluir a obra de reconstrução dos muros de Jerusalém (Ne. 2: 18-20). Era uma obra de grande porte, que exigiria de todos os envolvidos coragem e disposição. Mesmo diante das críticas de Tobias e Sambalá e das investidas para dar fim àquela obra, o povo se uniu no mesmo propósito: servir ao Senhor com todas as forças. Diz a Bíblia que a reconstrução dos muros durou 52 dias (Ne. 6:15). Neemias afirmou que alegria do Senhor é a nossa força (Ne. 8:10) – é esta alegria que nos motiva a seguir adiante no laborioso serviço no seu Reino.

É interessante observar que depois deste laborioso serviço de reconstrução, quando o povo se ajuntou para celebrar a dedicação dos muros, um verso chama a atenção: “No mesmo dia, ofereceram grandes sacrifícios e se alegraram; pois Deus os alegrara com grande alegria; também as mulheres e os meninos se alegraram, de modo que o júbilo de Jerusalém se ouviu até de longe.” (Ne. 10:43). A alegria verdadeira tem sua fonte somente em Deus, porque o serviço que prestamos é um privilégio e nunca é desconsiderado por Ele.

Isto me faz considerar as palavras de Jesus em Mateus 5: 11-12, quando ele fala sobre as dificuldades que os discípulos teriam que enfrentar. O serviço no reino de Deus muitas vezes pode ser acompanhado de perseguição e injúrias, mas Cristo nos lembra que este serviço jamais será desconsiderado por Deus: “Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão no céu.” Em Atos 5, alguns apóstolos tinham sido presos e levados ao Sinédrio para julgamento, mas foram liberados depois de serem açoitados. Mas eles se regozijaram por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas pelo nome de Jesus. Eles eram masoquistas? Não. Eram crentes que se alegravam em Deus, e que tinham a convicção de que o laborioso serviço jamais é desconsiderado por Deus. E o que dizer do apóstolo Paulo? Um homem que entregou-se completamente ao serviço no Reino de Deus, que muitas vezes sofreu duras penas por causa de sua obediência em anunciar o evangelho aos gentios. Paulo provou na pele o que é um laborioso serviço. Ele escreve sua carta aos Filipenses da prisão, exortando os irmãos: “Alegrai-vos sempre no Senhor, outra vez digo: Alegrai-vos.” (Fl. 4:4) Mesmo que pagasse com a própria vida, Paulo estava alegre, e recomendava a todos os irmãos que tivessem a mesma alegria. (Fl. 2:17-18)

Certa vez perguntaram ao compositor alemão Franz Joseph Haydn qual a razão de suas composições sacras serem tão alegres, mesmo vivendo numa época dominada pelo pessimismo. Ele respondeu: “ – Não posso fazê-las de outro modo. Quando penso em Deus e em Sua graça manifestada em Jesus Cristo, meu coração fica tão cheio de alegria que as notas parecem saltar da pena com que escrevo. Já que Deus me tem dado um coração alegre, deve ser-me permitido servi-lo com alegria.” Às vezes estamos muito acostumados com a letra de certos hinos, mas não vivenciamos estas verdades na prática. Por exemplo, o Hino 410: “No serviço do meu Rei eu sou feliz / Satisfeito, abençoado.” Até que ponto isto é verdade na minha e na sua vida? Estamos felizes e alegres por servir ao Senhor com o dom específico que Ele nos concedeu?

É muito importante que tenhamos em mente o tamanho privilégio que é servir ao Senhor. E mesmo que seja enfrentando dificuldades, podemos ter a certeza de que a alegria é certa e o prazer de servir a Deus supera qualquer obstáculo pelo caminho. Somos exortados a servir ao Senhor com alegria (Salmo 100:2) e tenho razões bíblicas para crer que o serviço cristão que não é exercido com alegria e prazer não é uma oferta agradável a Deus. Quando deixamos de nos alegrar em Deus, o serviço prestado se torna um fardo. Muitas vezes teremos que renunciar nosso “ego”, para agir em prol do reino do Senhor, como bons servos. Mas se não houver regozijo em nós, e se não acreditarmos na promessa de que Ele considera o nosso labor, o serviço prestado não passará no teste de qualidade.


Marcos Aurélio de Melo
Última postagem do estudo no Salmo 126

sábado, 12 de dezembro de 2009

Esperança para o futuro

"Restaura, SENHOR, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe."
Salmo 126:4

Como é possível haver torrentes no deserto? É possível imaginar uma corrente de águas impetuosas num lugar deserto? As torrentes do Neguebe era um fenômeno natural bastante famoso naquela região. O termo Neguebe, significa sul, ou deserto do sul. Ao redor deste deserto existem montanhas, onde se acumulam águas da chuva. Em determinada época do ano, as chuvas que caem nas montanhas descem irrigando o deserto. O que o salmista está pedindo é que assim como aquelas torrentes de água eram aguardadas pelos agricultores no pé da montanha com muita esperança, o que lhes dariam condições de plantio e provisão até a próxima safra, assim, o salmista deseja que eles sejam supridos abundantemente pelas bênçãos do Senhor. A esperança para um futuro cheio das bênçãos do Senhor é um marco importante neste salmo. Esta esperança só poderia ser confirmada pelo Senhor, na Sua soberana providência, e por isso, o salmista deposita toda a sua confiança no Senhor que dá provisão. A nação estava regressando e todos tinham muitas expectativas para esta nova etapa na sua terra de origem, mas somente confiando e se alegrando nas promessas de Deus o povo poderia olhar para o futuro com esperança.

Na época em que viveu o profeta Jeremias, ele falou sobre as esperanças para o futuro daquele povo que estava na Babilônia. Embora estivessem no cativeiro, Deus tinha planos para trazê-los de volta a terra (veja Jeremias 31:17). Esta esperança para o futuro deveria impactar a vida dos filhos de Israel ainda cativos e também depois de libertos. Deus cumpriria os seus propósitos de restaurar aquela nação depois do período de disciplina. A NVI traduz muito bem o texto hebraico em Jeremias 29:11: “Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês', diz o Senhor, 'planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro’.” Em momento algum do cativeiro Deus deixou os filhos de Israel sem esperança, mas eles tinham que confiar que os planos do Senhor eram melhores e mais abrangentes. É Deus quem conhece os planos que serão úteis para o crescimento de seus filhos, e por isso devemos nos alegrar em Deus a cada dia.

A alegria invade o nosso viver quando confiamos que somente Deus é quem pode nos dar esperança para o futuro. Nós não temos a menor condição de saber o que acontecerá nos próximos dias da nossa vida, não sabemos o que esta semana nos reserva, mas podemos nos alegrar em saber que Deus tudo conhece, e tudo faz como Lhe agrada. Precisamos depositar confiança na misericórdia do Senhor por nossas vidas e seguir alegremente quando parecem faltar motivos para ter esperança. No livro dos Lamentos nota-se um lampejo magnífico da esperança que nutria Jeremias, em Lm. 3: 21-23: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não tem fim; renovam-se a cada manhã.”

Nós não somos donos do nosso futuro. Devemos fazer planejamentos, traçar alvos e metas, mas não devemos esquecer que o nosso futuro está nas mãos do Senhor. E somente Ele pode confirmar Sua boa, agradável e perfeita vontade sobre as nossas vidas. Nós muitas vezes oramos e já enfatizamos que resposta de oração Deus deve nos dar. Pensamos que Deus está no céu esperando talvez uma sugestão para começar a agir, mas esta forma de pensar está muito distante do ensino bíblico. Em Pv. 19:21, lemos: “Muitos propósitos há no coração do homem, mas o desígnio do Senhor permanecerá.” Nós não estamos lidando com alguém semelhante a nós (falível), que pode errar nos seus desígnios. Devemos reconhecer que a nossa alegria tem sua fonte em Deus, porque somente Ele é quem pode nos dar a verdadeira esperança para o futuro.

Paulo faz uma observação muito importante sobre a esperança do Cristo e sua relação com a alegria. Escrevendo a respeito da ressurreição, ele afirma: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.” Observe que a esperança do cristão deve estar além desta vida, num lar eterno onde iremos habitar para sempre como o Senhor. Saber disso deve nos encher da verdadeira alegria. No final de sua epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo lembra aos seus leitores: “E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo” (Rm 15.13).

Quantos já perderam sua alegria porque deixaram de ter esperança para o futuro! Muitos vivem apenas o aqui e o agora, sem se importar com o amanhã. Quem não tem esperança para o futuro não pode se alegrar plenamente. E quem não se alegra em Deus não pode viver em dependência constante, confiando que os planos de Deus para o futuro são melhores e mais valiosos.


MARCOS AURÉLIO DE MELO
Estudo baseado no Salmo 126

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O Deus dos impossíveis

Os setenta anos de cativeiro trouxeram cicatrizes profundas para o povo de Israel, muitas dores e tristezas. É interessante observar que a promessa de regresso já tinha sido feita (Jr. 30: 17-19), mas o povo não confiou que isto seria possível diante de tantos fatores contrários que se mostravam em redor. No Salmo 126 logo no primeiro versículo há uma constatação da enorme alegria que o regresso causou em todos: “ficamos como quem sonha” (eles estavam maravilhados). Notem ainda a repetição do termo “grandes cousas” (magníficas), que serve para destacar ainda mais esta dádiva recebida das mãos do Senhor. Até as outras nações deram testemunho da mão de Deus atuando em favor do seu povo. Quando os edificadores lançaram os alicerces do templo, os levitas louvaram ao Senhor, cantando a Sua bondade e misericórdia (Ed. 3:10). Era um motivo mais do que especial para a alegria contagiante. Esta alegria diante da restauração se deu porque o povo de Israel estava totalmente sem perspectivas na Babilônia, e não havia nenhum alento no coração diante das impossibilidades.

O povo tinha passado setenta anos no cativeiro babilônico e agora estava de volta a sua terra natal. Este milagre foi uma obra operada na íntegra pela mão de Deus. O Senhor moveu líderes de impérios (Medo-Persa, Persa) para cumprir o seu propósito de fazer regressar os exilados, como por exemplo: Ciro, Artaxerxes. Ciro, rei da Pérsia, expediu um decreto que autorizava o povo judeu a ir até a sua terra natal. Em Isaías 44:28, está escrito que Ciro é um pastor que cumprirá tudo o que estiver nos planos de Deus. O Senhor também levantou líderes do povo para conduzir este processo como Neemias, Esdras, Zorobabel e Mordecai (Esdras 2:2).

O nosso Deus é um Deus de impossíveis. Quando ficamos frente a frente com situações aparentemente sem solução, o Senhor graciosamente nos oferece livramento. Foi assim várias vezes na história do povo de Deus. Por exemplo, foi assim com José que estava preso por motivos injustos, mas foi elevado à posição de ministro do Faraó para cumprir os propósitos de Deus. Foi assim com o povo de Israel diante do Mar Vermelho, que viu o exército inimigo se aproximando sem uma possibilidade de saída. Deus então faz o mar Vermelho se abrir, todos os israelitas passaram com pés enxutos e o exército egípcio morreu afogado. Foi assim com o exército de Israel, sem formação militar nenhuma, que foi vitorioso contra a fortaleza de Jericó. Foi assim com o jovem Davi, diante de um gigante aterrorizante, que confiou no Senhor dos Exércitos para obter a vitória. Diante da ameaça do povo judeu ser destruído por causa da astúcia de Hamã, Ester intercedeu junto ao rei Assuero, para trazer libertação ao seu povo (Ester 8:16). E quantas impossibilidades foram colocadas diante do Senhor Jesus! Nas bodas de Cana da Galiléia, faltou o vinho, mas da água Ele fez um vinho mais excelente do que o primeiro. Todas estas situações trouxeram grande alegria a todos que estavam envolvidos, porque Deus tem todo o poder para agir em favor dos que Ele ama. Lembre-se que uma impossibilidade aos olhos humanos não é uma impossibilidade aos olhos de Deus, porque os Seus propósitos se cumprirão. Mas é bom lembrar que não se trata de realizar os caprichos humanos (desejos distantes da vontade do Pai), mas os propósitos soberanos de Deus.

Diante das impossibilidades da vida podemos ter várias reações. A mais comum é lamentar e encontrar motivos para a lamúria. Estas situações aparentemente impossíveis geralmente sugam a alegria e satisfação do crente, mas não é este o propósito de Deus para os seus filhos. Diante das impossibilidades devemos reconhecer na prática que a fonte da nossa alegria está somente em Deus. O salmista Asafe escreveu: “Quem mais tenho eu no céu? Não há outro em quem eu me compraza na terra.” (Sl. 73:25).

Na grande maioria das vezes, os nossos olhos se voltam somente para as situações impossíveis e concentramos nossos esforços para tentar uma saída. No fundo isto é uma demonstração de orgulho, pois não é acompanhada de uma verdadeira alegria em Deus, que deve ser o nosso maior objetivo. Não se trata de masoquismo cristão, que é uma afronta ao nosso Deus, mas de reconhecer que a única fonte de nosso prazer está somente em Deus.

Precisamos encarar as nossas impossibilidades segundo um ponto de vista centrado em Deus, que é o Todo-poderoso e Soberano sobre nossas vidas. Os propósitos de Deus se cumprirão, mesmo que tenhamos que passar por vales da sombra da morte. Em nosso viver, teremos que lidar com situações que servem como teste para apontar onde está a nossa alegria. Como peregrinos neste mundo, a nossa alegria deve estar fundamentada em Deus, que opera maravilhas para cumprir os Seus planos soberanos. Uma das afirmações mais marcantes de toda a Bíblia nos vem do profeta Habacuque, Hb. 3: 17-18, que demonstra total alegria em Deus. Que possamos amadurecer a tal ponto de proclamar como Habacuque:


"Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação."

MARCOS AURÉLIO DE MELO


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

A fonte da alegria verdadeira

Os salmos 120 a 134 formam uma coleção distinta no Saltério. Esses salmos eram cânticos frequentemente usados (depois do retorno do exílio) pelos adoradores que subiam a Sião para os três grandes festivais do ano judaico. Talvez fizessem parte de uma coletânea de bolso, que os peregrinos levavam consigo no caminho para Jerusalém, subindo em direção ao monte Sião, e por isso eram chamados também de cânticos de romagem.

Neste contexto, o salmo 126 transborda alegria e júbilo. Este salmo é notável porque dele fazem parte o riso, a alegria, o regozijo e o cântico em caráter proeminente. Observamos neste texto um celebrar magnífico da alegria em Deus. Em quase todos os versículos há palavras que se referem ao júbilo, alegria e prazer. Não sabemos quem escreveu este salmo, mas há indícios de que foi alguém que experimentou a tristeza do cativeiro na Babilônia, e então expressa de forma efusiva a alegria de estar de volta a sua terra. No salmo 137, no entanto, nota-se uma tristeza profunda, porque os exilados estavam em terra estranha, e não tinham ânimo para cantar os cânticos de Sião. Mas o salmo 126 serve como um contraste muito forte, depois do retorno do cativeiro (note Isaías 35:10).

A alegria é a própria essência do evangelho. Em Lucas 2:10, os anjos anunciaram aos pastores: “Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” Em João 15:11, Jesus Cristo fala aos discípulos, depois de explicar que Ele era a videira verdadeira: "Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo." Esta palavra que foi traduzida ccomo completo, tem o sentido de “preencher até a borda, até que nada falte para completar a medida.” GOZO, no original significa: Alegria, plena satisfação. É interessante notar que um dos frutos do Espírito, citados em Gálatas 5, é exatamente a alegria. A carta de Paulo aos filipenses é conhecida como a epístola da alegria, pois o apóstolo exorta os leitores à alegrarem-se no Senhor. Billy Sunday escreveu: “Se você não tem alegria na vida cristã, existe vazamento em algum lugar de seu cristianismo.” Nosso viver deve ser um testemunho constante da alegria de um redimido – pois fomos comprados pelo sangue de Cristo.

O mundo em que vivemos entende alegria de uma forma totalmente equivocada. E esta forma de entender o que é alegria tem invadido até as igrejas. Há uma confusão entre alegria e euforia, e o que se vê hoje em muitos redutos evangélicos não passa de euforia, uma explosão de emoções descontroladas e desordenadas. Hoje a reverência deu lugar a cultos desprovidos de qualquer senso de temor, nos quais os fiéis são levados a experimentar emoções sem o uso da razão. Mas a verdadeira alegria, que brota de um relacionamento de comunhão com Deus, não é percebida no dia a dia de muitos cristãos. Observamos crentes descontentes com suas vidas e lamuriando pelos cantos, sem a menor condição de ajudar outros porque estão presos numa masmorra em que falta propósito e prazer.

Em que está a razão da sua alegria? Qual a fonte da sua alegria? Por que será que muitas pessoas já perderam a alegria de viver? Neste Salmo 126, no qual observamos o júbilo dos peregrinos e sua forte expressão de regozijo, há lições muito importantes sobre a verdadeira alegria na vida do cristão, que é também é um peregrino neste mundo (I Pe. 2:11). Somos exortados neste salmo a identificar a fonte da verdadeira alegria. Como peregrinos neste mundo, devemos reconhecer que a alegria verdadeira tem sua fonte somente em Deus.

Mas quando digo que o cristão deve reconhecer esta verdade, não quero me restringir a um mero reconhecimento intelectual/mental. Refiro-me a um reconhecimento prático, no dia a dia, na lutas diárias, nos vales e montes, nas situações menos favoráveis ou nos grandes desafios. Até pensamos nesta verdade em nosso momento de oração, quando entregamos a Deus nossas tristezas, mas não devemos entregar os pontos quando os testes surgem na vida. Este tipo de reconhecimento não é o que a Bíblia nos convoca a ter.

Como peregrinos neste mundo, muitas vezes seremos provados neste quesito. E teremos que responder em muitas ocasiões: Quem é a fonte da minha alegria? Quem é que satisfaz plenamente minha busca por satisfação? Que possamos responder com júbilo ainda maior que a nossa alegria tem sua fonte somente em Deus



MARCOS AURÉLIO DE MELO
Baseado no Salmo 126

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O cuidado constante de Deus

Não dizem a eles mesmos: Temamos agora ao SENHOR, nosso Deus, que nos dá a seu tempo a chuva, a primeira e a última, que nos conserva as semanas determinadas da sega.

Jeremias 5:24

Alguém que está em coma espiritual deixa de perceber o cuidado de Deus e a Sua provisão

As Escrituras raramente usam a expressão "chove", mas em várias passagens lemos que Deus manda a chuva. (Mateus 5:45; Atos 14:17; Jó 28:26). Neste passagem bíblica no livro de Jeremias, lemos que Deus dá a seu tempo as chuvas para possibilitar alimento ao povo. Em Mt. 5:45, lemos que Ele faz vir a chuva sobre justos e injustos. A linguagem bíblica para expressar o cuidado de Deus é terna e afetuosa. Deus cuida dos seus filhos nos mínimos detalhes, mas alguém que está em coma espiritual deixa de perceber a ação provisional de Deus na vida. O coma espiritual impede a consciência do homem de atentar para o gracioso cuidado diário de Deus para com os seus. A provisão de Deus em nossas vidas é uma grande bênção que não pode passar despercebida dos nossos olhos, em cada novo amanhecer.

Temos visto a graça do Senhor sobre as nossas vidas desde a provisão maravilhosa da salvação em Cristo Jesus. Fomos salvos pelo sangue redentor, que foi providenciado pelo próprio Deus, como pagamento por nosso pecado. O cuidado constante de Deus não é mero acaso, é uma prova de sua imensa fidelidade para conosco, seus filhos. Mas ainda assim, muitos cristãos passam a viver sem gratidão no coração, por causa do pecado que endurece a consciência e leva ao coma espiritual. Então, surgem o descontentamento e a murmuração, mesmo diante de tantas demonstrações do cuidado do Senhor. Paulo adverte-nos a cultivarmos o contentamento (1 Tm. 6: 7,8), e ele mesmo foi uma prova viva que Deus tem interesse em cuidar dos seus servos.

Reconhecer a graça de Deus sendo manifestada no Seu cuidado é uma grande prova de temor. Devemos ter convicção de que o Senhor cuida de nós, e nos coloca sob as suas asas (Sl. 36:7), nos oferecendo o seu cuidado e provisão constantes. Que possamos reconhecer a cada dia que não estamos entregues à própria sorte, e que o nosso Deus tem um interesse especial em nos prover com suas bênçãos. E afirmo que não há nada melhor do que ter confiança que Deus está conosco e não nos desampara nem por um momento. Se Ele retirasse o seu cuidado de nós, estaríamos totalmente perdidos.


MARCOS AURÉLIO DE MELO

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A rebeldia do coração

"Mas este povo é de coração rebelde e contumaz; rebelaram-se e foram-se."
Jr. 5: 23

Alguém que está em coma espiritual deixa de perceber a rebeldia do seu próprio coração


O povo de Israel vivia em desobediência constante e não se apercebia da penúria espiritual em que se encontrava. Esta é uma situação deplorável, pois o coração do homem, como é denunciado por Jeremias é totalmente enganoso. Não se pode confiar nele para encontrar soluções diante dos problemas da vida. O coma espiritual leva a pessoa a não perceber que o seu coração é a fonte de toda a rebeldia e obstinação contra Deus. Este estado de coma leva o homem a buscar explicações em vãs filosofias e em pensamentos humanistas, que se distanciam do diagnóstico bíblico sobre o coração do homem.

A Bíblia utiliza em várias passagens o simbolismo da cerviz endurecida, para ilustrar a grande rebeldia do povo de Israel (Jr. 7:26; Jr. 17:23; Jr. 19:15). A situação do coração não é nada boa, segundo a Palavra do Senhor. A rebeldia é algo inerente ao coração do homem, mas muitos não admitem tal afirmação. Na adolescência, por exemplo, os conflitos surgem com os pais e com outras pessoas por conta desta rebeldia que não foi domada nos primeiros anos da infância.

Nenhuma pessoa pode confiar no próprio coração, deixando que os intentos e propósitos internos dirijam o viver, sem amargar tristes resultados. Quem está em coma espiritual começa a enxergar valores bons no coração e a não temer as consequências dos seus atos de rebeldia. Então passa viver sem prestar contas ao Senhor, com o coração totalmente obstinado na prática de pecados. Mesmo diante da justa disciplina, a pessoa em coma espiritual declara a sua independência de Deus.

Quando a voz do coração começa a falar mais alto e damos atenção às suas propostas, é um claro sinal que um coma espiritual se aproxima. Começamos a focalizar muito o ego e a proclamar o evangelho da autoestima. Faz-se necessário que urgentemente busquemos a graça do Senhor em nossas vidas, que é suficiente para nos fazer submissos à vontade de Deus.


MARCOS AURÉLIO DE MELO


quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O controle de Deus sobre a criação

"Não temereis a mim? -diz o SENHOR; não tremereis diante de mim, que pus a areia para limite do mar, limite perpétuo, que ele não traspassará? Ainda que se levantem as suas ondas, não prevalecerão; ainda que bramem, não o traspassarão."
Jeremias 5:24

Alguém que está em coma espiritual deixa de perceber o controle de Deus sobre a criação


A soberania de Deus sobre a criação é um fato por demais importante que logo deixa de ser percebido por alguém que está em coma espiritual. O ceticismo começa a tomar conta e não há espaço para louvar a Deus pelas maravilhas que foram criadas, não obstante as inúmeras provas do controle de Deus sobre todas as coisas. Há um eco destas palavras em Salmos 89: 8-9. no livro de Jó, encontramos textos muito ricos sobre a majestade de Deus sobre a criação (Jó 38:4-11). O pecado destrói a percepção da grandeza de Deus e do seu infinito poder, que tudo faz como lhe agrada. A consciência não desperta para perceber quão magnífico é o Senhor que tem em suas mãos o controle de todas as coisas.

Muitos cristãos estão buscando respostas em ideias erradas para explicar catástrofes naturais, como por exemplo, o tsunami. Teorias absurdas surgiram para explicar porque acontecem fatos trágicos neste mundo. Então criaram o Teísmo Aberto, para afirmar que Deus apenas criou o mundo natural com suas leis físicas e deu corda, sem interferir mais em nada. Outra ideia antibiblica que possui grande aceitação é o dualismo, que coloca Deus em constante guerra contra Satanás, como duas forças com a mesma intensidade, porém opostas. Então, o que acontece de ruim é explicado como obra de Satanás, e o que acontece de bom é explicado como ação de Deus. Mas este não é o Deus que a Bíblia nos apresenta. A Bíblia nos mostra um Deus soberano: Deus fez o mundo e continua controlando-o. Deus tem seus propósitos que fogem da nossa limitada compreensão, e não há nada que escape do Seu controle sobre a criação. Ele possui o direito de governar tudo tal como Ele quer. Deus é como o oleiro que tem o controle completo sobre o barro. Deus é soberano na forma em que usa o seu poder. Ele o usa como, quando e onde deseja.

Os cristãos precisam resgatar esta verdade tão importante que tem se desvanecido da mente daqueles que estão em coma espiritual. Tudo que foi criado serve para mostrar a glória de Deus, mas quem está em coma profundo, espiritualmente falando, não atenta para esta verdade. Devemos proclamar as verdades contidas em textos bíblicos como: Ap. 4:11; 1 Cr. 29:11: "Teu, SENHOR, é o poder, a grandeza, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu, SENHOR, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos."

Em Provérbios 21:1 lemos que até os intentos dos reis são governados pela soberana mão do Senhor. Nem o aquecimento global, tão em evidência atualmente, foge do controle do Senhor. Como escreveu A. W. Pink, no seu livro Deus é Soberano: “Se ousarmos dizer que Deus não está controlando o mundo, então perderíamos toda a certeza de estabilidade. Se Deus não está controlando tudo, então tudo acontece por pura casualidade.”


MARCOS AURÉLIO DE MELO


terça-feira, 24 de novembro de 2009

Estado Vegetativo Espiritual

Nesta semana foi divulgada a notícia sobre um homem na Bélgica que passou os últimos 23 anos vivendo num suposto estado vegetativo, depois que os médicos erraram no diagnóstico (link da notícia). Este homem sofreu um acidente automobilístico e perdeu a coordenação motora, os movimentos dos membros e também a fala. Na verdade, ele conseguia ver, ouvir e sentir tudo o que se passava em sua volta, mas como não tinha como expressar isso, os médicos nunca mudaram o diagnóstico. Os médicos pensavam que estavam diante de um vegetal, mas afinal o homem estava consciente. Depois que o ligaram a um computador, o paciente começou a expressar-se: “Jamais esquecerei o momento em que foi identificado o que estava errado comigo – foi o meu segundo nascimento. Agora as pessoas sabem que não estou morto.” Resumindo, era uma mente saudável aprisionada num corpo paralisado.

Depois que li esta notícia comecei a pensar na triste situação que é viver em um Estado Vegetativo. Muitas pessoas em todo o mundo vivem nestas condições: apresentam apenas as funções básicas de manutenção da vida, como respiração e pulsação cardíaca, mas não possuem nenhuma consciência da realidade ao redor. É um estado inerte, sem reações, sem respostas aos estímulos, sem percepção nenhuma do que se passa em volta. Geralmente, o estado vegetativo é resultante de uma lesão cerebral grave, que atinge partes importantes do cérebro que são responsáveis pela consciência e a cognição.

Pensando em todo este contexto e analisando o texto bíblico em Jeremias 5: 21-24, comecei a pensar na situação do povo de Israel. Este povo estava em constante desobediência a Deus, vivendo de pecado em pecado, e fazendo de conta que Deus não estava se importando com nada disso. Vez após vez a palavra do Senhor veio a Jeremias para confrontar o povo mas não havia arrependimento sincero com abandono das práticas de idolatria e de cultos pagãos.

É verdade que o pecado tem um poder traumático e ocasiona sérias lesões na consciência espiritual de uma pessoa. Quando o pecado é praticado de forma intermitente e quando não há verdadeiro arrependimento, a consciência torna-se cauterizada. Esta insistência em afastar-se de Deus anula a consciência e traz prejuízos para a percepção de verdades espirituais importantes. A pessoa começa a viver num estado vegetativo espiritual, e, consequentemente, deixa de perceber certos fatos importantes. Este estado vegetativo espiritual é resultado da constante relutância em seguir ao Senhor e da constante insistência em praticar as abominações que o Senhor condena.

Marcos Aurélio de Melo
(novas postagens em breve complementando o assunto)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Entretenimento Religioso

Vivemos dias de notável idolatria do deus chamado “entretenimento religioso”. Depois de dois milênios, a igreja não assumiu ainda o seu papel de representante do Senhor, e busca todas as formas para entreter a audiência. Como bem escreveu A. W. Tozer: "A igreja que não consegue adorar tem de ser entretida."

Não há nada mais distante do cristianismo bíblico do que a insistência em entretenimento religioso que se tornou a tônica do nosso tempo. Refiro-me às invencionices humanas no sentido de abrandar a consciência perante a grandeza do Senhor, em cuja presença é necessário temor e tremor. Irreverentemente cauterizadas, as mentes modernas se voltam para os meios superficiais que anestesiam as almas. E assim o tempo que deveria ser dedicado à adoração verdadeira em espírito, é preenchido com fantasiosas demonstrações de euforia.

Que o Senhor tenha muita misericórdia desta condição em que a igreja insistentemente tem se envolvido. Se Ele utilizasse o mesmo rigor com que tratou os adoradores do bezerro de ouro no deserto, creio que muito choro seria ouvido nos círculos denominados evangélicos. Vamos voltar ao cristianismo bíblico e adorar ao Senhor na beleza da Sua santidade, para que a Sua glória seja demonstrada através de nós, vasos de barro em Suas mãos.


MARCOS AURÉLIO DE MELO

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A realidade do juízo de Deus

Os falsos profetas da época em que viveu o profeta Jeremias, queriam negar a qualquer preço que o juízo do Senhor viria sobre o povo de Israel. Iludiam o povo com mentiras cuidadosamente inventadas e ludibriavam até os mesmos os líderes da nação e os sacerdotes. Omitiam a realidade do juízo que estava próximo, e por isso estes profetas eram facilmente aceitos e aclamados.

Jeremias não omitiu a dura realidade que estava por vir, como conseqüência da rebeldia do povo. Ele anunciou durante 23 anos (Jr. 25:3) a Palavra do Senhor, começando de madrugada, mas o povo não queria obedecer. Diante de várias perseguições sofridas, Jeremias não abriu mão de anunciar o juízo de Deus sobre aquela nação de coração obstinado. As ameaças de morte (Jr. 26:8) não fizeram Jeremias se calar. Pelo contrário ele não negou de forma alguma que a disciplina do Senhor estava próxima: Jr. 26: 12-14. Que homem de coragem! Que exemplo a ser seguido!

O profeta Natã, quando foi confrontar o rei Davi não deixou de apresentar as conseqüências do pecado cometido. Ele não omitiu a realidade do juízo de Deus sobre a vida de Davi, pelo contrário, anunciou que viria um tempo cinzento na vida familiar do grande rei de Israel (I Sm. 12: 10-11 e 14).

Esta pregação que está em moda hoje em dia anuncia apenas o que agrada os ouvidos de pecadores, mas não possui nada de autêntico e bíblico. O que não agride o coração do homem é a mensagem mais popularizada nos redutos evangélicos mundo afora. O fato é que esta mensagem não passa no crivo das Escrituras, que mostram o retrato exato do coração humano e as conseqüências de um viver obstinado em desobediência à Palavra de Deus.

Quando anunciamos a Palavra do Senhor devemos proceder como os profetas Jeremias e Natã que não omitiram a realidade do juízo do Senhor para aqueles de coração obstinado. Ao anunciarmos a Palavra do Senhor precisamos ter sensibilidade diante do pecado e do mal. Não vamos deixar nossas mentes cauterizadas e omitir a dura pena que a Bíblia mostra ao homem que insiste em afrontar a Deus no seu estilo de vida. Que sejamos verdadeiros atalaias a serviço do Senhor nosso Deus, a quem um dia também teremos que prestar contas.


MARCOS AURÉLIO DE MELO

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A Bíblia - um livro inspirado

Se a Bíblia foi escrita por homens, por que é considerada a Palavra de Deus? Quem faz esta pergunta geralmente está em dúvida sobre a origem da Bíblia, se ela veio de Deus, ou se originou na mente dos homens. As pessoas dizem que no papel cabe qualquer coisa, então muitos não acreditam que a Bíblia é um livro confiável porque os homens podem errar ao escrever suas ideias.

Mas a Bíblia nos diz que a sua origem é o próprio Deus. Em 2 Timóteo 3:16, lemos que toda Escritura é inspirada por Deus. A palavra que foi utilizada para a inspiração significa que Deus “respirou, soprou”. Em 2 Pedro 1:21, entendemos que cada escritor foi "influenciado" por Deus. Portanto, Deus utilizou cada um dos 40 autores da Bíblia, incluindo suas diversas origens culturais, personalidades e funções, para entregar Sua Palavra divina a toda a humanidade.

Além disso, é impossível que 40 pessoas diferentes, vivendo em lugares diferentes e em épocas diferentes, tivessem a mesma linha de raciocínio, se não fosse pela ação maravilhosa de Deus. Nós não encontramos nenhuma contradição nas Escrituras porque o autor é apenas uma pessoa: DEUS. Deus utilizou homens para registrar a Sua Palavra em forma escrita, para que todos possam conhecer as verdades que a Bíblia apresenta.

Muitos ataques já foram feitos à Bíblia, mas ela nunca deixou de ser um livro especial e verdadeiro. Deus é soberano e a Sua Palavra nunca será eliminada. Hoje a Bíblia está traduzida em várias línguas e muitos povos já conhecem o plano de Deus, porque a Palavra de Deus nunca volta vazia. E ninguém vai ter como alegar diante de Deus que nunca ouviu sobre a Sua Palavra. Portanto, temos uma grande responsabilidade ao anunciar a mensagem bíblica neste mundo porque a Bíblia não é um livro qualquer que perdeu o seu valor ao longo do tempo. A Bíblia é a Palavra de Deus, viva, santa e eficaz para iluminar o coração de muitos no caminho da salvação.

MARCOS AURÉLIO DE MELO

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Falsas esperanças

Falsas esperanças faziam parte dos discursos dos falsos profetas na época em que Jeremias viveu (Jr. 14:13-15). Anunciavam “paz, paz”, quando não havia paz nenhuma (Jr. 6:13-14). Curavam superficialmente a ferida do povo oferecendo band-aid, quando era necessária uma profunda cirurgia.

O profeta Hananias espalhava falsas esperanças ao povo, pois anunciava que o cativeiro seria apenas uma breve temporada de dois anos (Jr. 28: 2-3). Esta era uma grave mentira (Jr. 28:15), pois o cativeiro durou 70 anos (Jr. 25:12). Os falsos profetas ofereciam falsas esperanças até aos sacerdotes (Jr. 27:16), que detinham o controle religioso naquela época. Jeremias, pelo contrário, não oferecia falsas esperanças ao povo. Quando estavam no cativeiro, enviou-lhes uma carta deixando bem claro a situação que teriam que enfrentar lá no cativeiro (Jr. 29: 5-10), e só depois de 70 anos retornariam à terra natal.

Nós também, como porta-vozes do Senhor, não devemos anunciar falsas esperanças. Não devemos anunciar palavras que o Senhor não nos autorizou a anunciar (Jr. 29:23). É impressionante como falsas esperanças estão sendo espalhadas nos púlpitos hoje em dia. Os chamados pregadores da prosperidade enfeitam sua mensagem com esperanças vazias, que servem para entreter os auditórios lotados. Portanto, temos que remar contra a maré e anunciar a verdadeira mensagem do Senhor, que em nenhum momento apresenta falsas esperanças a ninguém.

Jesus Cristo nunca ofereceu uma mensagem recheada de vãs esperanças. Ele foi incisivo ao apresentar o custo do verdadeiro discipulado. Tomar a cruz dia a dia e seguir a Cristo não é algo agradável e prazeroso (Lc. 9:23), mas é o único caminho para agradar a Deus. O escriba aproximou-se oferecendo o seu serviço, mas Cristo disse: “As raposas tem seus covis e as aves dos céus, ninhos. Mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mt. 8:20). Cristo não ofereceu falsas esperanças ao jovem rico que se mostrou empolgado querendo saber o que fazer para ser salvo. Ele ofereceu o caminho da renúncia, não o caminho de promessas fáceis. Diante de Nicodemos, a proposta de Jesus Cristo foi considerada estranha (nascer de novo!), mas não estava carregada com pitadas de esperanças irreais.

Qualquer que seja o momento, não devemos incorrer no erro de oferecer esperanças vazias a quem quer que seja. As pessoas precisam saber que a única esperança real é aquela que a Bíblia apresenta, o que passar disso é pura ilusão. A esperança bíblica oferece um alicerce confiável que não trará frustração e desânimo. O homem precisa enxergar que somente na Palavra de Deus irá encontrar a verdadeira esperança, e nós, como porta-vozes do Senhor, devemos apresentar esta mensagem de forma transparente.

Marcos Aurélio de Melo

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Divergências Saudáveis

Problemas são inevitáveis, divergências virão. Nas melhores igrejas e com os melhores líderes, cedo ou tarde podem surgir divergências de maior ou menor grau. É muito importante que a igreja saiba lidar com as divergências internas de modo bíblico visando o bem estar do Corpo. Como podemos desenvolver o tipo de graciosa divergência que resulta em conselho, segurança e sabedoria ao invés de conflito? É necessário esclarecer que há espaço para a divergência saudável na igreja, quando o vínculo da paz é mantido através de comunhão sincera.

A verdadeira história dos conflitos não está naquilo em que estamos divergindo, mas porque e como estamos divergindo. Até que cheguemos abaixo da superfície de nossas questões, para os nossos próprios motivos ocultos, nós ainda nem mesmo começamos a lidar com os problemas que estão nos dividindo. E até que olhemos debaixo de nossos motivos ocultos, para as crenças básicas que os constroem, nós ainda teremos uma abordagem superficial do conflito. As questões em um conflito são como a ponta de um iceberg. Bem abaixo estão os motivos ocultos que fazem uma divergência saudável tornar-se amarga.

A Bíblia é clara a respeito do que acontece quando maus motivos tomam o lugar de bons motivos. Depois de participarem da ceia, na noite em que Cristo seria entregue às autoridades, a inveja e a ambição egoísta se tornaram fatores motivadores na discussão sobre quem era o maior dentre eles (Lc. 22: 14-27). O irmão de Jesus, Tiago, escreveu na sua epístola que a sabedoria não está associada com motivações erradas dentro do coração (Tiago 3: 13-16). Paulo também nos indica as motivações que devem estar por trás do comportamento cristão, quando surgirem situações que trazem divergência (II Tm. 2: 24-20). Resumindo, posso afirmar: "quando somos motivados por sentimentos pecaminosos nenhuma divergência será saudável."

1 - QUESTÕES SUPERFICIAIS: é aquilo em que estamos de acordo ou aquilo em que não estamos de acordo. Cuidado: temos a tendência de supervalorizar a divergência, sem julgar nossos motivos e crenças à luz das Escrituras.
2 - MOTIVOS OCULTOS: são as razões porque concordamos ou não, e a posição se estamos pró ou contra um ao outro. São as motivações internas que nos levam a tomar partido em um dos lados da divergência.
3 - CRENÇAS BÁSICAS: é o que acreditamos a respeito de Deus, nós mesmos e as nossas circunstâncias (pessoas, situações). Estas crenças formam não apenas a razão porque não estamos concordando, mas, também como estamos discordando. As crenças precisam estar enraizadas na Palavra de Deus, senão tudo desmoronará.

Amar não significa sempre ceder aos outros da forma como eles querem. Às vezes, eles devem enxergar a seriedade de nossas convicções, mas no processo eles precisam também sentir que nossa divergência é graciosa e amável. Eles precisam entender que não estamos meramente divergindo para proteger os nossos próprios interesses mesquinhos. A única forma de sermos pessoas amáveis é descansando na habilidade de Deus para suprir-nos e guiar-nos.

Vamos avaliar seriamente nosso procedimento quando as divergências surgirem e testar se estamos enfatizando demasiadamente as questões superficiais, deixando de perceber os reais motivos que estão por trás e as crenças que moldam nossas atitudes (Fp. 4: 2-9).


domingo, 25 de outubro de 2009

Raízes e fruto do egocentrismo

“Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas.”
II Tm. 3:1-2a

ETIMOLOGIA:
A palavra "egoístas" vem do grego "PHILAUTOS" (PHILOS: AMOR; AUTO: SI MESMOS) – Amantes de si mesmos

A recomendação do apóstolo Paulo a Timóteo inicia com uma palavra que está em moda nos nossos dias. Vivemos a época do narcisismo e da autoestima (autoamor ou autovalorização) – o homem busca cada vez mais o autoendeusamento. É um velho problema que nos leva à origem de tudo, no Éden. Como escreveu William Law: “Todo fiho de Adão está a serviço do ego.” É muito fácil perceber que Eva colocou o próprio ego em evidência pois ouviu a mentira de Satanás (Gn. 3:1-7). Autointeresse, autosatisfação e autoafirmação estavam por trás da motivação de Eva em desobeder à ordem clara de Deus. “Satanás induziu Eva a praticar o primeiro ato egoísta da história humana.”

O ser humano lida diariamente com os efeitos devastadores deste ato de rebeldia. Os esforços feitos pela movimento da autoestima elevada ou positiva buscam recriar o Éden e levar o homem de volta à felicidade. Esta visão humanista da vida está recheada de egocentrismo e tenta colocar o homem no centro do Universo. A todo instante, os professores da autoestima confrontam as crenças que valorizamos, trocando os princípios bíblicos por novos métodos, reescrevendo letras de música e exigindo mudanças na pregação. Até na questão de disciplina de filhos existem opiniões inovadoras: não prejudiquem a autoimagem positiva da criança!

Não podemos negar que há um desejo legítimo, colocado por Deus dentro de todas as pessoas, de encontrar propósito e significado de sua existência. O erro do humanismo e do movimento da autoestima positiva é buscar no ego aquilo que só Deus pode prover. Pascal falou de um vazio interior com a forma de Deus, o qual somente Deus pode preencher. Hoje, porém, esse vazio interior é explicado com a falta de valor pessoal e autoestima; são oferecidas soluções “eu-centralizadas” que não satisfazem a sede espiritual que o homem tem do próprio Deus.

O que os escritores do Novo Testamento realmente exigem de seus leitores? Exatamente o oposto das práticas de autoestima. Eles insistem que seus leitores amem a Deus e uns aos outros apesar de qualquer privação. Mas os defensores da autoestima tentam utilizar textos bíblicos para apoiar suas ideias. Por exemplo: Mateus 22: 36-40 (Amarás o teu próximo como a ti mesmo – Mt.22:39b). A ideia que está em evidência na mídia e em muitas igrejas é que “sem o amor-próprio não tem como existir amor por outras pessoas.” Os pregadores e escritores estão defendendo a seguinte tese: “somos incapazes de amar alguém porque não aprendemos a amar a nós mesmos.” No entanto, o mandamento neste texto bíblico é claro: “Você deve amar ao próximo como você já ama a si mesmo.” (Ef. 5:29) O mandamento de amar ao próximo está relacionado com intensidade, fervor e quantidade amor próprio que já temos por nós mesmos, pois o pecado de Adão e Eva foi trasmitido a todas as pessoas.

Não há sequer um herói ou heróina da fé em toda a Bíblia que possa ser apresentado como exemplo de alguém que cultivou uma autoimagem positiva ou autoestima elevada. Entre suas afirmações o apóstolo Paulo se rotulou como “o principal dos pecadores” (I Tm. 1:15), um “desventurado homem” (Rm. 7:24) e “o menor de todos os santos (Ef. :8). Paulo exortou os filipenses (e a nós também): “considerem cada um os outros superiores a si mesmo” (Fl. 2:3). Somos desafiados nas páginas da Bíblia a tirar o foco de nós mesmos e direcionar nossos esforços para abençoar outras pessoas, vivendo exclusivamente para a glória de Deus (I Co. 10:31).


Texto adaptado do livro Escapando da Sedução, de Dave Hunt.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A respeito da salvação

Tornar-se semelhante a Deus é, e precisa ser, o supremo objetivo de toda criatura moral. Esta é a razão da sua criação, a finalidade sem a qual não existiria nenhuma desculpa para sua existência. Deixando de fora, no momento, aqueles estranhos e belos seres celestiais a respeito dos quais conhecemos tão pouco (os anjos), concentraremos nossa atenção na raça caída da humanidade. Criados originalmente na imagem de Deus, não permanecemos no nosso estado original, deixamos nossa habitação apropriada, ouvimos os conselhos de Satanás e andamos de acordo com o curso deste mundo e com o espírito que agora opera nos filhos da desobediência.

Mas Deus, que é rico em misericórdia, com seu grande amor com que nos amou, mesmo quando estávamos mortos em nossos pecados, proveu-nos expiação. A suprema obra de Cristo na redenção não foi salvar-nos do inferno, mas restaurar-nos à semelhança de Deus, ao propósito declarado em Romanos 8: “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho” (Rm 8.29).

Embora a perfeita restauração à imagem divina aguarda o dia do aparecimento de Cristo, a obra da restauração está em andamento agora. Há uma lenta, porém firme, transmutação do vil e impuro metal da natureza humana para o ouro da semelhança divina, que ocorre quando a alma contempla com fé a glória de Deus na face de Jesus Cristo ( 2 Co 3.18).

Agora, apresso-me em negar qualquer identificação com a idéia popular de salvação por esforço humano ou força de vontade. Estou radicalmente oposto a toda forma de doutrina, com “capa” cristã, que ensina a depender da “força latente dentro de nós”, ou a confiar em “pensamento criativo” no lugar do poder de Deus. Todas estas filosofias infundadas falham exatamente no mesmo ponto – por presumirem erroneamente que a correnteza da natureza humana possa ser levada a voltar e subir as cataratas no sentido contrário. Isto é impossível. “A salvação vem do Senhor”.

Para ser salvo, o homem perdido precisa ser alcançado pelo poder de Deus e elevado a um nível superior. Precisa haver uma transmissão de vida divina no mistério do novo nascimento, antes de poder aplicar à sua vida as palavras do apóstolo: “E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito” (2 Co 3.18, NVI).


A. W. TOZER

sábado, 17 de outubro de 2009

Pedagogia da Disciplina

A disciplina na vida do cristão deve ser encarada como um período de treinamento que traz aperfeiçoamento moral para o filho de Deus. O cativeiro babilônico foi uma dura disciplina de Deus para o povo de Israel por causa da enorme idolatria que reinava na nação - eles abandonaram o Senhor, o manancial de águas vivas (Jr. 2:13). Neste contexto eu gostaria de compartilhar com todos os leitores deste blog três lições muito valiosas que o crente deve compreender após atravessar um período de treinamento moral, baseado em Jr. 29:10-13. Veja estas lições e compartilhe também com outros irmãos.




Marcos Aurélio de Melo
Estudo Bíblico - 14.10.2009
Culto de Oração da IBR Jardim Amazonas

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Lamentações Pecaminosas

Diz o texto bíblico em Números 14:1, que a congregação dos filhos de Israel gritou em alta voz e chorou muito naquela noite em Cades-arnéia. Foi o choro do desespero diante do desconhecido – o choro da insatisfação com a graça de Deus. O povo derramou muitas lágrimas no deserto porque imaginou que a mão do Senhor não seria suficiente para conduzi-los na conquista da terra de Canaã. A palavra que foi traduzida por choro ('anaq) tem o sentido de um clamor muito forte, como um grande gemido. A palavra está relacionada com a idéia de um choro além do comum e desproporcional.

E este tipo choro foi somente perca de tempo, porque estava manchado pelo pecado. Esta lamentação foi pecaminosa porque era fruto da insatisfação com a graça do Senhor. Esta lamentação foi pecaminosa porque os israelitas não olharam para o Senhor e a Sua Graça, mas para os seus próprios recursos humanos. O choro dos israelitas aconteceu na hora errada e pelos motivos errados. Não era hora de chorar. Era hora de confiar na abundante graça de Deus, que não abandonaria o Seu povo à própria sorte. Não havia motivos para chorar e lamentar, porque a promessa de Deus estava clara e o povo já tinha provado da bondade do Senhor desde que saiu do Egito.

Crentes com sintomas de autopiedade são encontrados facilmente. Não basta ir muito longe, basta olhar para nós mesmos em algumas circunstâncias da vida. Começamos a lamentar e até chorar em voz alta porque passamos a confiar muito em nós mesmos e não em Deus. Este choro Deus desaprova totalmente, porque parte de um coração autopiedoso que coloca o “eu” no centro do viver. Todos nós temos uma tendência natural para a autopiedade – e precisamos combatê-la. A pessoa busca se fazer de vítima em momentos de crise, e não olha para a manifestação da graça de Deus sobre a sua vida. O Senhor não nos dá nada além do que possamos suportar e sua graça sempre estará presente em nossa vida. Por isso não precisamos andar lamuriando nos cantos da vida, sem confiar que a graça de Deus será suficiente para atravessarmos o deserto e vencer os desafios pela frente.

As circunstâncias difíceis da vida geralmente servem para revelar a força ou a fraqueza que estão há muito tempo adormecidas dentro de nós. O que fará toda a diferença é saber onde colocamos a nossa confiança. O temor vai embora e o lamento perde a sua força quando colocamos a confiança na graça de Deus (Sl. 56:11). Em qualquer circunstância da vida devemos ter em mente que a graça de Deus será suficiente ao longo da jornada. Sempre é necessário pregar a nós mesmos esta mensagem.

Como você tem reagido diante dos desafios que a vida traz? Aqui sempre teremos aflições, mas devemos ter bom ânimo e ficar satisfeitos com a graça de Deus sobre a nossa vida. Que possamos deixar de lado as lamentações de autopiedade e o choro pecaminoso porque Deus está conosco e não há o que temer. No Salmo 42:11, observamos Davi questionando a si mesmo: “Porque estás abatida ó minha alma?” Vamos chorar e lamentar pelos motivos corretos e não por causa de insatisfação com a graça de Deus. Ela é suficiente – a graça de Deus nos basta (I Co. 12:9).


MARCOS AURÉLIO DE MELO

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Decisões precipitadas

Em Cades Barnéia (Nm. 14:1-12), os israelitas decidiram escolher um líder que os levasse de volta para o Egito. O retrocesso aqui é notório. Esta decisão precipitada é tomada no calor da situação, diante dos enormes perigos que os espias relataram ao povo. Sem a menor cautela eles passam por cima da liderança de Moisés e Arão e resolvem eleger um capitão que os conduza em “segurança” ao Egito. Também decidem apedrejar Josué e Calebe (Nm. 14:10) que falavam confiantes na graça de Deus, no Seu poder e majestade. Foram decisões precipitadas que colocaram em evidência o que estava no coração do povo: a falta de satisfação com a graça de Deus. Em momento algum desta narrativa observamos um mínimo de bom senso, apenas a precipitação em agir por impulso, sem ao menos consultar ao Senhor.

Este comportamento precipitado do povo de Israel já foi observado também na ocasião em que fizeram um bezerro de ouro (Ex. 32:1-6), porque Moisés demorava em descer do monte Sinai. Agiram por impulso novamente, pela dureza do coração em não estar satisfeito com a graça de Deus.

Não saber esperar em Deus é um indicativo de insatisfação com a Sua graça. Prudência cabe em qualquer lugar na vida, mas somente quem está plenamente satisfeito com a graça do Senhor terá condições de agir com prudência. Em Pv. 19:2, lemos: “Não é bom proceder sem refletir e peca quem é precipitado.” As decisões precipitadas estão diretamente relacionadas a falta de confiança no cuidado de Deus. Tomamos decisões precipitadas porque pensamos ter a melhor solução. Só depois descobrimos que foi um “tiro no pé” que nos deixará com cicatrizes por toda a vida. Por isso devemos sempre estar satisfeitos com o que Deus tem reservado para nós. Saber esperar sem agir precipitadamente é uma demonstração de satisfação com a provisão divina.

Às vezes somos levados no calor de um momento a tomar decisões precipitadas. Pressionados pelas circunstâncias deixamos de valorizar a graça do Senhor sobre nós e resolvemos agir por nossa conta. Este tipo de comportamento demonstra autossuficiência que é uma afronta ao nosso Deus. Podemos até pensar que estamos avançando, mas na realidade estamos retrocedendo quando deixamos de confiar na graça suficiente de Deus para tomar decisões precipitadas. Eleger um líder para voltar ao Egito ou decidir apedrejar dois servos de Deus demonstra um grande retrocesso do povo de Israel.

Como nós estamos em relação a este aspecto? Confiar na abundância da graça de Deus e estar satisfeito com ela é a melhor saída. Não esqueça disso! Que sejamos crentes que depositam esperança em Deus e não agem por impulso, movidos por decisões precipitadas que certamente acabarão mal. A vida do crente deve ser de completa dependência do Senhor em comunhão constante. Quando estamos insatisfeitos com a Sua Maravilhosa graça teremos dificuldade em esperar e depender de Deus. Vamos orar como Davi: “Esperei confiantemente no Senhor, Ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro” (Sl. 40:1). Esta é a melhor decisão: confiar na suficiência do Senhor.

MARCOS AURÉLIO DE MELO

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Conclusões Insensatas

Os israelitas estavam diante da terra Prometida, em Cades-Barnéia, mas ficaram receosos de ir adiante, sem a mínima confiança na graça de Deus. Diante dos fatos relatados pelos espias, todos os filhos de Israel tiraram a seguinte conclusão: “Oxalá tivéssemos morrido na terra do Egito! Ou mesmo neste deserto!” Eles concluíram que a melhor saída seria a morte no Egito ou no deserto. Chegaram a afirmar que o propósito de Deus era entregar seus filhos como presas nas mãos dos habitantes (gigantes) daquela terra. Estas conclusões são totalmente absurdas diante de tantas demonstrações da graça do Senhor, inclusive em preservar os filhos (presas) dos israelitas (Nm. 14:29 e 31). No raciocínio do povo, Deus os trouxe até aquele lugar para dar fim a todos eles, sem a menor explicação. Mas Deus não estava brincando com o seu povo ao tirá-lo do Egito com o propósito de levá-lo a Canaã. Depois de tantas demonstrações da graça de Deus em conduzir o seu povo, a conclusão do povo é totalmente desprovida de confiança no Senhor.

Em Dt. 1:27, Moisés registrou o que eles disseram: “O Senhor nos odeia”, esta foi a conclusão a qual os israelitas chegaram. Esta conclusão é totalmente insensata e nos mostra o quadro desesperador que se instala no coração humano, quando a graça de Deus é desprezada. Naquele dia os israelitas provaram que o coração do homem é muito enganoso e pode ser facilmente levado por conclusões insensatas que entram em contradição com a Palavra de Deus. O povo devia apenas contar com a graça e fidelidade do SENHOR para avançar em direção à Canaã, mas diante da insatisfação com a graça de Deus foram enganados por conclusões sem o menor sentido.

Em situações de teste na nossa vida somos levados a ter algumas conclusões. A pergunta é: que tipo de conclusão tem sido? Como reagimos diante dos desafios diários que temos em nosso viver? Muitos escolhem o mesmo caminho, e são levados a tirar conclusões erradas sobre a situação que estão enfrentando. Alguns assumem a postura que estão decepcionados com Deus e que a vida não vale mais a pena. Esta nunca foi a vontade de Deus para os filhos que Ele redimiu com graça e glória.

O apóstolo Paulo, depois de descrever várias faces da graça salvadora de Deus, nos leva a seguinte conclusão: “Aquele que não poupou a seu próprio Filho, antes, por todos nós o entre porventura não nos dará graciosamente com ele todas as cousas? Porque eu estou bem certo, de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 8:32,38,39).

Que conclusões belíssimas Paulo teve ao provar e ficar satisfeito com a graça de Deus derramada sobre a sua vida! Que possamos também acertar nas nossas conclusões.

Marcos Aurélio de Melo

domingo, 20 de setembro de 2009

Unidade na igreja X Conflitos

Para lidar biblicamente com os conflitos a igreja precisa entender os princípios que a Bíblia apresenta sobre unidade. Neste estudo bíblico para a EBD de jovens, são relacionados três princípios essenciais sobre a unidade na igreja.


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MARCOS AURÉLIO DE MELO
LIÇÃO DE EBD JOVENS DA IBRJA EM PETROLINA

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Os disfarces da autossuficiência

Neste estudo bíblico, baseado no texto que se encontra em Jeremias 8:4-7, abordo alguns disfarces que autossuficiência costuma assumir em nossas vidas. Partindo do pressuposto de que autossuficiência é uma grave afronta ao Senhor, faço uma análise de três aspectos bem relacionados com este pecado.

OBS.: A postagem anterior neste blog é um dos pontos deste estudo bíblico. Agora você pode ler na íntegra. Que Deus o(a) abençoe no estudo da Sua Maravilhosa Palavra.


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Marcos Aurélio de Melo
Mensagem pregada no Culto de Oração IBRJA em Petrolina-PE no dia 16.09.2009.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Arrependimento e autossuficiência

Este texto apresenta lições preciosas com relação ao arrependimento genuíno. Quando insistimos em caminhar sem buscar o arrependimento por pecados cometidos, estamos demonstrando a autossuficiência que habita em nossos corações.


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Marcos Aurélio de Melo

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O cristão e a renúncia

O que é um “cristão”? Alguém que possui membresia em uma igreja na terra? Não. Alguém que afirma um credo ortodoxo? Não. Alguém que adota certo modo de conduta? Não. Então, o que é um cristão? É alguém que renunciou o “eu” e recebeu a Cristo Jesus como Senhor (Cl 2.6). O verdadeiro cristão é alguém que tomou sobre si o jugo de Cristo e aprende dEle, que é “manso e humilde de coração” (Mt 11.29). O verdadeiro cristão é alguém que foi chamado à comunhão do Filho de Deus, “Jesus Cristo, nosso Senhor” (1 Co 1.9): comunhão em sua obediência e sofrimento agora; em sua recompensa e glória no futuro eterno. Não existe tal coisa como o pertencer a Cristo e viver para satisfazer o “eu”. Não se engane nesse ponto. “Qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo” (Lc 14.27) — disse o Senhor Jesus. E declarou novamente: “Aquele que [em vez de negar-se a si mesmo] me negar diante dos homens [e não para os homens — é a conduta, o andar que está em foco nestas palavras], também eu o negarei diante de meu Pai, que está nos céus” (Mt 10.33).

A vida cristã tem início com um ato de auto-renúncia, sendo continuada por automortificação (Rm 8.13). A primeira pergunta de Saulo de Tarso, quando Cristo o deteve, foi esta: “Que farei, Senhor?” (At 22.10.) A vida cristã é comparada a uma corrida, e o atleta é chamado a desembaraçar-se “de todo peso e do pecado que tenazmente... assedia” (Hb 12.1) — ou seja, o pecado que está no amor ao “eu”, o desejo e a resolução de seguir nosso próprio caminho (Is 53.6). O grande e único alvo, objetivo e tarefa colocados diante do cristão é seguir a Cristo: seguir o exemplo que Ele nos deixou (1 Pe 2.21); e Ele não agradou a Si mesmo (Rm 15.3). Existem dificuldades no caminho, obstáculos na jornada, dos quais o principal é o “eu”. Portanto, ele tem de ser “negado”. Este é o primeiro passo em direção a seguir a Cristo.

O que significa negar completamente a si mesmo? Primeiramente, significa o completo repúdio de sua própria bondade: cessar de confiar em quaisquer de nossas obras para recomendar-nos a Deus. Significa uma aceitação irrestrita do veredicto divino de que todos os nossos melhores feitos são “como trapo da imundícia” (Is 64.6). Foi neste ponto que Israel falhou, “porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus” (Rm 10.3). Esta afirmativa deve ser contrastada com a declaração de Paulo: “E ser achado nele, não tendo justiça própria” (Fp 3.9).

Negar completamente a si mesmo significa renunciar de todo a sua própria sabedoria. Ninguém pode entrar no reino de Deus, se não se tornar como uma “criança” (Mt 18.3). “Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes em seu próprio conceito!” (Is 5.21.) “Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos” (Rm 1.22). Quando o Espírito Santo aplica o evangelho com poder em uma alma, Ele o faz “para destruir fortalezas, anulando... sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co 10.4,5). Um lema sábio que todo cristão deve adotar é: “Não te estribes no teu próprio entendimento” (Pv 3.5).


Por A. W. PINK

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O pecado da incredulidade

Até quando não crerão em mim?” (Nm. 14:11)

Esforce-se com toda a diligência para manter fora o monstro chamado incredulidade. Isto desonra tanto a Cristo que Ele retirará Sua presença de nós se O insultarmos satisfazendo este monstro. É verdade que é uma erva daninha, sementes que jamais arrancamos totalmente do solo, mas devemos mirar em suas raízes com zelo e perseverança. Dentre todas as coisas detestáveis a incredulidade é a mais abominável. Sua natureza prejudicial é tão venenosa que causa danos tanto naquele que a exerce quanto naquele sobre quem é exercida. No teu caso, ó crente, é a mais vil de todas as coisas, pois as misericórdias do Senhor no passado aumentam tua culpa por duvidar Dele no presente.

Quando desconfias do Senhor Jesus, Ele poderia muito bem gritar “Agora, então, eu os amassarei como uma carroça amassa a terra quando carregada de trigo”. (Am. 2:13 - NVI) Esta desconfiança coroa Sua cabeça com os espinhos mais penetrantes. É muito cruel a esposa bem-amada não acreditar no bondoso e fiel marido. O pecado é inútil, tolo e injustificado. Jesus jamais deu o menor motivo para suspeitas e é difícil não ser acreditado por aqueles que sempre tiverem uma conduta amorosa e verdadeira de nossa parte. Jesus é o Filho do Altíssimo e Suas riquezas são ilimitadas; é vergonhoso duvidar e desconfiar da auto-suficiência do Onipotente.

O gado aos milhares nas colinas bastará para matar a nossa fome e os celeiros do céu provavelmente não ficarão vazios com as nossas refeições. Se Cristo fosse somente uma cisterna, em breve poderíamos esgotar Sua capacidade, mas, quem pode esvaziar uma fonte? Miríades de almas tiraram Dele o seu socorro e nenhuma delas reclamou da escassez de Seus recursos. Fora, então, com esta descrença traidora e mentirosa, pois sua missão é cortar os laços de comunhão e nos fazer lamentar a ausência do Salvador. John Bunyan nos diz que a incredulidade tem "tantas vidas quanto um gato": se é assim, vamos matar uma vida agora e continuar o trabalho até que todas as 9 tenham ido. Fora! traidora, meu coração te abomina.


Charles Spurgeon
Fonte: Morning and Evening (Devocional matutina do dia 27 de agosto)

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A segurança da fé

A segurança da fé é a convicção de pertencer a Cristo por meio da fé e desfrutar a salvação eterna. Aquele que tem essa segurança não somente crê na justiça de Cristo para a sua salvação, mas também sabe que crê e que é amado graciosamente por Deus.

Essa segurança é ampla em seu escopo. Inclui liberdade da culpa do pecado, alegria no relacionamento com o Deus trino e um senso de pertencer à família de Deus. James W. Alexander disse que a segurança “leva consigo a idéia de plenitude, tal como uma árvore carregada de frutos ou como as velas de um navio enchidas por ventos favoráveis”.

A segurança é conhecida por seus frutos, tais como a comunhão íntima com Deus, a obediência submissa, sede de Deus e anelo por glorificá-lo, cumprindo a Grande Comissão. A segurança prevê, em oração, o avivamento, mantendo-se submissa à esperança escatológica. Os crentes que têm essa segurança vêem o céu como o seu lar, anseiam pela segunda vinda de Cristo e pela trasladação à glória (2 Tm 4.6-8).

A segurança sempre foi um assunto vital. Sua importância é mais crucial agora porque vivemos em dias de segurança mínima. E, o que é pior, muitos não compreendem isso. O desejo de comunhão com Deus, o anseio pela glória de Deus e pelo céu e a intercessão em favor de avivamento parecem lânguidos. Isso acontece quando a ênfase da igreja na felicidade terrena sobrepuja a convicção de que ela está peregrinando neste mundo em direção a Deus e à glória.


JOEL R. BEEKE

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Crescimento na Graça

Quando falo sobre crescimento na graça, nem por um momento estou dizendo que os benefícios de um crente em Cristo podem crescer; não estou dizendo que o crente pode crescer em sua posição, segurança ou aceitação diante de Deus; que o crente pode ser mais justificado, mais perdoado, mais redimido e desfrutar de maior paz com Deus do que desde o primeiro momento em que ele creu. Afirmo categoricamente: a justificação de um crente é uma obra completa, perfeita, consumada; e o mais fraco dos crentes (embora ele não o saiba, nem o sinta) está tão completamente justificado quanto o mais forte deles. Declaro com firmeza: a nossa eleição, chamada e posição em Cristo não admitem qualquer progresso, aumento ou diminuição. Se alguém pensa que, por crescimento na graça, estou querendo dizer crescimento na justificação, está completamente enganado a respeito do assunto que estou considerando. Estou pronto a morrer na fogueira (se Deus me assistir), por causa da gloriosa verdade de que, no assunto da justificação diante de Deus, todo crente está completo em Cristo (Cl 2.10). Nada pode ser acrescentado à justificação do crente, desde o momento em que ele crê, e nada pode ser removido.

Quando eu falo sobre crescimento na graça, estou me referindo somente ao crescimento em grau, tamanho, força, vigor e poder das graças que o Espírito Santo implanta no coração de um crente. Estou dizendo categoricamente que todas aquelas graças admitem crescimento, progresso e aumento. Estou declarando com firmeza que o arrependimento, a fé, o amor, a esperança, a humildade, o zelo, a coragem e outras virtudes semelhantes podem ser maiores ou menores, fortes ou fracas, vigorosas ou débeis e podem variar muito em um mesmo crente, em diferentes épocas de sua vida. Quando eu falo sobre um crente que está crescendo na graça, estou dizendo apenas isto: os sentimentos dele em relação ao pecado estão se tornando mais profundos; a sua fé, mais forte; a sua esperança, mais brilhante; o seu amor, mais abrangente; sua disposição espiritual, mais sensível. Este crente sente mais o poder da piedade em seu próprio coração; manifesta mais piedade em sua vida; está progredindo de força em força, de fé em fé, de graça em graça. Deixo que outros descrevam a condição de tal crente, utilizando as palavras que lhe forem agradáveis. Eu mesmo penso que a melhor e mais verdadeira descrição de tal crente é esta: ele está crescendo na graça!


J. C. RYLE
Extraído da Revista Fé para Hoje - Editora Fiel

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Calamidade Espiritual

Hoje eu tive a oportunidade de pregar no Culto de Oração da minha igreja. Estamos estudando o livro de Jeremias e tem sido um desafio animador ouvir mensagens baseadas na Palavra do Senhor que foi dirigida a Jeremias. Nesta oportunidade falei sobre a calamidade espiritual e seus efeitos devastadores na vida do crente que abandona a comunhão com o Senhor. Dedique um tempo na leitura deste esboço, que pode ser um recurso valioso para edificar sua vida também, assim como edificou a minha.


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Estudo bíblico entregue na forma de homilia em 12.08.2009
Marcos Aurélio de Melo

sábado, 8 de agosto de 2009

A filosofia da nossa época

“TUDO SUCEDE IGUALMENTE A TODOS”
(palavras de Salomão no auge da sua melancólica reflexão em Eclesiastes 9:2)

Numa visão estreita da realidade humana, o sábio Salomão até tinha razão ao afirmar isto. O fim da vida terrena é o túmulo, para aqueles que pensam: “morreu, acabou”. As pessoas neste mundo buscam apenas um lugar ao sol enquanto vivem aqui, sem dar a mínima importância ao que a Bíblia ensina sobre o destino após a morte. É como o homem rico descrito em Lucas 12: 16-21, que tinha muitos bens ao seu dispor, mas não deu importância ao destino da sua alma.

A filosofia com suas grandes indagações, procura responder às primeiras questões do homem: “quem sou eu, onde estou, de onde vim, para onde vou?” O filósofo Nietzsche, que defendeu a idéia da morte de Deus, disse ao final de sua vida: “Se realmente existe um Deus vivo, sou o mais miserável dos homens.” Deus nos criou e Ele sabe o modo correto como vida funciona, por isso a Bíblia é único guia seguro para entendermos estas questões.

No livro de Eclesiastes, o que Salomão quer dizer é o seguinte: “Eu pensei que viver sem Deus e com Deus era tudo a mesma coisa, não valia a pena. Tive toda a condição de tentar dos dois jeitos, mas cheguei à seguinte conclusão: sem Deus, não há vida verdadeira.” A grande verdade que encontramos no livro de Eclesiastes é a futilidade da vida quando a vivemos sem temer a Deus e glorificá-Lo.

Todos nós um dia iremos morrer, se Cristo não voltar antes. Sendo assim precisamos estar preparados a ponto de dizer como o apóstolo Paulo: “Para mim, o viver é Cristo, e morrer é lucro.” John Piper escreveu o seguinte:

“A maneira de honrar Cristo na morte é valorizar Jesus acima do dom da vida, e a maneira em que honramos Cristo na vida é valorizar Jesus acima das dádivas da vida.”

(Extraído do livro: Não jogue sua vida fora, Editora Cultura Cristã)


Deus nos colocou neste mundo com o propósito sublime de viver para a Sua glória. Precisamos também chegar ao final de nossa vida de tal forma que o Seu nome seja glorificado. “O importante não é começar bem, mas terminar melhor.” Então, é necessário aplicar os princípios de sabedoria das Escrituras, para que sejamos perfeitos e perfeitamente habilitados para toda boa obra (2 Tim. 3:17). Um dia teremos que prestar contas de toda a nossa vida diante do Senhor – no Tribunal de Cristo que Paulo descreve em 2 Cor. 5:10.

Não se deixe levar pela filosofia da nossa época que afirma que o importante é desfrutar esta vida, sem deixar de experimentar nenhum prazer. Não caia nesta idéia diabólica que o destino é o mesmo para todos e assim não há necessidade de viver de modo agradável a Deus. Se nós estamos sendo influenciados por esta filosofia, isto demonstra o pouco valor que Cristo tem para nós.

Marcos Aurélio de Melo

Agindo com justiça

Mais uma lição da Escola Bíblica Dominical que trata sobre o livro de Eclesiastes. Neste estudo veremos a responsabilidade que o cristão precisa exercer, agindo com justiça em todas as circunstâncias da vida, e assim brilhar neste mundo em trevas.


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LIÇÃO DA ESCOLA BÍBLICA - DIA 02.08.2009
MARCOS AURÉLIO DE MELO