quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Negação da culpa

Nossa sociedade pós-cristã tem trabalhado duro por mais de um século para enterrar a culpa no quintal cultural e negar que a culpa pode ser moralmente significativa. Na esteira de Sigmund Freud e da revolução terapêutica, a visão de mundo secular moderno exige que a culpa precisa ser entendida como o resíduo remanescente da consciência cristã, uma experiência forçada sobre nós por uma sociedade que impõe julgamentos morais opressivos. A culpa deve ser superada e negada, nunca levada a sério.

Mas a visão de mundo cristã afirma que a culpa é inescapavelmente moral, e que a nossa experiência de culpa vem do fato de que somos feitos à imagem de Deus como criaturas irredutivelmente morais. Não podemos ignorar a realidade da nossa culpa, que existe como um presente de Deus para nos levar ao conhecimento de que somos pecadores necessitados de um Salvador.

Albert Mohler

Negar a culpa é uma tendência humana que remonta ao jardim do Éden. Quando o primeiro casal desobedeceu a Deus, ninguém quis assumir a culpa e a escolha foi simplesmente buscar respostas evasivas. O homem pós-moderno não admite a própria culpa como um sintoma real de inadequação ao padrão moral estabelecido por Deus. Sendo assim, a busca por mecanismos de negação e abstração são muito aceitos no mundo hoje.

A Palavra de Deus nos aponta que o coração enganoso sempre buscará evasivas para se livrar da culpa perante o Senhor. O escrutínio das Escrituras é certeiro e define sem margem de erro que o homem tentará sempre anular sua consciência culpada chafurdando-se ainda mais em caminhos pecaminosos. Este é o padrão pós-queda: mais pecado para tentar aliviar a culpa. E assim caminha a humanidade…

Somente Cristo resgata efetivamente o homem e o redime de qualquer culpa. Para isso, Ele teve que assumir a forma de servo e morrer a morte de cruz como Cordeiro sem mácula. Seu sacrifício substitutivo na cruz foi o prenúncio da vitória sobre o pecado e a morte eterna. Por meio da fé, o homem pode colocar o seu fardo (pesado e árduo) aos pés da cruz, confessando sua total insuficiência perante o Deus santo e assumindo de uma vez por todas trilhar o caminho estreito, que conduz à glória e a um viver sem culpa.