segunda-feira, 31 de maio de 2010

Não está tudo bem

Por que será que o homem sem Cristo insiste em afirmar que está tudo bem com sua vida?

Antes de começar a responder esta pergunta eu gostaria de explicar que o homem sem Cristo é todo aquele que rejeita Jesus como Senhor e Salvador de sua vida. O homem sem Cristo é aquele que prefere viver sem se submeter às Suas ordens e não se preocupa em seguir os princípios estabelecidos na Palavra de Deus.

A Bíblia afirma que a situação do homem sem Cristo não é nada boa. Muito pelo contrário. Em Efésios 2:1, Paulo escreve que todo aquele que está sem Cristo na sua vida, na verdade está morto em seus delitos e pecados. Ou seja, enquanto as pessoas afirmam que está tudo bem com sua vida, a Bíblia afirma que o homem está morto espiritualmente. O homem sem Cristo pode achar que está numa situação muito boa, mas não está. A morte espiritual afetou a todos os homens desde quando o pecado entrou no mundo por meio de Adão. Quem está morto espiritualmente busca satisfazer os seus desejos pecaminosos, e não se importa em viver mergulhado em práticas que desagradam a Deus.

Além disso, em Efésios 2:12, nós lemos que o homem sem Cristo também está completamente sem esperança. Isto significa que a vida de uma pessoa sem Cristo se concentra apenas no dia de hoje e não tem como enxergar além deste mundo. Suas esperanças são totalmente inúteis porque se baseiam em coisas passageiras. Então, nenhuma pessoa pode se orgulhar de que está tudo bem, se esta pessoa está sem Cristo. Na verdade quem está sem Cristo está morto espiritualmente e sem nenhuma esperança real.

Mas o homem sem Cristo insiste em afirmar que está tudo bem com sua vida por causa da rebeldia e o orgulho em seu próprio coração. A Bíblia nos mostra que a rebeldia já nasce no coração do homem, como conseqüência do pecado. O orgulho é uma grave afronta a Deus porque coloca o homem na posição de dono da verdade, quando está totalmente enganado. A rebeldia e o orgulho estão muito relacionados entre si. As pessoas pensam que podem viver muito bem sem ter que estar em submissão à autoridade de Cristo e sua Palavra.

Então, eu gostaria de concluir com mais um questionamento: você acha que sua vida vai muito bem, obrigado? Se acha que está tudo bem, você está sendo dominado pela rebeldia e orgulho do coração. Busque ainda hoje se humilhar diante do Senhor, para que você não viva sem Cristo. Triste coisa é viver sem Cristo e morrer sem Ele.


MARCOS AURELIO DE MELO
BREVE MEDITAÇÃO PARA O PROGRAMA DE RÁDIO

domingo, 16 de maio de 2010

Orações não respondidas

Todos aqueles que confiam em Deus sabem que devem investir tempo em oração. Mas podem surgir situações conflitantes que nos angustiam. Então, por que será que algumas orações de um crente ficam sem resposta, se Deus nos ama verdadeiramente? Como podemos explicar o fato de que muitas orações não são respondidas, sabendo que Deus tem um cuidado especial por nós?

A própria pergunta nos ajuda na explicação. Verdadeiramente, Deus nos ama com amor tão grande que O levou a entregar o Seu próprio Filho para morrer na cruz do Calvário. Sabemos que este amor de Deus é imenso e não pode ser comparado. E justamente por causa deste amor tão grande, Ele também não responde muitas de nossas orações como nós queremos. O amor de Deus por nós é pessoal. Ele sabe cada uma de nossas reais necessidades, e por isso muitas vezes Ele não nos responde orações conforme nós achamos melhor. A Bíblia nos diz que devemos orar conforme a Vontade de Deus, suplicando ao Senhor sem motivos arrogantes ou pecaminosos. Nós somos servos que dependemos a cada dia da Sua mão poderosa, e por isso não temos o direito de exigir nada. Nós devemos reconhecer que nossas orações muitas vezes são motivadas por sentimentos ou por falsas conclusões. Então, Deus não nos responde estas orações porque Ele sabe realmente o que é o melhor para cada um dos seus filhos. Em Tiago 4:3, lemos o seguinte: “pedi, e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres.” Deus não vai nos conceder algo que traga conseqüências pecaminosas para as nossas vidas.

Precisamos aprender a orar como convém, isto é, na dependência do Espírito Santo, que nos ensina qual a real vontade de Deus e o que agrada ao Senhor, como Paulo escreveu em Romanos capítulo 8. Se você é verdadeiramente um filho de Deus, não fique angustiado com orações muitas vezes não respondidas. Saiba que o amor de Deus por Seus filhos é muito grande, mas o amor de Deus não é um amor irresponsável. Pelo contrário, o amor de Deus é justo, santo e bom.

E para você que não é crente, salvo e resgatado pelo sangue de Cristo, eu gostaria de dizer algo muito importante. O amor de Deus derramado sobre os Seus filhos é um fato que a Bíblia garante. A pergunta que eu faço a você é a seguinte: você é verdadeiramente um filho de Deus? Se ainda rejeita o Senhor Jesus Cristo, você está comprovando que não pertence à família do Pai. Em João 1:12, está escrito: “Mas a todos quantos O receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus.” Então para ter um relacionamento com Deus, você precisa receber e não rejeitar o Senhor Jesus como Salvador e Senhor. Somente assim, você poderá entregar suas orações diante de Deus, que sabe a melhor resposta para os Seus filhos verdadeiros. Pense nisso nesta tarde.


Marcos Aurélio de Melo
Breve meditação

quinta-feira, 13 de maio de 2010

ATITUDES MESQUINHAS

TEXTO-BASE: I SAMUEL 30: 9-20 E 21-25 (Leitura indispensável!)

TEMA: ATITUDES MESQUINHAS

A Bíblia nos mostra que o nosso Deus é muito generoso. Em vários momentos da história, Deus mostrou o quanto é generoso no cuidado para com o Seu povo. No deserto Ele providenciou tudo para conduzir o seu povo em total segurança até Canaã. Ele é o Deus da excelsa Graça (generosidade plena) que não poupou o próprio Filho para resgatar pecadores. No Salmo 116:7, o salmista escreveu: “Volta, minha alma, ao teu sossego, pois o Senhor tem sido generoso para contigo.” A parábola dos trabalhadores na vinha que foram contratados em horas diferentes do dia e receberam o mesmo pagamento, é uma narrativa que esbanja generosidade (Mateus 20: 1-16), e humilha o homem natural.
No texto em destaque, particularmente no versículo 22, observamos o inverso da generosidade prevalecendo. Os homens que voltaram da batalha contra os amalequitas chegaram à conclusão que os homens que ficaram no ribeiro de Besor (‘refrescante’) não receberiam os despojos. Este comportamento expôs claramente a mesquinharia que estava no coração deles. E a mesquinhez é uma atitude que está diretamente relacionada com o egoísmo – o “eu” reinando absoluto no trono do viver. É óbvio que as atitudes mesquinhas não se resumem somente em relação a coisas materiais, recursos, bens ou dinheiro. As atitudes mesquinhas podem estar disfarçadas com inúmeras máscaras bem sutis, seja em pensamentos, palavras ou ações. Sendo assim, eu gostaria de afirmar que:

"O FIEL SERVO DE DEUS PRECISA ABANDONAR POR COMPLETO AS ATITUDES MESQUINHAS."

A nossa vida como servos de Deus não pode ser preenchida com atitudes mesquinhas.
Mas como o fiel servo de Deus conseguirá abandonar por completo as atitudes mesquinhas?
Podemos ver neste texto que o fiel servo de Deus conseguirá abandonar por completo as atitudes mesquinhas pelo menos de três maneiras que estão muito interligadas:

1) RECONHECENDO A PROVIDÊNCIA DIVINA NO FORTALECIMENTO RECEBIDO (vv. 6, 9-10)
A nossa força vem do Senhor. Este é um fato bíblico que esquecemos com facilidade. Davi reconhecia que o fortalecimento necessário vinha exclusivamente de Deus. Ele exalta esta verdade no Salmo 18: 2, 31, 32 e em vários outros textos bíblicos. Deus era o refúgio verdadeiro
para Davi nas circunstâncias mais adversas possíveis. A coragem para enfrentar Golias veio de sua confiança em Deus.
No texto em Ef. 6:10-17, no qual Paulo descreve a armadura de Deus para o crente, ele inicia seu texto assim: “quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do Seu poder.” Ou seja, as batalhas travadas na luta diária só poderão ser vencidas na força que Deus supre.
Nós também devemos entender que a força para conquistar os objetivos e ir sempre adiante não é mérito nosso. Reconhecer a providência de Deus em nosso favor, nos dando forças necessárias para as lutas diárias, é imprescindível para abandonarmos as atitudes mesquinhas. Quando agimos de forma mesquinha demonstramos nossa arrogância em não reconhecer o fortalecimento necessário que procede do Senhor. Deus nos tem fortalecido nas lutas diárias para que produzamos frutos de graça e generosidade onde quer que estejamos. O ânimo para prosseguir é uma bênção graciosa de Deus operando em nós.


2) RECONHECENDO A PROVIDÊNCIA DIVINA NA ORIENTAÇÃO RECEBIDA (vv. 8, 11-16)
O egípcio que estava semimorto no caminho não se encontrava ali por acaso. Tudo tem um propósito definido nos planos soberanos de Deus, e Davi sabia disso muito bem. Aquele egípcio serviu de guia para levar Davi e seus homens até o bando dos amalequitas, mas quem traçou toda a estratégia foi o Senhor. Davi reconheceu que toda a orientação foi dádiva de Deus (Sl. 32:8), e por isso seu coração não se tornou mesquinho quando regressou para repartir os despojos. Ele enxergou além e percebeu que Deus os guiou.
Paulo reconheceu a orientação de Deus para ir até a Macedônia (At.16:9-10), e por isso mesmo não foi mesquinho na apresentação do Evangelho na cidade de Filipos, onde Lídia foi convertida a Cristo. Quando Deus nos dá clara orientação não podemos ser mesquinhos na obediência pessoal e na transmissão a outros.
Se nós entendermos que é Deus quem nos dá a orientação necessária por meio da Sua Palavra e que somente a Sua orientação é confiável, com certeza não sobraria espaço para atitudes mesquinhas em nosso viver. Quem vive na dependência de Deus, recebendo d’Ele todas as instruções para viver, não será mesquinho quando tiver oportunidade de ajudar alguém que também necessita de orientação bíblica.


3) RECONHECENDO A PROVIDÊNCIA DIVINA NA PROTEÇÃO RECEBIDA (vv. 17-20, 23)
Deus preservou e protegeu não apenas os homens que estavam com Davi naquele resgate arriscado, mas também preservou tudo o que os amalequitas tinha levado de Ziclague. “Não lhes faltou cousa alguma, nem pequena nem grande...” (vv. 19). Davi entendeu que a mão poderosa de Deus estava por trás de todas as coisas e que o resgate bem sucedido era uma prova da proteção constante do Senhor.
Jesus orou por nossa proteção contra o mal (Jo. 17:15) neste mundo. Precisamos reconhecer que a providência divina em nosso favor é a causa de sermos protegidos diante de tantas aflições e perigos. Deus nos oferece o seu livramento em tempo oportuno, para que possamos suportar qualquer provação no dia-a-dia. Então a glória deve ser dirigida unicamente a Deus, que proporciona o cuidado sobre as nossas vidas.
Nosso coração será menos mesquinho se enxergarmos a boa mão do Senhor agindo em nosso favor. Seremos crentes mais generosos no cuidado de uns para com os outros se reconhecermos que somos alvo do terno cuidado de Deus. Deus é o nosso auxílio sempre presente (Sl. 33:20).

MARCOS AURÉLIO DE MELO
ESTUDOS NO LIVRO DE I SAMUEL

terça-feira, 4 de maio de 2010

Abordagens Necessárias

TEXTO-BÍBLICO: I SM. 12: 20-22

O aconselhamento bíblico tem sido abandonado das igrejas chamadas cristãs. Muitos pastores tem se rendido às falsas ilusões de métodos antibíblicos que se mostram mais atrativos para o público. O fato é que a verdade tem sido distorcida para se encaixar convenientemente em círculos evangélicos. Mas o grande problema por trás destas ilusões modernas é a ineficácia de todas elas para trazer transformação real e mudança permanente na vida de alguém. Ao tratar problemas de modo bíblico estamos confiando no poder que reside na própria Palavra de Deus, que assegura ser eficaz e poderosa para trazer convencimento e transformação ao coração do homem.
O texto bíblico acima destacado é o encerramento do discurso de Samuel na posse do rei Saul. Diante de toda a multidão dos filhos de Israel que pediram um rei, Samuel faz uma abordagem muito equilibrada de toda a situação atual. Ele não apresenta elogios à pessoa de Saul e nem faz homenagens para celebrar aquele momento. Afinal, agora Samuel estava retirando-se da posição de liderança máxima em Israel e passando o bastão adiante. Mas Samuel (e nem Deus) não viu com bons olhos esta decisão do povo. Definitivamente, o profeta não foi dominado pela emoção para fazer um discurso agradável.
Ao estudar o texto em I Sm. 12: 20-22, fiquei com a ligeira impressão de que Samuel tenha feito um curso de Aconselhamento Bíblico. Ao ler estes versículos e observando todo o contexto da passagem bíblica, não pude deixar de perceber alguns aspectos essenciais que devemos abordar quando aconselhamos alguma pessoa ou ajudamos alguém a lidar com os problemas de modo bíblico. Vejamos os aspectos que Samuel aborda no seu discurso, os quais não devemos ignorar quando aconselhamos alguém.


PARA TRATAR PROBLEMAS DE MODO BÍBLICO NÃO DEVEMOS IGNORAR ALGUMAS ABORDAGENS ESSENCIAIS


1) A GRAVIDADE DO PECADO DO HOMEM (vs. 20)
O pecado do povo de Israel não era um mal menor – algo banal e sem implicações. De forma nenhuma! O pecado de inveja das outras nações misturado ao pecado de orgulho (ostentar a figura de um rei) foi apenas a ponta do iceberg de toda a história. Na verdade, eles estavam querendo destronar o Senhor da vida deles, indiretamente (I Sm. 8:7).
Samuel não buscou aliviar a culpa do povo ou tratar o pecado como um deslize sem maiores prejuízos. O pecado deve ser visto como grave afronta a Deus e nós não temos o direito de amenizar sua gravidade. As técnicas modernas de aconselhamento buscam suavizar a culpa e tratar o pecador como vítima de circunstâncias alheias ao seu controle. Mas a ênfase bíblica está no confronto – como Natã agiu ao denunciar o grave mal cometido pelo rei Davi (II Sm. 12:7).
“Todo pecado se não for adequadamente tratado e abandonado é como uma bomba de efeito retardado.” Por isso que o crente deve sempre identificar, confessar e abandonar pecados que se escondem no coração.

2) A NECESSIDADE DE MUDANÇA DO HOMEM (vs. 20)
O homem precisa mudar biblicamente seguindo os princípios de sabedoria revelados nas Escrituras. A exortação de Samuel se resume em dois verbos (seguir e servir ao Senhor), mas traz mudanças permanentes se for atendida. Esta mudança tem um qualificador: deve ser de todo o coração, ou seja, sem reservas. A mudança bíblica deve transformar o homem em sua inteireza, gradualmente, como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito (Pv. 4:18).
Qualquer mudança só será efetiva quando houver o despojar e o respectivo revestir. Somos exortados a abandonar as obras da carne e produzir os frutos do Espírito (Gl. 5:19-22), para que possamos avançar e desenvolver a nossa salvação. E quando nos dispomos a seguir e a servir ao Senhor de todo coração, com certeza muitas mudanças serão bem visíveis em nós.

3) A FUTILIDADE DO CAMINHO DO HOMEM (vs. 21)
Neste versículo, Samuel lembra ao povo que desviar para seguir coisas sem valor não traria resultados satisfatórios. A verdade é que o caminho do homem sempre é oposto ao caminho de Deus (Is. 55:8).
O caminho do homem é vazio e sem sentido porque se baseia no entendimento errado sobre a vontade do Senhor. O caminho do homem traz prejuízos ainda maiores (Pv. 14:12), porque ignora o método de Deus para a resolução eficaz dos problemas. As filosofias, os livros de auto-ajuda, os métodos de autoconhecimento, as terapias psíquicas, são os meios modernos mais utilizados para resolver problemas do homem. Mas o fato é que não resolvem. Alguns funcionam como paliativo, mas logo passa o efeito e mais dificuldades aparecem. O mercado da psicologia cresce exponencialmente a cada ano porque o homem ainda não está convicto sobre a futilidade dos caminhos humanos.
O caminho de Deus para resolver e tratar problemas passa pela negação do “eu”. Foi esta a mensagem que Cristo transmitiu aos discípulos (Lc. 9:23) e a exortação do apóstolo Paulo (Gl.5:24). Este caminho não é agradável à primeira vista e por isso é muito negligenciado por muitos crentes, que preferem crer em coisas fúteis e banais a depositar total confiança na Palavra de Deus.

4) A CONFIABILIDADE DAS PROMESSAS DE DEUS (vs. 22)
Se estivermos vivendo de acordo com a Palavra de Deus, temos a promessa de que Deus agirá em nosso benefício em meio às provações. Ele nos oferece gratuitamente vários recursos para que possamos honrá-Lo com o nosso viver. Então, podemos confiar na promessa de Deus de que Ele nunca nos desamparará por amor do Seu Nome. As promessas de Deus são totalmente confiáveis (II Co. 1:20).
As muitas promessas de Deus e os recursos que Ele nos disponibiliza servem para nos dar esperança bíblica. Esta esperança é uma profunda convicção a respeito da bondade do nosso Deus que se importa conosco em cada situação. Esta esperança se reverte em paz e contentamento ao longo do processo de mudança efetiva e real em nosso viver, pois a Bíblia nos garante que “aquele que começou uma boa obra em nós, é fiel para completá-la” (Fl. 1:6).



MARCOS AURÉLIO DE MELO
ESTUDO NO LIVRO DE I SAMUEL