sábado, 22 de novembro de 2014

A parábola dos dois filhos

Texto: Mateus 21:28-32

Somente no Evangelho de Mateus encontramos a parábola a respeito dos dois filhos. Ele é caracterizada por ser curta e simples. Em resumo, a parábola nos ensina que a pessoa que se recusa a fazer o que lhe é pedido, mas que mais tarde muda de ideia e faz a tarefa, é melhor do que aquela que promete cuidar de suas obrigações, mas nunca as realiza.

Jesus contou que certo pai possuía uma vinha que era a fonte de renda da família. Esta vinha deveria ser cultivada por todos os membros da família. Fazia parte da cultura judaica os filhos estarem diretamente envolvidos no cultivo das videiras para sustento da casa.

O pai se dirigiu então ao primeiro filho, que de maneira polida concordou em ir trabalhar na vinha: “Sim, Senhor”. Ele mostrou cortesia e respeito ao seu pai. O problema é que este não foi para a vinha. Este primeiro filho iguala-se aos líderes religiosos (escribas e fariseus) cuja justiça própria os impede de responder bem a qualquer chamada ao arrependimento. Eles se mantêm rebeldes e não admitem a necessidade de mudança de direção. São os justos que se acham bons, honram a Deus com palavras, mas não estão dispostos a obedecer na íntegra ao que diz a Palavra de Deus.

O pai se dirigiu ao segundo filho e disse-lhe para ir trabalhar na vinha. O filho sem se preocupar em mostrar cortesia ao seu pai, respondeu apenas: “Não quero”. Sua má vontade prevaleceu naquele momento, mas depois, arrependido, foi trabalhar na vinha. O segundo filho, que se nega a ir, mas depois muda de ideia e vai, corresponde aos publicanos e pecadores que, embora de início estivessem longe de ser justos, depois se arrependeram e mudaram de postura como resultado da pregação do Evangelho.

Embora seja uma parábola curta e simples, a sua mensagem não é de modo algum trivial. Ela nos mostra o ensino presente em todas as páginas das Escrituras: É melhor obedecer do que ter um excelente discurso evangélico. Obediência que implica em mudança prática de direção na vida. Jesus disse aos seus discípulos em outra ocasião: “Vós sois meus amigos se fazeis o que eu vos mando” (Jo. 15:14). O próprio Jesus falou abertamente contra aqueles que honravam a Deus com os lábios e cultivavam uma aparência piedosa, mas que não se dobravam diante da autoridade dos Seus ensinos. Ele questionou os que não lhe prestavam obediência: “Por que me chamais Senhor e não fazeis o que eu vos mando?”

O cristianismo bíblico não é para ser vivido com base em verborragia vazia. Muitos que se dizem servos de Deus apenas fazem belas confissões de fé sem implicações práticas. Como cristãos, precisamos seguir os passos de Jesus e devotar-lhe obediência irrestrita pois o nosso objetivo deve ser avaliarmos a nós mesmos como servos inúteis: aqueles que fazem apenas o que foi mandado. A auto-avaliação como servos inúteis já está de bom tamanho, já que a essência do ensino de Cristo pode ser resumida nas palavras de Tiago: “Tornai-vos pois praticantes da Palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg. 1:22).


Programa Viva com Cristo
Série: As parábolas que Jesus contou

sábado, 15 de novembro de 2014

O credor sem compaixão

No Seu ministério, Jesus fortemente condenou o espírito orgulhoso, impiedoso e sem compaixão de pretensos religiosos, e isto fica bastante claro na parábola do servo incompassivo, peculiar ao Evangelho de Mateus (Mt. 18.23-25). A parábola nos mostra a figura de um rei, bastante compassivo e bondoso, que perdou ao seu servo uma dívida muito grande. Depois observamos o servo que foi perdoado agindo sem a menor compaixão com outro conservo que lhe devia uma quantia infinitamente menor. Em vez de compartilhar com esse conservo a alegria do perdão que havia recebido, o servo perdoado o maltratou e exigiu que lhe pagasse toda a dívida.

A pergunta-chave que nos resta desta parábola é a seguinte: Uma vez que havia sido perdoado, o servo não deveria também perdoar o seu próximo? Ou: uma vez que recebemos um perdão tão imenso do Senhor não deveriamos nós agir com graça para com nossos irmãos?

Deus nos perdoou de uma dívida eterna, que nenhum homem teria condições de pagar. O preço deste perdão foi elevadíssimo, o preço do sangue puro e santo do Cordeiro de Deus, Cristo Jesus. O cristão que foi remido por este sangue estava totalmente falido espiritualmente, caído em pecado e rumava para a morte. Mas Deus, que é rico em misericórdia e graça, tomou a iniciativa de amar de modo abundante, e fez o que é humanamente absurdo: perdoar os próprios ofensores que não tinham mérito nenhum. Então, você e eu, que somos cristãos precisamos entender que o perdão que nos alcançou não cabe em nenhuma definição humana, pois a graça de Deus vai muito além do nosso raciocínio e lógica.

Mas quando estamos na posição de credores e encontramos pessoas que estão em dívida em relação a nós? Talvez alguém que nos causou algum mal, ou que não nos ajudou quando precisamos. Será que estas pessoas terão a oportunidade de enxergar em nossas atitudes o mesmo perdão que um dia nos alcançou através de Cristo Jesus? É pela forma de tratar os outros que revelamos a verdadeira condição de nosso coração. Quando nosso coração é humilde e contrito, perdoamos nossos irmãos com prazer sem exigências mesquinhas. Mas onde há orgulho e desejo de vingança é porque não houve verdadeiro arrependimento. A forma como tratamos os que nos devem indica claramente se somos ou não filhos de Deus, se fomos ou não regerados pelo graça perdoadora do Senhor e se há em nós a verdadeira fé que brota da ação do Espírito Santo.

Será se já não é hora de você descer do seu pedestal de orgulho e tratar os outros da forma como Deus tem lhe tratado? Se o nosso objetivo é de fato honrar a Deus por meio dos nossos relacionamentos, precisamos desistir de viver de modo egoísta e sem piedade para com o próximo. Não podemos agir como credores sem compaixão, pois todos os dias precisamos da compaixão divina em nosso favor, senão seríamos duramente consumidos.

"Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós" (Colossenses 3:13).


Programa Viva com Cristo
Série: As parábolas que Jesus contou