sábado, 15 de novembro de 2014

O credor sem compaixão

No Seu ministério, Jesus fortemente condenou o espírito orgulhoso, impiedoso e sem compaixão de pretensos religiosos, e isto fica bastante claro na parábola do servo incompassivo, peculiar ao Evangelho de Mateus (Mt. 18.23-25). A parábola nos mostra a figura de um rei, bastante compassivo e bondoso, que perdou ao seu servo uma dívida muito grande. Depois observamos o servo que foi perdoado agindo sem a menor compaixão com outro conservo que lhe devia uma quantia infinitamente menor. Em vez de compartilhar com esse conservo a alegria do perdão que havia recebido, o servo perdoado o maltratou e exigiu que lhe pagasse toda a dívida.

A pergunta-chave que nos resta desta parábola é a seguinte: Uma vez que havia sido perdoado, o servo não deveria também perdoar o seu próximo? Ou: uma vez que recebemos um perdão tão imenso do Senhor não deveriamos nós agir com graça para com nossos irmãos?

Deus nos perdoou de uma dívida eterna, que nenhum homem teria condições de pagar. O preço deste perdão foi elevadíssimo, o preço do sangue puro e santo do Cordeiro de Deus, Cristo Jesus. O cristão que foi remido por este sangue estava totalmente falido espiritualmente, caído em pecado e rumava para a morte. Mas Deus, que é rico em misericórdia e graça, tomou a iniciativa de amar de modo abundante, e fez o que é humanamente absurdo: perdoar os próprios ofensores que não tinham mérito nenhum. Então, você e eu, que somos cristãos precisamos entender que o perdão que nos alcançou não cabe em nenhuma definição humana, pois a graça de Deus vai muito além do nosso raciocínio e lógica.

Mas quando estamos na posição de credores e encontramos pessoas que estão em dívida em relação a nós? Talvez alguém que nos causou algum mal, ou que não nos ajudou quando precisamos. Será que estas pessoas terão a oportunidade de enxergar em nossas atitudes o mesmo perdão que um dia nos alcançou através de Cristo Jesus? É pela forma de tratar os outros que revelamos a verdadeira condição de nosso coração. Quando nosso coração é humilde e contrito, perdoamos nossos irmãos com prazer sem exigências mesquinhas. Mas onde há orgulho e desejo de vingança é porque não houve verdadeiro arrependimento. A forma como tratamos os que nos devem indica claramente se somos ou não filhos de Deus, se fomos ou não regerados pelo graça perdoadora do Senhor e se há em nós a verdadeira fé que brota da ação do Espírito Santo.

Será se já não é hora de você descer do seu pedestal de orgulho e tratar os outros da forma como Deus tem lhe tratado? Se o nosso objetivo é de fato honrar a Deus por meio dos nossos relacionamentos, precisamos desistir de viver de modo egoísta e sem piedade para com o próximo. Não podemos agir como credores sem compaixão, pois todos os dias precisamos da compaixão divina em nosso favor, senão seríamos duramente consumidos.

"Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós" (Colossenses 3:13).


Programa Viva com Cristo
Série: As parábolas que Jesus contou

Nenhum comentário: