quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Praticantes dedicados

 

O conhecimento da Palavra de Deus deve conduzir o crente à santidade. Já consideramos alguns meios pelos quais nossa conduta se transformaria se tão somente soubéssemos com maior clareza o que deveríamos ser e o que somos. Mas agora temos que ver como cada vez mais se torna maior a nossa responsabilidade de colocar o nosso conhecimento em prática, à medida que ele se amplia.

Poderia citar muitos exemplos bíblicos. O Salmo 119 está repleto de aspirações por conhecer a lei de Deus. Por quê? Para obedecê-lo melhor: “Dá- me entendimento e guardarei a tua lei; de todo o coração a cumprirei”. Disse Jesus, o Senhor, aos doze: “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes”. Paulo escreveu: “O que também aprendeste, e recebestes , e ouvistes em mim, isso praticai”. E Tiago dava ênfase ao mesmo princípio ao rogar a seus leitores que fossem “praticantes da palavra , e não somente ouvintes” advertindo-os de que a fé sem obras é uma ortodoxia morta, que até os demônios aceitam.

O ministro puritano Thomas Manton, que outrora foi o capelão de Oliver Cromwell, comparou o cristão desobediente a uma criança que sofre de raquitismo. “O raquitismo torna as cabeças grandes e os pés fracos. Não apenas devemos discutir quanto à palavra, e falar a respeito dela, mas também guardá-la. Não sejamos nem só ouvidos, nem só cabeça, nem só língua, mas os pés têm de se exercitar!”



JOHN STOTT
Extraído do livro: CRER É TAMBÉM PENSAR

Reflexões sobre a estrada da vida


A vida é como uma estrada, cheia de curvas, declives e aclives. Muitas vezes somos surpreendidos com fatos que nos apavoram, nos deixam cheios de receio ou até mesmo nos paralisam por um tempo. Nesta estrada da vida, a próxima curva pode nos trazer surpresas nada agradáveis. Mas, como cristãos, devemos confiar que há um Deus que conhece o fim desde o começo, um Deus que conhece cada palmo desta estrada e que nos oferece o Seu maravilhoso conforto enquanto trafegamos por esta vida.

No dia 18 de setembro (uma semana atrás), o meu pai sofreu um grave acidente de automóvel. A notícia que chegou para nós foi confusa e atordoante. Apesar de acidentes serem comuns nas estradas brasileiras, fatos como estes nos pegam desprevenidos. É verdade que não estamos preparados para ouvir que um parente próximo ou alguém que conhecemos sofreu um acidente e encontra-se em estado grave. Não é uma notícia que recebemos com corações tranquilos, por várias questões que nos afligem: Como ele está? Sofreu alguma pancada forte na cabeça? Ficará paraplégico? Está consciente? O resgate chegou rápido? Fraturou algum osso? Perguntas e mais perguntas... A confiança que dizemos ter em Deus é colocada em xeque nestes momentos de tensão e angústia: confiaremos ou duvidaremos do Seu controle soberano?

Situações como estas nos pegam de surpresa e ficamos aterrados. Mas estes fatos não pegam o Supremo Deus de surpresa. Ele sabe o que se passa em cada curva desta estrada que iremos percorrer, Ele conhece com perfeição que fatos desagradáveis (sob a nossa ótica) nos acontecem. Por isso, nada melhor do que depositar toda a nossa confiança no Senhor que tudo faz como Lhe agrada. Acidentes não pegam Deus de surpresa, porque Ele tudo sabe (os teólogos chamam este atributo de onisciência). Mesmo que pensemos que tudo está fora de lugar, o sábio Tapeceiro conhece a bela obra de arte que tem em mente. Por isso, ao passarmos por situações que trazem aflição e angústia, devemos repousar o nosso coração em Deus, na Sua Palavra e em Suas grandiosas promessas.

O cristão genuíno precisar dar evidências de que confia no condutor da nau, e que está disposto a aprender com as adversidades e situações precárias que enfrentará nesta estrada da vida. É necessário abafar os pensamentos de incredulidade e firmar os corações na graça abundante do Senhor, que não dormita e nem toscaneja por um segundo sequer. Ele é o Deus que nos guia por vales, montes, desertos, mas não nos deixa sem rumo. Ele intenciona sempre aperfeiçoar o nosso caráter em conformidade com a Sua Santa Palavra, e não nos poupará de aflições ou dores ao longo da estrada para que este objetivo seja de fato alcançado.

Sou grato a Deus por Sua imensa graça demonstrada ao longo da estrada que já percorri, e que certamente manterá Sua bondade no percurso que ainda me resta. A graça do Pai é suficiente para todos os momentos difíceis que terei que passar, colocando em meu coração razões de sobra para louvá-Lo eternamente.

“Ah, Senhor, dá-me um coração que prefere descansar sob o Teu cuidado a acumular ansiedade e medo nesta estrada que tenho pela frente. Faz-me cada vez mais firme em Teus caminhos para que eu não desvie do Teu santo propósito para o meu viver. Em nome do Teu precioso Filho, que sofreu a minha morte naquela horrenda cruz, AMÉM!”

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Seis perguntas que mudarão radicalmente o seu casamento

A vida é agitada. A próxima estação da vida poderia ser menos corrida, menos estressante do que esta em que estamos. Mas a vida não parece ficar menos agitada com o passar do tempo. Pelo contrário, a carga sempre aumenta.

É bem fácil passar os dias, semanas e meses sem conectar-se intencionalmente com seu marido ou mulher. Vocês vivem na mesa casa, mas param de compartilhar a vida juntos. É gradual, incremental. E acontece com os melhores casamentos.

O que poderia ajudar seu casamento a ser mais focado em relacionamento e menos em negócios? É fácil conhecer a agenda do seu cônjuge e não se importar com o que se passa no coração dele. Estas seis perguntas vão recalibrar o seu casamento.

1. Como posso servi-lo nesta semana?
Se você deseja capturar o coração de seu cônjuge, faça esta pergunta no Domingo à noite. É fácil focar em nossa própria lista de pendências. Nós temos planos, temos prazos e obrigações. Mas nós iniciamos um novo nível de intimidade em nosso casamento quando perguntamos ao cônjuge como podemos colocar as necessidades dele acima das nossas.

2. O que tem deixado você estressado ou ansioso?
Há uma pergunta que comunica mais cuidado e preocupação do que esta? Quando você pergunta desta forma, você está convidando o seu cônjuge para ficar vulnerável diante você. E também comunica para ele: "Você não está sozinho. Eu estou com você."

3. Qual é a coisa mais importante que você precisa realizar nesta semana?
Expectativas não declaradas são expectativas não satisfeitas. A maioria dos conflitos que experimentamos no casamento derivam de expectativas não satisfeitas. Se você sabe o que seu cônjuge precisa realizar numa determinada semana, você pode ser um aliado dele no processo.

4. O que nós podemos fazer para estarmos mais perto de Deus nesta semana?
A ocupação excessiva é frequentemente o maior obstáculo à intimidade com Deus. Quando minha vida está muito atarefada, a primeira coisa que abro mão é o tempo com Deus. É triste, mas é verdade. À medida que o marido e mulher crescem em intimidade com Deus, eles crescem em intimidade um com o outro. Talvez estas conexões espirituais não estão sendo feitas porque vocês não fazem esta pergunta.

5. O que iremos fazer em nossa próxima noite romântica?
Se você não planeja uma noite romântica então provavelmente você nunca terá uma. Fazer esta pergunta ajuda a sermos intencionais sobre priorizar o relacionamento.

6. Como posso orar por você?
Nossas orações são as conversas mais íntimas que temos. Nós compartilhamos particularidades de nosso coração com Deus que não compartilhamos com ninguém mais. Quando convidamos nosso cônjuge para fazer parte de nossas vidas, nós aumentamos exponencialmente o nível de intimidade do relacionamento.


Tradução livre com adaptações.

sábado, 7 de setembro de 2013

Um sono mortal



Existe um rio famoso nos Estados Unidos, que liga dois grandes lagos, Erie e Ontário. O rio Niágara começa fluindo bem devagar, mas a partir de certo ponto, a correnteza ganha velocidade, abrindo caminho entre as rochas, conforme se aproxima do despenhadeiro das famosas Cataratas do Niágara, uma queda de aproximadamente 52 metros.

Há muitos anos, foi visto um bote flutuando à deriva com um índio dormindo dentro. Os que estavam na margem vendo a cena gritavam e até mesmo tocaram cornetas para acordar o homem em perigo. Mas o bote seguiu adiante, cada vez mais rápido, e acabou batendo em uma rocha. As pessoas pensaram que o índio acordaria naquele momento. Mas o homem ou estava bêbado ou extremamente fatigado, pois não houve sinal de movimento. Porém, o bote agora estava nas correntezas velozes, rumando impiedosamente para a cachoeira. Por fim, o pobre homem acordou, sentou-se e pegou os remos mas já era muito tarde, acabou mergulhando para a morte.

Esta ilustração pode descrever o estado em que muitos se encontram. As pessoas se deixam levar pela correnteza deste mundo sem pensar no destino para o qual estão rumando! O lema é: “Aproveite a vida e seja feliz, experimente cada momento!” Muitos estão presos no sono da indiferença em relação ao futuro, pois estão apegados à vida confortável que estão levando no presente. Estão dormindo no que se refere ao destino final, no dia em que Deus julgará a todos sem distinção. Vivem ignorando a Cristo, agindo com desdém com relação à Bíblia, e assim se dirigem fatalmente para um destino longe de Deus, onde há somente morte e pranto.

Deus nos chama para acordarmos a tempo e nos voltarmos para Ele, em humilde reconhecimento de nosso pecado, clamando por perdão com base nos méritos de Cristo Jesus. Não durma o sono da indiferença em relação ao Evangelho de Cristo. "Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá" (Efésios 5:14)


Texto extraído do Devocional Boa Semente, com adaptações

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Uma espiral perigosa


Vivemos na era da exacerbação do amor piegas que idolatra o homem. Estamos num mundo que não admite a negação do "Eu", conforme requerido por Jesus (Marcos 8.34). Enquanto Jesus ensinou "negue-se a si mesmo", o mundo em que estamos defende "ame-se a si mesmo". E nesta onda de amor doentio por si próprio, o homem mergulha cada vez mais fundo numa verdadeira espiral de idolatria, deixando de encarar o principal problema que o afasta de Deus: o pecado em seu coração.

O fato é que onde não há confrontação de pecado não pode haver verdadeira liberdade. O máximo que se consegue é uma deplorável sensação de autoengano. Muitos vivem neste engano a vida toda e tentam aprimorar um pouco sua percepção de vida com algumas pitadas de autoestima e felicidade circunstancial. Na verdade vivem escravos do próprio egoísmo, buscando alimentar a fome da alma que não pode ser verdadeiramente saciada com mimos ou afagos emocionais. Com o foco voltado para si mesmo são frequentes as paranoias do homem, quando as necessidades de um certo Maslow não são devidamente supridas. E assim caminha a humanidade, como disse o pregador de Eclesiastes, correndo atrás do vento.

O homem precisa entender a irracionalidade do amor egocentralizado. A vida dentro desta espiral é extenuante, nunca é verdadeiramente satisfatória, porque o “Eu” nunca deixará de fazer requisições pecaminosas que negligenciam a submissão a Deus e a Sua Palavra eterna.

Sendo assim, o único remédio para o homem não é “amar mais a si mesmo” ou “aceitar-se mais um pouco.” O remédio para a carência mais profunda do homem é voltar-se para o Senhor, em humilde reconhecimento de sua debilidade. Deus deve estar no trono do viver, senão nada mais valerá a pena. Esta é a “receita do sucesso”, pois ser bem-sucedido sob o ponto de vista de Deus é uma condição espiritual que não se alcança frequentando os grandes eventos para afagar o ego. A condição espiritual de “bem-sucedido” ou “bem-aventurado” só está disponível para os pobres de espírito, que choram por conta de sua pecaminosidade, que desejam ser saciados com a justiça que procede de Deus e que almejam ser imitadores de Cristo.

Que o nosso amor seja direcionado a Deus, sobre todas as coisas, e em segundo lugar, ao próximo. De fato, precisamos negar a nós mesmos, para que possamos cumprir estes dois mandamentos que resumem todos os princípios e admoestações das Escrituras. Portanto, sigamos dia após dia neste santo propósito, de morrer para o “eu” e viver abudantemente para Deus.