domingo, 26 de dezembro de 2010

O propósito do Natal

Nesta época de Natal as cidades ficam iluminadas e muitas festas são realizadas por causa do espírito natalino que toma conta de todos. Mas será que este é o verdadeiro propósito do Natal? Será que podemos afirmar que o propósito do Natal é celebrar um banquete em família e depois trocar alguns presentes nesta data? Aliás, não podemos nem ao menos afirmar que Jesus realmente nasceu num dia 25 de dezembro. Mas a Bíblia nos oferece a resposta segura sobre o verdadeiro propósito do Natal. Afinal, por que o filho de Deus, Jesus Cristo, teve que nascer, viver e morrer neste mundo? Qual o verdadeiro propósito do nascimento de Jesus na cidade de Belém há mais de 2.000 anos atrás?

Jesus não veio a este mundo para ser um mártir ou viver como um espírito evoluído como muitas pessoas acreditam. Ele também não veio para estabelecer uma nova religião ou mostrar qual a igreja certa. Nada disso. Jesus Cristo veio a este mundo com um propósito muito claro: sua vida seria entregue como sacrifício pelo pecado do homem. Várias vezes Ele se referiu a sua morte e mostrou que seria entregue para ser crucificado. Somente Cristo seria aceito como sacrifício pelo pecado porque Ele não tinha pecado nenhum e somente um homem poderia morrer em lugar de outros homens. Deus não poupou o seu próprio Filho por amar pecadores que seriam resgatados.

O nascimento de Cristo trouxe alegria. Os anjos cantaram glória a Deus nas maiores alturas e a chegada do Messias foi motivo de grande celebração. Mas Cristo nasceu de forma humilde, num lugar onde os animais passavam a noite, para mostrar que sua missão também seria dolorosa. Com 33 anos de idade, Ele foi imolado como o Cordeiro de Deus a fim de redimir os pecadores que Ele comprou com seu sangue (1 Pedro 1:18-20). Ele padeceu a dor da cruz para livrar o homem pecador da sentença de morte.

Nesta época de Natal as cidades ficam iluminadas e muitas festas são realizadas por causa do espírito natalino que toma conta de todos. Mas será que este é o verdadeiro significado do Natal? Será que podemos afirmar que o propósito do Natal é celebrar um banquete em família e depois trocar alguns presentes nesta data? Aliás, não podemos nem afirmar que Jesus realmente nasceu num dia 25 de dezembro. Mas a Bíblia nos oferece a resposta segura sobre o verdadeiro sentido do Natal. Afinal, por que o filho de Deus, Jesus Cristo, teve que nascer, viver e morrer neste mundo? Qual o verdadeiro propósito do nascimento de Jesus na cidade de Belém há mais de 2.000 anos atrás?

Então o propósito do Natal é muito maior do que uma comemoração em família ou um banquete variado. O verdadeiro propósito do nascimento de Cristo engloba toda a sua missão para resgatar o homem. E nós não podemos perder de vista que para morrer na Cruz ele teve que nascer e viver sem pecado, pois somente assim este sacrifício seria aceitável a Deus. Não é errado lembrar e comemorar o nascimento de Cristo quando se observa que a sua vida teve este objetivo bem definido. Lembre-se que Jesus não foi um homem qualquer – Ele foi o único que poderia pagar o preço que o pecado exigia.

Amigo, você entende o verdadeiro sentido do Natal? Jesus é o Salvador que nasceu de forma humilde, mas Ele retornará um dia com poder e grande glória como Juiz de toda a terra para julgar com o Seu cetro de justiça. Mas o critério que vai pesar neste julgamento não é se você foi um bom religioso, ou se fez muitas obras de caridade, ou se pagou penitências, ou se rezou muito diante de alguma escultura de gesso. O que vai pesar neste julgamento de Cristo é se você O aceitou ou O rejeitou como Senhor, Salvador e Redentor. E então qual será a sua resposta diante do Juiz? Se você já entendeu o verdadeiro propósito do nascimento de Jesus é momento para refletir sobre o seu destino eterno.

MARCOS AURÉLIO DE MELO
MEDITAÇÃO PARA O PROGRAMA DE RÁDIO

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

UM REMÉDIO EFICAZ

TEXTO: JOSUÉ 4: 21-24

Há algumas semanas atrás um programa de televisão exibiu uma série de reportagens sobre remédios fitoterápicos que estavam sob suspeita. O título da série era uma pergunta sobre a eficácia destes remédios: "É bom pra quê?". O objetivo da série foi discutir os usos e abusos dos tratamentos médicos feitos com produtos derivados de plantas que não passaram pela aprovação científica dos estudos clínicos. Uma senhora que estava com câncer de mama ouviu dizer que o chá da folha de graviola seria fundamental na luta contra a doença. Então, ela parou de tomar os remédios convencionais e suspendeu por conta própria a quimioterapia. Alguns testes realizados por uma universidade demonstraram que as substâncias presentes na folha de graviola aumentaram o crescimento de células malignas. Ou seja, células, em vez de ter o crescimento inibido, em vez de parar de multiplicar, se multiplicaram ainda mais. Este remédio fitoterápico não se mostrou eficaz contra o câncer, muito pelo contrário, tornou-se um veneno dentro do organismo daquela senhora da reportagem.
Há uma doença que nos acompanha desde o nascimento. Esta doença é o pecado da incredulidade. Mesmo após uma profissão de fé na pessoa e obra de Cristo, podemos incorrer neste pecado em nosso dia-a-dia. O escritor da carta aos Hebreus faz um alerta para crentes: “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo” (Hb. 3:12)A incredulidade pode brotar no coração e encontrar terreno fértil se não for devidamente tratada. Por isso é fundamental sabermos qual o remédio correto a ser aplicado contra a incredulidade, para que não sejamos surpreendidos por falsas propostas.
Neste texto bíblico, a construção de um memorial de doze pedras retiradas do rio Jordão tinha um propósito muito claro. Este memorial seria uma lembrança constante dos grandes feitos do Senhor em favor do seu povo, e seria eficaz contra a incredulidade que poderia surgir nas futuras gerações. Ao olhar para aquele memorial os filhos de Israel deveriam relembrar que o Senhor realizou um grandioso milagre ao abrir passagem no meio do rio.

Proposição:
“Recordar os feitos do Senhor é um remédio eficaz contra a incredulidade”
Por que recordar os feitos do Senhor é um remédio eficaz contra a incredulidade?
De acordo com este texto bíblico, recordar os feitos do Senhor é um remédio eficaz contra a incredulidade por três razões:

1ª. Razão: Porque este remédio restabelece a nossa confiança no cuidado de Deus (vs. 22)

O texto nos fala que o povo de Israel atravessou em seco o rio Jordão. Era uma época de cheia do rio, “o Jordão transbordava sobre todas as suas ribanceiras” (Js. 3:15). Diz a Bíblia que o povo passou a pé enxuto, pois as águas que vinham de cima ficaram paradas. O povo de Israel já tinha visto o cuidado de Deus desde a saída do Egito: o maná que desceu do céu, a água que saiu da rocha, águas amargas que se tornaram doce, as codornizes, a rota no deserto, a coluna de nuvem durante o dia, a coluna de fogo durante a noite, a serpente de bronze que foi levantada no deserto, a grande vitória contra os amalequitas,
O cuidado de Deus deve ser visto nas pequenas coisas também. Deus se importa nos mínimos detalhes com cada filho dele. Somos alvo do Seu cuidado até mesmo quando estamos dormindo. Suas mãos protetoras nos auxiliam em meio às dificuldades inerentes da condição humana. Ao recordar os feitos do Senhor o crente restabelece sua confiança no cuidado amoroso de Deus, pois reconhece que sem o cuidado terno do Senhor não haveria esperança nenhuma. Os atos de Deus em nossa história sempre são recheados com a Sua graça, bondade e misericórdia.
Grande parte da ansiedade que sentimos é fruto de um coração egocêntrico que ainda não aprendeu a descansar no cuidado de Deus. O apóstolo Pedro nos ensina que devemos lançar sobre Deus toda a nossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de nós (I Pe. 5:7). E ansiedade nada mais é do que incredulidade pura disfarçada de um senso de preocupação legítima. Sendo assim, o remédio para combater esta incredulidade é recordar os feitos do Senhor ao longo de nossa vida e perceber o Seu cuidado sempre presente. O pastor de ovelhas Davi reconheceu que sua vida estava nas mãos o Supremo Pastor, e por isso ele devia depender a cada instante de Sua Maravilhosa graça.
Como está a sua percepção do cuidado de Deus em cada circunstância do seu viver? Você consegue se recordar dos feitos maravilhosos do Senhor e perceber o Seu cuidado como pastor de sua vida? Ele nos guarda como a menina dos olhos e nos esconde à sombra das Suas asas" (Salmos 17:8). Como é bom confiar nesta certeza do cuidado de Deus sobre nossas vidas em meio às lutas da nossa peregrinação.

2ª. Razão: Porque este remédio restabelece a nossa confiança na fidelidade de Deus (vs. 23)

O texto bíblico faz questão de trazer à memória um fato notório que aconteceu há 40 anos atrás na história do povo de Israel: “fez secar as águas do Jordão diante de vós, até que passásseis, como o SENHOR, vosso Deus, fez ao mar Vermelho.” Observem que a conjunção “como” estabelece uma comparação e transmite a ideia de: “da mesma forma”, “do mesmo modo”, “tal qual”, “de maneira idêntica”. Na época da travessia do Mar Vermelho o líder era Moisés, e agora diante do rio Jordão o líder é Josué. Mudou-se o líder, mas Deus não mudou. O povo devia entender que a fidelidade do Senhor em realizar os seus propósitos não estava atrelada a pessoas específicas. Deus foi fiel ao conduzir o povo no deserto sob a liderança de Moisés e continuaria sendo fiel na conquista de Canaã, sob a liderança de Josué. Estes grandes homens foram ricamente usados na liderança do povo, mas toda a glória deve ser colocada na conta de um Deus que sempre permaneceu fiel. Nenhuma das promessas divinas falhou e agora, um recomeço estava sendo oferecido a Israel. Uma geração incrédula morreu no deserto porque temeu entrar a terra prometida, mas Deus não mudou os seus planos por que Ele é fiel às suas promessas.
Recordar o que Deus tem feito em nossas vidas é um remédio eficaz que restabelece a nossa confiança da fidelidade de Deus. Olhar para o passado e perceber os memoriais que mostram o quão fiel Deus é, deve trazer refrigério e alegrar o nosso coração. Suas promessas não falham, pois Deus não é homem para mentir e nem filho do homem para se arrepender (Nm. 23:19).
A fidelidade do Senhor se estende em todos os momentos de nossa vida. Até mesmo em meio às lutas e provações, devemos confiar que a fidelidade de Deus está sobre nós: “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (1 Co. 10:13). Deus já estabeleceu o limite até onde podemos suportar.
Você reconhece a fidelidade de Deus sobre a sua vida? Assim como o profeta Samuel, quando recordamos os feitos do Senhor precisamos erguer o nosso “Ebenézer”, que nos fala sobre a fidelidade divina em nosso favor. Samuel ergueu o seu Ebenézer em Mispa disse: “Até aqui nos ajudou o Senhor”. Ele contou com a fidelidade do Senhor em todos os momentos de seu ministério como profeta em Israel.

3ª. Razão: Porque este remédio restabelece a nossa confiança no poder de Deus (vs. 24)

O texto nos mostra que um dos objetivos do memorial de doze pedras era testemunhar a todos os povos da terra que “a mão do SENHOR é forte” (ou poderosa). O memorial de pedras foi erguido em Gilgal como prova do poder todo-suficiente do Deus de Israel. Sua mão poderosa foi quem conduziu aquele povo ao longo do deserto e o fez atravessar o rio Jordão até chegar a Canaã. As águas do rio Jordão pararam de escoar por causa do poder de Deus. A ideia de mão poderosa ou braço estendido é uma metáfora para ilustrar que ninguém pode deter o poder de Deus: Sua mão poderosa ultrapassa qualquer poder humano e o seu braço estendido é favorável aos Seus desígnios soberanos. “O teu braço é armado de poder, forte é a tua mão, e elevada, a tua destra” (Salmo 89:13).
Davi também reconheceu o grande poder que procede da mão do Senhor ao afirmar: “Riquezas e glória vêm de Ti, Tu dominas sobre tudo, na Tua mão há força e poder; contigo está o engrandecer e a tudo dar força” (1 Crônicas 29:12). O profeta Jeremias levantou o seu clamor confiando exclusivamente no poder de Deus: “Ah! SENHOR Deus, eis que fizeste os céus e a terra com o teu grande poder e com o teu braço estendido; coisa alguma te é demasiadamente maravilhosa. Tiraste o teu povo de Israel da terra do Egito, com sinais e maravilhas, com mão poderosa e braço estendido e com grande espanto” (Jeremias 32: 17 e 21). A mão poderosa do Senhor é digna de total confiança, pois ninguém é superior ao nosso Deus.
Deus é poderoso! Seu poder supremo é infinito e atua segundo o Seu querer soberano. O poder e a soberania de Deus são duas faces da mesma moeda. Quando o crente aprende a descansar e confiar no poder de Deus, a vida se torna muito mais frutífera. E para evitar a incredulidade no poder de Deus o remédio eficaz é recordar os maravilhosos feitos do Senhor. Ao olhar para o passado e enxergar os memoriais que demonstram o grande poder de Deus em sua vida, o crente aprende a depositar sua fé em Deus somente. Um pastor puritano, Samuel Rutherford certa vez disse acertadamente: “Minha fé repousa segura na onipotência divina.”
Será se você consegue enxergar os memoriais que falam do poder de Deus em sua vida? Eu posso afirmar sem medo de errar que não são poucos. Deus continua poderoso, atuando com mão forte e braço estendido para cumprir os seus propósitos. Ele continua fazendo milagres em nossas vidas pela grandeza do Seu poder. Deus tem um modo especial de demonstrar seu poder na vida dos redimidos e não há como negar que Ele verdadeiramente age em favor do seu povo.

MARCOS AURÉLIO DE MELO
ESTUDOS NO LIVRO DE JOSUÉ

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Um novo começo

TEXTO BÍBLICO: Josué 3


Nos meus anos de adolescência eu gostava de jogar videogame nas horas livres. Hoje em dia a moda é o PlayStation, mas na minha época a febre era o MasterSystem. O jogo Sonic já vinha na memória do videogame, e meus esforços foram direcionados para tentar “zerar” o jogo (finalizar todas as fases). O problema é que eu não sabia como fazer para “zerar” o jogo, pois sempre que perdia a vida (life) eu tinha que reiniciar tudo de novo da primeira fase. Certa vez eu estava estudando com um amigo de escola e depois fomos para o videogame. Ele era um “expert” no assunto, em pouco tempo conseguiu finalizar todas as fases do Sonic. Como ele conseguiu esta façanha? Simples: ele usou um recurso que o próprio jogo oferece. Em algumas fases do jogo, existem prêmios (bônus) que devem ser acumulados e oferecem ao jogador a possibilidade de não começar do zero se perder todas as “vidas”. Um novo começo era oferecido dentro da fase atual do jogo, conhecido como CONTINUE.

No texto que acabamos de ler, há um novo começo sendo oferecido ao povo de Israel também. Eles tiveram outra oportunidade anos atrás de entrar na terra prometida, mas por causa do medo e rebeldia não entraram e foram disciplinados por Deus. As pessoas que foram rebeldes à voz do Senhor morreram no deserto. Mas agora Josué inaugura um novo começo na liderança do povo de Israel. Após a morte de Moisés, o novo líder tem um papel extremamente importante: a conquista da terra de Canaã. Apesar de nossa fragilidade, por sua graça e bondade Deus nos oferece oportunidades de recomeçar. O exemplo de Pedro é marcante: Jesus ofereceu a Pedro um recomeço fantástico ao dizer-lhe: “apascenta as minhas ovelhas.” Não podemos colocar um ponto final onde Deus colocou uma vírgula.

Diante deste todo este contexto eu gostaria de afirmar o seguinte:
“NA VIDA CRISTÃ, UM NOVO COMEÇO SÓ É POSSÍVEL POR MEIO DA COMPREENSÃO DE ALGUMAS VERDADES.”

QUE VERDADES DEVEMOS COMPREENDER PARA TERMOS UM NOVO COMEÇO EM NOSSAS VIDAS? De acordo com este texto devemos compreender pelo menos três verdades para termos um novo começo em nossas vidas:


1ª VERDADE) A direção divina é sempre a melhor para nossas vidas (Vs. 2-4)

O povo de Israel iria entrar por um caminho pelo qual nunca passara antes. Seria uma etapa totalmente nova a partir daquele rio. O rio estava transbordante nesta época (vs. 15) e o povo precisava da orientação do Senhor para atravessar. Contornar o rio seria a estratégia mais votada, mas Deus tinha outros planos. Era muito importante confiar no Guia para atravessar aquele caminho desconhecido e Deus estava mostrando ao povo que a direção divina, sem dúvida, é a melhor. A rota traçada por Deus é sempre a mais segura. Lembre-se que anos atrás o povo não confiou na direção de Deus e preferiu voltar para o Egito com medo dos gigantes que habitavam em Canaã.
Deus ofereceu um novo começo a Moisés depois de um treinamento intensivo de 40 anos no deserto. Moisés seria o líder, mas ele teria que confiar somente na direção divina para guiar o povo em segurança até Canaã. Milhões de homens e mulheres deveriam ser conduzidos atravessando o deserto, e Deus orientou a direção a seguir. Diante do Mar Vermelho, o povo reclamou com Moisés porque não havia nenhuma saída e o exército de Faraó se aproximava rapidamente. De forma milagrosa, Deus mostrou ao povo que o caminho a seguir seria por dentro do mar.
Não podemos ficar de “pé-atrás” com Deus, pensando que Ele está nos conduzindo pelo caminho errado. Quando desconfiamos de sua sábia providência e direção é um claro sinal de que não estamos interessados em um novo começo para as nossas vidas. Queremos a direção de Deus para um emprego, mas não queremos implementar as orientações de Deus para o nosso viver diário – instruções sábias que nos direcionam também. Temos as instruções do Senhor em Sua Palavra e o que nos falta é disposição para colocá-las em prática. Em algumas decisões que temos diante de nós, decidimos primeiro e depois levamos a situação a Deus em oração, pedindo-lhe que nos abençoe a partir de então. Um crente que está interessado em um novo começo em sua vida não pode agir desta forma. Na verdade, esta atitude prova que o seu coração ainda está voltado para suas próprias vontades e não para a vontade de Deus.
Muitas vezes ficamos resistentes à orientação divina para nossas vidas porque pensamos que os nossos caminhos são alternativas melhores. Por meio da Palavra de Deus somos orientados para viver de modo agradável a Deus. Será que estamos dispostos a vivenciar o caminho de Deus para nossas vidas? Ou será que estamos inquietos de um canto para outro, buscando alternativas que parecem ser melhores? Que possamos cantar e orar da seguinte forma: “As tuas mãos dirigem meu destino, ó Deus de amor, que sempre seja assim!”


2ª VERDADE) A santificação é sempre necessária em nossas vidas (Vs. 1, 5)

Em Josué 3:1, está escrito que a última parada do povo de Israel antes de chegar ao rio Jordão foi Sitim. É importante observar que Sitim (vs. 1) foi um lugar de pecado. A frouxidão moral e a devassidão do povo são observadas em Nm. 25:1-3. Há a descrição de fatos horríveis e vergonhosos para Israel que aconteceram neste local. O povo de Israel caiu em idolatria e prostituição com as mulheres moabitas/midianitas e afrontou a Deus com suas práticas abomináveis. Por conta desta imoralidade 24.000 pessoas morreram. Por conta disso, era necessária uma purificação completa destas práticas corruptas para a travessia do rio Jordão que simbolizava um novo começo na história deste povo. A santificação na Bíblia significa separação para uso exclusivo de Deus. Vidas santas são vidas separadas da corrupção que há no mundo para um propósito maior que é a glória de Deus.
Quando Davi reconheceu o seu pecado e suplicou o perdão de Deus, ele percebeu que estava diante de um novo começo em sua vida. Diante do Senhor, que é santo e sublime, ele não poderia se apresentar de qualquer jeito. Foi por isso que ele orou por purificação: “Lava-me completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado” (Salmo 51:2). “Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo que a neve” (Salmo 51:7). Estas palavras de Davi expressam o quanto ele necessitava de santificação para este novo começo.
Não podemos falar em novo começo em nossas vidas se negligenciarmos a necessidade de santificação diária e progressiva. Qualquer pessoa que não tenha este alvo na vida precisa reavaliar o seu cristianismo. E ninguém pode afirmar que “já chegou lá”, supondo que não precisa de mais santidade em seu viver. Esta é uma falácia absurda! A Bíblia diz que “a vereda do justo é como luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”(Pv. 4:18). As cartas paulinas estão repletas de recomendações aos crentes para que expressem a santidade em seu viver. Santidade nunca foi opcional no cristianismo. É o fruto que se espera de um novo nascimento espiritual genuíno. Sem santificação ninguém verá ao Senhor (Hb. 12:14).
Devemos ser um povo santo ao Senhor, separado para viver de modo agradável a Ele. O crente que anda brincando de cristianismo, sem levar se importar com sua santidade diante de Deus, na verdade é uma fraude. O apóstolo Pedro adverte os cristãos: “Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo” (I Pedro 1:14-16). Será que entendemos esta recomendação de Pedro? Estamos dispostos a viver a santidade em todo o nosso procedimento? Não há como experimentar um novo começo efetivo em nossas vidas se negligenciarmos a santidade diária, que nos identifica como filhos de um Deus santo. Spurgeon escreveu: “Deus deseja a sua pureza e a sua santificação. Não se oponha aos propósitos de seu Senhor.”


3ª VERDADE) A presença divina é sempre constante em nossas vidas (Vs.10)

Este feito maravilhoso do Senhor ao abrir o rio Jordão serviria para mostrar ao povo que Sua presença era constante e real. Muda-se o líder, mas não muda-se o Deus. Ele continuava presente agindo em favor do Seu povo em favor da Sua glória. Josué seria apenas um instrumento nas mãos do Senhor. O sentimento em relação à presença de Deus em nossas vidas nem sempre é constante, mas nós não devemos deixar que este sentir molde o nosso viver.
O líder Josué sabia desta promessa do Senhor: “Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo por onde quer que andares” (Josué 1:9). A entrada na terra de Canaã exigiria que o povo confiasse 100% na presença e na atuação de Deus. Eles teriam que guerrear e lutar bravamente, mas não podiam esquecer que a vitória só vem pela mão do Senhor.
No Mar da Galiléia, o barco estava agitado pelo vento e a tempestade ameaçava a segurança de todos. O alvoroço tomou conta de todos que estavam ali e os discípulos ficaram apavorados com as ondas. Mas havia um fator de enorme importância: Jesus estava no barco! Sua presença constante no barco nos encoraja diante de um novo começo em nossas vidas. Uma letra do Grupo Logos expressa bem esta verdade: “Ele está presente é o que nos basta / Não importa a hora e o que acontecer / Pode a tempestade vir me abater / Jesus está comigo, eu vou vencer.”
A convicção da presença de Deus conosco é a força propulsora diante de um novo começo. O alento de que alma necessita é a certeza de que a boa mão do Senhor não está encolhida e que o Consolador está conosco sempre.
O que podemos dizer a uma pessoa que acabou de perder um ente querido e está passando por um revés na vida? Ela está diante de um novo começo e precisamos lembrar-lhe a promessa em Isaías 41:10: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.” As promessas da presença de Deus na vida do crente servem de alento diante das circunstâncias dolorosas na vida. Não podemos encarar um novo começo em nossas vidas relutantes quanto à presença do Senhor. Cristo mesmo prometeu que estaria conosco todos os dias até a consumação dos séculos. Somente os crentes que confiam nesta verdade podem ser vitoriosos em meio às lutas e batalhas diárias. Os passos de fé não são dados no escuro. Caminhamos pela fé por meio da convicção em nossos corações de que Deus está sempre presente e agindo em favor dos Seus servos.
A Ele seja o louvor por Sua graciosa presença agora e sempre.


MARCOS AURÉLIO DE MELO
ESTUDOS NO LIVRO DE JOSUÉ

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A avaliação divina

TEXTO BÍBLICO: SALMO 14

As últimas edições do Enem - o Exame Nacional do Ensino Médio - trouxeram à tona muitas dúvidas sobre a real necessidade desta avaliação para os alunos que desejam ingressar no ensino superior. Em 2009, as provas do exame foram roubadas do local onde estavam sendo impressos. E neste ano alguns fatos mostraram que o Enem apresentou falhas que prejudicaram vários alunos em todo o país. E por causa disso, especialistas em educação colocaram em xeque a necessidade deste tipo de avaliação.
Deus também realiza avaliações, porém as avaliações que Deus realiza são totalmente à prova de fraudes. E NÃO PODEMOS DEIXAR DE CONSIDERAR A AVALIAÇÃO DIVINA A RESPEITO DE QUALQUER ASSUNTO. Ao concluir a obra de criação, Deus faz sua avaliação: "E viu Deus que era bom!". E ao concluir a criação do homem e da mulher, Deus avalia novamente: "E Viu Deus que era muito bom!". Com certeza, avaliação que Deus faz é isenta de qualquer tendenciosidade porque Ele é perfeito em tudo o que faz. O diagnóstico de Deus não pode ser ignorado. Quando o seu diagnóstico é ignorado, o homem colhe graves conseqüências.
Neste texto bíblico, também observamos uma avaliação que Deus faz a respeito do homem rebelde. Deus mostra nestes versículos qual é a real condição do homem em sua rebeldia. Esta avaliação aborda questões que vão além do superficial. Deus não apresenta questões de múltipla escolha ao homem para marcar qual é a alternativa mais aceitável. O Senhor aponta critérios muito relevantes neste texto, pois Ele vai direto ao “xis” da questão na avaliação a respeito do homem no Salmo 14.

PROPOSIÇÃO: A avaliação divina a respeito do homem não se resume em critérios superficiais.

S. I.: Mas por que a avaliação divina a respeito do homem não se resume em critérios superficiais?
S. T.: De acordo com o texto, a avaliação divina a respeito do homem não se resume em critérios superficiais por alguns motivos:
PALAVRA-CHAVE: MOTIVO

Vamos ao primeiro motivo que explica porque a avaliação divina a respeito do homem não se resume em critérios superficiais:
1º – Porque Deus considera a astúcia que está por trás da lógica humana (vs. 1)
Os homens insensatos afirmam que Deus não existe, e se não existe um padrão absoluto de santidade corrompem-se e praticam abominação sem nenhum constrangimento.
A mesma conclusão do filósofo Nietzsche (“Deus está morto!”) favoreceu a frouxidão moral e o endeusamento do próprio homem. As trágicas consequências desta filosofia são facilmente observadas nos dias atuais. Em resumo esta filosofia da suposta “morte de Deus” abre espaço para um viver dissoluto sem padrões de certo / errado. Se Deus morreu, o homem não precisa prestar contas a ninguém e então pode viver sem nenhum pesar em sua consciência.
Muitas conclusões humanas são trazidas à tona para tentar justificar o comportamento ímpio e a lógica por trás destas conclusões é totalmente destrutiva. (Exemplos de conclusões que seguem a lógica humana: O inferno não existe; Homossexualidade é herança genética; A vida de uma criança só começa após o parto; O homem é senhor do seu próprio destino). Deus considera a astúcia que está por trás destas falácias que abrem brechas para um estilo de vida imoral e inconsequente.
Será se nós não estamos comprando esta ideia quando damos atenção a certos valores que a sociedade tenta vender? A lógica humana por trás de algumas propagandas sempre tenta mostrar que não existem mais padrões de moral absolutos e imutáveis. Pelo contrário, estamos expostos a uma filosofia diabólica que a televisão e muitos filmes querem transmitir. Que possamos levantar a bandeira do padrão que emana das Escrituras, para que este mundo incrédulo veja em nós o brilho da glória de Cristo. Deus é o mesmo ontem, hoje e sempre, e portanto, sua avaliação é segura e certa.

Vamos ao segundo motivo que explica porque a avaliação divina a respeito do homem não se resume em critérios superficiais:
2º– Porque Deus considera a corrupção que está por trás da natureza humana (vs. 2-4)
Neste texto, fica bem claro que o Senhor não encontrou nenhum justo porque ninguém pode agradar a Deus por conta da natureza corrompida pelo pecado. Deus não enxerga na humanidade ninguém que faça o bem – as obras de justiça do homem são consideradas imundas (trapos de imundícia).
No livro de Gênesis, a pecaminosidade do homem chegou a um patamar que mereceu juízo divino, e somente Noé foi livrado do grande dilúvio. Gn. 6: 5 à “Viu o SENHOR que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração”. Gn. 6:11 à “A terra estava corrompida à vista de Deus e cheia de violência.” Esta é a avaliação divina logo nas primeiras gerações de pessoas sobre a terra. Somente a família de Noé foi considerada temente a Deus.
Afirmar que o comportamento do homem é conseqüência do meio em que está inserido é ignorar o ensino das Escrituras sobre a natureza humana corrompida. "Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal." (Jeremias 13:23). O coração do homem é totalmente corrupto e não há ninguém que o possa conhecer (Jr. 17:9). O homem não apenas é pecador porque peca; o homem peca porque já nasce pecador. A natureza humana é incapaz de fazer o bem, de buscar a Deus ou de entender as coisas espirituais, pois a corrupção do pecado afetou a todos indistintamente.
Como é o nosso discurso diante de pessoas que se acham donas da verdade quando afirmam que o “homem é bom” e pode melhorar por si só? Será que temos apresentado a elas a avaliação divina que Deus faz a respeito do homem em sua Palavra? A psicologia, com suas teorias cheias de ambigüidades, deseja mostrar que não há nenhuma culpa no homem e que o pecado é um conceito ultrapassado. Mas não é isso que a Bíblia nos mostra. Creio que muitos de nós temos receio de confrontar as pessoas com o pecado que habita no coração de todos, mas não podemos recuar um milímetro se queremos de fato agradar ao Senhor com nosso testemunho.

Vamos ao terceiro motivo que explica porque a avaliação divina a respeito do homem não se resume em critérios superficiais:
3º – Porque Deus considera a futilidade que está por trás da confiança humana (vs. 5-7)
Este texto bíblico apresenta um panorama de juízo e pavor que um dia sobrevirá a todos os homens rebeldes. Deus apresenta a sua avaliação a respeito do homem que menospreza a justiça divina e confia em suas estratégias: sua confiança é totalmente fútil
Por mais que o homem confie que nunca será penalizado por seus pecados, Deus não deixará nada impune. A confiança humana será colocada em xeque quando Deus tratar com os ímpios. "O SENHOR é tardio em irar-se, mas grande em poder e jamais inocenta o culpado" (Naum 1:3). Embora os malfeitores se mostrem autoconfiantes, o pavor diante de Deus irá mostrar o quão fútil é a confiança humana. Além disso, a autoconfiança é sinal da idolatria de si mesmo, e, de acordo com a Bíblia, qualquer tipo de idolatria é fútil em todos os aspectos (Jr. 10:15).
É comum o dito popular entre os profissionais de polícia: “Um dia a casa cai!” Bandidos e criminosos se aperfeiçoam cada vez mais nos seus delitos, porém nenhum crime é perfeito. Se é assim diante da justiça humana, que dirá diante da justiça divina! A Bíblia sempre nos adverte que diante do Juiz Supremo nada ficará impune.
Muitas pessoas riem desta verdade bíblica a respeito do julgamento que acontecerá um dia diante reto Juiz de toda a terra. Será que nós não estamos negligenciando a pregação realista sobre a realidade do juízo divino? Deus nos mostra que as estratégias humanas para escapar de um juízo é totalmente fútil e nossa responsabilidade anunciar esta verdade.

DEPOIS DESTAS CONSIDERAÇÕES PODEMOS CONFIRMAR QUE A AVALIAÇÃO DIVINA SOBRE O HOMEM REBELDE NÃO É NADA SUPERFICIAL!

MARCOS AURELIO DE MELO
ESTUDOS NO LIVRO DE SALMOS

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Uma ilustração pertinente


Imagine dois pára-quedistas. Os dois estão em queda livre. A velocidade é a mesma. Ambos parecem estar livres. Não estão enroscados em nenhuma corda. Não estão restritos por fios de segurança. Encontram-se livres como pássaros – aparentemente. Mas há uma diferença crucial: somente um deles conta com um pára-quedas. Isso muda a sensação de liberdade que estão desfrutando? Sim. Os dois estão livres para cair com a gravidade, mas somente um deles está livre para não cair. O outro é escravo da gravidade, e a gravidade o matará no final. Se, de alguma forma, ele conseguir negar que não possui o pára-quedas, pode até ter uma experiência maravilhosa. Mas se perceber que está condenado, será escravo do medo durante toda a queda, e a alegria da chamada liberdade desaparecerá. Então, ele precisa negar a realidade (o que significará ser escravo da ilusão) ou sucumbir ao medo (o que significará ser escravo do terror) ou se ser salvo por alguém com um pára-quedas. Assim são as coisas neste mundo. À parte de Cristo, estamos sujeitos à escravidão a vida toda pelo medo da morte.

Extraído do livro Graça Futura (Capítulo 29), de Jonh Piper
Recomendo a todos a leitura deste livro!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Um diagnóstico confiável

"Nosso verdadeiro estado moral e espiritual só pode ser revelado pelo Espírito e pela Palavra."
(A. W. Tozer)


A Bíblia nos adverte que o coração do homem é enganoso ao extremo (Jr. 17:9). Sendo assim, não é seguro confiar nos ditames do coração ou seguir a sua vontade. É muito perigoso ouvir os sussurros que o nosso coração emite, pois ele não é uma fonte confiável. E quando o crente começa a avaliar a sua condição moral/espiritual conforme os parâmetros do coração, as conclusões não serão realistas e verdadeiras.

Nossa verdadeira condição espiritual só pode ser diagnosticada precisamente com o auxílio do Espírito Santo, que sonda os nossos corações. É Ele quem discerne as intenções e motivações que estão abaixo da superfície do coração humano. No Salmo 26:2, o salmista faz um pedido que engloba seu homem interior: "Examina-me, SENHOR, e prova-me; sonda-me o coração e os pensamentos." Este texto confirma que somente o Espírito do Senhor pode realizar um exame acurado a nosso respeito. As pessoas ao nosso redor possuem apenas impressões sobre nós, mas quem nos conhece profundamente é o Senhor. É possível manter uma aparência espiritual diante das pessoas, mas não há como ser hipócrita diante do nosso Deus, pois Ele sonda o nosso interior e conhece tudo sobre nós.

Além disso, nossa verdadeira condição espiritual é demonstrada pelo julgamento que vem das Escrituras. A Palavra de Deus é mais cortante que qualquer espada afiada dos dois lados e por isso penetra em nosso coração. Sua autoridade nos mostra que não existem relativos e que o padrão absoluto é a santidade de Deus. Quando estudamos a Palavra com humildade e santo temor, somos confrontados constantemente. As Escrituras servem como um prumo que aponta as nossas imperfeições e as medidas necessárias para saná-las com o auxílio do Espírito de Deus. Sendo assim, não podemos julgar nossa condição espiritual ou moral pelas opiniões ou sugestões deste mundo em que vivemos, ou pelas respostas imediatistas do homem moderno. A condição verdadeira do nosso coração é revelada pela Palavra, que nos mostra como viver e agradar a Deus.

Concluindo, não há como viver de modo agradável a Deus sem passar pelo diagnóstico que é feito pelo Espírito de Deus mediante a Sua Palavra. Não temos condições de sondar nossos corações e obter um resultado confiável, por isso dependemos inteiramente da ação do Espírito Santo e do respaldo bíblico.

MARCOS AURÉLIO DE MELO
BREVE MEDITAÇÃO BÍBLICA

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

DECADÊNCIA ESPIRITUAL

TEXTO BÍBLICO: II SAMUEL 15: 1-23

“A crise financeira um dia chega” – é o que dizem os especialistas em economia. Em 2008, quando a crise econômica afetou os EUA, muitos analistas de mercado disseram que os efeitos seriam catastróficos em muitos países. No Brasil, a crise financeira não foi apenas uma “marolinha”. É necessário que os economistas acompanhem constantemente os dados da bolsa de valores e a cotação do dólar para averiguar possíveis sinais de declínio da economia.
No texto bíblico em epígrafe, a crise não era financeira, pois o poderio econômico do reino de Davi era fantástico. Esta crise tinha um caráter político e familiar. Absalão, o terceiro filho de Davi, moveu uma conspiração para tomar o trono do seu pai. Os sinais de decadência espiritual na vida de Davi se mostraram evidentes diante da crise que se instalou. Vamos analisar alguns sinais que demonstram o declínio espiritual do rei Davi, e checar se alguns destes sinais se mostram também em nosso viver.

Em meio à crise, Davi demonstrou alguns sinais de decadência espiritual

Com base neste texto, que sinais demonstram decadência espiritual na vida de Davi em meio à crise?

1º sinal) O TEMOR DIANTE DA PRESSÃO HUMANA (Vv. 13,14)
Davi se mostrou temeroso e inseguro diante do golpe de Estado que sofreu do próprio filho Absalão. O rei Davi, que já tinha vencido inúmeras batalhas, agora mostra o seu lado “covarde” diante da multidão que vinha contra Jerusalém. Uma leitura superficial do texto aponta para certa prudência do rei que não desejava sangue derramado dentro da cidade. Mas não é isso que prevalece no texto. Davi está totalmente vencido pelo medo. O rei que guerreou várias vezes contra os filisteus e liderou pelejas memoráveis passou a “pensar com as pernas”, porque se deixou atemorizar pela pressão dos opositores.
A situação do apóstolo Paulo serve como uma ilustração adequada. Na igreja de Corinto ele sofreu forte oposição e foi muitas vezes desprezado. Se Paulo tivesse escolhido a “neutralidade” diante das pressões que sofreu, ele não teria confrontado o pecado como fez em I Cor. 5: 1-5. Ele exortou aqueles irmãos no poder do Espírito e sem nenhuma vanglória pessoal. Diante de muitos que questionaram sua autoridade apostólica, o apóstolo Paulo mostrou-se firme na segunda carta que escreveu aos crentes de Corinto (II Cor. 10 e 11). Também podemos observar outros exemplos bíblicos que são verdadeiras demonstrações de coragem, como Daniel e Estevão.
O crente não deve ser governado pelo temor dos homens (Pv. 29:25). Nossas atitudes devem ser movidas pela coragem que as promessas bíblicas nos outorgam. Os homens muitas vezes exercem papel determinante em nosso comportamento porque ficamos fragilizados diante da pressão sofrida. As pessoas podem nos expor e humilhar, ou podem nos rejeitar, ridicularizar ou desprezar. Mas nenhuma delas pode nos fazer nenhum mal que esteja fora do propósito de Deus, e que seja para o nosso fortalecimento espiritual. O salmista Davi escreveu grandes declarações de confiança em Deus, por exemplo: "Em me vindo o temor, hei de confiar em ti. Em Deus, cuja palavra eu exalto, neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer um mortal?" (Sl. 56: 4-5).
Muitos cristãos estão em completa decadência porque ainda não se valeram dos recursos da Palavra de Deus para vencer a pressão humana. Alguns jovens crentes se deixam levar pela “opinião da turma”, e se envolvem em atividades reprováveis pela Palavra de Deus, somente para não sofrer nenhum tipo de rejeição. Ademais, novas leis estão sendo discutidas no Congresso Nacional. Qual a será a nossa reação diante da possível legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo? Os legisladores querem colocar uma mordaça para que não haja nenhum tipo de discriminação quanto à opção sexual. Mas não podemos ficar calados diante de tal afronta ao Evangelho. “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (Atos 5:29).

2º sinal) A INCERTEZA DIANTE DA CONDIÇÃO FUTURA (Vv. 19,20)
Davi demonstra que estava inseguro quanto ao seu destino. Seu lema naquele momento era: “Não me siga: estou perdido!” Ele não se mostrou resoluto porque seu coração passou a duvidar da direção que Deus tinha para sua vida a partir dali.
Nenhum de nós pode conhecer o que o futuro nos reserva. Mas é imprescindível que o crente tenha plena convicção de que seu futuro está sob o controle soberano de Deus. “Não conhecemos o que o futuro nos reserva, mas conhecemos quem dirige o futuro” (Willis J. Ray). Não há nada mais angustiante do que viver temeroso quanto ao dia de amanhã, mas para o cristão a confiança na provisão de Deus assegura paz perfeita e completa. Momentos de dúvida podem surgir, mas não devem dominar o crente a ponto de desviar o seu olhar de Cristo (Hb 12:2 – “olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus”).
É necessário tomar decisões e realizar planejamento, mas é fundamental depositar esperança no Soberano Senhor. O crente que vive angustiado quanto ao dia de amanhã com certeza está em decadência espiritual. Esta angústia indica que a sua esperança não está firmada em Deus. Além disso, tal incerteza vai gerar a ansiedade que foi duramente reprovada por Jesus em Mateus 6: 25-34. É melhor confiar na vontade soberana de Deus e descansar em Seu poder. A letra de um hino antigo expressa de forma singular qual deve ser a expectavia do cristão:

As tuas mãos dirigem meu destino
Acasos para mim não haverá
O grande Pai vigia o meu caminho
E sem motivo não me afligirá
(HINO C.C. 350 – Direção Divina)

A vida sem metas é um verdadeiro caos. Muitos crentes vivem sem expectativa nenhuma e isto demonstra uma profunda decadência espiritual. Devemos agir como o apóstolo Paulo: “mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fl. 3: 13-14). A essência do viver cristão se baseia nas promessas de Deus que são orientadas para o futuro.

3º sinal) A APATIA DIANTE DO PAPEL DE LIDERANÇA (Vv. 15)
O povo até o respeitava como líder, mas Davi estava tão apático diante daquela circunstância que não exerceu como deveria seu papel de liderança. Suas energias foram minadas pela insegurança em seu coração e por isso não conseguiu liderar efetivamente. Absalão já estava aprontando sua conspiração no mínimo há quatro anos (2 Sm. 15: 7), porém Davi não deu a devida importância aos fatos. Sua liderança como pai e como rei não foi competente e eficaz e por causa disso o jovem rebelde Absalão foi ganhando terreno dentro do reino.
Aqui surge um alerta para os homens cristãos. Deus deu a homem o papel de líder dentro do lar (1 Co 11:3). Mas esta liderança não se traduz em autoritarismo ou em um regime de ditadura. O homem deve exercer esta liderança em relação à esposa com o mesmo amor que Cristo demonstrou para com a igreja. O princípio para que o homem seja o cabeça da mulher é endossado pela ilustração permanente da ordem da criação (primeiro o homem; depois a mulher). Sendo assim, os homens crentes que não exercem seu papel de liderança efetiva dentro de seus lares estão em decadência espiritual. Somos responsáveis diante de Deus pelas pessoas que ele nos confiou e Deus vai cobrar de cada um de nós se exercemos fielmente a liderança em nossas famílias. Note que um dos requisitos para o desempenho de liderança na igreja é “governar bem a própria casa”, de acordo com 2Tm. 3:4-5.
Outro rei famoso que não assumiu o seu papel de líder foi Acabe. Sua mulher Jezabel tomou as rédeas e deu as cartas no reino. Acabe se tornou um fantoche nas mãos de sua esposa e o seu reinado foi um dos mais ímpios que se tem notícia. Todas as vezes que o homem não exerce efetivamente o seu papel de liderança, os prejuízos são contabilizados. A bênção de Deus não repousa sobre um lar onde os papéis estão invertidos ou não estão sendo exercidos devidamente. Este ambiente é propício para a rebeldia dos filhos que não reconhecem a autoridade dos pais. Por isso é de fundamental importância que haja disciplina desde a infância para que os filhos aprendam o valor da liderança paterna. Foi o que não aconteceu na vida familiar do sacerdote Eli. Seus filhos (Ofni e Finéias) faziam o que era mau aos olhos do Senhor, mas a fraca repreensão de Eli não surtiu nenhum efeito (1 Sm. 2:22-25; 29). A decadência espiritual sobreveio sobre a casa do sacerdote Eli, e ao final de tudo seus filhos foram mortos pelos filisteus, como consequência de uma liderança mal empreendida.


MARCOS AURÉLIO DE MELO
ESTUDOS NO LIVRO DE II SAMUEL

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O sentido da vida

Você já parou para pensar qual o verdadeiro sentido da vida? Qual o real propósito de vivermos neste mundo? Esta pergunta já foi feita por muitos filósofos, que apresentaram respostas falsas e incoerentes. Mas qual é a resposta bíblica para esta questão que deixa muitas pessoas confusas. Afinal, por que estamos neste mundo? Qual o propósito da vida?

As pessoas estão inquietas, procurando de todas as formas encontrar o verdadeiro sentido da vida. E encontram respostas superficiais, que não são confiáveis, porque se baseiam no pensamento humano. E quando não encontram respostas, alguns preferem dar fim à própria vida e outros preferem aproveitar a vida sem se importar com as conseqüências. Muitos pensam que o sentido da vida está no sucesso ou no dinheiro, e descobrem que mesmo com a conta bancária cheia de dinheiro ainda assim precisam encontrar sentido em suas vidas.

O verdadeiro sentido da vida está em conhecer a Deus e viver para a Sua glória. É importante saber que a vida não faz o menor sentido se Deus não estiver presente. Dentro do homem existe um vazio que só pode ser completamente preenchido pela graça de Deus e somente esta graça dá verdadeiro sentido e propósito à vida do homem. O rei Salomão se questionou muitas vezes sobre o sentido da vida. Ele escreveu o livro de Eclesiastes que mostra suas dúvidas sobre o propósito de viver neste mundo. Mas no final do seu livro o rei Salomão conclui dizendo: “De tudo o que se tem ouvido, o resumo é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem.” Ou seja, sem Deus a vida não faz o menor sentido e por isso todo homem deve temer a Deus e guardar os seus mandamentos. Em outras palavras o homem deve conhecer a Deus e viver para a sua Glória. Mas conhecer a Deus só é possível por meio de Jesus Cristo – que pagou o preço para termos acesso a Deus.

Além disso, temos que entender que o homem não existe por acaso e quando esta vida acabar virá a eternidade. A pergunta sobre o sentido da vida é muito importante e não pode ser ignorada, pois temos somente uma única vida. Quando nosso tempo se acabar neste mundo, nossa carreira aqui terá terminado definitivamente. No entanto, nossa existência continuará no porvir. E então Deus, o nosso Criador, nos pedirá conta de nossa vida terrena. Para cada ser humano existe a possibilidade de colocar um fim à falta de sentido de sua vida e iniciar um relacionamento com Jesus Cristo. Ele faz o convite: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei" (Mateus 11:28) "Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância" (João 10:10). "O que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora" (João 6:37).

Você já parou pra pensar no sentido da sua vida? Então hoje é o dia de começar a entender o sentido real da vida, ao lado de Jesus Cristo. Não tente achar o sentido para a sua vida em coisas passageiras e terreais. Busque a Cristo e Ele o encontrará. Como o Supremo Pastor prometeu, Ele nos guiará pelos vales ou montes e com certeza não faltará propósito em nosso viver.

MARCOS AURÉLIO DE MELO
MEDITAÇÃO BÍBLICA
PROGRAMA VIVA COM CRISTO

sábado, 30 de outubro de 2010

Vícios: uma abordagem bíblica

Apresento a todos que acompanham este blog, uma ligeira abordagem bíblica sobre vícios, baseada no livro de Edward T. Welch "Vícios: um banquete no túmulo". Espero que traga esclarecimentos a todos. Aproveitem também para compartilhar com outras pessoas, afinal esta é a proposta deste blog.



MARCOS AURÉLIO DE MELO
ESTUDO PARA UNIÃO DE JOVENS
IBR JARDIM AMAZONAS

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Somente os pecadores

Você já parou para pensar por que Jesus falou que não veio chamar justos ao arrependimento? A ideia mais comum é que Deus vai salvar apenas aqueles que foram justos toda a sua vida. Mas será que esta ideia encontra apoio nas Escrituras?

Em Mateus 9:13, está registrado que Jesus Cristo disse assim: “...não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento.” Ao ler um trecho da Bíblia é sempre muito importante observar o contexto. Jesus dirigiu estas palavras aos religiosos daquela época que se achavam pessoas muito boas, que não cometiam pecados e que andavam rigorosamente na linha. Os fariseus eram muito orgulhosos de suas atitudes. Eles demonstravam atitudes de caridade, mas o coração estava sujo pelo pecado. Eles também agiam com a intenção de serem bem vistos por outros e nunca admitiam qualquer repreensão. Na verdade, eles se achavam justos demais e bons o suficiente.
Quando Jesus disse que não veio chamar pessoas “justas” ao arrependimento, ele estava se referindo às pessoas que se acham justas. Na verdade ninguém é justo diante de Deus, como está escrito em Romanos 3:10-12: “Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.” Jesus não veio chamar quem se acha “justo” porque estas pessoas não estão interessadas em arrependimento. Jesus veio chamar pecadores ao arrependimento, porque só aqueles que reconhecem que são pecadores estão qualificados para receber a Graça de Deus em suas vidas. Os justos não precisam de arrependimento, porque já se “acham” bons demais diante de Deus. Os que não estão doentes não precisam de médico! Mas são os pecadores que reconhecem a sua doença chamada “pecado” e correm para o Médico dos médicos. Com estas palavras Jesus estava mostrando que o problema do coração humano é o pecado, mas os religiosos não querem reconhecer isto de forma alguma.
Agora eu gostaria de fazer algumas perguntas que são muito importantes. Você reconhece a grave doença que há no seu coração, chamada PECADO? Você entende que diante de Deus é um pecador e que precisa de Cristo como Médico de sua alma ou você acha que é justo e não precisa ser perdoado? A Bíblia afirma que o nosso diagnóstico não é nada bom, e por isso todos nós precisamos do médico. O problema é que muitas pessoas acham que não estão doentes e passam a vida toda pensando que não precisam de médico. A verdade bíblica é que Jesus não veio chamar as pessoas que se acham justas. Jesus veio chamar pecadores ao arrependimento, porque sem arrependimento não há salvação. E somente pela fé você deve reconhecer que está doente espiritualmente e confessar a Cristo como Salvador pessoal, entregando hoje mesmo a sua vida a Ele.
Não faça como os religiosos fariseus que se achavam justos e também não espere melhorar o seu comportamento para depois reconhecer que precisa de Cristo em sua vida. Reconheça que precisa do médico hoje mesmo e que somente Jesus vai ajudá-lo a ser uma nova criatura para a Glória de Deus.

MARCOS AURÉLIO DE MELO
MEDITAÇÃO BÍBLICA
PROGRAMA DE RÁDIO VIVA COM CRISTO

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Verdades espirituais sobre o resgate


Nesta semana as redes de televisão do mundo inteiro voltaram a atenção para o Chile, na mina onde aqueles trinta e três homens ficaram presos numa profundidade de quase 700 metros ao longo de 69 dias. Realmente, foi uma situação muito delicada e envolveu a atenção de várias pessoas para resgatar os mineiros. Devemos agradecer a Deus porque este livramento mostra que o Senhor é bom e a Sua misericórdia dura para sempre. Em meio à tragédia, a graça de Deus se mostrou maravilhosa. Mas a situação angustiante dos mineiros chilenos naquele local profundo e escuro, serve para ilustrar algumas verdades espirituais muito importantes.

Em primeiro lugar, os mineiros estavam separados dos seus familiares e pessoas queridas. Este separação foi causada por causa do desmoronamento de toneladas de terra que fecharam a saída da mina. Da mesma forma, todos nós nascemos pecadores e por isso estamos separados de Deus. Por causa do pecado de Adão, cometido no jardim do Éden, somos considerados culpados diante de Deus, que é santo e não pode contemplar o mal. Esta é a situação do homem sem Cristo: ele está separado de Deus, na escuridão e totalmente sem esperança.

Em segundo lugar, os mineiros dependiam totalmente da ajuda externa para sair daquele local. Seus esforços seriam em vão porque não havia como chegar até a superfície se o socorro não viesse de fora. Assim também nós não temos condição nenhuma de sair do poço profundo em que estamos. Existe uma barreira entre nós e Deus que não pode ser rompida por meio das boas-obras ou através da religião. Por isso é necessário depender exclusivamente do socorro providenciado por Deus. A boa notícia é que Cristo veio nos resgatar. Ele desceu a este mundo, para tirar-nos do poço da perdição e nos transportar para o seu reino. O Senhor Jesus veio para buscar e salvar o que estava perdido. Por causa da morte e ressurreição de Cristo, o homem pode erguer sua voz em gratidão e desfrutar do perdão de Deus.

E em último lugar, houve muita alegria quando os mineiros saíram das profundezas e retornaram para a superfície. Os mineiros foram recebidos com festa e cada um agradecia do seu jeito. A Bíblia diz que há muita alegria nos céus quando um pecador se arrepende, porque uma alma que foi salva da condenação do pecado é motivo para grande festa. O filho pródigo que voltou para a casa do seu Pai foi recebido com júbilo, e assim também acontece com um pecador que sai das trevas para a maravilhosa luz de Cristo. A alegria da salvação não se compara a nenhuma falsa alegria que este mundo possa oferecer. Não há nada que traga mais regozijo ao coração de um pecador do que saber que foi resgatado unicamente por meio da graça de Deus.

PENSAMENTO:
A cápsula que me resgatou das profundezas não se chamava "Fênix". Ela tem um nome muito precioso. Seu nome é "Graça"!

MARCOS AURÉLIO DE MELO


MEDIDAS PREVENTIVAS

TEXTO BÍBLICO: 2 SAMUEL 13: 1-15

Alguns ditados populares bem conhecidos são ensinos preciosos e verdadeiros. Por exemplo: “Prevenir é melhor do que remediar” e “Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.” Estes dois ditados querem ensinar que a vantagem é maior quando certas precauções são tomadas antes de alguma ação. O que move o mercado de seguros de automóveis é justamente a garantia de algumas vantagens no caso de algum acidente, porque a precaução evita prejuízos futuros.
Muitos benefícios são alcançados quando certas medidas preventivas são adotadas. Principalmente com relação à saúde alguns exames preventivos são essenciais para homens e mulheres. É interessante notar que várias leis cerimoniais no livro de Levítico foram elaboradas por Deus com o intuito de prevenir doenças que poderiam surgir no meio do povo. Com certeza é sempre melhor prevenir do que tratar uma doença.
Todo dia nós lutamos contra o pecado em nossas vidas (Hb. 12:4) e, se algumas medidas preventivas não forem adotadas, certamente cairemos. Nós não pecamos por obrigação; pecamos porque queremos pecar. Por conta da vontade do velho homem que habita em nós enfrentamos lutas diárias contra o pecado. Em Genêsis 4:7, lemos: “O pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.” Ou seja, para que o pecado não tenha domínio sobre nós é importante prevenir! O crente que não toma certas medidas preventivas na luta contra o pecado abre brechas em sua vida e fica vulnerável.

“O crente deve tomar algumas medidas preventivas na luta contra o pecado”
Que medidas preventivas o crente deve tomar na luta contra o pecado?


1 – Sempre diagnosticar o sentimentalismo vazio (Vs 1-2; 15)
Neste texto, podemos observar que Amnom estava totalmente vendido aos próprios sentimentos. Ele nem sequer estava se alimentando direito por causa dos fortes sentimentos em relação a sua meia-irmã Tamar. A paixão o cegou totalmente e Amnom se tornou um escravo dos desejos provenientes da falsa noção de amor. O sentimentalismo vazio foi a mola propulsora em direção ao pecado de incesto.
Deus nos fez com sentimentos e emoções, mas não para sermos dominados por eles. É importantíssimo que o crente saiba que os sentimentos fazem parte da música, mas não devem reger a orquestra. Devemos cultivar sentimentos que estão alinhados com princípios das Escrituras. As verdades bíblicas devem ser o alicerce sobre o qual os sentimentos corretos encontram sustentação. Mas quando os sentimentos vazios são a locomotiva de nossas vidas nos tornamos muito vulneráveis. Foi o que aconteceu com o profeta Jonas diante da cidade de Nínive reclamando por causa de uma planta. Os sentimentos do profeta denunciaram o problema mais profundo que estava no coração – falta de perdão e misericórdia para com os ninivitas.
Nós temos um coração enganoso que não produz sentimentos corretos (Jr. 17:9). Por conta disso, a noção de amor correta deve nascer do conhecimento da Palavra de Deus e não dos ditames do nosso coração. O amor recomendado na Bíblia não é o amor-sentimento, mas o amor-vontade, uma decisão tomada deliberadamente. Em cada novo dia precisamos orar como Davi no Salmo 139: 23-24, dependendo exclusivamente da graça divina para que possamos diagnosticar sentimentos ou pensamentos em desacordo com a vontade do Senhor.
Muitos cristãos estão perdidos em meio aos sentimentos vazios e não querem admitir isso. Preferem viver frustrados a reconhecer que os sentimentos incorretos estragam a vitalidade cristã. Em diversas situações, os sentimentos feridos são colocados em evidência e são determinantes para agir pecaminosamente.

2 – Sempre ouvir o conselho de pessoas piedosas (Vs. 3-5)
A Bíblia diz que Jonadabe era homem muito sagaz. A palavra “sagacidade” significa: uma astúcia enganosa ou fraudulenta; esperteza movida por interesses mesquinhos. Amnon foi tomar conselhos com alguém que “não era flor que se cheire.” Jonadabe não era uma pessoa piedosa ou temente a Deus. Seu conselho foi mais um incentivo ao pecado e não tinha nada de proveitoso. Ele sugeriu que Amnom usasse artifícios pecaminosos (mentiras, fingimento, engano) para conseguir o que tanto desejava.
Nem sempre uma pessoa que se interessa em nos ajudar tem o conselho correto. Na luta contra o pecado, boas intenções não são suficientes. Muitas filosofias e pensamentos humanistas invadiram as igrejas como uma enxurrada. Por isso é fundamental buscar o conselho de pessoas piedosas que podem oferecer soluções bíblicas. A Bíblia considera uma enorme insensatez não buscar conselhos (Pv. 12:15), mas é fundamental que os conselheiros sejam homens ou mulheres tementes a Deus (Pv. 12:5). A. W. Tozer nos adverte: “Nunca ouça um homem que não ouve a Deus.” Se seguirmos tal advertência evitaremos muitas dores de cabeça.
Deus utiliza os seus servos para aconselhar sabiamente. Aqueles que possuem o dom de exortação são os mais capacitados para esta tarefa, porém todo crente piedoso pode ser um instrumento na edificação de alguém que precisa de conselhos. É um ministério que exige profunda submissão “ao que Deus diz” e não “ao que eu acho”, por isso somente pessoas submissas à autoridade bíblica podem oferecer a ajuda correta.
De quem você tem buscado conselhos? Não busque o conselho de pessoas que desprezam os princípios bíblicos e se baseiam nas filosofias humanas. É importante ter amigos piedosos nos quais podemos confiar quando necessitamos de conselho. Mas não podemos confiar em pessoas que falam coisas agradáveis apenas para agradar. Aqueles que verdadeiramente nos amam devem falar a verdade e nos alertar sobre os perigos do pecado que tenazmente nos assedia.

3 – Sempre manter a consciência sensível à Palavra de Deus (Vs. 6; 9; 11, 14)
Amnom era o filho primogênito de Davi e com certeza foi instruído desde cedo nos princípios concernentes aos relacionamentos familiares. Em Levítico 18:6 e 9, lemos que era proibido qualquer união entre pessoas da mesma família. A maldição contra este pecado é reforçada em Dt. 27:22: “Maldito aquele que se deitar com sua irmã, filha de seu pai, ou filha de sua mãe. E todo o povo dirá: Amém.” A lei do Senhor foi exposta para Amnom, mas ele resolveu negligenciar os ensinamentos da Torá. Neste episódio, Amnom escolheu o caminho do homem, não o caminho de Deus. Apesar das recusas de Tamar, o jovem Amnom não quis retroceder.
A consciência de Amnom foi sendo cauterizada e se tornou insensível ao longo do tempo. Por causa disso, a sugestão de Jonadabe se mostrou tão atrativa e os sentimentos falaram tão alto. Quando a consciência se torna cauterizada é porque houve um processo gradual de endurecimento. Isto não acontece de repente. As pequenas negligências aos princípios da Palavra de Deus vão se acumulando lentamente e as conseqüências são terríveis. Podemos lembrar de Sansão. Apesar de ser um nazireu, ele foi abrindo concessões em sua vida e a sua consciência chegou a ficar cauterizada. Seu fim foi trágico: ele teve os olhos vazados e morreu soterrado.
Como servos do Senhor, precisamos manter a consciência sempre sensível aos padrões divinos. O nosso Deus já nos mostrou o que Ele requer de nós para vivermos de modo agradável. Para termos uma consciência sensível devemos “meditar de dia e de noite” na Lei do Senhor.
Thomas Brooks escreveu que “a consciência é o pregador de Deus em nosso íntimo.” E para que não sejamos iludidos pelo engano do pecado a nossa consciência deve estar encharcada com os princípios bíblicos. Paulo alertou o jovem pastor Timóteo que não deixasse sua consciência ficar cauterizada: “mantendo fé e boa consciência, porquanto alguns, tendo rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé” (I Tm. 1:19) e para isso a meditação na Palavra de Deus seria fundamental: “medita nestas coisas e nelas sê diligente, para que o teu progresso a todos seja manifesto” (I Tm. 4:15).
Nós devemos cultivar a sensibilidade na consciência para que o cheiro do pecado nos deixe em estado de alerta. Qualquer sinal de perigo só será reconhecido se a consciência estiver sensível. Assim como Martinho Lutero escreveu, o nosso lema deve ser: “a minha consciência é escrava da Palavra de Deus”.

MARCOS AURÉLIO DE MELO
ESTUDOS NO LIVRO DE II SAMUEL

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Aceitar ou rejeitar a mensagem do Evangelho

Por que alguém ouve repetidas vezes a mensagem do Evangelho e não se converte a Cristo? Com certeza, o problema não está no Evangelho, porque a Bíblia diz que ele é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. Quando há a pregação honesta do Evangelho, sem acrescentar e nem diminuir nada, não podemos suspeitar que o Evangelho tenha algum defeito ou deficiência, porque ele mostra o plano perfeito de Deus para a redenção de pecadores. As boas-novas de salvação através da morte de Cristo é a mensagem direta de Deus para todos nós.

A Bíblia nos apresenta algumas razões porque alguém ouve o Evangelho, mas rejeita e não se arrepende. Em João 6:44, Jesus Cristo falou assim: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer”. Ou seja, é fundamental a ação soberana de Deus em trazer pecadores aos pés de Cristo. Ninguém pode ouvir o Evangelho e se arrepender se não houver uma intervenção do Espírito Santo de Deus. É um ensino claro nas Escrituras, e mostra que a graça de Deus é derramada sobre as pessoas que Ele escolhe por uma razão que nós nunca saberemos explicar. Todos nós somos pecadores, e precisamos da graça de Deus; mas é o Senhor quem molda o coração do homem para ficar sensível à mensagem do Evangelho. É a graça de Deus que regenera um homem e faz dele uma nova criatura.

A Bíblia fala também que o príncipe deste mundo, o Diabo, cegou o entendimento dos incrédulos para que a luz do Evangelho de Cristo não brilhe em seus corações. Muitos estão cegos e procurando encontrar alguma religião ou algum caminho para agradar a Deus. O problema é que cegos não podem enxergar nada; é necessário que Cristo abra os seus olhos espirituais para que possam contemplar a beleza do Evangelho e compreender as Boas-Novas de salvação. E é somente pela ação do Espírito de Deus que alguém pode enxergar perfeitamente a mensagem da cruz, se arrepender dos seus pecados e render-se a Cristo.

Mas todas estas verdades não tiram do homem a responsabilidade de responder à mensagem do Evangelho que ouviu. A verdade bíblica sobre a salvação é muito preciosa, porque o Evangelho custou o sangue do próprio filho de Deus. O homem é pecador desde o seu nascimento e possui uma dívida muito grande diante de Deus, mas a mensagem do Evangelho é que Cristo já pagou esta dívida. Sendo assim, rejeitar a mensagem do Evangelho é desprezar o plano perfeito de Deus para a redenção de pecadores. E quem rejeita será considerado culpado e terá que pagar a dívida do seu pecado por toda a eternidade.

Então, se você já conhece a mensagem do Evangelho e nunca se arrependeu verdadeiramente, clame ao Senhor para que o Espírito Santo transforme este coração de pedra em um coração de carne. Lembre-se que ninguém pode chegar-se a Deus por si mesmo. É necessário que haja uma regeneração no coração, mas isto não exclui a sua responsabilidade diante do Senhor. Jesus disse algo muito importante que resume bem as verdades aqui expostas: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem" (João 10:27).

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Não desperdice a sua vida

TEXTO-BÍBLICO: II SAMUEL 23: 1-7
No final de cada ano é comum as redes de televisão transmitirem a famosa retrospectiva. Este programa tem como objetivo repassar em poucos minutos o que aconteceu de mais importante ao longo do ano, bem como os fatos e personagens que foram destaque no meio jornalístico. Quando se trata de retrospectiva é muito importante fazer uma análise apropriada dos fatos. É importante que o crente também faça uma retrospectiva, não apenas no final do ano ou quando se aproxima o fim da vida num leito de hospital.

As últimas palavras de alguém sempre ficam marcadas na memória de parentes e pessoas próximas. Neste texto, o rei Davi já está bem velho e logo passará o cetro de rei para o filho Salomão. Suas últimas palavras estão carregadas de emoção, mas ao mesmo tempo, estão cheias de certeza. Podemos dizer que Davi viveu intensamente e sua biografia não caberia em poucos minutos de uma retrospectiva na televisão. Mas o importante em tudo isso é saber que Davi não desperdiçou a sua vida, como ele mesmo afirma com as palavras deste texto. Sendo assim, eu gostaria de afirmar e provar a seguinte proposição:

“Algumas certezas confirmam que a nossa vida não foi desperdiçada”

De acordo com este texto, que certezas confirmam que a nossa vida não foi desperdiçada?

1 – A plena certeza de ter sido usado por Deus (Vs. 1,2)

Davi foi levantado por Deus para ser o rei de Israel (Salmo 78:70,71). O Senhor ordenou que Davi fosse ungido por Samuel (I Sm. 10:1) para esta tarefa tão importante. Além disso, a maioria dos salmos cantados em Israel era de autoria de Davi. Além disso, o rei Davi tinha certeza de que o Espírito do Senhor trabalhava por meio dele (dependência). Todos estes fatos comprovam que ele foi muito usado por Deus enquanto viveu.

O crente que não tem certeza de que está sendo usado por Deus está desperdiçando a sua vida com inúmeras futilidades ou banalidades. A Bíblia em algumas passagens afirma que nós somos “vasos”, mas não “vasos de enfeite”. Os vasos descritos na Bíblia são vasos úteis para algum serviço. Por exemplo, em 2Tm. 2:21 está bem claro que devemos ser “utensílios para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparados para toda boa obra.” Timóteo, um jovem pastor, deveria estar bem ciente que no serviço do Senhor não poderia cruzar os braços.

Mas muitos crentes já terceirizaram o serviço do Senhor e se tornaram meros espectadores. Isto é um grave problema no meio do povo de Deus, pois mostra que muitos estão desperdiçando suas vidas deixando de servir ao Senhor. Esta falta de compromisso que se percebe no meio da igreja denota a superficialidade com que encaramos o serviço ao Senhor. Um crente acomodado afronta ao Senhor, que o comprou com alto preço. Não estou falando de ativismo, pois o ativismo é tão perigoso quanto a falta de compromisso. Mas o crente que não deseja desperdiçar a sua vida precisa dedicar-se diariamente para ser usado pelo Senhor, servindo na dependência do Espírito.

Você tem plena certeza que está sendo usado por Deus no seu dia-a-dia? De que forma Deus já usou você nesta semana? Como você serve ao Senhor com os dons que recebeu? Para o crente genuíno, não deve existir nada mais satisfatório do que ser usado por Deus e para a glória de Deus. Nós pertencemos a Deus duplamente: fomos criados e comprados por Ele. Sendo assim temos que viver com o seguinte pensamento: “Só uma vida, e logo passará; só o que é feito para Cristo durará.”

2 – A plena certeza de ter sido moldado por Deus (Vs. 3,4)

Davi aprendeu a governar com justiça o povo de Israel e a estabelecer a retidão porque foi moldado por Deus ao longo de sua vida. O rei Davi dominou o povo no temor de Deus, ou seja, ele tinha plena convicção de que sem temer a Deus seria impossível reinar eficientemente. Além disso, a metáfora no versículo 4 indica que alguém que está sendo moldado no “temor do Senhor” é como a luz de um dia ensolarado após uma forte chuva. A associação com Provérbios 4:18 é inevitável: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.”

Deus utiliza várias fases da vida para aperfeiçoar os seus servos e lapidá-los. Davi entrou na escola do temor a Deus bem jovem. Acostumado a pastorear ovelhas e lutar com feras selvagens, ele teve que encarar o gigante Golias depois de ter sido ungido por Samuel. Seu caráter foi pouco a pouco sendo moldado em meio aos vales e desertos que teve que atravessar quando fugia do rei Saul. Após cometer os pecados envolvendo adultério e homicídio, ele enfrentou a dura disciplina do Senhor e vários problemas sobrevieram a sua própria família. Tudo isso Deus usou para moldar o caráter deste homem.

A Bíblia nos conta a história de José que foi vendido pelos irmãos como escravo para o Egito. Naquele país pagão ele enfrentou revezes e inúmeros desafios. Mas ao chegar ao fim de sua vida, diante dos seus irmãos, ele faz uma retrospectiva e percebe que sua vida não foi desperdiçada porque Deus moldou o seu caráter (Gn. 50:18-21). Deus fez José entender que tudo que aconteceu com ele estava dentro dos perfeitos propósitos divinos.

Ao fazer uma retrospectiva o crente que não desperdiçou a sua vida tem plena certeza de que foi moldado por Deus ao longo da jornada. As arestas de autossuficiência e orgulho precisam ser retiradas, e Deus é especialista em tirá-las de seus filhos. Quando o nosso caráter está sendo moldado por Deus há muita dor envolvida, mas o resultado supera toda dor. O desejo de pecar precisa ser mortificado cada vez mais, e Deus utiliza meios que nos levam a uma mudança bíblica real.

Você olha para trás e percebe o quanto cresceu no “temor do Senhor”? Fazendo uma retrospectiva você consegue enxergar que “arestas” Deus retirou de sua vida? O objetivo do Senhor é nos conformar à perfeita imagem de Cristo (Rm. 8:29), como um Oleiro que molda o barro como lhe apraz (Jr. 18:4).

3 – A plena certeza de ter sido abençoado por Deus (Vs. 5)

Davi olha para trás e percebe o quanto Deus o abençoou. Ele não é cego diante de tantas bênçãos e se mostra totalmente satisfeito. A aliança do Senhor com Davi estava firmada e garantida em todos os aspectos – bem definida e segura. Com estas palavras, Davi reconhece que tudo em sua vida teve início com Deus. As bênçãos sem medida que este servo traz à sua memória estão alicerçadas em Deus somente e, consequentemente a sua esperança para o futuro também se firma em Deus.

Nós também fomos muito abençoados. A Bíblia nos diz que “Deus nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef. 1:3), e isto significa muito mais do que podemos imaginar. Quando olhamos para nossas vidas sem Cristo e notamos a maravilhosa graça de Deus que nos alcançou, precisamos dobrar nossos joelhos em adoração. Perceber o quanto temos sido abençoados por Deus deve encher os nossos corações de gratidão e modificar o modo como vivemos neste mundo. O cuidado de Deus direcionado aos seus filhos é além de qualquer expectativa, seja no passado, presente ou futuro. “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.” (Tiago 1:17).

Jesus espera que tenhamos “vida com abundância”, não uma vida desperdiçada! As bênçãos de Deus sobre o seu povo são abundantes e quem não tem olhos para enxergá-las está literalmente desperdiçando sua vida. Muitas pessoas preferem desconfiar de Deus e vivem na mediocridade dentro das igrejas, porque ainda não reconheceram que as bênçãos celestiais são muito mais importantes do que as bênçãos materiais.

Feliz é o homem que faz uma retrospectiva de sua vida e possui esta certeza em seu coração. Não podemos desperdiçar nossas vidas com futilidades ou viver resmungando pelos cantos, pois Deus tem nos abençoado muito além do que podemos imaginar ou merecer.

Estas certezas devem encher o nosso coração em cada novo dia, porque não sabemos nem dia ou hora que Deus nos chamará para Si. Viver baseado nestas certezas já é uma grande vitória e chegar ao fim da vida alicerçado nelas é vitória ainda maior. Não há nada mais ruim do que desperdiçar a vida com coisas banais. Seremos cobrados por tudo que Deus nos concedeu: tempo, dons, talentos. O apóstolo Paulo não desperdiçou a sua vida, pois ele “combateu o bom combate, completou a carreira e guardou a fé” (2 Tm. 4:7). Reflita sobre estas verdades e, acima de tudo, não desperdice a sua vida!


MARCOS AURÉLIO DE MELO
ESTUDOS NO LIVRO DE II SAMUEL

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Crescimento Espiritual

Como o crente pode perceber que está havendo crescimento espiritual em sua vida? Alguns podem pensar que estão crescendo espiritualmente porque conseguiram alcançar uma bênção material ou tiveram sucesso na sua vida financeira. Mas será que este pensamento encontra sustentação na Bíblia? O apóstolo Paulo escreveu que devemos desenvolver a nossa salvação que, em outras palavras, significa crescer em santificação e viver de modo digno do Evangelho. No entanto, o verdadeiro crescimento espiritual na vida do cristão é evidenciado por alguns fatores muito importantes .

O primeiro fator que eu quero comentar é que o crente que está no processo de crescimento espiritual deseja pecar cada vez menos. Ninguém peca por acidente. O problema principal de todo crente é o desejo de pecar arraigado no coração e que o leva a cometer muitos pecados. Este desejo está dentro do coração. Mas o crente que está amadurecendo dia após dia, no seu viver deseja pecar cada vez menos. É claro que nesta vida ele não conseguirá atingir o nível 100%, isto é, sem nenhum desejo de pecar, porque a sua velha natureza ainda persiste até o último dia de vida. E esta velha natureza sempre quer mostrar a sua força, mas o que vai evidenciar que o crente está avançando é este processo de querer pecar menos. Deus quer que seus filhos obedeçam a Sua Palavra, e isto é possível quando perdemos a vontade de desobedecer. Meu irmão, você está querendo pecar cada vez menos? Se a resposta for "sim", então, é uma forte evidência de crescimento espiritual.

O segundo fator que é importante para perceber se está havendo crescimento espiritual na vida de um crente é o modo como ele encara o sofrimento. Se as provações são encaradas como um fardo e só há murmuração e reclamação, isto é um indicativo de pouco ou nenhum crescimento espiritual. Muitos só desejam ser abençoados, e pensam que as bênçãos são evidências de crescimento, mas quando vem o sofrimento começam a reclamar diante de Deus. O amadurecimento na vida do crente é mais profundo e real em meio às tribulações e dificuldades. Paulo sofreu muito por causa de um espinho na carne e pediu livramento por três vezes, porém Deus disse: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (II Cor. 12:9). Ou seja, o crente precisa entender que Deus utiliza situações de fraqueza e de sofrimento para trazer aperfeiçoamento. E, além disso, Deus promete que o crente nunca vai passar por alguma situação que não possa suportar e que o Senhor ainda providenciará o livramento (I Cor. 10:13). Como você lida com o sofrimento em sua vida? Há espaço em seu viver para entender que Deus está aparando "arestas" por meio das dificuldades e lutas diárias? Se a resposta for "sim", esta é mais uma evidência de crescimento espiritual sadio que glorifica ao Senhor.

É importante lembrar que o crescimento espiritual na vida de uma pessoa só tem início quando ela nasce espiritualmente. O novo nascimento espiritual é o início de tudo. Ou seja, para uma pessoa começar a se desenvolver e amadurecer, primeiramente ela tem que nascer. É como um bebê, que ao longo da sua vida vai se fortalecendo e crescendo, até se tornar uma criança, um adolescente, um jovem e um adulto. Então, para você que ainda não está neste processo de crescimento espiritual, está faltando o essencial que é nascer de novo pela regeneração do Espírito Santo. A Bíblia nos fala que para iniciar este processo de crescimento que leva à maturidade, o homem precisa curvar-se diante da cruz e crer no sacrifício remidor de Cristo em favor do pecador. Somente assim tem-se início a jornada de amadurecimento gradual que nos conforma mais e mais à imagem do Filho unigênito do Pai.


MARCOS AURÉLIO DE MELO
MEDITAÇÃO PROGRAMA DE RÁDIO

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Fraude no serviço ao Senhor

Texto-Bíblico: II Sm. 6:1-11

Ilustração: Quem perde os documentos e depois de certo tempo aparece com o nome “sujo” no SERASA ou no SPC, foi vítima de uma fraude comum no Brasil. As fraudes já viraram rotina em muitas repartições públicas: “o que é certo passou a ser considerado errado, e o que é errado passou a ser considerado certo.” Muitas licitações e contratos são investigados pelos órgãos de controle do Governo na tentativa de encontrar as fraudes e punir os culpados.

Neste texto bíblico que lemos, nós também encontramos uma fraude. Não se trata de uma fraude no serviço público, mas uma fraude no serviço ao Senhor. Todos os personagens deste episódio estão diretamente envolvidos nesta fraude, que resultou na morte de Uzá ao tocar a arca da aliança. Então, observando este contexto, e levando em consideração os fatos registrados, eu afirmo que: EXISTEM CERTOS FATORES QUE COMPROVAM A FRAUDE NO SERVIÇO AO SENHOR. Veremos neste estudo alguns fatores que evidenciam e comprovam a fraude no serviço que prestamos ao Senhor.

1 – INICIATIVA SEM A DEVIDA ORIENTAÇÃO DO SENHOR (vs. 2)

Qualquer serviço deve iniciar com a orientação de Deus. Sem a orientação divina, não podemos alegar que estamos servindo a Deus. Por isso, a oração e o estudo sério das Escrituras é fundamental para termos a orientação necessária. O nosso Deus não nos negará orientação para que O sirvamos da maneira que O agrada. É fundamental que o crente busque a direção bíblica em todos os aspectos da vida – esta deve ser uma marca do servo fiel. O servo que deseja agradar ao senhor que o comprou não faz nada “da sua própria cabeça”, mas aguarda orientações do superior para agir. O servo que age deliberadamente da forma que acha melhor está querendo usurpar a função de senhor que não é dele.

Você já contratou alguém (um pedreiro ou uma empregada doméstica) que sempre fazia as coisas sem pedir a sua orientação? Como você reagiu? Com certeza, você não se agradou muito desta atitude. E se houve um prejuízo como resultado desta atitude imponderada, talvez esta pessoa nunca mais trabalhe para você. E por que nós queremos agir na obra de Deus sem buscar a orientação d’Ele? Movidos pela emoção do momento realizamos coisas que estão fora do propósito de Deus para nossas vidas e constatamos que agimos precipitadamente. Esta atitude se constitui numa tremenda fraude no serviço ao Senhor.


2 – EXECUÇÃO SEM A DEVIDA DEPENDÊNCIA DO SENHOR (vs. 3,4)

Além dos fins, Deus se importa também com os meios. Deus não aprova a falsa ideia de que "o importante é atingir o objetivo, independentemente de que meios sejam utilizados". Ele não ignora nossas tentativas de burlar o modo como servimos para adaptá-lo às nossas conveniências. Isto se constitui em fraude aos Seus olhos. Nós não devemos inventar meios alternativos para servir ao Senhor, porque Ele já estipulou quais os meios que devem ser utilizados para servi-Lo. Ele também já outorgou à Sua igreja dons específicos para cada membro do corpo. Estes dons espirituais são recursos indispensáveis para o bom desempenho do serviço ao Senhor. Ele nos mostra na Sua Palavra como devemos servir e o padrão aceitável é somente o que observamos nas Escrituras.

Como servos legítimos, precisamos depender somente dos recursos que Deus nos disponibiliza, para que o serviço seja agradável a Ele. Cristo afirmou aos seus discípulos que “nada poderá ser feito, se o ramo estiver desligado da videira”, pois esta relação de dependência dos recursos divinos é fundamental na execução de qualquer serviço no reino de Deus. Além disso, temos o recurso mais importante que é o Espírito Santo habitando em nós, e precisamos servir na dependência d'Ele. Precisamos recorrer sempre aos recursos inesgotáveis de Deus. Desprezar os recursos divinos é um fator que comprova a fraude no serviço ao Senhor.

Você tem usado os recursos disponibilizados por Deus para o Seu serviço ou está confiando nas suas próprias habilidades? Na verdade nós não temos alternativas, precisamos depender exclusivamente do nosso Deus. Lemos em Jeremias 9: 23-24 à “Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte, na sua força, nem o rico, nas suas riquezas;mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR.”


3 – CELEBRAÇÃO SEM A DEVIDA REVERÊNCIA AO SENHOR (vs. 5)

A euforia não serve de parâmetro para indicar que o serviço ao Senhor está sendo aprovado por Ele. Para Deus não há expressão de alegria genuína quando a fraude no serviço está evidente. Sorrisos largos no rosto e demonstrações de júbilo podem esconder muitos problemas por baixo do tapete de espiritualidade. Uma música do grupo Logos tem uma letra forte: “Olhando grandes servos do passado / E observando agora os nossos dias / Eu temo que tanta euforia / Se rompa no teste do amor / Até porque a alegria não é / O indicador verdadeiro da paz / Há sorridentes bebendo as próprias / Lágrimas do coração”. Ou seja, nenhuma manifestação de alegria é considerada legítima pelo Senhor quando não há reverência e santo temor. Deus é totalmente santo e Ele não pode contemplar o mal. Por isso, quando houver alegria extravasando pelos poros, misturada com a rebeldia às ordens de Deus, duvide desta alegria.

As emoções são importantes em nossas vidas, mas devem estar submissas à autoridade da Palavra de Deus. O Senhor quer que o sirvamos com alegria no coração, e que nos regozijemos sempre ao fazer a Sua Vontade. Porém, a fraude no serviço ao Senhor está presente ao nos alegrarmos mesmo em prejuízo de princípios revelados por Deus. Ele não quer ouvir o estrépito dos cânticos (Amós 5:21-24), antes de uma completa submissão aos seus mandamentos. A reverência não está nas catedrais góticas ou da Idade Média, está no dia a dia do cristão que dobra a cerviz em obediência ao Senhor. “Manifestando reverência, aprendemos obediência” (Matthew Henry) e “o temor reverente a Deus é a chave para a fidelidade em qualquer situação” (Alan Redpath).


A vida do crente não deve ser uma fraude e nem o serviço que o crente desempenha para o Senhor. Somos chamados a servir da maneira que agrada a Deus, sem burlar nada a favor de nossas conveniências. Deus se agrada quando buscamos Sua orientação ao iniciar, quando dependemos dos Seus recursos ao executar e quando celebramos com alegria verdadeira e reverência. Que sejamos servos fiéis ao Senhor quando iniciamos, executamos e celebramos por algum serviço na Sua obra. Se agirmos assim, com certeza vamos glorificar o Seu grandioso Nome.

MARCOS AURÉLIO DE MELO
ESTUDO NO LIVRO DE II SAMUEL

sábado, 18 de setembro de 2010

A reencarnação X O Evangelho

Por que a reencarnação é um ensino totalmente contrário ao Evangelho? Acho que este assunto nunca foi tratado aqui no blog, mas eu gostaria de apresentar alguns argumentos bíblicos para mostrar a você que a reencarnação é um ensino que não tem ligação nenhuma com o Evangelho de Cristo. Novelas, filmes e reportagens na televisão estão insistindo neste tema da reencarnação e muitas pessoas estão sendo enganadas. O "mito" que se formou em torno da pessoa de Chico Xavier, já rendeu milhões de dólares ao cinema nacional. Mas devemos ser cristãos bereanos, que analisam tudo de acordo com as Escrituras. Então, quais são as contradições da reencarnação em relação ao Evangelho?

Examinando a Bíblia não encontramos nenhum versículo bíblico em que apareça a palavra "reencarnação" ou o verbo “reencarnar”. A Bíblia sempre se refere à ressurreição, na qual os corpos de todos que morreram voltarão à vida para o juízo final. A reencarnação é um dos pontos fundamentais do Espiritismo e se baseia em várias religiões orientais, que afirmam que a alma do homem está sempre em evolução e precisa voltar novamente ao mundo para se aperfeiçoar.

No centro deste ensino sobre a reencarnação, os seguidores do espiritismo dizem que o homem deve praticar muitas boas obras e fazer caridades para conseguir a evolução da alma. Ou seja, a homem tem que alcançar estágios mais elevados baseando-se nos seus méritos. Para os que acreditam nesta evolução, Jesus foi apenas o espírito mais evoluído que passou pela terra. Nascer, morrer, renascer e progredir sempre, esta é a proposta da reencarnação. Agora, se você observar bem, se a reencarnação fosse verdadeira mesmo, depois de tanto aperfeiçoamento das pessoas reencarnadas este mundo em que vivemos deveria estar muito melhor. Mas parece que as pessoas estão se denegrindo cada vez mais porque não há progresso moral neste mundo.

Não encontramos nenhuma base nas Escrituras para a reencarnação, pois a Bíblia afirma no livro de Hebreus que "aos homens está destinado morrer uma só vez, e depois disto segue-se o juízo" (Hb. 9:27). Não há nenhuma segunda oportunidade para que alma de uma pessoa possa ser aperfeiçoada vivendo em outro corpo. A vida nesta terra é única e depois da morte, quando a alma passa para o estado eterno, já não há possibilidade de novos ajustes. Além disso, a proposta do Evangelho é totalmente contrária aos atos de justiça e caridade que as pessoas praticam com o objetivo de buscar a perfeição da alma.

O evangelho de Cristo é totalmente diferente. Ele não está baseado em méritos porque é a graça de Deus que opera na vida do crente para salvação e santificação. A reencarnação não admite a existência do inferno e nem do pecado, porque o homem está neste processo constante de evolução. Mas a Bíblia apresenta o pecado como a causa da separação eterna entre o homem e Deus, e somente o Evangelho é o poder de Deus para livrar o homem da condenação eterna. Quando há arrependimento e fé no sacrifício de Cristo, Deus concede a Sua Graça e o homem recebe o perdão dos seus pecados. Somente assim ocorre a justificação diante de Deus, que é um ato no qual o Senhor nos declara justos por causa de cristo. Ninguém será justificado diante de Deus por confiar nas suas obras de caridade, como a reencarnação ensina.

Não seja iludido pelo falso ensino da reencarnação que as novelas e os filmes tanto enfatizam. O caminho para agradar a Deus é buscar a essência do Evangelho. E a pergunta que verdadeiramente vale a pena ser bem respondida é a seguinte: você já tem a firme convicção de que ao morrer, um dia será ressuscitado para encontrar-se com Cristo e viver eternamente no céu?


MARCOS AURÉLIO DE MELO
MEDITAÇÃO PARA O PROGRAMA DE RÁDIO

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Chega de preguiça

O crente preguiçoso desonra o nome de Deus com sua indolência. Fomos salvos para glorificar o nome d’Ele e este objetivo não será alcançado se o pecado da preguiça estiver em nosso viver. O Senhor nos convoca para sermos pessoas diligentes, em qualquer circunstância do nosso cotidiano. Tudo que fizermos, devemos fazê-lo de coração para agradar ao Senhor (Cl. 3:23,24), inclusive o trabalho que desempenhamos. O problema é que muitos cristãos possuem uma ideia errada a respeito do trabalho, e por isso tentam justificar sua preguiça alegando a monotonia da rotina que exercem.

O trabalho tem sido mal interpretado ao longo dos tempos. Antes da queda do homem, Deus já tinha mostrado a importância do trabalho para Adão, que deveria cultivar e guardar o jardim do Éden (Gn. 2:15). Adão tinha a responsabilidade e o privilégio de ser um administrador do Éden; ele tinha o melhor emprego do mundo (lembre-se: o pecado não existia). Mas com a queda do homem, o pecado trouxe decadência para toda a natureza (Rm.8:22). Os espinhos começaram a brotar e a terra passou a produzir ervas daninhas. O homem teria que enfrentar o cansaço e o suor por conta das dificuldades que o pecado trouxe a toda a criação. Mas é importante frisar que a maldição não consiste no trabalho em si, pois mesmo antes da queda o trabalho já tinha sido instituído por Deus.

É bom que fique bem claro que não se trata de um mau hábito, porque a Bíblia nos adverte que a preguiça é fruto de um coração pecaminoso. Se algo é reprovado claramente por Deus na Sua Palavra, não devemos inventar terminologias mais agradáveis. Existem textos bíblicos que são bem contundentes na reprovação da preguiça, a maioria deles no livro de Provérbios: Pv. 6:6; 13:4; 15:19; 18:19; 19:15; 19:24; 20:4; 21:25; 22:13; Ec. 10:18.

O texto em Pv. 6: 6-11 nos ensina que as formigas servem de ilustração para nos mostrar como devemos ser diligentes em nossas atividades diárias. As formigas são muito organizadas e se antecipam para providenciar suprimentos para o tempo de escassez (inverno). Este exemplo da natureza é fácil de ser assimilado. Se alguém estiver padecendo necessidade por não querer trabalhar, isto aponta para o pecado da preguiça. A improdutividade e a ociosidade podem levar uma pessoa a desperdiçar a sua vida inteira. A preguiça é a inimiga principal da produtividade. A pessoa preguiçosa não só prejudica a si mesma, como também é um peso para outros. Ela deixa de acrescentar sua parcela de produtividade e ainda se aproveita do trabalho dos demais. É o famoso “escorão”. Mas o apóstolo Paulo foi incisivo ao tratar com irmãos que estavam tirando proveito do trabalho de outros (2 Ts. 3:10,11). Além disso, outros pecados podem encontrar brechas para florescer, tais como: fofoca, discórdia, mentira, lascívia, pensamentos impuros, gula, etc.

Por outro lado, há um extremo perigoso que o crente também deve evitar: a compulsão pelo trabalho, que chega a anestesiar nossa sensibilidade para as coisas espirituais. Um coração de alguém viciado no trabalho (workaholic) é um coração endurecido diante da graça de Deus, pois não sobra espaço para cultivar valores eternais. O exemplo clássico das irmãs Marta e Maria serve como ilustração deste fato (Lc. 10: 41-42). O próprio Deus percebeu a necessidade de um dia de descanso semanal (Ex. 20:11), e, ao longo da história da igreja, o primeiro dia da semana sempre foi separado para a vida em comunhão(At. 20:7). Portanto o descanso é uma ordenação divina tanto quanto o trabalho.

Concluindo, a preguiça e apatia são a causa de muitos naufrágios espirituais. O crente que está sendo negligente com os dons e talentos que recebeu (Mt. 25:26), não vivencia o seu dia-a-dia da forma que agrada a Deus. Devemos ser produtivos e desempenhar bem nossas atribuições visando exclusivamente a glória do Senhor, que nos resgatou da nossa vã maneira de viver. O pecado da preguiça deve ser combatido com diligência e motivação que partem de uma percepção correta a respeito do trabalho, que é uma dádiva divina para o homem.

PENSAMENTO: “AO NOS SALVAR DEUS NOS DÁ UM CAPACETE, NÃO UMA TOUCA DE DORMIR.”


MARCOS AURÉLIO DE MELO
ESTUDO BÍBLICO - UNIÃO DE JOVENS
IBR JARDIM AMAZONAS - PETROLINA/PE