segunda-feira, 25 de maio de 2020

Qual combustível você utiliza


"Se você pensa na identidade do seu coração como um motor, poderia dizer que existe uma espécie de combustível a alimentá-lo de modo limpo e eficiente e um outro tipo que não só polui como também destrói o motor. O sujo é o combustível do medo e da necessidade de provar quem se é. Ou da necessidade de ser necessário para alguém. Ou da necessidade de se expressar por inteiro e sem reservas. Diversos “combustíveis” nos motivam a viver por um tempo, mas só existe um combustível limpo e que não levará ao esgotamento e à decepção. Esse combustível é o amor de Deus por você. Qualquer outro combustível se tornará demoníaco. Ou o deixará obcecado ou, na melhor das hipóteses, apenas o desapontará. Sempre que alimenta sua vida com esses combustíveis, Satanás consegue levá-lo para onde bem entende. A única coisa que ele não quer é que as palavras de Deus “Você é meu filho amado” alimentem o motor de seu coração e de sua vida." 

Timothy Keller
Encontros com Jesus: Respostas inusitadas aos maiores questionamentos da vida 

domingo, 3 de maio de 2020

Sabedoria para vivermos


Sabedoria: Equilíbrio + Força + Discernimento 

Concernente ao equilíbrio: será que a sabedoria está protegendo-nos dos extremos? Em nossos dias de extremismos fanáticos, um sábio equilíbrio nos protegerá da margem da loucura. Quando colocamos a sabedoria para trabalhar, fica mais fácil para os outros conviverem conosco. Como Will Rogers afirma: “Precisamos nos sentar confortavelmente na sela”. A sabedoria ajuda isso acontecer e nos mantém balanceados.

Concernente à força: será que a sabedoria está mantendo-nos estáveis? Sob o ataque do criticismo, assim como das sutis armadilhas do orgulho, uma força interior é essencial. Quando colocamos a sabedoria para trabalhar, ganhamos um amortecedor para suavizar as duras pancadas da vida.

Concernente ao discernimento: será que a sabedoria está esclarecendo a nossa mente? Rodeados de uma multidão de vozes convidativas e persuasivas, precisamos do sistema de filtragem que somente a sabedoria pode dar. Quando colocamos a sabedoria para trabalhar, é incrível como isso aumenta o nosso nível de discernimento.

Sim, Deus tem o mundo todo em Suas mãos – o vento, as ondas, os bebezinhos, e até mesmo você e eu. As coisas não estão fora de controle. A questão da vida à beira do limite não é: será que a Sua sabedoria funciona? E sim: estamos colocando a Sua sabedoria para funcionar?

“A sabedoria é a capacidade dada por Deus de vermos a vida com rara objetividade e de lidarmos com a vida com rara estabilidade.”

Charles Swindoll, no livro Vivendo à beira do limite

sexta-feira, 27 de março de 2020

DEUS É SÁBIO


Em meio à crise da pandemia do coronavírus em escala global, muitos podem questionar a sabedoria de Deus no seu íntimo. Outros proclamam em alto som que o Deus revelado nas Escrituras é um engodo. No entanto, podemos afirmar com certeza que a crise global evidencia que os homens não podem perscrutar os caminhos de sabedoria do Onipotente Senhor de tudo e de todos.
Vamos considerar alguns pontos em que Deus é sábio.
– Deus é necessariamente sábio. A sabedoria não pode ser separada dEle. Ela é a Sua primeira operação vital.
– Ele é originalmente sábio. Todas as outras formas de sabedoria provêm dEle, mas Ele não as recebe de ninguém.
– Ele é perfeitamente sábio. Por outro lado, até mesmo a sabedoria dos anjos é limitada, e, portanto, imperfeita.
– Ele é universalmente sábio. Ele conhece tudo a respeito de todas as coisas, e faz uso perfeito deste conhecimento.
– Ele é perpetuamente sábio. Ao contrário dos homens, que adquirem sabedoria com o passar dos anos somente para envelhecer e perdê-la novamente.
– Ele é incompreensivelmente sábio. Seus juízos são insondáveis e seus caminhos inescrutáveis (Romanos 11: 33). Não há limites de como Ele possa demonstrar Sua sabedoria para nós.
– Ele é infalivelmente sábio. Não há enganos nEle. A trama mais sábia de um anjo contra Ele está fadada ao fracasso, e somente contribuirá para o cumprimento dos Seus propósitos. Não há sabedoria, nem inteligência, nem conselho contra o SENHOR (Provérbios 21: 30).

Stephen Charnock


segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Buscar a santidade

A SANTIDADE DEVE SER BUSCADA ARDOROSAMENTE SEM, CONTUDO, PERDER-SE DE VISTA QUE A SALVAÇÃO É PELA FÉ, E NÃO PELA SANTIDADE

Augustus Nicodemus

Muitos cristãos tendem à introspecção e a buscar a certeza da salvação dentro de si próprios, analisando as evidências da obra da graça em si para certificar-se que são eleitos. Não estou dizendo que isso está errado. Embora a salvação seja pela fé, no meu entendimento, a certeza dela está ligada ao processo de santificação.

Contudo, os crentes correm o risco de confundir as duas coisas. Se a busca contínua pela santidade não for feita à luz da doutrina da justificação pela graça, mediante a fé, levará ao desespero, às trevas e à confusão. Quanto mais olhamos para dentro de nós, mais confusos ficaremos. “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas; e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” (Jeremias 17.9).

Não estou descartando o exame próprio e a análise interior de nossos motivos. Apenas estou insistindo que devemos fazer isso olhando para Cristo crucificado e morto pelos nossos pecados. Somente conscientes de que fomos justificados pela graça, mediante a fé, sem as obras da lei, é que podemos prosseguir no longo caminho da santificação.

O elo entre a justificação e a santificação


Muito se discute nos arraiais evangélicos sobre a necessidade da justificação mediada por Cristo a fim de sermos parte do reino de Deus. Certamente, há farto amparo bíblico para este assunto, afinal aos que Deus chamou, a estes justificou. A justificação é uma declaração judicial unilateral por parte de Deus de que já não há mais culpa que condene o homem redimido, visto que seus pecados foram totalmente pagos pela obra vicária de Cristo Jesus.

Mas não podemos ignorar a ampla gama de textos bíblicos que afirmam a necessidade de crescimento e amadurecimento na fé, afinal sem santidade ninguém verá o Senhor. Menoscabar a santificação como um processo inexorável na vida do cristão é fazer pouco caso da graça maravilhosa do Senhor. Neste aspecto, o progresso na piedade deve ser evidente e realizado sob a dependência da graça.

Portanto, há forte ligação entre a justificação e a santificação. Enquanto a justificação nos livra da culpa do pecado, a santificação nos livra do poder do pecado. Somente conscientes de que fomos justificados pela graça, mediante a fé, sem as obras da lei (Rm. 5.1; 3.28), é que podemos prosseguir confiantes no caminho da santificação. E assim vamos amadurecendo em glória, parecendo-nos mais e mais com a estatura de varão perfeito.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Raízes

por Charles R. Swindoll

Marcos 4:1-41; Efésios 3:1-21; Colossenses 2:1-23
Existe uma árvore no meu jardim que me dá um trabalho enorme, várias vezes ao ano. Ela tomba. Não, ela nunca quebra ou para de crescer… só tomba. Ela é bonita, muito verde, encorpada. Mas deixe que uma boa rajada de vento a encontre – e lá vai ela para o chão – rapidamente.
Isso aconteceu hoje. Estava muito bem, até que ventou. É uma vergonha que essa charmosa árvore não consiga se manter em pé. Retire as cordas que a sustentam e é somente uma questão de tempo… ela não é páreo na luta contra seu invisível amigo.
Por quê? Na linguagem dos jardineiros, ela é uma cabeça-pesada. Muitas folhas e pesados ramos acima do chão (que apreciamos e gostamos), mas abaixo do solo, fracas raízes. Poucas raízes aqui e ali, procurando por água e nutrientes… mas insuficientes para suportar tudo o que cresce acima. E a árvore não para de produzir novas folhas para esperar as raízes se fortalecerem.
Então, eu vou de manhã e a coloco em pé novamente. Converso com ela, dou vários conselhos e, com gestos, falo para se “endireitar”. Mas é só aparecer outro ventinho mais forte, que ela vai ser nocauteada.
Essa árvore passa uma lição que eu não posso mais ignorar: raízes fortes estabilizam o crescimento. Se isso é verdade para as árvores, com certeza é crucial para os cristãos. Raízes fortalecem e nos sustentam contra os fortes ventos da persuasão. Quando os ventos “tombadores-de-mentes” atacarem sem aviso, será o emaranhado de sólidas raízes que irá nos segurar e nos manter em pé. Bonitos ramos e rendadas folhas, não importando quão atrativos possam ser, falham em nos fortificar quando a velocidade cresce. São necessárias raízes resistentes, profundas, poderosas raízes para nos manter em pé.
Isso explica por que o Salvador disse aquilo sobre a planta que secou. Ela tinha um problema de raízes (Marcos 4:2) e não pôde aguentar os raios de sol. E por que a oração de Paulo pelos jovens e enérgicos crentes de Éfeso incluiu o pensamento de “… estando arraigados e alicerçados…” (Efésios 3:17). Raízes fortes estabilizam o crescimento. É por essa razão que elas são tão importantes. Sem elas nós tombamos e às vezes estalamos.
Mas antes que você fique empolgado querendo criar uma série de fortes raízes, deve se lembrar de algo importante: isso leva tempo. Não existe uma rota instantânea para a criação de raízes. E não é uma das coisas mais divertidas de se fazer. Envolve trabalho duro e dedicado. E também não é um processo facilmente perceptível. Ninguém gasta tempo cavando ao redor do caule de uma árvore, admirando: “Que raízes fortes você tem!”. Quanto mais fortes e profundas forem as raízes, menos visíveis elas se tornam. Menos aparecem.
Grave isso. O processo é lento. E também não haverá barulho ou fumaça no seu crescimento. O processo é silencioso. Mas no final do processo, o produto será insubstituível… de valor incalculável.
Se você está procurando um crescimento rápido, superficial, do tipo “levante daí rapidinho”, então eu tenho o ideal. Apareça qualquer dia aqui em casa e eu vou vender para você um espécime perfeito – com cordas e tudo!