quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Apenas no último round

Muitas pessoas deixam o tempo passar e se voltam para Deus apenas nos momentos de crise ou mesmo no leito de morte. Talvez pensam que é melhor aproveitar ao máximo tudo o que podem, e só no fim da vida vão pensar em Deus. Mas será que este pensamento encontra apoio na Bíblia? É possível alguém se arrepender no momento da morte e ainda desfrutar a mesma salvação de alguém que foi cristão durante muitos anos? Vamos analisar brevemente a ideia de conversões que acontecem apenas no "último round".

Certamente é possível que uma pessoa, no último momento de sua vida, se arrependa verdadeiramente, creia e seja justificada, recebendo o benefício da preciosa salvação. A Bíblia nos mostra um claro exemplo deste fato. Quando Jesus estava sendo crucificado no Calvário, um dos ladrões que estava ao seu lado implorou por perdão quando disse as palavras: “Senhor, lembra-te de mim, quando vieres no Teu reino.” Aquele ladrão se mostrou completamente indigno do favor de Deus, mas clamou por misericórdia. A resposta de Jesus foi imediata: “Ainda hoje estarás comigo no paraíso.” Aquele homem foi salvo nos últimos momentos da sua vida. O presente da salvação foi dado e não lhe será tirado, porque ele recebeu esta promessa do próprio Senhor Jesus.

Mas precisamos entender que esta não é a regra geral, é uma exceção. A maioria das conversões registradas na Bíblia, principalmente no livro de Atos, revela a história de pessoas que tiveram tempo para servir a Deus através de testemunho e pregação do Evangelho. O apóstolo Paulo foi um exemplo notável de uma vida inteira dedicada ao serviço, após a sua conversão no caminho para Damasco. A partir daquele momento, Paulo passou a ser um perseguido por causa do Evangelho, mas levou a mensagem de salvação a muitas pessoas. Ele usou toda a sua vida para proclamar as boas novas aos pecadores e exortar as igrejas que ajudou a plantar.

Nas suas cartas, Paulo enfatizou que o homem precisa somente crer na obra de Cristo, pela fé. Isto é suficiente para salvação. Mas Jesus falou que devemos trabalhar e acumular tesouros no céu. Ele prometeu que haverá recompensas entregues ao seu povo, de acordo com o serviço desempenhado por cada um. É claro que você não chega ao céu por meio de suas obras, mas sua recompensa no céu será de acordo com o seu trabalho no reino de Deus. A Bíblia chama estas recompensas de galardões. Embora as pessoas podem se arrepender dos seus pecados e receber a salvação no leito de morte, se isto estiver nos propósitos de Deus, não há nada mais gratificante do que servir a Cristo fielmente por muitos e muitos anos.

Para finalizar, é muito importante lembrar que a obra de salvação é realizada pelo Espírito Santo de Deus na vida de uma pessoa. Não sou eu ou você que determinamos hora e lugar para aceitar o perdão de Deus. A salvação é um presente de Deus para o homem, mas não é o homem que determina o momento certo para receber este presente, ou ainda, se irá recebê-lo ou não. Então, não é aconselhável ficar confiando que irá receber este presente apenas no último suspiro. Pode ser que não haja nenhum presente para você. O melhor é viver com Cristo em todo o tempo que você estiver neste mundo, servindo ao Senhor e sendo usado no reino de Deus. É um enorme privilégio desfrutar da salvação e crescer no pleno conhecimento da graça, utilizando os dons de serviço que Deus outorga aos crentes.

Marcos Aurélio de Melo
Mensagem para Programa de Rádio

sábado, 21 de agosto de 2010

A carne precisa morrer

“Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis.” Romanos 8:13

Dos três inimigos do cristão apontados por Lutero (o mundo, a carne e o diabo), qual deles é o mais perigoso? Todos são inimigos ferozes, mas há um deles que está sempre por perto. Aliás, a carne é a velha natureza de Adão que ainda permanece no crente mesmo após a conversão. Ela está conosco 24 horas por dia, 7 dias por semana e 4 semanas no mês, 12 meses por ano, até o fim de nossa vida nesta terra. O mundo com todas as suas artimanhas só terá espaço em nosso viver se permitirmos que a carne ganhe espaço. E o diabo apenas abana o fogo, pois a lenha e o combustível já existem no nosso coração. Alguém disse que “sobre os ombros do diabo têm sido colocadas muitas culpas que são nossas, pecados voluntários, erros que tiveram nossa dedicação.” A carne que nos assedia diariamente é o mal que habita em cada um de nós.

Paulo escreveu a epístola aos Romanos e foi bem enfático ao afirmar o seguinte: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim” (Romanos 7:18-20). Este mal a que Paulo se refere é toda a natureza corrompida de Adão que ainda permanece no cristão. Sugiro que você leia atentamente os capítulos 6, 7 e 8 de Romanos. Todos já nascem com a propensão de satisfazer os desejos da carne (Ef. 2:3), mas o cristão não deve ceder aos desejos carnais se tem o propósito firme de agradar a Deus. Quando o homem é salvo e passa a se relacionar com Deus, ele começa a perceber a pecaminosidade que há dentro dele.

Duas palavras são usadas na Bíblia para se referir à carne: “soma” e “sarx”. A palavra “soma” é normalmente utilizada para se referir a corpo físico, enquanto “sarx” possui uma abrangência maior e pode significar também a natureza caída do homem. O pecado infectou cada aspecto da nossa existência, por isso a carne é apontada como inimizade contra Deus. As obras da carne descritas em Gálatas 5: 16-21 são manifestações diretas desta inimizade contra o Espírito de Deus. Neste texto bíblico observamos nos versículos 22 e 23 o estilo de vida diferente que é percebido mediante os frutos do Espírito. Este conflito dentro do crente é travado diariamente, por isso é que o cristão precisa aprender a mortificar o poder maléfico de sua carne dia após dia.

Para que haja uma mortificação eficaz do poder que a carne possui, devemos aplicar algumas estratégias muito importantes. Um dos passos é vigiar atentamente tudo o que chega a nossa mente e filtrar todas as coisas segundo uma cosmovisão bíblica. A mente é a porta de entrada e só podemos permitir que entre em nossa vida o que seja útil para o nosso crescimento e edificação espiritual. Por isso é que somos advertidos constantemente sobre uma transformação que envolve a renovação da nossa mente. Outra estratégia é diagnosticar logo no início as “iscas” que são colocadas diante de nós. Para isso devemos ter um coração submisso à verdade da Palavra de Deus, que não deve sofrer alterações para se adaptar aos nossos anseios pecaminosos. Além disso, precisamos exercitar a negação do “eu”, dizendo não aos desejos da carne (Lc. 9:23) e nos despojando constantemente das obras do velho homem (Cl. 3:9), que se corrompe segundo as concupiscências do engano.

Para viver de modo agradável a Deus o crente necessita mortificar a carne, fechando as brechas a fim de que não haja suprimento para ela. A carne precisa morrer e nós somos totalmente responsáveis por isto. Como filhos amados do nosso Pai, devemos prosseguir crescendo até a estatura de varão perfeito conformando-nos dia após dia à imagem do Senhor Jesus Cristo.


Textos úteis:
“Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna.” (Gálatas 6:8)
“Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.” (Romanos 8:8)
“Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?” (1 Coríntios 3:3)
"Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz." (Tg. 1:14)


ESTUDO BÍBLICO UNIÃO DE JOVENS
MARCOS AURÉLIO DE MELO

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A Santidade de Deus

A primeira oração que aprendi quando criança foi uma simples ação de graças à mesa de refeições: "Deus é grande; Deus é bom; e nós lhe agradecemos este alimento". As duas virtudes atribuídas a Deus nesta oração, grandeza e bondade, podem ser definidas por uma única palavra bíblica — santo. Quando falamos da santidade de Deus, costumamos associá-la quase que exclusivamente com sua pureza e justiça. Certamente a idéia de santidade contém essas virtudes, mas elas não são o significado primário de santidade.

A palavra bíblica santo tem dois significados distintos. O significado primário é "separação" ou "distinção". Quando dizemos que Deus é santo, chamamos a atenção para a profunda diferença que existe entre ele e todas as criaturas. Referimo-nos à majestade transcendente de Deus, sua augusta superioridade, em virtude do quê ele é digno de toda honra, reverência, adoração e louvor. Ele é "distinto" ou diferente de nós em sua glória. Quando a Bíblia fala de objetos santos, de pessoas santas ou de tempo santo, ela se refere a coisas que foram postas à parte, consagradas ou diferenciadas pelo toque de Deus sobre elas. O solo onde Moisés estava em pé, perto da sarça ardente, era um solo santo, porque Deus estava presente ali de uma maneira especial. E a proximidade do divino que torna o ordinário subitamente extraordinário, e torna aquilo que é comum em algo incomum.

O significado secundário de santo se refere às ações puras e justas de Deus. Deus faz o que é certo. Ele nunca faz o que é errado. Deus sempre age de maneira certa porque sua natureza é santa. Assim, podemos distinguir entre a justiça interna de Deus (sua natureza santa) e a justiça externa de Deus (suas ações).

Porque Deus é santo, ele é grandioso e bom. Não há nenhum mal misturado à sua bondade. Quando somos chamados para ser santos, isso não significa que participamos da majestade divina de Deus, mas que devemos ser diferentes da nossa natureza pecaminosa normal como criaturas caídas. Somos chamados para espelhar e refletir o caráter e a atividade moral de Deus. Temos que imitar sua bondade.

Texto de R. C. Sproul
Extraído do Caderno 1 - Verdades Essenciais da Fé Cristã

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Os falsos pregadores

Diante de tantos pregadores hoje em dia, como podemos identificar os falsos líderes que existem? Muitas pessoas estão confusas a respeito de tantos pregadores na televisão, no rádio ou nas igrejas que afirmam ter a resposta certa. Mas Jesus nos advertiu que “falsos mestres e falsos profetas” virão e tentarão enganar até mesmo os eleitos de Deus (Mateus 24:23-27). Então, como podemos identificar os falsos mestres que dizem estar ensinando a Palavra de Deus?

Para melhor se prevenir contra a falsidade e contra falsos mestres você deve conhecer bem a verdade. As pessoas que desejam identificar uma cédula falsa precisam treinar bastante e perceber como é a cédula verdadeira. Assim também o crente precisa buscar conhecer melhor a verdade bíblica. A Bíblia diz que crente deve “manejar bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2:15). Portanto é fundamental estudar a Bíblia e julgar todo ensino de acordo com o que diz a Escritura.

Uma dica para identificar um falso pregador ou mestre é reconhecer se ele apresenta o Evangelho segundo as Escrituras. O Evangelho é a boa nova de Deus aos homens pecadores, que precisam ouvir a verdade sobre a sua situação diante de Deus e o que Jesus realizou ao morrer na cruz do calvário. Muitos falsos pregadores não se importam com a essência do Evangelho e apresentam outros meios para o homem obter comunhão com Deus. O problema é que Deus não permitiu a ninguém que alterasse o conteúdo do Evangelho e qualquer um que apresente outro ensino pode ser considerado um falso pregador.

Outra dica é observar se o pregador ou líder é cheio de cobiça e sempre busca conquistar vantagens financeiras. A Bíblia diz que muitas pessoas desviaram-se da fé porque amaram o dinheiro e se tornaram iludidos pela cobiça. O verdadeiro pregador e líder cristão reconhece que a sua suficiência vem somente de Deus e não dos bens que conquista neste mundo. Deus mostra na sua Palavra que o amor ao dinheiro é raiz de todos os males, e que as riquezas são passageiras. O líder cristão genuíno não pode usar o seu ministério como uma fonte de lucro porque isto não é aprovado por Deus. Porém, muitos líderes estão negociando a Palavra de Deus e atraindo multidões que desejam uma vida diferente, com promessas ilusórias e mentiras sobre prosperidade material. Na verdade, os bolsos deles é que estão cheios!

E por último observe se o pregador ou líder apresenta uma vida realmente transformada pelo Evangelho. Como é o testemunho deste pregador, ele é visto como alguém que de fato vive as mudanças na sua vida diária? Como é a sua vida em família, com sua esposa e seus filhos? A Bíblia diz que um líder na igreja de Deus deve ter um testemunho exemplar, que sabe governar bem sua família e que não é uma pessoa de contendas. Então observando estas dicas você poderá identificar se os pregadores com quem você tem algum tipo de contato são verdadeiros ou falsos mestres.