quarta-feira, 18 de julho de 2018

GASTE BEM SUA ENERGIA



Grande parte da nossa energia é mal direcionada. A maioria dos nossos esforços muitas vezes são pautados por agendas egoístas e centralizadas em planos terrenos. Definitivamente, aquilo que mais nós valorizamos é o que mais ocupa as nossas mentes. Nas palavras de G.K. Beale, somos governados por aquilo que adoramos. Foi por isso que Jesus advertiu os seus discípulos: “Onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” Definir qual é de fato o nosso tesouro não se trata de uma decisão de importância secundária, pelo contrário, é a decisão mais importante que se coloca diante de nós enquanto peregrinamos por este mundo hostil a Deus.
A proposta do evangelho de Cristo não é que adotemos um estilo de vida ascético, apartado de tudo, de todos e da realidade a nossa volta. Mas é fundamental que tenhamos como foco o chamado para o verdadeiro discipulado, que implica necessariamente numa mudança radical em nossas agendas. Os esforços de todo cristão devem estar alinhados com os propósitos estabelecidos nas Escrituras, em cujas páginas irá obter as instruções para não desperdiçar sua vida correndo atrás do vento. Certamente que a energia bem direcionada será aquela que busca o reino de Deus e a Sua justiça como pontos de partida para todas as decisões e metas.
A vida abundante que o Evangelho de Cristo propõe não está ligada a uma conta bancária com altos investimentos, nem muito menos a uma bela casa de frente para a praia ou a posses materiais que causam uma aparente sensação de segurança. A abundância que Cristo prometeu está relacionada com realização e satisfação profundas no coração, quando este se encontra rendido à vontade revelada por Deus na Sua Palavra.
Pedro, logo após a ressurreição de Cristo, tomou uma resolução: “Vou pescar”. Esta decisão de Pedro está cheia de emoção e possui uma carga considerável de frustração. Toda a energia que foi empreendida na causa de Cristo parece que não tinha valido a pena. Mas não era essa a realidade. O Senhor Jesus apareceu naquela praia e confortou os discípulos, mostrando que permanece no controle de todas as coisas, inclusive quanto à provisão diária para as necessidades dos seus servos. Pedro, assim como nós, deveria entender que as suas energias deveriam estar espiritualmente concentradas em propósitos maiores e melhores do que a visão humana consegue perceber. Agindo assim, também seremos muito mais úteis à causa de Cristo, sem tanto esforço que não nos levará a lugar nenhum.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

UMA FÉ SEDENTÁRIA



O sedentarismo é um estilo de vida perigoso que passou a ser moda no século XXI. Este estilo de vida, de pouca ou nenhuma atividade física, geralmente acarreta diferentes problemas de saúde para o corpo. Muito vinculado à obesidade e a doenças cardiovasculares, é considerado um dos grandes males da era contemporânea, que atinge pessoas em diferentes faixas etárias.

Se os prejuízos advindos do sedentarismo são graves para o corpo, o que dizer quando a fé se torna sedentária? Partindo desta analogia, a fé sedentária pode ser definida como aquele tipo de fé que não é exercitada, que não gera obras dignas do verdadeiro arrependimento. A fé sedentária é aquela que se contenta em ouvir bons sermões ou fazer leituras esporádicas da Bíblia, sem ir além da letra. A fé sedentária resume-se meramente ao uso do intelecto; não se dispõe a arregaçar as mangas em prol do reino do Senhor ou suar a camisa por ações nobres e salutares para o corpo de Cristo. A fé sedentária é cheia de indiferença e falsas percepções acerca do cristianismo: não se importa com o próximo, para não ter nenhum trabalho a fazer. Em suma, a fé sedentária é a causa de inúmeros problemas no seio da igreja.

O apóstolo Paulo, escrevendo ao jovem pastor Timóteo,  incentiva-o a exercitar-se pessoalmente na piedade. E complementa: “pois o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser” (1 Tim. 4:8). Exercitar-se na piedade é tirar a fé do sedentarismo, é mover-se em direção aos propósitos estabelecidos por Deus em Sua Palavra, é sair da zona de conforto tão agradável ao nosso velho homem e não se deixar corromper pela corrupção que há no mundo.

Claramente se percebe que a fé sedentária resulta de um entendimento equivocado do próprio Evangelho. A obra salvadora efetuada por Cristo vai muito além de nos garantir um descanso eterno nos céus. A graça de Deus nos capacita a viver livres do sedentarismo espiritual que tantos prejuízos tem trazido ao corpo de Cristo. Portanto, coloquemos a nossa fé em ação, sempre guiados pela orientação das Escrituras, e que nossas almas sejam fortalecidas pelo exercício constante na piedade visando sempre a glória do Senhor.