quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Não desperdice a sua vida

TEXTO-BÍBLICO: II SAMUEL 23: 1-7
No final de cada ano é comum as redes de televisão transmitirem a famosa retrospectiva. Este programa tem como objetivo repassar em poucos minutos o que aconteceu de mais importante ao longo do ano, bem como os fatos e personagens que foram destaque no meio jornalístico. Quando se trata de retrospectiva é muito importante fazer uma análise apropriada dos fatos. É importante que o crente também faça uma retrospectiva, não apenas no final do ano ou quando se aproxima o fim da vida num leito de hospital.

As últimas palavras de alguém sempre ficam marcadas na memória de parentes e pessoas próximas. Neste texto, o rei Davi já está bem velho e logo passará o cetro de rei para o filho Salomão. Suas últimas palavras estão carregadas de emoção, mas ao mesmo tempo, estão cheias de certeza. Podemos dizer que Davi viveu intensamente e sua biografia não caberia em poucos minutos de uma retrospectiva na televisão. Mas o importante em tudo isso é saber que Davi não desperdiçou a sua vida, como ele mesmo afirma com as palavras deste texto. Sendo assim, eu gostaria de afirmar e provar a seguinte proposição:

“Algumas certezas confirmam que a nossa vida não foi desperdiçada”

De acordo com este texto, que certezas confirmam que a nossa vida não foi desperdiçada?

1 – A plena certeza de ter sido usado por Deus (Vs. 1,2)

Davi foi levantado por Deus para ser o rei de Israel (Salmo 78:70,71). O Senhor ordenou que Davi fosse ungido por Samuel (I Sm. 10:1) para esta tarefa tão importante. Além disso, a maioria dos salmos cantados em Israel era de autoria de Davi. Além disso, o rei Davi tinha certeza de que o Espírito do Senhor trabalhava por meio dele (dependência). Todos estes fatos comprovam que ele foi muito usado por Deus enquanto viveu.

O crente que não tem certeza de que está sendo usado por Deus está desperdiçando a sua vida com inúmeras futilidades ou banalidades. A Bíblia em algumas passagens afirma que nós somos “vasos”, mas não “vasos de enfeite”. Os vasos descritos na Bíblia são vasos úteis para algum serviço. Por exemplo, em 2Tm. 2:21 está bem claro que devemos ser “utensílios para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparados para toda boa obra.” Timóteo, um jovem pastor, deveria estar bem ciente que no serviço do Senhor não poderia cruzar os braços.

Mas muitos crentes já terceirizaram o serviço do Senhor e se tornaram meros espectadores. Isto é um grave problema no meio do povo de Deus, pois mostra que muitos estão desperdiçando suas vidas deixando de servir ao Senhor. Esta falta de compromisso que se percebe no meio da igreja denota a superficialidade com que encaramos o serviço ao Senhor. Um crente acomodado afronta ao Senhor, que o comprou com alto preço. Não estou falando de ativismo, pois o ativismo é tão perigoso quanto a falta de compromisso. Mas o crente que não deseja desperdiçar a sua vida precisa dedicar-se diariamente para ser usado pelo Senhor, servindo na dependência do Espírito.

Você tem plena certeza que está sendo usado por Deus no seu dia-a-dia? De que forma Deus já usou você nesta semana? Como você serve ao Senhor com os dons que recebeu? Para o crente genuíno, não deve existir nada mais satisfatório do que ser usado por Deus e para a glória de Deus. Nós pertencemos a Deus duplamente: fomos criados e comprados por Ele. Sendo assim temos que viver com o seguinte pensamento: “Só uma vida, e logo passará; só o que é feito para Cristo durará.”

2 – A plena certeza de ter sido moldado por Deus (Vs. 3,4)

Davi aprendeu a governar com justiça o povo de Israel e a estabelecer a retidão porque foi moldado por Deus ao longo de sua vida. O rei Davi dominou o povo no temor de Deus, ou seja, ele tinha plena convicção de que sem temer a Deus seria impossível reinar eficientemente. Além disso, a metáfora no versículo 4 indica que alguém que está sendo moldado no “temor do Senhor” é como a luz de um dia ensolarado após uma forte chuva. A associação com Provérbios 4:18 é inevitável: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.”

Deus utiliza várias fases da vida para aperfeiçoar os seus servos e lapidá-los. Davi entrou na escola do temor a Deus bem jovem. Acostumado a pastorear ovelhas e lutar com feras selvagens, ele teve que encarar o gigante Golias depois de ter sido ungido por Samuel. Seu caráter foi pouco a pouco sendo moldado em meio aos vales e desertos que teve que atravessar quando fugia do rei Saul. Após cometer os pecados envolvendo adultério e homicídio, ele enfrentou a dura disciplina do Senhor e vários problemas sobrevieram a sua própria família. Tudo isso Deus usou para moldar o caráter deste homem.

A Bíblia nos conta a história de José que foi vendido pelos irmãos como escravo para o Egito. Naquele país pagão ele enfrentou revezes e inúmeros desafios. Mas ao chegar ao fim de sua vida, diante dos seus irmãos, ele faz uma retrospectiva e percebe que sua vida não foi desperdiçada porque Deus moldou o seu caráter (Gn. 50:18-21). Deus fez José entender que tudo que aconteceu com ele estava dentro dos perfeitos propósitos divinos.

Ao fazer uma retrospectiva o crente que não desperdiçou a sua vida tem plena certeza de que foi moldado por Deus ao longo da jornada. As arestas de autossuficiência e orgulho precisam ser retiradas, e Deus é especialista em tirá-las de seus filhos. Quando o nosso caráter está sendo moldado por Deus há muita dor envolvida, mas o resultado supera toda dor. O desejo de pecar precisa ser mortificado cada vez mais, e Deus utiliza meios que nos levam a uma mudança bíblica real.

Você olha para trás e percebe o quanto cresceu no “temor do Senhor”? Fazendo uma retrospectiva você consegue enxergar que “arestas” Deus retirou de sua vida? O objetivo do Senhor é nos conformar à perfeita imagem de Cristo (Rm. 8:29), como um Oleiro que molda o barro como lhe apraz (Jr. 18:4).

3 – A plena certeza de ter sido abençoado por Deus (Vs. 5)

Davi olha para trás e percebe o quanto Deus o abençoou. Ele não é cego diante de tantas bênçãos e se mostra totalmente satisfeito. A aliança do Senhor com Davi estava firmada e garantida em todos os aspectos – bem definida e segura. Com estas palavras, Davi reconhece que tudo em sua vida teve início com Deus. As bênçãos sem medida que este servo traz à sua memória estão alicerçadas em Deus somente e, consequentemente a sua esperança para o futuro também se firma em Deus.

Nós também fomos muito abençoados. A Bíblia nos diz que “Deus nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef. 1:3), e isto significa muito mais do que podemos imaginar. Quando olhamos para nossas vidas sem Cristo e notamos a maravilhosa graça de Deus que nos alcançou, precisamos dobrar nossos joelhos em adoração. Perceber o quanto temos sido abençoados por Deus deve encher os nossos corações de gratidão e modificar o modo como vivemos neste mundo. O cuidado de Deus direcionado aos seus filhos é além de qualquer expectativa, seja no passado, presente ou futuro. “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.” (Tiago 1:17).

Jesus espera que tenhamos “vida com abundância”, não uma vida desperdiçada! As bênçãos de Deus sobre o seu povo são abundantes e quem não tem olhos para enxergá-las está literalmente desperdiçando sua vida. Muitas pessoas preferem desconfiar de Deus e vivem na mediocridade dentro das igrejas, porque ainda não reconheceram que as bênçãos celestiais são muito mais importantes do que as bênçãos materiais.

Feliz é o homem que faz uma retrospectiva de sua vida e possui esta certeza em seu coração. Não podemos desperdiçar nossas vidas com futilidades ou viver resmungando pelos cantos, pois Deus tem nos abençoado muito além do que podemos imaginar ou merecer.

Estas certezas devem encher o nosso coração em cada novo dia, porque não sabemos nem dia ou hora que Deus nos chamará para Si. Viver baseado nestas certezas já é uma grande vitória e chegar ao fim da vida alicerçado nelas é vitória ainda maior. Não há nada mais ruim do que desperdiçar a vida com coisas banais. Seremos cobrados por tudo que Deus nos concedeu: tempo, dons, talentos. O apóstolo Paulo não desperdiçou a sua vida, pois ele “combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé” (2 Tm. 4:7). Reflita sobre estas verdades e, acima de tudo, não desperdice a sua vida!


MARCOS AURÉLIO DE MELO
ESTUDOS NO LIVRO DE II SAMUEL

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Crescimento Espiritual

Como o crente pode perceber que está havendo crescimento espiritual em sua vida? Alguns podem pensar que estão crescendo espiritualmente porque conseguiram alcançar uma bênção material ou tiveram sucesso na sua vida financeira. Mas será que este pensamento encontra sustentação na Bíblia? O apóstolo Paulo escreveu que devemos desenvolver a nossa salvação que, em outras palavras, significa crescer em santificação e viver de modo digno do Evangelho. No entanto, o verdadeiro crescimento espiritual na vida do cristão é evidenciado por alguns fatores muito importantes .

O primeiro fator que eu quero comentar é que o crente que está no processo de crescimento espiritual deseja pecar cada vez menos. Ninguém peca por acidente. O problema principal de todo crente é o desejo de pecar arraigado no coração e que o leva a cometer muitos pecados. Este desejo está dentro do coração. Mas o crente que está amadurecendo dia após dia, no seu viver deseja pecar cada vez menos. É claro que nesta vida ele não conseguirá atingir o nível 100%, isto é, sem nenhum desejo de pecar, porque a sua velha natureza ainda persiste até o último dia de vida. E esta velha natureza sempre quer mostrar a sua força, mas o que vai evidenciar que o crente está avançando é este processo de querer pecar menos. Deus quer que seus filhos obedeçam a Sua Palavra, e isto é possível quando perdemos a vontade de desobedecer. Meu irmão, você está querendo pecar cada vez menos? Se a resposta for "sim", então, é uma forte evidência de crescimento espiritual.

O segundo fator que é importante para perceber se está havendo crescimento espiritual na vida de um crente é o modo como ele encara o sofrimento. Se as provações são encaradas como um fardo e só há murmuração e reclamação, isto é um indicativo de pouco ou nenhum crescimento espiritual. Muitos só desejam ser abençoados, e pensam que as bênçãos são evidências de crescimento, mas quando vem o sofrimento começam a reclamar diante de Deus. O amadurecimento na vida do crente é mais profundo e real em meio às tribulações e dificuldades. Paulo sofreu muito por causa de um espinho na carne e pediu livramento por três vezes, porém Deus disse: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (II Cor. 12:9). Ou seja, o crente precisa entender que Deus utiliza situações de fraqueza e de sofrimento para trazer aperfeiçoamento. E, além disso, Deus promete que o crente nunca vai passar por alguma situação que não possa suportar e que o Senhor ainda providenciará o livramento (I Cor. 10:13). Como você lida com o sofrimento em sua vida? Há espaço em seu viver para entender que Deus está aparando "arestas" por meio das dificuldades e lutas diárias? Se a resposta for "sim", esta é mais uma evidência de crescimento espiritual sadio que glorifica ao Senhor.

É importante lembrar que o crescimento espiritual na vida de uma pessoa só tem início quando ela nasce espiritualmente. O novo nascimento espiritual é o início de tudo. Ou seja, para uma pessoa começar a se desenvolver e amadurecer, primeiramente ela tem que nascer. É como um bebê, que ao longo da sua vida vai se fortalecendo e crescendo, até se tornar uma criança, um adolescente, um jovem e um adulto. Então, para você que ainda não está neste processo de crescimento espiritual, está faltando o essencial que é nascer de novo pela regeneração do Espírito Santo. A Bíblia nos fala que para iniciar este processo de crescimento que leva à maturidade, o homem precisa curvar-se diante da cruz e crer no sacrifício remidor de Cristo em favor do pecador. Somente assim tem-se início a jornada de amadurecimento gradual que nos conforma mais e mais à imagem do Filho unigênito do Pai.


MARCOS AURÉLIO DE MELO
MEDITAÇÃO PROGRAMA DE RÁDIO

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Fraude no serviço ao Senhor

Texto-Bíblico: II Sm. 6:1-11

Ilustração: Quem perde os documentos e depois de certo tempo aparece com o nome “sujo” no SERASA ou no SPC, foi vítima de uma fraude comum no Brasil. As fraudes já viraram rotina em muitas repartições públicas: “o que é certo passou a ser considerado errado, e o que é errado passou a ser considerado certo.” Muitas licitações e contratos são investigados pelos órgãos de controle do Governo na tentativa de encontrar as fraudes e punir os culpados.

Neste texto bíblico que lemos, nós também encontramos uma fraude. Não se trata de uma fraude no serviço público, mas uma fraude no serviço ao Senhor. Todos os personagens deste episódio estão diretamente envolvidos nesta fraude, que resultou na morte de Uzá ao tocar a arca da aliança. Então, observando este contexto, e levando em consideração os fatos registrados, eu afirmo que: EXISTEM CERTOS FATORES QUE COMPROVAM A FRAUDE NO SERVIÇO AO SENHOR. Veremos neste estudo alguns fatores que evidenciam e comprovam a fraude no serviço que prestamos ao Senhor.

1 – INICIATIVA SEM A DEVIDA ORIENTAÇÃO DO SENHOR (vs. 2)

Qualquer serviço deve iniciar com a orientação de Deus. Sem a orientação divina, não podemos alegar que estamos servindo a Deus. Por isso, a oração e o estudo sério das Escrituras é fundamental para termos a orientação necessária. O nosso Deus não nos negará orientação para que O sirvamos da maneira que O agrada. É fundamental que o crente busque a direção bíblica em todos os aspectos da vida – esta deve ser uma marca do servo fiel. O servo que deseja agradar ao senhor que o comprou não faz nada “da sua própria cabeça”, mas aguarda orientações do superior para agir. O servo que age deliberadamente da forma que acha melhor está querendo usurpar a função de senhor que não é dele.

Você já contratou alguém (um pedreiro ou uma empregada doméstica) que sempre fazia as coisas sem pedir a sua orientação? Como você reagiu? Com certeza, você não se agradou muito desta atitude. E se houve um prejuízo como resultado desta atitude imponderada, talvez esta pessoa nunca mais trabalhe para você. E por que nós queremos agir na obra de Deus sem buscar a orientação d’Ele? Movidos pela emoção do momento realizamos coisas que estão fora do propósito de Deus para nossas vidas e constatamos que agimos precipitadamente. Esta atitude se constitui numa tremenda fraude no serviço ao Senhor.


2 – EXECUÇÃO SEM A DEVIDA DEPENDÊNCIA DO SENHOR (vs. 3,4)

Além dos fins, Deus se importa também com os meios. Deus não aprova a falsa ideia de que "o importante é atingir o objetivo, independentemente de que meios sejam utilizados". Ele não ignora nossas tentativas de burlar o modo como servimos para adaptá-lo às nossas conveniências. Isto se constitui em fraude aos Seus olhos. Nós não devemos inventar meios alternativos para servir ao Senhor, porque Ele já estipulou quais os meios que devem ser utilizados para servi-Lo. Ele também já outorgou à Sua igreja dons específicos para cada membro do corpo. Estes dons espirituais são recursos indispensáveis para o bom desempenho do serviço ao Senhor. Ele nos mostra na Sua Palavra como devemos servir e o padrão aceitável é somente o que observamos nas Escrituras.

Como servos legítimos, precisamos depender somente dos recursos que Deus nos disponibiliza, para que o serviço seja agradável a Ele. Cristo afirmou aos seus discípulos que “nada poderá ser feito, se o ramo estiver desligado da videira”, pois esta relação de dependência dos recursos divinos é fundamental na execução de qualquer serviço no reino de Deus. Além disso, temos o recurso mais importante que é o Espírito Santo habitando em nós, e precisamos servir na dependência d'Ele. Precisamos recorrer sempre aos recursos inesgotáveis de Deus. Desprezar os recursos divinos é um fator que comprova a fraude no serviço ao Senhor.

Você tem usado os recursos disponibilizados por Deus para o Seu serviço ou está confiando nas suas próprias habilidades? Na verdade nós não temos alternativas, precisamos depender exclusivamente do nosso Deus. Lemos em Jeremias 9: 23-24 à “Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas;mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR.”


3 – CELEBRAÇÃO SEM A DEVIDA REVERÊNCIA AO SENHOR (vs. 5)

A euforia não serve de parâmetro para indicar que o serviço ao Senhor está sendo aprovado por Ele. Para Deus não há expressão de alegria genuína quando a fraude no serviço está evidente. Sorrisos largos no rosto e demonstrações de júbilo podem esconder muitos problemas por baixo do tapete de espiritualidade. Uma música do grupo Logos tem uma letra forte: “Olhando grandes servos do passado / E observando agora os nossos dias / Eu temo que tanta euforia / Se rompa no teste do amor / Até porque a alegria não é / O indicador verdadeiro da paz / Há sorridentes bebendo as próprias / Lágrimas do coração”. Ou seja, nenhuma manifestação de alegria é considerada legítima pelo Senhor quando não há reverência e santo temor. Deus é totalmente santo e Ele não pode contemplar o mal. Por isso, quando houver alegria extravasando pelos poros, misturada com a rebeldia às ordens de Deus, duvide desta alegria.

As emoções são importantes em nossas vidas, mas devem estar submissas à autoridade da Palavra de Deus. O Senhor quer que o sirvamos com alegria no coração, e que nos regozijemos sempre ao fazer a Sua Vontade. Porém, a fraude no serviço ao Senhor está presente ao nos alegrarmos mesmo em prejuízo de princípios revelados por Deus. Ele não quer ouvir o estrépito dos cânticos (Amós 5:21-24), antes de uma completa submissão aos seus mandamentos. A reverência não está nas catedrais góticas ou da Idade Média, está no dia a dia do cristão que dobra a cerviz em obediência ao Senhor. “Manifestando reverência, aprendemos obediência” (Matthew Henry) e “o temor reverente a Deus é a chave para a fidelidade em qualquer situação” (Alan Redpath).


A vida do crente não deve ser uma fraude e nem o serviço que o crente desempenha para o Senhor. Somos chamados a servir da maneira que agrada a Deus, sem burlar nada a favor de nossas conveniências. Deus se agrada quando buscamos Sua orientação ao iniciar, quando dependemos dos Seus recursos ao executar e quando celebramos com alegria verdadeira e reverência. Que sejamos servos fiéis ao Senhor quando iniciamos, executamos e celebramos por algum serviço na Sua obra. Se agirmos assim, com certeza vamos glorificar o Seu grandioso Nome.

MARCOS AURÉLIO DE MELO
ESTUDO NO LIVRO DE II SAMUEL

sábado, 18 de setembro de 2010

A reencarnação X O Evangelho

Por que a reencarnação é um ensino totalmente contrário ao Evangelho? Acho que este assunto nunca foi tratado aqui no blog, mas eu gostaria de apresentar alguns argumentos bíblicos para mostrar a você que a reencarnação é um ensino que não tem ligação nenhuma com o Evangelho de Cristo. Novelas, filmes e reportagens na televisão estão insistindo neste tema da reencarnação e muitas pessoas estão sendo enganadas. O "mito" que se formou em torno da pessoa de Chico Xavier, já rendeu milhões de dólares ao cinema nacional. Mas devemos ser cristãos bereanos, que analisam tudo de acordo com as Escrituras. Então, quais são as contradições da reencarnação em relação ao Evangelho?

Examinando a Bíblia não encontramos nenhum versículo bíblico em que apareça a palavra "reencarnação" ou o verbo “reencarnar”. A Bíblia sempre se refere à ressurreição, na qual os corpos de todos que morreram voltarão à vida para o juízo final. A reencarnação é um dos pontos fundamentais do Espiritismo e se baseia em várias religiões orientais, que afirmam que a alma do homem está sempre em evolução e precisa voltar novamente ao mundo para se aperfeiçoar.

No centro deste ensino sobre a reencarnação, os seguidores do espiritismo dizem que o homem deve praticar muitas boas obras e fazer caridades para conseguir a evolução da alma. Ou seja, a homem tem que alcançar estágios mais elevados baseando-se nos seus méritos. Para os que acreditam nesta evolução, Jesus foi apenas o espírito mais evoluído que passou pela terra. Nascer, morrer, renascer e progredir sempre, esta é a proposta da reencarnação. Agora, se você observar bem, se a reencarnação fosse verdadeira mesmo, depois de tanto aperfeiçoamento das pessoas reencarnadas este mundo em que vivemos deveria estar muito melhor. Mas parece que as pessoas estão se denegrindo cada vez mais porque não há progresso moral neste mundo.

Não encontramos nenhuma base nas Escrituras para a reencarnação, pois a Bíblia afirma no livro de Hebreus que "aos homens está destinado morrer uma só vez, e depois disto segue-se o juízo" (Hb. 9:27). Não há nenhuma segunda oportunidade para que alma de uma pessoa possa ser aperfeiçoada vivendo em outro corpo. A vida nesta terra é única e depois da morte, quando a alma passa para o estado eterno, já não há possibilidade de novos ajustes. Além disso, a proposta do Evangelho é totalmente contrária aos atos de justiça e caridade que as pessoas praticam com o objetivo de buscar a perfeição da alma.

O evangelho de Cristo é totalmente diferente. Ele não está baseado em méritos porque é a graça de Deus que opera na vida do crente para salvação e santificação. A reencarnação não admite a existência do inferno e nem do pecado, porque o homem está neste processo constante de evolução. Mas a Bíblia apresenta o pecado como a causa da separação eterna entre o homem e Deus, e somente o Evangelho é o poder de Deus para livrar o homem da condenação eterna. Quando há arrependimento e fé no sacrifício de Cristo, Deus concede a Sua Graça e o homem recebe o perdão dos seus pecados. Somente assim ocorre a justificação diante de Deus, que é um ato no qual o Senhor nos declara justos por causa de cristo. Ninguém será justificado diante de Deus por confiar nas suas obras de caridade, como a reencarnação ensina.

Não seja iludido pelo falso ensino da reencarnação que as novelas e os filmes tanto enfatizam. O caminho para agradar a Deus é buscar a essência do Evangelho. E a pergunta que verdadeiramente vale a pena ser bem respondida é a seguinte: você já tem a firme convicção de que ao morrer, um dia será ressuscitado para encontrar-se com Cristo e viver eternamente no céu?


MARCOS AURÉLIO DE MELO
MEDITAÇÃO PARA O PROGRAMA DE RÁDIO

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Chega de preguiça

O crente preguiçoso desonra o nome de Deus com sua indolência. Fomos salvos para glorificar o nome d’Ele e este objetivo não será alcançado se o pecado da preguiça estiver em nosso viver. O Senhor nos convoca para sermos pessoas diligentes, em qualquer circunstância do nosso cotidiano. Tudo que fizermos, devemos fazê-lo de coração para agradar ao Senhor (Cl. 3:23,24), inclusive o trabalho que desempenhamos. O problema é que muitos cristãos possuem uma ideia errada a respeito do trabalho, e por isso tentam justificar sua preguiça alegando a monotonia da rotina que exercem.

O trabalho tem sido mal interpretado ao longo dos tempos. Antes da queda do homem, Deus já tinha mostrado a importância do trabalho para Adão, que deveria cultivar e guardar o jardim do Éden (Gn. 2:15). Adão tinha a responsabilidade e o privilégio de ser um administrador do Éden; ele tinha o melhor emprego do mundo (lembre-se: o pecado não existia). Mas com a queda do homem, o pecado trouxe decadência para toda a natureza (Rm.8:22). Os espinhos começaram a brotar e a terra passou a produzir ervas daninhas. O homem teria que enfrentar o cansaço e o suor por conta das dificuldades que o pecado trouxe a toda a criação. Mas é importante frisar que a maldição não consiste no trabalho em si, pois mesmo antes da queda o trabalho já tinha sido instituído por Deus.

É bom que fique bem claro que não se trata de um mau hábito, porque a Bíblia nos adverte que a preguiça é fruto de um coração pecaminoso. Se algo é reprovado claramente por Deus na Sua Palavra, não devemos inventar terminologias mais agradáveis. Existem textos bíblicos que são bem contundentes na reprovação da preguiça, a maioria deles no livro de Provérbios: Pv. 6:6; 13:4; 15:19; 18:19; 19:15; 19:24; 20:4; 21:25; 22:13; Ec. 10:18.

O texto em Pv. 6: 6-11 nos ensina que as formigas servem de ilustração para nos mostrar como devemos ser diligentes em nossas atividades diárias. As formigas são muito organizadas e se antecipam para providenciar suprimentos para o tempo de escassez (inverno). Este exemplo da natureza é fácil de ser assimilado. Se alguém estiver padecendo necessidade por não querer trabalhar, isto aponta para o pecado da preguiça. A improdutividade e a ociosidade podem levar uma pessoa a desperdiçar a sua vida inteira. A preguiça é a inimiga principal da produtividade. A pessoa preguiçosa não só prejudica a si mesma, como também é um peso para outros. Ela deixa de acrescentar sua parcela de produtividade e ainda se aproveita do trabalho dos demais. É o famoso “escorão”. Mas o apóstolo Paulo foi incisivo ao tratar com irmãos que estavam tirando proveito do trabalho de outros (2 Ts. 3:10,11). Além disso, outros pecados podem encontrar brechas para florescer, tais como: fofoca, discórdia, mentira, lascívia, pensamentos impuros, gula, etc.

Por outro lado, há um extremo perigoso que o crente também deve evitar: a compulsão pelo trabalho, que chega a anestesiar nossa sensibilidade para as coisas espirituais. Um coração de alguém viciado no trabalho (workaholic) é um coração endurecido diante da graça de Deus, pois não sobra espaço para cultivar valores eternais. O exemplo clássico das irmãs Marta e Maria serve como ilustração deste fato (Lc. 10: 41-42). O próprio Deus percebeu a necessidade de um dia de descanso semanal (Ex. 20:11), e, ao longo da história da igreja, o primeiro dia da semana sempre foi separado para a vida em comunhão(At. 20:7). Portanto o descanso é uma ordenação divina tanto quanto o trabalho.

Concluindo, a preguiça e apatia são a causa de muitos naufrágios espirituais. O crente que está sendo negligente com os dons e talentos que recebeu (Mt. 25:26), não vivencia o seu dia-a-dia da forma que agrada a Deus. Devemos ser produtivos e desempenhar bem nossas atribuições visando exclusivamente a glória do Senhor, que nos resgatou da nossa vã maneira de viver. O pecado da preguiça deve ser combatido com diligência e motivação que partem de uma percepção correta a respeito do trabalho, que é uma dádiva divina para o homem.

PENSAMENTO: “AO NOS SALVAR DEUS NOS DÁ UM CAPACETE, NÃO UMA TOUCA DE DORMIR.”


MARCOS AURÉLIO DE MELO
ESTUDO BÍBLICO - UNIÃO DE JOVENS
IBR JARDIM AMAZONAS - PETROLINA/PE

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

PARA REFLETIR


"O que é central em nossas vidas define quem recebe a maior glória. Se o “eu” estiver no centro do viver, com suas reivindicações pecaminosas, nossas ações serão motivadas pelo amor-próprio destrutivo. Precisamos desarraigar-nos de todo o engano do pecado chamado egoísmo, para que o nosso objetivo supremo seja viver exclusivamente para a glória de Deus. Somente assim conseguiremos buscar o reino de Deus e a Sua justiça como prioridades excelentes. Somente assim o Senhor estará onde Ele realmente deve estar, ou seja, no centro do nosso viver, dando-nos clareza e percepção real sobre as mudanças bíblicas que precisamos implementar."

MARCOS MELO

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Incredulidade na sabedoria divina

3. Um coração incrédulo desconsidera a sabedoria divina (Jeremias 42: 13, 14, 15)

Nestes versículos, os argumentos que o povo apresentaria para ir ao Egito baseavam-se em comodidades. Eles não queriam ver a guerra ou ouvir o som das trombetas, nem queriam passar pela fome, indo para o Egito. Este era o caminho mais “seguro e confortável” segundo o ponto de vista do povo, não segundo o ponto de vista de Deus. A vontade do Senhor era de que o remanescente de Judá permanecesse na sua terra e não buscassem refúgio em nações vizinhas. Deus mostrou claramente que se o povo desobedecesse à ordem divina, maior juízo chegaria – como escreveu o profeta Amós: se fugisse de um leão, um urso atacaria; se encostasse a mão na parede, uma cobra morderia (Am. 5:9).

O grande problema é que a sabedoria divina é totalmente desconsiderada quando há incredulidade no coração. A suposição infantil de que os planos de Deus não são os melhores, leva o homem a buscar alternativas que ofereceram alguma segurança ou conforto. A incredulidade arraigada no coração cria inúmeras “reservas” para não atender à vontade do Senhor, e, consequentemente, idealiza novas estratégias que funcionem a contento.

Foi a incredulidade do povo de Israel que o levou a questionar Moisés por que estavam diante do mar Vermelho, sem nenhuma saída para fugir do exército de Faraó (Ex. 14). Naquele momento, Israel ultrajou a sabedoria divina em guiá-lo com segurança em direção à Canaã. Foi a incredulidade no coração de Davi que o levou a duvidar dos sábios desígnios de Deus, por isso correu para se esconder na terra dos filisteus e ali se comportou como um louco (I Sm. 27:1). A incredulidade na sabedoria divina fez nascer um movimento que ganhou força e espaço na maioria dos seminários: o liberalismo teológico. Este movimento tem como ponto de partida a descrença na infalibilidade das Escrituras e afirmação perniciosa de que muitos textos da Bíblia não passam de mitos.

Outro episódio ajuda a ilustrar como a fé na sabedoria divina capacita o crente a cumprir a vontade do Senhor. No livro de Gênesis, quando Deus pediu que Abraão sacrificasse o seu filho Isaque, Ele prontamente atendeu e não questionou a Deus. Ele sabia que a sabedoria do Senhor era infalível, e por isso mesmo resolveu partir resolutamente para o monte Moriá (Gn. 22). Deus disse a Abraão que de Isaque seria chamada a sua descendência, e por que teria que sacrificar o filho? Os sábios desígnios divinos não são dignos dos nossos questionamentos pecaminosos. Muitos de nós faríamos uma vigília de oração para buscar uma resposta mais favorável e tentar entender um pouco mais.

Por que precisamos de fé na vida cristã? Porque sem a verdadeira fé nos sábios conselhos de Deus, teremos enormes dificuldades para viver em obediência à Palavra do Senhor. É na Bíblia onde encontramos toda a sabedoria divina revelada para que possamos viver de modo sensato, justo e piedoso por meio da graça (Tt. 2:12). A incredulidade na sabedoria de Deus é muito perigosa porque: 1º – nos induz a questionar a aplicabilidade de alguns princípios bíblicos; 2º – nos induz a relativizar a gravidade do pecado; e 3º – nos induz a abandonar a fé que uma vez por todas foi entregue aos santos (Jd. 3).

A incredulidade na sabedoria divina é um enorme obstáculo para obedecermos à vontade de Deus, porque damos preferência aos nossos métodos inúteis e precipitados. Você tem desconsiderando a sabedoria do Senhor em algum aspecto na sua vida? Você tem deixado de lado a obediência a Deus porque discorda dos métodos d’Ele? Saiba que isto é fruto de profunda incredulidade no coração. Além disso, não pense que a sabedoria deste mundo é confiável: “Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles” (1 Coríntios 3:19).

MARCOS AURÉLIO DE MELO
MENSAGEM BÍBLICA EM JEREMIAS 42

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Incredulidade na soberania divina

2. Um coração incrédulo desconsidera a soberania divina (Jeremias 42:12)

A construção da frase neste versículo é muito instrutiva. A conjunção subordinativa final (para que) indica finalidade ou propósito. Ou seja, Deus seria propício com a finalidade de levar o rei da Babilônia a agir com misericórdia. Além disso, Deus seria propício com a finalidade de levar o rei da Babilônia a estabelecer o remanescente do povo na sua terra. Em outras palavras, o que o texto quer nos dizer é que Deus estaria por trás dos bastidores coordenando tudo em benefício do seu povo. Deus estaria realizando o seu plano em prol daqueles que ficaram em Judá.

A Bíblia nos diz em Provérbios 21.1: “Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do SENHOR; este, segundo o seu querer, o inclina.” O fato é que Deus soberanamente tem seus propósitos estabelecidos e não há império humano que impeça os planos do Senhor. O profeta Isaías fez uma pergunta retórica: “Agindo Deus, que o impedirá?” (Is. 43.13). “Mas os planos do SENHOR permanecem para sempre, os propósitos do seu coração, por todas as gerações” (Salmo 33:11).

Na vida de José tudo parecia estar errado. Ainda bem jovem foi vendido como escravo para mercadores que o levaram ao Egito. Naquela terra distante começou a trabalhar na casa de Potifar e, acusado injustamente, foi parar numa prisão. Tudo parecia andar fora dos trilhos, mas José estava confiante na soberania de Deus ao afirmar diante dos seus irmãos: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem” (Gn. 50.20). Ao fazer uma retrospectiva José entendeu que o plano soberano do Senhor foi totalmente cumprido.

Portanto, não há nada neste mundo que frustre os planos soberanos de Deus, mas alguém que está com um coração incrédulo não considera em grau máximo que o Senhor reina acima de tudo e de todos. É por isso que passamos para o lado “da oposição” em relação à vontade de Deus. Se confiarmos plenamente na verdade a respeito da soberania divina, teremos certeza em nosso coração de que a vontade do Senhor é boa, perfeita e agradável em todos os sentidos.

A incredulidade toma espaço dentro de nós quando não confiamos que o plano soberano do Senhor vai se cumprir sem restrições. Por isso, quando desconsideramos ou subestimamos a soberania divina temos muita dificuldade em obedecer à vontade de Deus. Começamos a duvidar que tudo realmente está sob o controle do Pai e alimentamos pensamentos medíocres. Nossos passos se tornam vacilantes e a alegria de viver pela fé num Deus soberano não se faz mais presente. A desobediência e a relutância em seguir o caminho de Deus se tornam uma constante na vida de alguém que alimenta estas dúvidas.

Mas “confiar num Deus soberano dá um sentido de segurança que fortalece a fé” (A. W. Pink). Não é a casualidade, nem o "azar", nem um homem, nem Satanás quem governam o mundo. É o Deus Todo Poderoso quem governa pela Sua boa vontade e para a Sua própria e eterna glória. Se não acreditamos nesta verdade, que tipo de cristianismo estamos vivendo? A tônica do viver cristão deve ser a plena convicção de que Deus controla tudo como lhe agrada.

É necessário que entendamos o que o apóstolo Paulo quis dizer com as seguintes palavras: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm. 8.28). Que propósito é este ao qual Paulo se refere? O propósito está no versículo seguinte: “para serem conformes à imagem de seu Filho” (Rm 8.29). Ou seja, a vontade de Deus é que sejamos conformados à imagem de Cristo (semelhança em santidade, amor, abnegação, pureza, bondade, mansidão), e para isso todas as coisas irão cooperar nos planos soberanos do Senhor. Amém!


MARCOS AURÉLIO DE MELO
MENSAGEM BÍBLICA EM JEREMIAS 42

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Incredulidade na fidelidade divina

1 - Um coração incrédulo desconsidera a fidelidade divina (Jeremias 42: 10, 11 e 12)

Deus faz várias promessas nestes versículos (vos edificarei, não os destruirei; vos plantarei, não os arrancarei, não temais, Eu sou convosco, vos salvar, vos livrar, vos serei propício). Observem que Ele afirma Seu cuidado, Sua proteção e Sua bondade em favor do povo. Estas palavras deveriam soar como uma sinfonia de graça nos ouvidos do povo, mas foram recebidas com desprezo por causa da incredulidade. Mas apesar de todas as promessas divinas, ainda assim o povo continuou em oposição à vontade de Deus. A incredulidade no coração gerou dúvidas quanto à fidelidade do Senhor – se Ele de fato seria fiel em cumprir todas as Suas promessas. Apesar de Deus ter falado claramente por meio do seu profeta não houve consentimento em obedecer à vontade do Senhor.

A história da saída de Israel do Egito e todos os milagres que foram realizados provam indiscutivelmente a fidelidade de Deus. O maná, a coluna de fogo, a coluna de nuvem, água que brotou da rocha, as sandálias e as vestes não envelheceram (Dt. 29.5), sinais e maravilhas, tudo demonstra a grande fidelidade do Senhor. Mas o povo chegou à entrada de Canaã e depois de ouvir o relatório dos espias a incredulidade tomou conta de todos, porque um coração incrédulo desconsidera totalmente a fidelidade divina. Apenas Josué e Calebe olharam o desafio de conquistar Canaã da perspectiva correta: foi o Deus fiel quem prometeu que aquela terra seria do povo de Israel (Nm. 14:8 e 9). Disse o SENHOR a Moisés: “Até quando me provocará este povo e até quando não crerá em mim, apesar de todos os sinais que fiz no meio dele?” (Nm 14:11). “Todos os sinais” indicavam a fidelidade do Deus eterno.

Quando há incredulidade em nossos corações passamos a duvidar da fidelidade do Senhor. Nossa mente carnal passa a racionalizar e chega à conclusão infame de que Deus pode ser infiel em algum momento. Isto é fruto da auto-suficiência que ao final nos leva a criar forte oposição em cumprir a vontade do Senhor. Corações incrédulos são permeados de incertezas. Se tais incertezas não forem sanadas, em breve levantaremos questionamentos sobre a fidelidade do Senhor, quando a Sua Palavra nos mostra que Ele nunca deixará de ser fiel, nem por um segundo, pois Ele não pode negar a Si mesmo. Em inúmeros textos bíblicos, Deus é chamado fiel em virtude de Ele estar sempre atento à Sua aliança e cumprir todas as promessas que fez ao Seu povo. Seu caráter santo permeia todos os Seus divinos atributos, e por isso a fidelidade de Deus também é justa e santa. Se o Senhor fez promessas, Ele as cumprirá; do Seu jeito, no Seu tempo e para a Sua glória. DEUS NÃO É QUASE FIEL! ELE É TOTALMENTE FIEL!

Você tem dúvidas a respeito da fidelidade do Senhor? Suas orações são dirigidas a Deus confiando na Sua fidelidade (Sl. 69.13)? Se você não está confiante que a Vontade de Deus é a melhor para a sua vida, com certeza você está alimentando incredulidade no coração quanto à fidelidade divina. O Diabo é mestre em lançar dúvidas sobre o caráter fiel de Deus (foi assim desde o princípio), por isso não dê lugar ao Diabo em sua vida. Tenha certeza de que Deus age em fidelidade para com os seus filhos (Salmo 108:4), e nada nos será negado se for para o nosso bem e para a glória do Pai. Um antigo escritor acertou ao afirmar: “A Sua fidelidade imutável cumprirá certamente aquilo que a Sua graça infinita prometeu” (Mackintosh).

Avalie seriamente a sua vida para constatar se a dificuldade que está enfrentando em cumprir a Vontade de Deus não está relacionada com dúvidas no coração em relação à fidelidade do Senhor. É hora abandonar qualquer receio em relação ao nosso Deus, que sempre permanecerá fiel em todas as Suas preciosas promessas. A promessa feita por Jesus antes de subir aos céus deve encher os nossos corações de alegria e paz: “E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século” (Mt. 28.20).

MARCOS AURÉLIO DE MELO
MENSAGEM BÍBLICA EM JEREMIAS 42

Oposição à vontade de Deus

LEITURA BÍBLICA: JEREMIAS 42
Em época de política é comum ouvirmos na televisão que o candidato X é da oposição e que o candidato Y é da situação. Isto quer dizer que os candidatos que apóiam o governo atual são da situação, e os candidatos que manifestam discordância são geralmente da oposição. Dentro da democracia, a oposição fiscaliza os atos da situação, para que os exageros políticos não sejam cometidos. Mas é claro que no nosso país esta dicotomia não faz muito sentido, porque muitos candidatos que há poucos meses faziam parte da oposição, recentemente se tornaram situação para tentar garantir sua vaga no cenário político nacional.

No texto bíblico em epígrafe, percebemos que algumas pessoas procuraram o profeta Jeremias, desejosos de saber a vontade de Deus. Eles se mostraram humildes e manifestaram um profundo interesse em ouvir a direção divina para suas vidas (Jr. 42: 1-6). Eles verbalizaram uma profissão de fé bem elaborada e se mostraram dispostos a obedecer totalmente o que Deus lhes dissesse por meio do seu profeta.

Dez dias se passaram e então o profeta Jeremia trouxe a resposta tão esperada. Junto com a resposta veio também uma séria advertência divina, porque Deus já sabia de antemão que aquelas pessoas iriam se opor a Sua vontade. Aqueles homens tinham um coração incrédulo e por isso insistiram em seguir suas próprias ideias em detrimento da vontade de Deus (os capítulos 43 e 44 nos apresentam o desfecho da história). Estes homens eram “da oposição” e não se mostraram nem um pouco tendenciosos a mudar de opinião em relação ao que ouviram do profeta Jeremias. Em pouco tempo eles deixaram “a situação” (demonstrada pela pronta disposição em saber qual era a vontade de Deus) e se tornaram opositores do plano do Senhor.

Em Jeremias 43:2, fica bem clara a discordância destes homens que procuraram saber a vontade de Deus. Eles disseram abertamente ao profeta: “ – Tudo o que você falou é pura mentira!”, ou seja, discordaram abertamente da boa, perfeita e agradável vontade de Deus para as suas vidas. A reação deles demonstrou uma total oposição aos propósitos do Senhor e uma enorme incredulidade em seus corações. Então podemos afirmar, com base neste texto bíblico que a oposição à Vontade de Deus está relacionada com a incredulidade no coração.

A incredulidade não está restrita aos que não professam sua fé na pessoa e obra de Cristo Jesus. Infelizmente a incredulidade pode brotar no nosso coração, mesmo sendo cristão professos. A advertência do escritor aos hebreus deve nos servir de alerta também: “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo” (Hebreus 3:12). Uma avalanche de incredulidade pode sufocar o nosso coração, e então teremos dificuldades para viver de modo agradável a Deus. A desconfiança ou a dúvida com relação à Palavra de Deus são fortes indicativos de incredulidade brotando no coração. Um coração incrédulo na verdade é uma afronta ao Senhor pois em Hebreus 11:6 lemos: “Sem fé é impossível agradar a Deus.” Não há possibilidade nenhuma de vivermos de modo agradável a Deus enquanto o nosso coração abriga incredulidade.

OBS.: Nas próximas postagens apresentarei três razões que provam que a oposição à vontade de Deus está diretamente relacionada com a incredulidade no coração. Acompanhem as atualizações deste Blog!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Convicções Marcantes

Texto bíblico: 2 Samuel 12: 15-25

No famoso livro de John Bunyan, O Peregrino, observamos a jornada de Cristão desde a sua conversão a Cristo até chegar à cidade celestial. Em vários momentos da narrativa, podemos notar que a convicção sobre as verdades da Palavra de Deus foram fundamentais na jornada do peregrino. Na ocasião em que ele teve que atravessar o Vale da Sombra da Morte, vários outros homens desistiram afirmando que a travessia era perigosa demais, por isso aconselharam Cristão a não prosseguir. Mas a convicção deste peregrino era firmada na Palavra de Deus: “Pelo que dizeis, cada vez me persuado mais de que é este caminho que devo seguir, para chegar ao porto desejado” (Salmos 44:18).
Em meio às lutas e dores alguém pode desistir facilmente da caminhada com Deus porque não cultivou convicções fortes o suficiente para manter-se de pé. O cristão não irá crescer e amadurecer se não tiver convicções espirituais firmes. Não existem atalhos na vida cristã que nos levem à maturidade espiritual. Observando a história descrita neste texto bíblico e percebendo as atitudes de Davi ao passar por aquela disciplina do Senhor, passei a refletir sobre a importância de termos convicções sólidas. Nossas convicções devem se transformar em atitudes que honram e glorificam a Deus, como fez Davi neste texto. Diante dos fatos relatados nos versículos lidos, eu gostaria de afirmar o seguinte:

O comportamento de Davi diante da disciplina do Senhor evidencia algumas convicções marcantes

Que convicções marcantes são evidenciadas no comportamento de Davi diante da disciplina do Senhor? Creio que estas convicções também devem fazer parte do nosso viver. Sem estas convicções arraigadas no coração não conseguiremos alcançar maturidade espiritual ao passarmos por um processo disciplinar. Convicções devem ser transformadas em ações. E uma vez que nossas atitudes se originam nas convicções internas, estas devem estar baseadas na verdade da Palavra de Deus para sermos agradáveis a Ele. Na vida do crente, estas convicções precisam ser evidenciadas mesmo em meio à disciplina do Senhor. Veremos neste estudo bíblico três convicções que nós também devemos evidenciar com o nosso comportamento.

1ª convicção: Deus continua sendo misericordioso (vs. 22)
Apesar de estar no início de um processo de disciplina que ainda traria trágicas consequências, Davi reconhece que Deus ainda usa de misericórdia. As orações em favor da criança foram dirigidas a Deus porque Davi confiava na compaixão do Senhor. Ele tinha esta convicção bem arraigada em seu coração – a convicção de que as misericórdias do Senhor são imensuráveis. O profeta Natã deixou bem claro que a criança iria morrer (vs. 14), mas Davi não negligenciou a oportunidade de clamar pela misericórdia do Senhor. Ele se humilhou, jejuou e se derramou diante do Senhor porque sabia que Deus é um Deus clemente. A palavra “compadecer” utilizada no versículo 22 denota o “favor gracioso e misericordioso” do Senhor, no qual Davi confiou profundamente.
Em outra ocasião, quando Davi pecou ao ter feito um recenseamento em Israel, a punição do Senhor foi colocada em três alternativas. Davi poderia escolher entre sete anos de fome, três meses de perseguição dos inimigos de Israel ou três dias de peste. As palavras de Davi em II Samuel 24:14 mostram que ele confiava na misericórdia do Senhor: “Estou em grande angústia; porém caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas são as suas misericórdias; mas nas mãos dos homens não caia eu.” Naqueles três dias morreram setenta mil homens pela peste, mas Davi mostrou-se dependente da grande compaixão de Deus.
O cativeiro babilônico foi uma dura disciplina do Senhor sobre o seu povo. A calamidade se instaurou em Judá conforme a advertência dos profetas. Jeremias escreveu vários lamentos nos quais destaca a grande desolação sofrida pelo povo. Porém, diante de toda aquela disciplina ele não podia deixar de confiar na misericórdia do Senhor, por isso ele escreveu: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não tem fim, renovam-se cada manhã” (Lm. 3: 22). Mais adiante o profeta deixa claro que “o Senhor não rejeitará para sempre; pois ainda que entristeça alguém usará de compaixão, segundo a grandeza das suas misericórdias” (Lm. 3: 31 e 32).
Quando nós estamos sob a vara da disciplina do Senhor nossa primeira reação é achar que Deus mudou. Pensamos que Ele retirou de nós a sua misericórdia amorosa e tiramos conclusões baseadas unicamente na dor que estamos enfrentando. A disciplina que vem de Deus nos leva a duvidar de sua misericórdia e bondade sobre as nossas vidas. Começamos a racionalizar e concluímos que Deus não é mais compassivo por causa de tamanha angústia em nosso coração. Este é pensamento da grande maioria dos crentes que estão sendo disciplinados.
Como você avalia a sua convicção a respeito da misericórdia de Deus quando está sob disciplina? Como crentes, devemos ter convicções bem fundamentadas quanto à misericórdia do Senhor, para que não sejamos enganados em meio à dor. Precisamos confiar plenamente que Deus não retirou de nós a sua compaixão. Se Ele assim o fizesse estaríamos totalmente perdidos e destruídos. Mas esta convicção não aparece de repente na vida do cristão. É necessário aprender a enxergar a misericórdia do Senhor em cada circunstância da vida, seja ela boa ou ruim. Já fomos alvos da misericórdia do Senhor ao nos resgatar por meio de Cristo Jesus e nunca é demais lembrar que Deus continuará sendo misericordioso mesmo quanto tiver que disciplinar os seus filhos.

2ª convicção: Deus continua sendo digno de adoração (vs. 20)
Davi nos mostra com sua atitude que Deus continuava merecedor de total adoração, por isso ele se levantou, lavou-se, ungiu-se, mudou de roupa e entrou na casa do Senhor. Ele estava disposto a render adoração a Deus mesmo enfrentando a dor da disciplina. Todos que estavam ao redor ficaram admirados com esta atitude do Rei e o reprovaram. Porém Davi sabia que o tempo de clamar pelo filho tinha chegado ao fim e que a morte da criança não era motivo para deixar de adorar ao Senhor. Em meio à dor e ao luto ele ergue-se e adora ao Senhor, porque a sua convicção sobre a excelência do Senhor Deus não diminuiu por conta da dura disciplina. Ele foi ao lugar de culto público apresentar sua adoração ao Senhor com o coração contrito e desejoso de admirar a beleza do Senhor. A palavra que foi traduzida como “adorou” reflete uma profunda reverência e temor por parte do rei Davi: é a ação de prostrar-se ante a majestade do Senhor. Ele estava plenamente convicto da importância de engrandecer a Deus.
O povo que habitava em Jerusalém na época do profeta Sofonias recusava-se fortemente a aproximar-se de Deus em adoração genuína. O profeta alertou aquele povo que estava passando pela dura disciplina: “Ai da cidade opressora, da rebelde e manchada! Não atende a ninguém, não aceita disciplina, não confia no Senhor, nem se aproxima do seu Deus” (Sf. 3:1-2). Esta é a atitude de pessoas não-convictas da necessidade de adoração que preferem resistir ao processo corretivo do Senhor sem a menor reverência e temor. Pessoas assim não fazem o menor esforço para buscar a Deus em adoração e ainda se acham no direito de reclamar do tratamento recebido.
Será que nós evidenciamos que Deus continua sendo digno de adoração mesmo em meio à disciplina que estamos enfrentando? Será que levantamos nossa voz em louvor e adoração ao Senhor enquanto estamos sob a vara de correção? É muito fácil e até comum ver o cristão louvando ao Senhor quando tudo vai bem em sua vida. Mas não é tão comum ver cristão apresentar uma adoração sincera a Deus quando está sendo disciplinado. Geralmente o que se ouve são murmurações e reclamações de todo tipo. E muitas destas murmurações são direcionadas diretamente a Deus, provenientes de pessoas que estão “decepcionadas” com Ele. Ao passar pela dura disciplina, muitos crentes não se reúnem mais com a igreja local porque deduzem que estão sendo maltratados por Deus.
Precisamos levar o nosso coração a adorar ao Senhor em meio à disciplina porque Ele continua sendo digno. Deus não perde sua excelência ou poder, porque n’Ele não há variação ou sombra de mudança (Tg. 1:17). Deus sempre será o mesmo em glória, honra e majestade, e nós precisamos apreciar esta glória de Deus mesmo debaixo da Sua disciplina. Um bom motivo de louvor a Deus é justamente o fato de estar passando pela disciplina, pois isto prova que é um filho legítimo e não um bastardo. Deus é digno de ser adorado e exaltado porque Ele é o único Deus que disciplina os filhos a quem ama. E também devemos confiar integralmente no Senhor, pois a confiança em Deus é a base para uma adoração autêntica.
Qual é a profundidade da nossa adoração ao Senhor quando passamos por um processo corretivo? Será que a nossa rebeldia quer prevalecer? Um escritor puritano disse que “a adoração é a submissão de todo o nosso ser a Deus.” É importante que o desejo maior do nosso coração seja de fato adorar ao Senhor na beleza da Sua santidade, com o propósito único de glorificar o Seu Nome mesmo passando por uma disciplina corretiva. Podemos pensar no que João Calvino escreveu, para solidificar este pensamento: “O homem nunca é suficientemente tocado e afetado pela consciência do seu estado até que ele contemple a majestade de Deus”.

3ª convicção: Deus continua sendo justo em seus propósitos (vs. 23)
No verso 23 Davi reconhece as suas limitações e que nos propósitos de Deus o melhor que aconteceu foi a criança ter morrido. Ele não era dotado de superpoderes para reverter aquela situação, uma vez que o Doador da vida já tinha estabelecido o seu propósito. Para Davi não havia nenhuma injustiça da parte de Deus em discipliná-lo desta forma, o que nos mostra o quão arrependido ele estava do seu pecado.
O rei Davi escreveu o maior poema que exalta a Palavra de Deus. No Salmo 119, ele faz referência às transformações efetuadas em sua vida depois de ter passado por disciplina. “Antes de ser afligido andava errado, mas agora guardo a tua palavra” (Sl. 119:67), e também: “Foi-me bom ter passado pela aflição para que aprendesse os teus decretos” (Sl. 119:71). Estes versos nos mostram que o propósito corretivo foi cumprido na vida de Davi justamente por causa da disciplina que veio do Senhor.
Um dos propósitos de Deus ao disciplinar os seus filhos é conformá-los à perfeita imagem do Seu Filho Unigênito, Jesus Cristo. Deus quer que sejamos amadurecidos na fé. Ele não vai deixar de trabalhar em nosso viver para que este objetivo seja plenamente alcançado. Sua disciplina não chega em hora errada e nem está baseada nos motivos errados porque Ele é totalmente justo em todos os seus propósitos quando disciplina o crente. Se tivermos esta convicção bem fundamentada em nosso coração, veremos que há muito a ganhar atravessando a disciplina do Senhor. Deus não erra ao tratar conosco porque Ele enxerga muito mais além e sabe o que deve ser mudado em nosso viver para que haja verdadeiro amadurecimento. Precisamos crer nesta verdade que a Palavra de Deus nos assegura e submeter-nos ao tratamento justo do Senhor sobre nós. Deus não nos trata injustamente, pois n’Ele não há injustiça nenhuma.
O escritor aos Hebreus nos ensina que a disciplina sempre é acompanhada dos justos propósitos do Senhor (“não há dor que seja sem divino fim”). Em Hb. 12: 10-11 está escrito: “Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes em sua santidade. Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que tem sido por ela exercitados, fruto de justiça.” Deus não é um carrasco celestial que trata o crente com uma correção desproporcional.Quando Deus nos corrige, Ele o faz sem excessos; Ele o faz na medida exata da nossa necessidade e com um alvo muito claro: a nossa santificação. O cristão não deve menosprezar a disciplina, porque ao menosprezar a disciplina, estará contribuindo para atrair sobre si uma disciplina ainda mais severa, como aconteceu várias vezes com o povo de Israel. Portanto, é fundamental que confiemos plenamente que Deus está trabalhando para nos aperfeiçoar, pois Ele começou uma boa obra em nós e é fiel para completá-la (Fl. 1:6). Somos uma obra de arte que ainda não chegou ao estágio final, pois Deus está lapidando as arestas

Concluindo, é verdade que a disciplina traz dor e que não é nada confortável passar pela dura correção do Senhor. É por isso que convicções firmes são fundamentais para o cristão atravessar a disciplina de modo agradável a Deus. Somente assim um aperfeiçoamento real será visível na vida do crente. Precisamos ter convicções a respeito da misericórdia de Deus, da Sua excelência que nos leva a adorá-Lo e dos seus justos propósitos que se cumprirão em nossas vidas. Você tem estas convicções em seu coração? A Palavra de Deus nos assegura a importância de todas elas para que sejamos servos fiéis em qualquer circunstância, especialmente quando estivermos passando por um processo de disciplina.


MARCOS AURÉLIO DE MELO
ESTUDOS BÍBLICOS EM II SAMUEL