terça-feira, 20 de agosto de 2019

■ Esperar é preciso

Vivemos sob a tirania da pressa. Não fomos treinados na virtude da paciência, nem na disciplina da espera. A tecnologia encurtou as distâncias e eliminou o tempo de espera. A eficiência da tecnologia está na rapidez com que as informações e os serviços são oferecidos. Em um mundo de conexões ultrarrápidas e instantâneas, esperar é um ato de resistência.

O problema que os discípulos de Cristo enfrentam é que a pressa não forja uma fé madura, mas sim cristãos ansiosos, manipuladores e inseguros. O processo que nos leva a confiar menos em nós e mais em Deus é lento, e nele aprendemos que Deus não está preso à pressa neurótica da nossa cultura. Esperar é uma disciplina espiritual e uma necessidade humana. Viver é, em grande medida, esperar, mas nós não sabemos e nem queremos esperar.

A espera sempre foi um princípio para a experiência de oração do povo de Deus. Os salmos nos ajudam a perceber o quanto o povo de Deus precisou da virtude da paciência enquanto aguardava as respostas de suas orações e o cumprimento das promessas de Deus. Somos ensinados a resistir às pressões dos atalhos, da fé fundamentada em falsas promessas e permanecer aguardando o cumprimento da palavra de Deus.

Alguns exemplos: “Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu” (Salmo 42:5). “Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro” (Salmo 40:1).

Precisamos aprender com os salmistas: clamamos por socorro e esperamos silenciosamente a manifestação da misericórdia de Deus. Entre a nossa oração e o socorro de Deus existe um tempo necessário ao fortalecimento da musculatura da fé.


Pr. Ricardo Barbosa