segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Cinco razões para andar nos passos de Jesus

ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL – JOVENS
IBR JARDIM AMAZONAS

ANDANDO NOS PASSOS DE JESUS

Inúmeras pessoas ao longo dos séculos já professaram que são seguidores de Jesus Cristo. No entanto, é extremamente necessário que os discípulos de Cristo conheçam o caráter do Senhor e Salvador que afirmam seguir. O tipo de caráter que é visto em Jesus deve ser visto em nós também. Será que a nossa vida é um reflexo do caráter de Jesus? E por que é importante que o crente queira parecer mais e mais com Cristo? Veremos que existem pelo menos cinco razões que explicam por que devemos andar nos passos de Jesus e parecer com Ele.

1ª razão – PARECER COM CRISTO É NOSSO CHAMADO
Em Mateus 11:28-30, Jesus faz um chamado que ecoa ainda hoje. O próprio Cristo nos deu a graciosa ordem de ir a Ele a fim de aprender. Neste contexto, a expressão “aprender de Cristo” significa render-se diante da Sua autoridade e imitar o Seu maravilhoso exemplo.
Não somos chamados, em primeiro lugar, a uma instituição ou a uma doutrina em particular, e sim, a uma Pessoa verdadeira. É do caráter dessa Pessoa que o discípulo precisa aprender. O rei Jesus nos chama para que nos aproximemos dele (“vinde a Mim”) porque esta comunhão é essencial no processo de discipulado. O chamado de Cristo não pode ser negligenciado por aqueles que colocam a mão no arado! Quando respondemos a este chamado, nossos primeiros passos com Cristo devem ser caracterizados pela atitude de imitá-Lo.

2ª razão – PARECER COM CRISTO É NOSSA OBRIGAÇÃO
Em 1 João 2:5b-6 lemos que “andar assim como Cristo andou” é um dever para o verdadeiro cristão. Neste versículo encontra-se mais um imperativo bíblico. Já que é um dever, obviamente não temos outra opção confirmada pelas Escrituras. A nossa profissão de fé verbal necessariamente precisa ser acompanhada de mudanças efetivas que nos assemelham a Jesus. “Fé em Jesus como Salvador e conformidade com seu caráter são inseparáveis.”
A Bíblia não faz uma sugestão para seguirmos o exemplo de Cristo, pois o Seu exemplo não é opcional para o cristão (Jo.13:15; Fl. 2:5; 1 Pe. 2:21). Ser como Cristo é um padrão obrigatório para o cristão de todas as épocas.

3ª razão – PARECER COM CRISTO É NOSSA MOTIVAÇÃO
Quanto mais conhecemos a Cristo, mais desejamos conhecê-Lo. E quanto mais o conhecemos, passamos a ser mais parecidos com nosso Salvador em nosso dia-a-dia. O crescimento em conformidade com o caráter de Jesus é um santo anseio que impulsiona o cristão. Com isto em mente, se o seu viver encontra-se estagnado, reavalie com urgência os seus anseios espirituais. Você anseia ser mais parecido com Cristo a cada dia? Seus planos e metas incluem assemelhar-se com Cristo?

4ª razão – PARECER COM CRISTO É NOSSO TESTEMUNHO
Muito do que o mundo conhece a respeito de Jesus Cristo resulta da observação da vida daqueles que alegam estar unidos a Cristo. Os cristãos do primeiro século tinham plena convicção da importância de imitarem o caráter de Jesus. Naquela época, o que os descrentes sabiam a respeito de Cristo era comunicado de duas formas: testemunho verbal e a vida transformada dos cristãos. Era essencial que cada crente pregasse com sua vida, embelezando assim a doutrina e recomendado-a a outros. Nada dificulta mais o testemunho da igreja cristã do que a distância entre nossas afirmações e o nosso agir, entre o Cristo que proclamamos verbalmente e o que apresentamos em nossas ações.

5ª razão – PARECER COM CRISTO É NOSSO DESTINO
Paulo escreveu a respeito do destino que Deus planejou para os Seus filhos em Romanos 8:28-29. O “bem” sobre o qual Paulo escreve é a conformidade com a imagem de Cristo. Deus já tinha o plano de redenção e restauração traçado deste a eternidade. Tendo em vista o grande alvo da nossa redenção, Deus faz tudo em nossa vida para o “bem” de nos tornar parecidos com Cristo. (1 Jo. 3:2).
Se o propósito eterno de Deus é nos conformar à imagem de Cristo, precisamos estar interessados em aprender tudo que pudermos sobre o exemplo que Cristo nos deixou, para que possamos imitá-Lo em nosso viver.

PERGUNTAS:
1 – Do ponto de vista bíblico, o que é maturidade cristã?
2 – “Deus tem a intenção de nos tornar parecidos com Cristo.” Quais as implicações desta verdade?

Adaptação do Capítulo 1
Livro: Andando nos passos de Jesus
Autor: Larry McCall

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

ANDANDO NOS PASSOS DE JESUS

Escola Bíblica Dominical de Jovens - IBR Jd. Amazonas
Livro-texto: ANDANDO NOS PASSOS DE JESUS
Autor: Larry McCall – Editora Fiel (2009) – 1ª Edição

Versículos-chave: 1 João 2:3-6

O objetivo final de Deus para todos os crentes é que se assemelhem a Jesus Cristo (Rm. 8:29). Já que Deus tem este objetivo, Ele começa a transformar-nos nesta imagem por meio do Seu Espírito, que opera em nós (2 Co. 3:18). Este processo de conformação à imagem de Cristo é chamado em geral de “santificação”: um processo continuado pelo Espírito Santo, que, entretanto, envolve a resposta intencional e a cooperação do crente (Fl. 2:12-13).
Uma dimensão do ensino bíblico sobre santificação está ligada ao exemplo de Jesus, enquanto viveu neste mundo. O exemplo da caminhada de Jesus tem sido freqüentemente ignorado ou até rejeitado mesmo no meio evangélico. Muitas vezes a ênfase sobre a obra objetiva de Cristo e seu sacrifício expiatório coloca a vida exemplar de Cristo em segundo plano. A missão redentora de Jesus foi cumprida na cruz do Calvário, mas o seu procedimento em cada situação ensina ricas lições aos cristãos de todas as épocas. Não podemos ignorar que Jesus mostrou um padrão de vida que deve ser o alvo de todo crente. Deus se agradou do procedimento do Seu Filho unigênito e requer dos Seus filhos adotivos que procedam de igual forma.
Em várias ocasiões Jesus deixou o seu exemplo e espera que seus seguidores andem de acordo com Ele. Quando Jesus lavou os pés dos seus discípulos, Ele afirmou que o Seu exemplo deveria ser imitado (João 13:15). O apóstolo Pedro escreveu a respeito do sofrimento de Cristo por nós, como um exemplo claro (1 Pe. 2:21). Paulo também convoca os crentes a imitarem o exemplo de Cristo (1 Co. 11:1). Com base nestes e em outros textos bíblicos, não resta dúvida que nós, crentes remidos pela graça, devemos prestar atenção à vida de Jesus e seguirmos o seu exemplo.
De acordo com 1 João 2:3-6, um verdadeiro seguidor de Jesus Cristo pode ser reconhecido por meio da resposta a duas perguntas cruciais:
1) Esta pessoa obedece a Palavra de Deus (3-5a)?
2) Esta pessoa segue os passos da vida de Jesus (5b-6)?

Para atestar a veracidade da nossa fé, o nosso dizer (“eu sou cristão”) deve estar de acordo com nossa conduta (“andando nos passos de Jesus”). A prova verdadeira consiste em avaliar o quanto nossa vida diária é um reflexo claro do caráter de Jesus Cristo, Aquele a quem dizemos estar seguindo. O padrão normal da vida do cristão deve ser refletir o caráter de Cristo, enquanto interage com outras pessoas no trabalho, escola ou em sua família. Afinal, todos os princípios e preceitos bíblicos para o cristão têm como objetivo a semelhança com Cristo Jesus.
O autor do livro responde à questão “O que Jesus fez?”, para nos mostrar que existe um padrão de conduta para aqueles que são verdadeiros discípulos do Senhor. Com exemplos concretos partindo das atitudes de Jesus relatadas nos Evangelhos, seremos confrontados a cada capítulo se realmente estamos “andando nos passos de Jesus”. Seremos desafiados a prestar mais atenção às ações de Jesus registradas nos Evangelhos, e aprender com tais ações a andar mais e mais como Ele andou.

PERGUNTAS:

1) Quais são alguns dos atributos do caráter de Jesus que você especialmente gostaria de ver refletidos em sua própria vida como resultado do estudo deste livro?
2) Quais são os perigos de alguém testemunhar sobre a salvação, se o único critério desta pessoa for a proclamação verbal?

“Se não estamos refletindo nitidamente o caráter de Jesus, não podemos afirmar que estamos vivendo para a glória de Deus.”

ESTUDO BÍBLICO INTRODUTÓRIO PARA E.B.D. - JOVENS
MARCOS AURÉLIO DE MELO

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O VERDADEIRO DISCÍPULO

TEXTO-BÍBLICO: JOÃO 6: 60-65

INTRODUÇÃO
Eu já trabalhei numa agência bancária durante três anos de minha vida. Durante este tempo eu tive a oportunidade de receber alguns clientes que, intencionalmente ou não, traziam algumas cédulas falsas para depositar junto com outras cédulas verdadeiras. A atenção deveria ser redobrada em dias de muito movimento, pois a circulação de dinheiro era muito grande. Para se ter uma ideia, somente no Brasil de janeiro até setembro do ano passado 270 mil cédulas falsas foram apreendidas, que somavam o valor de 14 milhões de reais. É muito dinheiro falso circulando no comércio.
Uma das dicas para perceber se uma cédula é falsa consiste em observar a marca d’água. A maioria das cédulas falsas não possui marca d'água. Mas mesmo observando a marca d’água, ainda existe o risco de a cédula ser falsa, pois algumas falsificações do Real são obtidas a partir da lavagem de cédulas de menor valor. Outra dica importante é utilizar o tato para perceber a textura e o alto-relevo de alguns desenhos da cédula. Se o papel da cédula for muito liso é um indicativo de que seja falsa.
Mas deixando de lado as cédulas falsas, é importante que entendamos que no reino de Deus há discípulos genuínos e pretensos discípulos. Ninguém melhor do que o próprio Jesus para identificar quem são seus discípulos verdadeiros. Diante de Cristo nenhuma falsificação se sustenta, pois Ele conhece as intenções do coração humano. Por isso, precisamos observar quais as diretrizes que Jesus utilizou para delimitar os verdadeiros discípulos: “Contudo, há descrentes entre vós. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair” (Jo. 6:64). Os falsos discípulos são o joio no meio do trigo que no tempo da colheita serão arrancados e queimados, conforme a parábola contada por Jesus. A mera semelhança exterior não significava que era o trigo verdadeiro plantado por Deus – como diz o ditado: nem tudo que reluz é ouro.
Neste texto em epígrafe, Jesus confronta os seus ouvintes com perguntas e afirmações contundentes. Todo o capítulo 6 de João apresenta o discurso de Cristo aos seus pretensos seguidores que começaram a segui-lo após a multiplicação dos pães. Na multidão que passou a seguir Jesus havia pessoas sem o menor compromisso com o custo do discipulado, que foram atraídas por fatores menores.
Diante destes fatos contextualizados no capítulo 6 do Evangelho de João, eu afirmo que:

“CERTAS CONVICÇÕES SÃO FUNDAMENTAIS PARA DISTINGUIR O VERDADEIRO DISCÍPULO DE CRISTO”

Este assunto requer nossa maior atenção, tendo em vista que são muitos os que irão chegar diante de Deus alegando que fizeram maravilhas e milagres em nome de Cristo, mas não herdarão a vida eterna. Os pretensos discípulos de Cristo um dia serão desmascarados diante do Senhor, e não ficará nada encoberto (Hb. 4:13). “A fé salvadora comunica uma convicção bem arraigada e inabalável de que as reivindicações do Cristianismo são absolutamente verdadeiras” (Jonathan Edwards, em Afeições Religiosas). Não podemos nos basear em critérios meramente exteriores, pois muitas pessoas no atual contexto evangélico se passam por discípulos de Cristo, quando na verdade são lobos em pele de ovelha ou hipócritas. Os critérios corretos para distinguir o verdadeiro discípulo de Cristo se baseiam em convicções íntimas que surgem através de uma obra divina. Somente o Espírito de Deus pode trazer ao coração de uma pessoa tais convicções. Veremos quatro convicções fundamentais que distinguem o verdadeiro discípulo de Cristo:

1 – A CONVICÇÃO DE QUE O SACRIFÍCIO DE CRISTO É SUFICIENTE (vs. 60, 61)

Precisamos recorrer ao contexto imediato desta passagem, para averiguarmos que discurso os pretensos seguidores de Jesus consideraram duro de engolir. A carne e o sangue denotam o sacrifício de Cristo e a redenção operada por Ele, com todos os benefícios preciosos da redenção: o perdão do pecado, a aceitação de Deus, o caminho ao trono de graça, as promessas da aliança, e a vida eterna. “Comer a carne e beber o sangue significa crer que o sacrifício de Cristo é totalmente suficiente.” (Matthew Henry). Assim como o alimento físico satisfaz o nosso corpo, assim também somente o sacrifício de Cristo é completamente satisfatório para a alma (Jo. 6: 35, 51, 53, 55, 58). A linguagem figurada que Jesus utilizou causou espanto aos seus ouvintes, por isso muitos concluíram que tal discurso era duro de aceitar (eles entenderam o recado, mas não queriam submeter-se).
É de fundamental importância que o verdadeiro discípulo entenda plenamente o significado do sacrifício expiatório de Cristo. Ao morrer no Calvário, Jesus entregou o seu corpo e derramou o seu sangue para ser o sacrifício aceitável a Deus, como pagamento pelo pecado do homem. Desta forma, o débito que constava de ordenanças não-cumpridas foi totalmente pago por Cristo que o encravou na cruz (Cl. 2:14). A boa nova do Evangelho é que não há mais nenhuma dívida em aberto, por conta da morte sacrificial de Cristo em favor de pecadores (Hb. 10:12).
Logo no início do seu ministério João Batista se referiu a Jesus Cristo como o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Jesus verdadeiramente é o cordeiro providencial e sem mácula que foi oferecido para assegurar a salvação de muitos. O sangue de Cristo vertido na cruz do Calvário é suficiente para salvar o pecador e torná-lo uma nova criatura para a glória de Deus. O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele. Não há nada mais a acrescentar, pois o preço do resgate foi pago totalmente. Em Isaías 53:11, lemos que “Deus verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito.” O que isso significa? Significa que o sacrifício do Cordeiro de Deus no madeiro foi aceito como pagamento suficiente por nossos pecados. E é importante destacar que o Cordeiro de Deus já estava preparado desde a eternidade, a crucificação de Cristo não foi um acidente nos planos soberanos de Deus.
A verdade bíblica da suficiência do sacrifício de Cristo é um escândalo para o homem, isto é, ofende o orgulho humano. O homem quer de alguma forma acrescentar alguma coisa que seja útil para assegurar ainda mais a sua salvação. Porém, Jesus pagou o preço e não há nada mais que o homem possa fazer para garantir a sua salvação. Por isso, o ensino que defende a manutenção da salvação por meio de boas obras é antibíblico e joga fora toda a essência do Evangelho. Não podemos confiar em Cristo e em nossas boas obras para garantir a aceitação ao lado de Deus. É como alguém que usa cinto e suspensório para segurar a calça. Afinal, em que ele confia realmente? Paulo confrontou os gálatas, pois eles estavam deturpando o evangelho de Cristo com acréscimos inúteis (Gl. 1: 6-7).
Que implicações práticas esta convicção traz para as nossas vidas? Esta convicção nos liberta do jugo de escravidão ao cristianismo que tenta barganhar com Deus em busca de pontos. A pregação que tem ganhado espaço atualmente é estranha e perigosa: “Quanto maior a sua performance, mais abençoado você será.” “Fazer prova com Deus” é um tipo de evangelho egocêntrico que está em alta. Mas a nossa aceitação diante de Deus não está baseada em méritos pessoais; nós somos aceitos e abençoados por Ele por causa do sacrifício perfeito oferecido por Cristo Jesus.

2 – A CONVICÇÃO DE QUE A PESSOA DE CRISTO É PREEMINENTE (vs. 62)

Quando Jesus usou a expressão anthropou huios, que é a expressão grega para “Filho do Homem”, mostra que “o Filho do Homem” é um título divino, tirado de Daniel 7:13-14. Esta passagem descreve uma visão de alguém, “como um filho do homem”, que “vem com as nuvens” para a presença do “Ancião dos Dias”, que lhe dá o reino universal e eterno de Deus.
Jesus iria subir ao céu porque sua origem é celestial. Jesus é o Filho glorioso de Deus que habita em esplendor desde a eternidade. Ele está entronizado à destra do Pai, ocupando a posição de autoridade que lhe é devida e intercedendo por seus servos como Sumo-sacerdote. Na sua morte, o discípulo Estevão contemplou Cristo investido de autoridade e majestade: “Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus” (Atos 7:56).
A pessoa bendita de Jesus Cristo deve despertar a nossa adoração, pois Ele é Deus entre os homens. Em determinada ocasião, Jesus foi transfigurado diante dos seus discípulos mais próximos (Pedro, Tiago e João). Aqueles homens tiveram um claro vislumbre da glória de Cristo, o Rei poderoso que é honrado pelos anjos por toda a eternidade (Mt. 17:1-9). Apesar de ter sido humilhado, Jesus é o Rei exaltado, entronizado acima dos querubins e serafins (Fp 2: 9 –11).
Muitos ensinos falsos defendem que Cristo foi apenas um ser criado. Mas o ensino bíblico é totalmente diferente: Cristo é o filho Unigênito de Deus – único do gênero, não existe outro tal como Jesus Cristo. Para combater heresias que deturpavam a pessoa de Cristo, Paulo escreve à igreja em Colossos (Cl.1:15-19), defendendo a primazia de Cristo e abordando a singularidade da pessoa bendita do Senhor.
Jesus Cristo é o Rei supremo revestido de todo poder. Um dia Ele virá para julgar com seu cetro de justiça: "Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e, então, retribuirá a cada um conforme as suas obras" (Mt. 17:27). A visão correta sobre quem é Jesus Cristo nos capacita a viver de modo submisso diante de Sua autoridade. Por isso o nosso procedimento deve ser coerente com a fé que professamos no Filho de Deus, o Juiz supremo de todas as nações, raças, tribos e povos.
A supremacia de Cristo é uma verdade que deve ocupar nossas mentes diariamente. Talvez você não tenha nenhuma dúvida a respeito da preeminência do Senhor Jesus Cristo. É um ensino muito claro nas Escrituras. Mas a pergunta é a seguinte: Até que ponto esta convicção sobre a preeminência de Cristo tem influenciado mudanças efetivas em seu viver? É importante lembrar que um dia todo crente estará diante de um tribunal: "Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo" (2 Coríntios 5:10). A música “Frente a frente”, do grupo Logos expressa que muitas vezes “esquecemos que um dia estaremos frente a frente com o Senhor”.
Os pretensos discípulos não levam a sério a preeminência do Senhor sobre suas vidas. Mas o discípulo genuíno é alguém convicto da majestade de Cristo e que efetua mudanças em seu viver diante desta convicção. Sabemos que Jesus é o único digno de todo louvor e adoração, mas até que ponto a adoração que prestamos ao Rei dos reis se estende em nosso viver diário? Se realmente somos servos convictos da Majestade de Cristo, então devemos viver de modo coerente com esta verdade. Se existe todo um protocolo a ser seguido diante de uma autoridade (presidente, senador, juiz), quanto mais diante do Rei soberano de todo o universo? Você teme e treme ao pensar na preeminência de Cristo Jesus?

3 – A CONVICÇÃO DE QUE A PALAVRA DE CRISTO É EFICIENTE (vs. 63)

Somente a palavra de Cristo transforma o coração do homem. Ela é eficaz e eficiente para trazer vida a alguém que está morto em seus delitos e pecados. A palavra de Cristo engloba todas as suas instruções que moldam o caráter de homens e mulheres ao longo dos séculos. Cristo mostrou aos seus discípulos que a sua palavra era verdadeira e digna de total confiança, e por conta disso podemos nos apegar sem temor ao que “está escrito”, para que tenhamos vidas transformadas.
Cristo nos ensinou que a santificação na vida do discípulo se dá por intermédio da aplicação da verdade bíblica no viver diário: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” (João 17:17). Na sua oração sacerdotal Cristo orou pela santificação dos discípulos verdadeiros, exclusivamente com base nas Escrituras. Não há alternativa para a maturidade espiritual. Por isso, o cristão que negligencia o alimento sólido da Palavra do Senhor está fadado à estagnação e ao retrocesso em sua vida.
Paulo é um exemplo marcante da firme convicção da eficiência da Palavra de Cristo. Ele foi ricamente usado por Deus na propagação do Evangelho porque sabia que a sua fé não estava alicerçada em terreno inseguro. Paulo sabia que a fé genuína e vivificadora só é possível mediante a pregação da Palavra de Cristo, sem a qual o homem permanece morto em seus delitos e pecados (Rm. 10:17, Ef. 2:1).
Muitos crentes se tornaram raquíticos e sem apresentar nenhum crescimento porque não se apropriaram do rico “maná” que está ao seu alcance. A palavra de Deus é negligenciada ao extremo em nossa geração, e é por isso que não há vigor ou ânimo para a vida cristã. Ninguém pode crescer em santidade com base em filosofias humanas – pois o máximo que se consegue é uma boa índole. Mas o cristão genuíno está sempre convicto da necessidade de se apegar à Palavra do Senhor e fazê-la parte de sua vida, tal como o profeta Ezequiel que comeu o livro e na sua boca era doce como o mel (Ez. 3:3). O salmista Davi no Salmo 1 expressa a importância de uma meditação efetiva na “lei do Senhor” e o prazer que esta atitude faz nascer. O ensino por trás deste Salmo é que, assim como uma árvore dá os seus frutos na estação apropriada, assim também o homem que se interessa verdadeiramente pela palavra do Senhor produzirá frutos para a glória de Deus.
Os verdadeiros frutos na vida do crente só procedem de um coração que está convicto sobre a eficiência da palavra de Cristo. Nenhuma pessoa pode produzir nada por si mesmo, sem que a semente santa da palavra do Senhor brote em seu coração. A Palavra de Cristo plantada em nossos corações é a garantia de que haverá bons frutos para a glória de Deus em nossas vidas. A linguagem utilizada pelo profeta Isaías expressa exatamente isto: “Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia, mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei” (Isaías 55: 10-11).
A Palavra de Cristo tem sido eficiente em sua vida para mudar atitudes e práticas que desonram a Deus? Se nada tem mudado em seu viver mediante a Palavra de Cristo, com certeza o problema não está na Palavra, pois ela é totalmente eficiente (Hb. 4:12). O problema é que nós somos negligentes em empreender as verdades bíblicas no viver diário. Uma das provas confiáveis de que a Palavra de Cristo habita ricamente em nossos corações (Cl. 3:16) é a mudança (processo de despojar e revestir) e a prática contínua e progressiva dos princípios bíblicos em nossas frentes de batalha.

4 – A CONVICÇÃO DE QUE A COMUNHÃO COM CRISTO É UM PRESENTE (vs. 65)

Se não for uma concessão da livre iniciativa divina, ninguém teria comunhão com Cristo. O ensino neste texto é que ninguém pode achegar-se a Cristo sem a atuação soberana de Deus. Em outras palavras, não é o homem quem busca a Deus; é Deus quem busca e resgata o homem.
Ser um genuíno seguidor de Cristo não é fruto da capacidade inata do homem. Muito pelo contrário, o discípulo verdadeiro tem plena convicção de que esta comunhão com Cristo é fruto de um ato generoso da parte do Deus soberano. Ninguém pode vir a Cristo por seus próprios méritos, tendo em vista que o pecador não possui mérito nenhum. Então, é tão somente pela graça e bondade do nosso Deus, que um morto em delitos e pecados é feito nova criatura (Ef. 2:1), que um cego espiritual começa a enxergar as maravilhas divinas, que um condenado é declarado livre, que um pecador é declarado justo. Esta dádiva do Pai celeste é outorgada livremente a quem Ele quer.
Paulo escreve a Timóteo relembrando-lhe a respeito da iniciativa divina em resgatar os pecadores: “[Deus] que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos” (1 Tm. 1:9). É bom que fique bem claro que não há nenhum mérito no homem que poderia ser interpretado como sendo uma condição que induziu Deus a realizar SUA escolha. A condição da escolha primária não foi do homem, mas Deus escolheu o homem “para a si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef. 1:5,9,11). Os salvos são pessoalmente e individualmente conhecidos por Deus, em uma maneira especial de todos que foram criados por Ele, antes da fundação do mundo (Ef. 1:4; Tito 1:2). Sendo assim, a comunhão com Cristo já tinha sido planejada desde a eternidade para os eleitos de Deus.
Não podemos esquecer por um minuto sequer que a comunhão que desfrutamos com Cristo hoje é fruto do agir soberano de Deus. Sem a Sua Graça providencial que nos chamou para a santa vocação, eu e você não teríamos a menor condição de buscar a comunhão com Deus através de nossos próprios esforços. O apóstolo Paulo escreveu o resumo deste ensinamento: “porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm. 6:23).
De que forma esta verdade bíblica influencia o viver do discípulo verdadeiro? Ao invés de ostentar qualquer resquício de orgulho, o discípulo verdadeiro reconhece sua pequenez diante da insondável graça de Deus. O cristão deve cultivar em seu dia-a-dia um coração humilde diante da salvação gratuitamente ofertada por Deus. Esta verdade coloca o discípulo no seu devido lugar porque o faz enxergar a grave enfermidade do coração e o remédio gracioso providenciado por Deus. O ensino bíblico sobre o presente que Deus concede a quem Ele quer, é um poderoso remédio para tirar o orgulho de nossos corações. Com corações gratos e alegres, devemos servir ao Senhor que nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor (Cl. 1:13). Com ânimo e disposição, devemos viver o Evangelho na íntegra para mostrar ao mundo a suprema riqueza da graça de Deus.
A convicção a respeito do precioso presente de Deus outorgado aos remidos é um bálsamo para a alma. Somente o discípulo genuíno glorifica a Deus diariamente por esta decisão soberana e eterna. Além disso, nós não podemos negligenciar que fomos chamados para ser povo de Deus com o propósito de “proclamarmos as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe. 2:9). Você tem vivido de modo digno desta santa vocação para a qual foi chamado?

MARCOS AURÉLIO DE MELO
MENSAGEM NO EVANGELHO DE JOÃO

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Insensibilidade para discernir

TEXTO: AGEU 1:1-11

PARA ALINHAR-SE COM A VONTADE DE DEUS O CRISTÃO PRECISA REMOVER ALGUNS OBSTÁCULOS


3º OBSTÁCULO: INSENSIBILIDADE PARA DISCERNIR A DESAPROVAÇÃO DIVINA (vs. 5 e 7)
"Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Considerai o vosso passado." A palavra “considerar” significa refletir seriamente sobre a situação, ponderar com atenção, avaliar os fatos, analisar com cuidado. A NVI traduziu assim: "Vejam aonde os seus caminhos os levaram" e outra versão: "Pensem bem no que tem acontecido com vocês."
A história recente testemunhava contra o procedimento do povo de Israel. Havia claros indicativos que Deus não estava aprovando esta negligência da construção do templo: o dinheiro não dava para nada, o alimento não saciava, as vestimentas não tinham qualidade, a produção agrícola estava em crise, os recurso eram escassos. Enfim, a bênção de Deus não repousava sobre os que retornaram do exílio por conta da desobediência. Os fatos apontavam claramente que tinha algo errado. Todos estes acontecimentos deveriam ter chamado a atenção do povo para a desaprovação do Senhor. O grande problema é que o povo estava insensível e não teve o discernimento espiritual diante dos fatos. O profeta Ageu foi enviado pelo Senhor para mostrar que o povo não estava alinhado com a vontade de Deus, por conta desta insensibilidade espiritual.
O exemplo do rei Davi ilustra este tópico. Após cometer os pecados de adultério, mentira e assassinato, seu coração se tornou insensível. Mas o texto bíblico relata que aquele procedimento de Davi não passou despercebido aos olhos do Senhor: “Passado o luto [pela morte de Urias], Davi mandou buscá-la [Batseba] e a trouxe para o palácio; tornou-se ela sua mulher e lhe deu à luz um filho. Porém isto que Davi fizera foi mal aos olhos do SENHOR” (II Sm. 11:27). A NVI traduz assim: “o que Davi fez desagradou ao Senhor.” Mas o rei Davi não estava sensível para perceber a desaprovação divina. Apesar de toda a angústia pessoal (descrita no Salmo 32:3: “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia”), somente após a repreensão do profeta Natã é que a ficha realmente caiu e Davi admitiu a sua culpa diante de Deus suplicando por misericórdia e graça (Salmo 51).
Quando o Espírito Santo nos convence de pecado, geralmente este convencimento é acompanhado de um profundo pesar no coração por termos desagradado ao Senhor. Somos incomodados por saber que ferimos ao nosso Deus que é santo, e, muitas vezes perdemos até o sono. A partir deste ponto temos duas alternativas: ou nos rendemos imediatamente e nos alinhamos com a vontade do Senhor, ou permanecemos insensíveis e continuamos desalinhados em relação à vontade divina. É como um motorista que percebe a luz do óleo acesa no painel do seu carro e tem duas alternativas: parar o carro e providenciar o conserto, ou quebrar a luz do painel e continuar sua viagem. Com certeza ele não irá muito longe!
Há muitos crentes que não percebem que estão enfrentando um período disciplinar por causa de sua desobediência. Em vários momentos os fatos indicam que Deus não está aprovando suas atitudes, mas ainda continuam cegos e com corações endurecidos. Às vezes a reprovação divina vem através de um irmão (um Natã) que nos traz um alerta com base em princípios bíblicos claros. Na maioria dos casos, a resistência diante da repreensão de um irmão se torna ainda maior e assim a consciência se torna mais insensível. O pecado ocasiona sérias lesões na consciência espiritual e tem um poder cauterizador, tornando a pessoa insensível às repreensões divinas. Mas a verdade é que não se ganha nada fazendo vista grossa diante da reprovação do Senhor. Enquanto o crente permanece mergulhado nesta insensibilidade para discernir a reprovação de Deus, é certo que ele não vai conseguir alinhar-se com a vontade do Senhor. Este obstáculo na vida do cristão é o resultado direto de um abandono da comunhão íntima e pessoal com Deus.
O crente precisa desenvolver a sensibilidade espiritual para perceber que está andando fora dos trilhos. Esta sensibilidade não nasce da noite para o dia. É um processo contínuo e crescente que se aperfeiçoa através da comunhão com Cristo e da meditação nas Escrituras. O crente que negligencia estes recursos nunca se tornará sensível diante da desaprovação divina. Deus pode utilizar situações da vida para mostrar que não está de acordo com o nosso procedimento, mas Ele nos comunica a Sua vontade principalmente por meio da Sua Palavra. É urgente a necessidade de um alinhamento com a vontade Deus conforme revelada na Bíblia.
Meu irmão, você tem percebido evidências em sua vida que mostram a reprovação de Deus por alguma atitude sua? Ultimamente, você tem sido incomodado pelo Espírito Santo de Deus para mudar de postura com relação a algum procedimento pecaminoso? Não permaneça insensível diante destas evidências e recorra a Cristo em oração o quanto antes para que o seu coração não endureça ainda mais. O crente que se mantém rebelde e insensível mesmo sendo repreendido não terminará bem (Provérbios 29:1).

MARCOS AURÉLIO DE MELO
SERMÃO EM AGEU 1

Incoerência para definir as prioridades

TEXTO: AGEU 1:1-11

PARA ALINHAR-SE COM A VONTADE DE DEUS O CRISTÃO PRECISA REMOVER ALGUNS OBSTÁCULOS

2º OBSTÁCULO: A INCOERÊNCIA PARA DEFINIR AS PRIORIDADES (Vs. 3, 4 e 9c)
"É tempo de habitardes vós em casas apaineladas (casas de fino acabamento), enquanto esta casa permanece em ruínas?" (vs. 4) e "cada um de vós corre por causa de sua própria casa” (vs. 9c). A NVI traduziu da seguinte forma: “cada um de vocês se ocupa com a sua própria casa.”

Para o povo de Israel pós-exílico, que não estava alinhado com a vontade do Senhor, o luxo deveria vir primeiro. Eles estavam construindo casas “apaineladas” – isto é, de fino acabamento. A ideia original do versículo aponta para forros feitos de cedro, um tipo de madeira nobre e requintada. As casas construídas com perfeição eram uma prova cabal de que o povo tinha outras prioridades, por exemplo, conforto e segurança. Os judeus resolveram investir em mansões belíssimas e deixaram de lado o projeto de reconstrução do templo do Senhor. O povo foi incoerente ao evitar os investimentos na casa do Senhor e priorizar investimentos astronômicos em suas próprias casas.
A incoerência para definir prioridades é claramente perceptível neste texto. O judeu sem um templo fica sem fundamentos, porque toda a lei mosaica estava alicerçada em sacrifícios no templo e festas anuais. Nesta época, todas as cerimônias e comemorações judaicas estavam em plena vigência mesmo após o cativeiro na Babilônia. Assim, seria imprescindível que o povo judeu reconstruísse primeiro o templo, onde poderiam oferecer holocaustos e ofertas pacíficas pelo pecado da nação e por pecados individuais. Mas a prioridade ao retornar do exílio não foi essa, tendo em vista que o povo se ocupou em erguer palácios onde dormiriam confortavelmente. Após 70 anos de cativeiro, a prioridade deveria ser reconstruir com diligência o lugar onde poderiam adorar ao Deus Eterno.
A escolha feita pelo sobrinho de Abraão, Ló, serve para ilustrar como as prioridades equivocadas atrapalham a nossa vida. Em Gênesis 13: 10-13, lemos o seguinte: “Levantou Ló os olhos e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada (antes de haver o SENHOR destruído Sodoma e Gomorra), como o jardim do SENHOR, como a terra do Egito, como quem vai para Zoar.” Ele foi armando suas tendas mais e mais perto da cidade de Sodoma, onde os homens eram maus e grandes pecadores contra o SENHOR. Ló fez sua escolha com base em prioridades estritamente vantajosas sob o ponto de vista humano. Mas o homem espiritual guia-se pelo que é importante sob o ponto de vista de Deus. A prioridade do crente deve ser viver como cidadão do reino de Deus, em justiça e santidade, sem iludir-se com o “canto da sereia” deste mundo (1 Jo. 2:15).
Quem deseja seguir a Jesus Cristo deve fazê-lo prioritariamente, sem ocupar-se com assuntos periféricos. Muitas pessoas estão atreladas aos encantos deste mundo e por isso nunca priorizam um relacionamento vivo e autêntico com Cristo. Nesta sociedade competitiva em que impera “a lei da selva” (vence o mais forte), as prioridades estão relacionadas com simplesmente “ganhar a vida.” Mas Jesus faz uma pergunta que vai direto ao xis da questão: “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mt. 16:26). Em outra ocasião alguém se apresentou e recebeu o chamado de Jesus para segui-Lo: "A outro disse Jesus: Segue-me! Ele, porém, respondeu: Permite-me ir primeiro sepultar meu pai. Mas Jesus lhe respondeu: Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos" (Lc. 9: 59,60). Jesus não estava pedindo ao homem que desrespeitasse seu pai (que ainda estava vivo), mas sim que colocasse em ordem suas prioridades. A prioridade daquele homem não era seguir resolutamente a Cristo, mas sim, receber a sua parte da herança após a morte do seu pai. Para provar se alguma coisa é a nossa prioridade máxima devemos observar o que estamos dispostos a sacrificar para realizá-la ou tê-la.
Em que aplicamos nossos recursos e talentos prioritariamente? O fato é que nossos valores e prioridades são refletidos na maneira como usamos nossos recursos - tempo, dinheiro, força e talentos. Com certeza, recursos e talentos devem estar a serviço de nosso Salvador, pois fomos comprados com alto preço. O comprometimento integral só será possível à medida que Deus e seu Reino se tornarem os valores mais importantes para nós. Por isso, devemos examinar as nossas prioridades diariamente a fim de constatarmos onde está o peso maior: nos nossos prazeres imediatos ou na vontade de Deus? Será se o bezerro do Senhor não é o primeiro a ser sacrificado?
Quando afirmamos verbalmente que amar a Deus sobre todas as coisas é o primeiro e maior mandamento, devemos viver de modo coerente com esta afirmação. Se Deus é o nosso dono e Cristo é o nosso exemplo, precisamos ser coerentes ao definir nossas prioridades. Para estabelecer nossas prioridades, é importante lembrar que as mesmas coisas que eram importantes para Jesus devem ser importantes para nós. Se alguma coisa tinha grande prioridade para Ele, isso também tem que ter prioridade para nós. Você está com falta de apetite pelo que é celestial? Como está o seu apetite pelas coisas que são do alto? As prioridades que envolvem valores espirituais estão incluídas nos seus planos para este ano? Quais são as suas prioridades para este ano de 2011?

OBS.: ESTE SERMÃO FINALIZA NA PRÓXIMA POSTAGEM.

Indisposição para agir prontamente

TEXTO: AGEU 1:1-11

PARA ALINHAR-SE COM A VONTADE DE DEUS O CRISTÃO PRECISA REMOVER ALGUNS OBSTÁCULOS

1º OBSTÁCULO: A INDISPOSIÇÃO PARA AGIR PRONTAMENTE
"Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do SENHOR deve ser edificada." (vs. 2)

A alegação do povo era de que o tempo para edificar a Casa do Senhor não tinha chegado ainda. Apesar de a obra ter ficado parada por 20 anos, o povo não tinha pressa em reconstruir o templo. A inércia do povo demonstrava o seu total desinteresse em ver a obra recomeçar, e por isso davam tempo ao tempo. Este comportamento indolente mostra claramente que seus corações não estavam inflamados pela necessidade de adorar ao Senhor novamente no seu Santo Templo. “Não veio ainda o tempo”, era um modo de expressar a completa indisposição deles em recomeçar a obra que estava abandonada. O decreto expedido pelo rei persa Dario exigia que a obra de reconstrução do templo fosse feita com pontualidade (Ed. 6:12), mas mesmo com este decreto não houve maiores avanços na obra até a exortação do profeta Ageu.
Quando Cristo convocou os seus discípulos, observamos uma palavra que expressa prontidão: “imediatamente” ou “no mesmo instante” (Mt. 4:22, 22). Os discípulos que eram pescadores deixaram imediatamente suas redes e seguiram a Jesus. Da mesma forma quando Deus requisitou que o filho de Abraão fosse oferecido como sacrifício no monte Moriá, não houve nenhuma morosidade da parte de Abraão em atender à ordem do Senhor. Ele prontamente obedeceu (Gn. 22). Outro exemplo é encontrado no livro de Atos. Filipe recebeu uma ordem: “Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Dispõe-te e vai para o lado do Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto. Ele se levantou e foi” (Atos 8:26). Não houve nenhuma relutância da parte de Filipe, pois ele estava interessado em fazer a vontade de Deus em qualquer lugar que fosse. O chamado de Deus exige prontidão e disposição, pois a falta de diligência é um atestado de nosso desalinhamento com a vontade do Senhor.
Outro nome para este obstáculo na vida do crente é “procrastinação” – a palavra vem do latim procrastinatus: pro (à frente) e crastinus (de amanhã). A procrastinação na vida cristã é um grande empecilho para o crente alinhar-se com a vontade do Senhor. O ditado que se tornou prática para muitos cristãos é “nunca deixa para fazer amanhã, o que você pode fazer depois de amanhã.” E enquanto houver amanhã, a morosidade persiste. Quando o crente se torna dominado por esta apatia e sem disposição para agir com a urgência devida, é sinal de um grave descompasso com a agenda divina. O sábio Salomão nos deixou a seguinte advertência: “Quem somente observa o vento nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará” (Eclesiastes 11:4).
O crente não pode ser um prisioneiro da procrastinação, sempre arrumando desculpas para a sua letargia. O cristão que deseja alinhar-se com a vontade do Senhor, precisa ter prontidão para agir no tempo que se chama HOJE. No livro aos Hebreus 3:7-8, o autor desafia os leitores a uma postura diferente do povo de Israel que não entrou na terra prometida: “Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto.” Não podemos protelar as mudanças que Deus requer que façamos em nossas vidas hoje. Não podemos ser tão morosos em realizar a obra do Senhor. A procrastinação é um pecado que nos afasta de exercer as responsabilidades que Deus nos dá hoje.
A morosidade espiritual contamina toda a nossa vida. As mudanças que Deus requer de nós muitas vezes são adiadas e os ajustes que precisam ser feitos, são deixados para “depois”. Como já sabemos, existem crentes que são eternas promessas – nunca resolvem tomar uma atitude para alinhar-se com a vontade de Deus e sempre estão afundados numa letargia espiritual. Assim, resolvem procrastinar decisões que são urgentíssimas em suas vidas e, por isso, sofrem as conseqüências desta negligência. Entra ano e sai ano e nada de efetivo é observado em suas vidas. As orientações divinas para o crente devem ser implantadas imediatamente, isto é, sem delongas. Muitos crentes estão com suas vidas estagnadas porque nunca se dispõem a agir com diligência.
Existe alguma decisão, posicionamento ou atitude que está sendo protelada e adiada? Deus nos apresenta por meio da Bíblia algumas mudanças que precisamos empreender com urgência em nossas vidas. Será que você está negociando condições para perdoar alguém enquanto observa o tempo passar? Ou será que existe alguma ajuda que você pode prestar a alguém e ainda não deu o primeiro passo? Lembre-se de Provérbios 3:27-28: “Quanto lhe for possível, não deixe de fazer o bem a quem precisa. Não diga ao seu próximo: ‘Volte amanhã e eu lhe darei algo’, se pode ajudá-lo hoje.” Quais são os ajustes em sua vida que estão sendo adiados há muito tempo? Hoje é o tempo para realizar tais ajustes, para a glória de Deus. Enquanto não removermos o obstáculo da indisposição para agir prontamente, não estaremos aptos para experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus em nosso viver.

OBS.: ESTE SERMÃO CONTINUA NAS PRÓXIMAS POSTAGENS.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Um alinhamento indispensável

TEXTO-BÍBLICO: AGEU 1:1-11

INTRODUÇÃO

O alinhamento e o balanceamento veicular são fundamentais, uma vez que o sistema de suspensão e os pneus estão expostos a um processo normal de desgaste em função das condições de uso do veículo. O uso indevido do veículo e a má conservação de estradas (buracos, pedras, ausência de asfalto) contribuem para acelerar o processo de desgaste dos componentes do sistema de suspensão e direção, o que além de comprometer a dirigibilidade do veículo, aumenta o consumo de combustível.
Por esses motivos recomenda-se uma análise periódica no sistema de suspensão do veículo através de equipamentos apropriados para realizar ajustes corretivos, seguindo tolerâncias específicas de cada veículo determinadas pelos próprios fabricantes. Para evitar acidente ou maiores prejuízos, é importante fazer o alinhamento a cada 5.000km rodados ou a cada troca de pneus, ou antes de realizar uma viagem. O alinhamento dos faróis também é um importante item de segurança que necessita periodicamente ser verificado, para evitar o ofuscamento dos outros motoristas.
Mas hoje eu gostaria de abordar sobre outro tipo de alinhamento. Muito mais importante do que ter os pneus do carro devidamente alinhados, é indispensável que a vida do crente esteja devidamente alinhada com a vontade de Deus. Este alinhamento com a vontade de Deus precisa ser contínuo para que graves problemas não aconteçam. Não podemos esperar a data de uma “revisão espiritual”, é importante diagnosticar se estamos alinhados com a vontade de Deus diariamente. Sabemos que é perigoso fazer uma viagem com o veículo desalinhado, mas é extremamente mais perigoso estar com a vida desalinhada com a vontade do Senhor.

O texto bíblico em Ageu 1: 1-11 nos apresenta a exortação do profeta Ageu a um povo que estava totalmente desalinhado com a vontade do Senhor. Lembremos que a vontade de Deus era bem clara: o seu templo deveria ser reerguido para que o povo se ajuntasse em adoração novamente. O verso 8 não deixa dúvidas: "Subi ao monte, trazei madeira e edificai a casa; dela me agradarei e serei glorificado, diz o SENHOR." O que é agradável a Deus deve ser agradável também ao cristão.
Deus despertou até reis ímpios para cumprir os Seus desígnios – todo o processo de retorno do exílio prova que a boa mão do Senhor estava governando a história. Ciro, o rei da Pérsia, emitiu um decreto autorizando o retorno dos exilados para reconstruir o templo em Jerusalém (Ed. 1:1-4). Não há duvida de que sob a vontade soberana de Deus, o reinado de Ciro foi usado para levar os israelitas de volta à sua terra natal, depois de permanecerem setenta anos no exílio. Desta forma, muitas pessoas começaram a voltar para Jerusalém. A reconstrução do templo foi iniciada, mas logo foi abandonada. Depois de aproximadamente 20 anos, no ano 520 a.C, o profeta Ageu entra em cena para despertar o povo. As palavras de Ageu neste contexto serviram para alinhar o povo com a vontade de Deus. Então, tendo como base as advertências feitas por intermédio do profeta Ageu, eu gostaria de afirmar o seguinte:

“PARA ALINHAR-SE COM A VONTADE DE DEUS O CRISTÃO PRECISA REMOVER ALGUNS OBSTÁCULOS”

O desejo de todo crente deve ser alinhar-se com a vontade de Deus, para que o seu viver seja agradável ao Senhor. Se não é este o nosso sincero desejo, estamos perdendo o nosso tempo. O cristão genuíno almeja sempre estar no rumo certo, desfrutando cada dia da boa, perfeita e agradável vontade de Deus.
Deus requer dos seus filhos um comportamento condizente com a Sua Vontade revelada nas Escrituras. Quando a vida do crente está desalinhada em relação à vontade de Deus é porque existem certos obstáculos que não foram removidos. Qualquer obstáculo que nos impede de realizar a vontade de Deus não pode ser tolerado. Se estivermos rendidos diante destes obstáculos, é um claro sinal de não estamos vivendo para a glória de Deus. É por isso que é relevante identificar e remover estes obstáculos, para que possamos prosseguir na caminhada com Cristo, sempre mantendo o alinhamento com a vontade d’Ele para as nossas vidas. O rumo certo na vida cristã só é possível quando estamos alinhados com a vontade do Pai.

Que obstáculos o cristão precisa remover para alinhar-se com a vontade de Deus? De acordo com este texto o cristão precisa remover três obstáculos para alinhar-se com a vontade de Deus, que serão abordados neste sermão.

OBS.: ESTE SERMÃO CONTINUA NAS PRÓXIMAS POSTAGENS.