sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Chega de preguiça

O crente preguiçoso desonra o nome de Deus com sua indolência. Fomos salvos para glorificar o nome d’Ele e este objetivo não será alcançado se o pecado da preguiça estiver em nosso viver. O Senhor nos convoca para sermos pessoas diligentes, em qualquer circunstância do nosso cotidiano. Tudo que fizermos, devemos fazê-lo de coração para agradar ao Senhor (Cl. 3:23,24), inclusive o trabalho que desempenhamos. O problema é que muitos cristãos possuem uma ideia errada a respeito do trabalho, e por isso tentam justificar sua preguiça alegando a monotonia da rotina que exercem.

O trabalho tem sido mal interpretado ao longo dos tempos. Antes da queda do homem, Deus já tinha mostrado a importância do trabalho para Adão, que deveria cultivar e guardar o jardim do Éden (Gn. 2:15). Adão tinha a responsabilidade e o privilégio de ser um administrador do Éden; ele tinha o melhor emprego do mundo (lembre-se: o pecado não existia). Mas com a queda do homem, o pecado trouxe decadência para toda a natureza (Rm.8:22). Os espinhos começaram a brotar e a terra passou a produzir ervas daninhas. O homem teria que enfrentar o cansaço e o suor por conta das dificuldades que o pecado trouxe a toda a criação. Mas é importante frisar que a maldição não consiste no trabalho em si, pois mesmo antes da queda o trabalho já tinha sido instituído por Deus.

É bom que fique bem claro que não se trata de um mau hábito, porque a Bíblia nos adverte que a preguiça é fruto de um coração pecaminoso. Se algo é reprovado claramente por Deus na Sua Palavra, não devemos inventar terminologias mais agradáveis. Existem textos bíblicos que são bem contundentes na reprovação da preguiça, a maioria deles no livro de Provérbios: Pv. 6:6; 13:4; 15:19; 18:19; 19:15; 19:24; 20:4; 21:25; 22:13; Ec. 10:18.

O texto em Pv. 6: 6-11 nos ensina que as formigas servem de ilustração para nos mostrar como devemos ser diligentes em nossas atividades diárias. As formigas são muito organizadas e se antecipam para providenciar suprimentos para o tempo de escassez (inverno). Este exemplo da natureza é fácil de ser assimilado. Se alguém estiver padecendo necessidade por não querer trabalhar, isto aponta para o pecado da preguiça. A improdutividade e a ociosidade podem levar uma pessoa a desperdiçar a sua vida inteira. A preguiça é a inimiga principal da produtividade. A pessoa preguiçosa não só prejudica a si mesma, como também é um peso para outros. Ela deixa de acrescentar sua parcela de produtividade e ainda se aproveita do trabalho dos demais. É o famoso “escorão”. Mas o apóstolo Paulo foi incisivo ao tratar com irmãos que estavam tirando proveito do trabalho de outros (2 Ts. 3:10,11). Além disso, outros pecados podem encontrar brechas para florescer, tais como: fofoca, discórdia, mentira, lascívia, pensamentos impuros, gula, etc.

Por outro lado, há um extremo perigoso que o crente também deve evitar: a compulsão pelo trabalho, que chega a anestesiar nossa sensibilidade para as coisas espirituais. Um coração de alguém viciado no trabalho (workaholic) é um coração endurecido diante da graça de Deus, pois não sobra espaço para cultivar valores eternais. O exemplo clássico das irmãs Marta e Maria serve como ilustração deste fato (Lc. 10: 41-42). O próprio Deus percebeu a necessidade de um dia de descanso semanal (Ex. 20:11), e, ao longo da história da igreja, o primeiro dia da semana sempre foi separado para a vida em comunhão(At. 20:7). Portanto o descanso é uma ordenação divina tanto quanto o trabalho.

Concluindo, a preguiça e apatia são a causa de muitos naufrágios espirituais. O crente que está sendo negligente com os dons e talentos que recebeu (Mt. 25:26), não vivencia o seu dia-a-dia da forma que agrada a Deus. Devemos ser produtivos e desempenhar bem nossas atribuições visando exclusivamente a glória do Senhor, que nos resgatou da nossa vã maneira de viver. O pecado da preguiça deve ser combatido com diligência e motivação que partem de uma percepção correta a respeito do trabalho, que é uma dádiva divina para o homem.

PENSAMENTO: “AO NOS SALVAR DEUS NOS DÁ UM CAPACETE, NÃO UMA TOUCA DE DORMIR.”


MARCOS AURÉLIO DE MELO
ESTUDO BÍBLICO - UNIÃO DE JOVENS
IBR JARDIM AMAZONAS - PETROLINA/PE

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