sábado, 26 de junho de 2010

O crente X o pecado

Por que Deus não torna o crente perfeito e incapaz de cometer pecados, a partir do momento de sua conversão a Cristo? Talvez você já tenha se perguntado por que ainda luta com pecados em sua vida, mesmo já sendo um salvo por meio da graça de Deus. Por que será que Deus não livra o crente de qualquer inclinação para o pecado depois de sua conversão?

Para responder a esta pergunta, precisamos entender que todos nós chegamos a este mundo com o coração pecaminoso, a natureza humana que sempre deseja se afastar de Deus em busca do pecado. Esta natureza humana, que também é chamada na Bíblia de “o velho homem”, continua existindo mesmo após a conversão. O crente possui também a natureza redimida, ou "o novo homem", que foi fruto da operação do Espírito na regeneração.

Todo pai espera que seu filho cresça e se desenvolva – é um motivo de grande alegria para o pai ver seu filho se desenvolvendo. Assim também, Deus tem o objetivo de amadurecer cada um dos crentes em retidão e em santidade. Ele nos oferece todos os recursos necessários para que possamos vencer a influência do “velho homem” sobre nós. Por exemplo, Deus nos oferece a Sua Palavra que nos mostra vários princípios úteis para uma vida de santificação. Ele também nos auxilia por meio do Espírito Santo, que nos convence de todo e qualquer pecado. Em Romanos 8:29, está escrito que Deus tem o propósito de nos conformar à imagem do Seu Filho Jesus Cristo. Então, o seu plano é que todos os crentes continuem em busca de maior aperfeiçoamento, sempre lutando contra o pecado em suas vidas para alcançar à maturidade espiritual. Para isso, o crente precisa depender de Deus constantemente.

Os pecados do crente foram pagos de uma vez por todas quando Cristo morreu na cruz. E a ressurreição de Cristo ilustra que o crente deve andar também em novidade de vida, uma vez que já foi salvo da penalidade do pecado. Agora o crente deve viver em santidade para se conformar à imagem de Jesus Cristo, livrando-se dia após dia da influência que o pecado ainda tem sobre sua vida. Paulo descreveu esta intensa batalha que ocorria dentro dele, entre o “novo homem” redimido por Cristo e o “velho homem” que ainda permanecia em seu coração. Mas ele encorajou os crentes de Roma com estas palavras: “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça.” (Romanos 6: 12 e 14).

Fazendo uma comparação, do nosso ponto de vista seria ótimo se nunca ficássemos doentes, mas a realidade é outra, pois vivemos num corpo atingido por muitas bactérias e isso nos leva mais cedo ou mais tarde ao médico. Graças ao nosso Pai, temos um Médico que cura nossas feridas quando confessamos nossos pecados, de acordo com I João 1:9. Por isso, é muito importante que o crente confesse seus pecados e os abandone – isto é uma prova de que existe um verdadeiro crescimento!

Mas também eu quero deixar aqui um alerta a todos que tiverem acesso a este breve artigo. Já sabemos que Deus tem o propósito de ver os seus filhos crescendo em maturidade. Ele não nos torna perfeitos e livres de cometer pecados depois da conversão, porque seu plano envolve o crescimento de cada crente, que precisa depender sempre do Senhor. Mas aqui fica uma pergunta: se você não está crescendo e nem lutando contra o pecado em sua vida, será que de fato você é um cristão verdadeiro? Se não existe nenhuma evidência de seu crescimento espiritual e se você está totalmente dominado pelo pecado, será que você é realmente um filho legítimo de Deus?


MARCOS AURÉLIO DE MELO
MEDITAÇÃO BÍBLICA

quinta-feira, 24 de junho de 2010

O Médico dos médicos

O que a Bíblia nos diz sobre alguém que afirma que só vai ser crente (ou evangélico) se antes parar de beber, parar de fumar ou de ir a algumas festas? Será que encontramos apoio nas Escrituras para este tipo de pensamento? Muitas pessoas pensam que só podem tornar-se crentes se primeiro consertarem suas vidas, deixando de praticar certos hábitos ou de freqüentar alguns locais.

“Eu só vou me tornar crente se antes eu parar de beber, fumar, e praticar certos hábitos.” Mas será que esta ideia que muitos defendem é bíblica? Vamos começar pensando numa pessoa que está bastante doente – com uma enfermidade mortal como um câncer. Ela sabe da gravidade do seu problema e que precisa procurar urgentemente um médico. Mas digamos que esta pessoa resolve agir desta forma: “eu só vou procurar um médico, quando eu estiver completamente curada.” Então, ela procura por seus próprios esforços se livrar de desta doença perigosa, tentando se livrar de alguns sintomas da doença, sem se importar em procurar um médico competente. Com certeza você concorda comigo que esta atitude é totalmente sem fundamento. Esta pessoa está se esforçando em vão, porque somente um médico capacitado pode oferecer o tratamento certo para a doença desta pessoa.

A pessoa que pensa que só vai seguir a Cristo quando deixar de fumar, beber ou deixar de praticar uma lista de pecados, está mostrando que seus esforços valem muito mais do que a orientação de Cristo por meio de Sua Palavra. Este tipo de atitude revela o orgulho que há no coração do homem, que pensa em mudar a sua própria vida antes de se render aos pés de Cristo. Mas eu quero afirmar a você que isto é totalmente impossível. Não há como amadurecer em santidade sem o auxílio do Espírito Santo, que só habita em alguém que é verdadeiramente convertido por Deus.

A Bíblia nos diz em Isaías 64:6 que as obras de justiça praticadas pelo homem sem Cristo são consideradas trapos de imundícia – ou seja, não tem valor nenhum diante de Deus. Em Romanos 3:23 diz que todos são pecadores diante de Deus e estão longe de agradar a Deus do seu próprio jeito, melhorando isto ou aquilo nas suas vidas. O homem precisa descer do seu trono e se humilhar diante de Deus, reconhecendo que o sangue derramado por Jesus Cristo é o único pagamento aceitável pelo nosso pecado. Ele veio para nos resgatar e nos oferecer vida em abundância. Ao depender de Cristo e confiar n’Ele, você vai começar a agir de acordo com a Palavra de Deus, e muitas mudanças será observadas em sua vida porque agora você tem o auxílio de Jesus Cristo.

Então, é um erro fatal pensar que somente depois de ficar curado de sua doença deverá procurar um médico. Da mesma maneira, é um erro fatal procurar seguir a Cristo só depois que ficar livre de seus pecados. Eu garanto a você que é impossível se livrar do pecado totalmente, sem se submeter ao senhorio de Cristo sobre a sua vida. Reflita seriamente sobre esta verdade e procure urgentemente o Médico dos médicos.



MARCOS AURÉLIO DE MELO
MEDITAÇÃO BÍBLICA
PROGRAMA VIVA COM CRISTO

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Um coração em caos

Leitura Bíblica: I Samuel 25


No mês de abril deste ano a erupção de um vulcão na Islândia (não me arrisco a citar o nome do vulcão) provocou um enorme caos aéreo na Europa e, consequentemente, no mundo. Este caos aéreo foi considerado o mais grave desde a interrupção dos voos no 11 de setembro, e está custando mais de US$ 200 milhões ao dia às companhias aéreas. Só no dia 17 de abril, 17.000 voos foram cancelados. Milhares de pessoas perderam seus compromissos em outros países, muitas cargas não chegaram ao seu destino e enormes prejuízos foram acumulados nos sete dias em que o vulcão não permitiu viagens de avião. Realmente, foi uma situação extremamente caótica.

A palavra caos transmite a ideia de desordem generalizada, uma bagunça ou confusão de grandes proporções. Neste texto que acabamos de ler, observamos Davi irado contra Nabal. Davi convocou 400 homens para cometer uma chacina, porque Nabal tinha se comportado de maneira arrogante e prepotente. O caos neste contexto não está somente na situação que se desenhava, mas encontra-se principalmente dentro do coração de Davi. A situação caótica do coração de Davi o levaram a ter esta explosão de ira. A Bíblia nos mostra que do coração procedem todas as coisas más – e por isso todo problema deve ser entendido no nível do coração para ser devidamente tratado com os princípios bíblicos. Se ficarmos apenas na superfície do problema sem buscar resolvê-lo na origem, em algum momento ele ressurgirá com mais força. A ira demonstrada por palavras e ações realmente nasce no coração.

PROPOSIÇÃO: "As manifestações de ira refletem a situação caótica do nosso coração"

Podemos afirmar que as explosões de ira refletem a situação caótica do coração percebendo alguns INDÍCIOS neste texto. Quais indícios neste texto nos mostram a situação caótica do coração de Davi?

1) As manifestações de ira refletem um coração auto-centralizado (vs. 5, 10)

Davi já estava bastante conhecido em toda a região. Ele já tinha vencido algumas batalhas contra povos inimigos, por isso sua fama se espalhara em todo o Israel. Quando ele enviou os dez homens para falar com Nabal, Davi fez questão que o seu nome fosse referido. Desta forma, ele quis mostrar a Nabal que não era “qualquer um”, ele era o guerreiro “mais famoso do momento.” O problema é que o nome de Davi não causou nenhuma reverência da parte de Nabal, pelo contrário, foi motivo de piada (Davi era mais um bandoleiro, na opinião de Nabal). Isso não agradou de forma nenhuma a Davi porque ele estava com o foco muito voltado para si mesmo – seu interesse era despertar honra e respeito por seu nome.
Certa vez, perguntaram a um filósofo cristão: Qual o maior problema do mundo? Ele respondeu prontamente: “Eu”! Esta resposta mostra que enquanto não crucificarmos o velho homem corrompido, ele continuará mostrando sua face – sempre buscando maior glória.
Paulo foi duramente ofendido pela igreja de Corinto. Muitos naquela igreja o consideravam um homem fraco – um pregador sem qualidade e cheio de defeitos. Ele estava sendo criticado de várias maneiras então ele escreveu a segunda carta para defender o seu ministério apostólico. Note este versículo: “Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus” (II Co. 4:5). Seu coração não estava centralizado em si mesmo – ele sabia perfeitamente que o seu ministério era uma dádiva do Senhor. Saber disto o confortava e o levou a dizer: “Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor. Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, e sim aquele a quem o Senhor louva” (II Co. 10: 17-18). Paulo não usou de arrogância e nem derramou ira na sua defesa, porque ele não se considerava o “centro do universo”.
Se estivermos muito preocupados em garantir a nossa reputação, poderemos explodir em ira rapidamente quando esta reputação for de alguma forma maculada. Às vezes enfatizamos muito o cuidado com o markentig pessoal, promovendo nossos interesses acima dos interesses do Senhor. Esta ênfase exagerada no que os homens pensam a nosso respeito é pecado – estamos idolatrando nós mesmos. A nossa reputação precisa estar alinhada com os princípios bíblicos e ponto final. Nada que traga méritos para nós pode ser cultivado em nossos corações, porque isto vai nos levar a enfrentar problemas graves. O crente não deve se colocar no “centro das atenções” e esperar que todos em redor se prostrem diante dele. Nós não somos o fim em nós mesmos, precisamos viver para glorificar unicamente ao Senhor (I Co. 10:31).
Como você lida com as injúrias que afetam a sua reputação? Será que a primeira alternativa é sempre explodir em ódio e ira? Ou temos um coração que não busca glórias pessoais, a ponto de tratar biblicamente com as pessoas que não reconhecem o nosso valor? Não quero ser mal interpretado. A calúnia e a fofoca devem ser tratadas como a Bíblia nos mostra: são pecados que precisam ser abominados. É óbvio que geralmente não são tratadas com a devida seriedade. “Mais importante do que os outros pensam de nós, é o que os outros pensam de nós como representantes de Cristo.” Piper Será que a excelência de Cristo está sendo demonstrada em nossa vida? É isso que deve nos interessar, e não se nós mesmos estamos sendo aplaudidos.

2) As manifestações de ira refletem um coração amargurado (vs. 21)

“Ele me pagou mal por bem” – é a conclusão de Davi no verso 21. A amargura tomou conta do seu coração porque ele tinha sido benévolo para com Nabal oferecendo proteção aos pastores de rebanhos durante o tempo que estiveram no Carmelo (vs. 7). Os homens que Davi enviou a Nabal foram recebidos com arrogância: “Tomaria eu, pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores e o daria a homens que eu não sei donde vêm?” (vs. 11). Tudo isso machucou Davi, que se amargurou profundamente porque sua ajuda a Nabal não foi compensada de alguma forma. O fato é que a reação egoísta de Nabal provocou um turbilhão de amargura no coração de Davi.
Uma pessoa que tinha motivos de sobra para carregar um coração amargurado para o resto da vida era José. Ele foi vendido como escravo pelos próprios irmãos, acusado falsamente pela mulher de Potifar e esquecido na prisão. Os anos se passaram e ele ocupou uma posição de grande destaque no império egípcio. José teve a oportunidade de encontrar-se novamente com seus irmãos – com o poder nas mãos para derramar ira e ódio se estivesse carregando ainda a amargura no coração. No entanto, José reconheceu que o mal causado por seus irmãos foi convertido em bem nos planos de Deus. Esta perspectiva o livro de ter um coração amargurado – que na verdade é uma bomba-relógio que pode explodir a qualquer momento.
A amargura no coração pode nascer quando nossos melhores esforços em prol de alguém não são compensados. Geralmente, a amargura está relacionada com expectativas frustradas. Pessoas amargas carregam grandes fardos porque criaram enormes expectativas que não foram devidamente satisfeitas. “Quando um desejo não realizado me tenta a ficar amargurado, eu demonstro que estou confiando na realização daquele desejo para suprir minhas necessidades, ao invés de confiar em Deus” (C. J. Mahaney). É comum observar a amargura em casamentos quando o casal não consegue estabelecer expectativas realistas. Esta amargura pode ir se acumulando até chegar o ponto de estourar numa explosão de raiva e ódio dentro do lar. O ressentimento causado por dificuldades de relacionamento precisa ser jogado para longe, antes que cause graves estragos. Alguém disse que “a mágoa é a ira congelada.”
Como você tem reagido às raízes de amargura que querem brotar em seu coração? Com o auxílio do Espírito Santo, você tem arrancado as raízes que teimam em brotar? Não devemos permitir que estas raízes contaminem muitos ao nosso redor, como está escrito em Hebreus 12:15: “nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados.” Quem se alimenta da mágoa não tem paz. Não tem liberdade. Não tem alegria. Não conhece o amor. Não tem comunhão com Deus e não pode adorar a Deus em espírito e em verdade. Precisamos nos despojar de toda amargura e de suas filhas: “Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia” (Ef. 4:31).

3) As manifestações de ira refletem um coração não-perdoador (vs. 13)

Davi estava determinado a cometer a matança. Ele iria acabar de vez com Nabal e todos os seus homens, sem dúvida seu plano inicial foi esse. Observe que Ele não parou em nenhum momento para refletir – sua visão estava totalmente embaçada pelo ódio. O verso 13 relata a resposta imediata de Davi aos seus companheiros, sem nenhuma séria avaliação do problema. Ele mandou que 400 homens cingissem suas espadas para colocar fim à insolência de Nabal. Davi em nenhum momento considerou o perdão como alternativa legítima nesta situação em que foi afrontado. Ele só desistiu do seu plano assassino ao encontrar-se com Abigail que o convenceu a desistir. Até o momento deste encontro, Davi estava resistente à ideia de perdoar a grave ofensa sofrida.
Na parábola do credor incompassivo, registrada em Mateus 18: 23-35, observamos que o homem que foi grandemente perdoado de sua dívida, mas que não perdoou uma dívida muito menor de outra pessoa, explodiu em ira e ódio. Diz o texto bíblico: “Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves.” A palavra sufocar tem a ideia de estrangular com muita força e violentamente. Aquele homem explodiu em ira porque não tinha um coração perdoador, mesmo tendo sido perdoado há pouco tempo atrás.
O perdão é um imperativo divino – seja qual for a ofensa recebida. Como cristãos, devemos ter um coração perdoador, tendo em vista que nós também somos alvo do amor e do perdão maravilhoso de Deus. A Bíblia nos adverte que o perdão não deve ser opcional – ele deve ser tratado como o ingrediente fundamental nos relacionamentos. Sem perdão efetivo e bíblico não há possibilidade de existir relacionamentos saudáveis. Por isso tantas vezes somos advertidos sobre a importância de termos um coração perdoador. O perdão mostra que de fato entendemos a mensagem central do Evangelho, pois Deus, em Cristo, nos perdoou. A maneira como nos comportamos diante de alguém que nos causou algum mal, determina se de fato somos cristãos na essência da palavra. Se o rancor e o ódio já se tornaram prática comum na solução de conflitos, precisamos retornar aos princípios bíblicos urgentemente. Cristo não nos ensinou a revidar ou dar o troco na mesma moeda, quando somos ofendidos de alguma forma. Ele nos mostrou que é totalmente possível oferecer a outra face, andar mais uma milha, e perdoar muito mais do que 70 vezes 7. Jesus perdoou Judas naquela noite da última ceia com os discípulos, mesmo sabendo que seria entregue aos soldados romanos por meio de um beijo traiçoeiro.
Você tem explodido em ira por causa da falta de perdão? Você está arrastando fardos insuportáveis porque não consegue perdoar alguém que o feriu? Você tem algum Nabal em sua vida? Como você o tem tratado? Será que as explosões de ira estão superando a prática do perdão bíblico em seu cotidiano como cristão? Que possamos refletir seriamente sobre a necessidade de sempre cultivarmos um coração perdoador, mesmo que alguém nos pague o bem com o mal.

MARCOS AURÉLIO DE MELO
ESTUDOS NO LIVRO DE I SAMUEL

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Divulgação de um ótimo blog


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terça-feira, 8 de junho de 2010

A relação do cristão com o mundo

Texto-Bíblico: I João 2: 15-17

PROPOSIÇÃO:
“Para ter uma correta relação com o mundo o cristão tem que abandonar algumas falsas pressuposições”

Que falsas pressuposições o cristão tem que abandonar para ter uma correta relação com o mundo? O cristão tem que abandonar algumas falsas pressuposições para ter uma correta relação com o mundo que são as seguintes:


1 - OS ATRATIVOS DO MUNDO POSSUEM UMA ADMIRÁVEL SUPERIORIDADE (Vs. 15)
Os verbos estão no imperativo, o que indica uma ordem do Senhor aos leitores da carta de João. Os crentes estavam amando o mundo, considerando-o admiravelmente superior em detrimento do amor que deveriam direcionar a Deus. Para aqueles cristãos o amor ao mundo era muito precioso e por isso surgiu a necessidade desta dura reprimenda. O apóstolo é contundente em afirmar que o amor de Deus não é derramado no coração de alguém que considera o mundo como o seu maior valor.
O primeiro lugar no pódio é sempre mais alto. O atleta que consegue a façanha de chegar ao topo do pódio superou todos os concorrentes e receberá os aplausos da vitória. Quem ocupa o primeiro lugar será o atleta mais prestigiado e honrado. A torcida que apoiou o atleta durante toda a competição sobe no pódio junto com ele e comemora em grande festa. Mas será se o mundo deve ocupar o primeiro lugar no pódio do coração de um cristão redimido pelo sangue de Cristo? De forma nenhuma! Isto é uma completa incoerência.
A triste constatação é que o amor que muitos cristãos reservam para este mundo parece não ter limites. Em inúmeras situações podemos constatar que o mundo tem sido o grande usurpador na vida de crentes professos. Os atrativos deste mundo ganham cada vez mais a proeminência – e se constituem em brinquedos preciosos para os cristãos da atualidade. O Senhor Jesus nos alertou em Mateus 6:33 que a prioridade do discípulo deve estar muito além das coisas deste mundo. A prioridade deve ser viver como cidadão do reino de Deus, em justiça e santidade. O problema é que ouvimos o “canto da sereia” deste mundo e não queremos acordar da ilusão que isto traz.
O amor derramado no coração do crente pela obra do Espírito Santo (Rm. 5:5) deve ser direcionado verticalmente (amar a Deus) e horizontalmente (amar ao próximo), de acordo com Mateus 22: 37-39. Não deve sobrar espaço em nosso viver para amar os atrativos deste mundo em trevas. A graça de Deus é suficiente e superior, para que possamos caminhar de modo agradável ao Senhor enquanto estivermos neste mundo.

2 - OS ATRATIVOS DO MUNDO POSSUEM UMA ADMIRÁVEL LEGITIMIDADE (Vs. 16)
É uma ilusão pensarmos que os atrativos do mundo possuem uma origem legítima. Todos os aspectos enganosos destes atrativos (concupiscência dos olhos e da carne; soberba da vida) são de origem mundana. Deus criou o mundo natural com todas as perfeições, mas não este século pervertido é fruto do pecado que arruinou todas as coisas. Deus não é o autor do pecado e de nenhum atrativo que escravize ainda mais o homem. A ideia de que as coisas deste mundo existem para ser usufruídas porque possuem uma procedência legítima, é totalmente inaceitável do ponto de vista bíblico.
Mercadorias contrabandeadas não podem ser comercializadas livremente porque não pagaram os impostos para entrar no Brasil. Muitos consumidores são diariamente enganados ao comprar “gato por lebre”. Muitos compram mercadoria supostamente original de fábrica, mas na verdade são produtos de contrabando – de origem ilícita. Há uns anos atrás alguns edifícios vieram abaixo porque foram construídos com areia de praia – material ilegítimo para a construção civil.
O cristão precisa estar atento aos apelos incansáveis deste mundo que tenta vender uma imagem legítima. As ofertas são muitas e a propaganda enganosa sempre enfatiza que Deus planejou que o homem usufruísse (sem “tabus”) o que este mundo tem a oferecer. O problema é que o pecado se disfarça com tonalidades agradáveis aos olhos. Por causa disso, muitos cristãos estão aderindo às tendências mundanas e ainda tentam encontrar apoio nas Escrituras para tais práticas pecaminosas. Em nome da supervalorização do amor mútuo em prejuízo da verdade bíblica, muitos pecados já se tornaram aceitáveis nos círculos evangélicos. Desta forma, alguns versículos fora do contexto são utilizados para apresentar uma origem legítima de pontos de vista equivocados. Nas vitrines da pós-modernidade tudo pode ser negociado com o cartão de crédito chamado cristianismo. A psicologia há muito tempo vem tentando usar uma roupagem bíblica para atrair a atenção – e tem conseguido iludir muitos cristãos com suas afirmações baseadas na auto-estima e na ausência de culpabilidade do homem. A origem ilegítima da psicologia e suas co-irmãs atestam a futilidade de tais pensamentos.
Que possamos cultivar em nossas mentes a sensibilidade necessária para evitar qualquer suposta legitimidade dos atrativos fúteis deste século em trevas. Somente a Palavra de Deus nos oferece os recursos para julgar sabiamente o que procede de Deus e o que procede deste mundo.

3 - OS ATRATIVOS DO MUNDO POSSUEM UMA ADMIRÁVEL DURABILIDADE (Vs. 17)
O mundo e seus atrativos passam rapidamente. Nada neste mundo pecaminoso ultrapassará os portões da eternidade. Os leitores do apóstolo João precisavam ser alertados sobre este fato para que não ficassem iludidos até o fim de suas vidas. Há neste versículo um lembrete solene sobre a pouca durabilidade das coisas deste mundo. João exorta-nos a não depositar nossas esperanças em falsidades passageiras. Quem permanece eternamente é aquele que faz a vontade de Deus – priorizando o querer de Deus em todos os aspectos da vida.
Os remédios possuem um prazo de validade – e quem se aventura a tomar após o prazo sofre terríveis consequências. Muitos remédios são jogados fora anualmente porque expiraram a validade. O cristão precisa entender que os atrativos deste mundo também possuem um prazo de validade. E não adianta teimar que é possível esticar este prazo de validade, porque os prejuízos serão incalculáveis. Nenhum remédio servirá ao seu propósito medicinal estando com prazo de validade vencido.
Será que nós já conseguimos detectar o quão passageiro este mundo é? Será que já estamos plenamente conscientes da pouca durabilidade das coisas deste mundo? O cristão precisa viver com os olhos espirituais bem abertos para enxergar que o mundo passa rapidamente e por isso mesmo não é merecedor da glória que tanto recebe.
O cristão não deve estar conformado (no mesmo molde) com este mundo, mas deve investir suas maiores energias em renovar a mente para experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (Romanos 12:2). Um dos sinais de conformidade é pensar que os atrativos deste mundo possuem um grau de durabilidade elevado.
É comum ver pessoas planejando com enorme expectativa a sua aposentadoria, para aproveitar ao máximo a “melhor idade” viajando e conhecendo lugares maravilhosos. Mas ninguém quer viver os últimos dias de sua vida acumulando tesouros eternos onde a traça não corrói e nem o ladrão escava ou rouba. É um sinal de que o foco do viver não é de forma nenhuma a glória de Deus.
Como você espera viver os seus últimos dias? Desejará sombra e água fresca ou terá planos de se dedicar incansavelmente na obra do Senhor, na qual nenhum trabalho será em vão? Que possamos encarar com honestidade os atrativos deste mundo em pecado, que são totalmente passageiros e fúteis. Vamos valorizar o que é eterno e buscar agradar a Deus com nossas atitudes de servos, acumulando tesouros nos céus.

MARCOS AURÉLIO DE MELO
AULA DE HOMILÉTICA

sexta-feira, 4 de junho de 2010

UM SERVO LEGÍTIMO

TEXTO-BÍBLICO: I SAMUEL 17: 31-40

A pirataria é um dos graves problemas que o Governo tenta resolver em nosso país. Vários produtos são pirateados e comercializados, tais como: programas de computador, brinquedos, DVD's, relógios, perfumes, CD's, celulares, camisas, tênis, etc (a lista seria enorme). Em muitos casos não se distingue facilmente um produto pirata do produto autêntico. E por conta disso, a pirataria se alastra mais ainda.

Desde a sua juventude Davi demonstrou ter um coração de servo. Esta característica de Davi o levou a depender de Deus em cada circunstância da sua vida. Mas como podemos saber que alguém que diz servir a Deus é um servo legítimo? Diante de tanta "pirataria" no meio do povo de Deus, como podemos assegurar que uma pessoa é um servo verdadeiro? Jesus afirmou que muitos um dia erguerão suas vozes dizendo: "Senhor, em teu nome não fizemos isto ou aquilo?", mas serão rejeitados porque não eram servos legítimos.

O servo legítimo depende exclusivamente e constantemente do Senhor

O servo legítimo entende a profundidade das palavras de Jesus em João 15: "Sem mim, nada podeis fazer." A dependência é essencial na vida de um autêntico servo de Deus. Coisa nenhuma será efetuada para a glória de Deus, se o servo não estiver em humilde dependência do Senhor. “A maior prova de legitimidade de um servo de Deus é a profundidade de sua dependência.”

POR QUE O SERVO LEGÍTIMO DEPENDE DO SENHOR, EXCLUSIVAMENTE E CONSTANTEMENTE? O servo legítimo depende exclusivamente e constantemente do Senhor por algumas razões:

1 - Porque o cuidado de Deus é claramente perceptível (Vs. 34-36)
Davi já tinha experimentado situações de perigo em várias situações de sua vida. Como pastor de ovelhas ele tinha que defender os rebanhos dos ataques de animais selvagens. O cuidado de Deus foi evidenciado em vários episódios que ele narrou nestes versículos ao rei Saul. O jovem Davi sabia na prática que o cuidado de Deus era real, porque nenhum mal tinha sucedido a ele. Em cada um dos fatos narrados, observamos um jovem que deposita toda a sua confiança em Deus, porque ele provou a intervenção cuidadosa em seu favor.
Em outros textos das Escrituras, observamos que Davi dependia do Senhor porque percebia o cuidado amoroso: “Eu sou pobre e necessitado, porém o Senhor cuida de mim; tu és o meu amparo e o meu libertador; não te detenhas, ó Deus meu!” (Salmo 40:17). No Sermão da Montanha, Jesus Cristo esclareceu o quanto Deus cuida de seus filhos, providenciando-lhes o sustento necessário (veja Mt. 6:25-34). Ele nos deu a receita contra a ansiedade: pare de duvidar do cuidado amoroso de Deus sobre a sua vida!
Poderíamos pensar em várias situações de nossas vidas nas quais percebemos com clareza o cuidado gracioso de Deus. Se você é de fato um servo legítimo do Senhor, com certeza já experimentou o Seu cuidado especial – em todos os aspectos do seu viver. Mesmo enfrentando as mais horríveis tribulações, o servo legítimo consegue perceber o cuidado do Senhor, e esta percepção o leva a depender cada vez mais somente de Deus.
Você tem percebido claramente o cuidado de Deus sobre a sua vida? Todo servo autêntico sabe que depender do cuidado do Senhor é essencial para uma vida cristã abundante que glorifica a Deus. Então, precisamos parar de reclamar tanto (murmurações e ais), e relembrar o quanto Deus tem cuidado de nós. Devemos trazer à memória o que nos pode dar esperança, como fez o profeta Jeremias (Jr. 3: 21, 22). Esta deve ser a tônica do nosso viver. Se Deus retirasse o Seu cuidado de nós apenas por um breve momento, nós seríamos imediatamente consumidos.

2 - Porque a grandeza de Deus é claramente perceptível (Vs. 36 e vs. 45)
A visão de Davi a respeito de Deus não é mesquinha. Davi exalta a grandeza absoluta do seu Deus: Ele era o Deus Vivo e Senhor dos Exércitos. Para o jovem Davi Deus era grande, poderoso e temível - Ele estava acima de qualquer comparação. Davi enxergou o que todo o exército de Israel e o rei Saul não conseguiram enxergar. Todos estavam com medo diante do gigante Golias, mas Davi olhou para o alto e resolveu depender de Deus porque Ele era absolutamente grandioso. O único gigante na vida de Davi era Deus.
Davi sempre buscou exaltar o Senhor em suas músicas. O Saltério está repleto de louvores a Deus, como o Senhor absoluto e majestoso. Em I Crônicas 29: 10-12, observamos mais uma vez a percepção de Davi já no fim da sua vida: Deus não deixou de ser grandioso para ele. Os anos se passaram, porém a visão correta sobre a onipotência de Deus não foi reduzida com o passar do tempo. Para Davi, Deus era singular.
Paulo poderia viver se lamentando pelo espinho na carne, mas resolveu depender da graça de Deus. Ele afirmou: “De boa vontade, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo” (2 Cor. 12:9).
Muitas vezes nós amargamos derrotas em nossas vidas porque não valorizamos a grandeza do nosso Deus em todo o seu esplendor. Quando reconhecemos a singularidade e a majestade do nosso Deus, teremos condições de encarar os revezes da vida com maior destemor. Você tem percebido claramente a grandeza de Deus em seu viver? A nossa visão sobre quem Deus é e sobre o Seu infinito poder determina muitas de nossas atitudes no dia-a-dia.

3 – Porque a suficiência de Deus é claramente perceptível (Vs. 33, 39, 40)
Esta última razão está implícita no texto. Não são as palavras de Davi que apontam sua percepção neste caso. As atitudes de Davi nos mostram o quanto ele confiava na suficiência do Senhor. Davi não desiste de lutar com Golias quando Saul o aconselha a não ir porque o gigante era um guerreiro muito preparado e Davi um jovem pastor de ovelhas (33); Davi também não desiste depois de tentar usar a armadura própria para o combate (39) e partiu para a luta com uma funda e cinco pedras lisas (40). Isto não é tentativa de suicídio – é uma prova inequívoca de que Davi confiava plenamente na suficiência do Senhor.
O salmo mais conhecido escrito por Davi começa com palavras que expressam a suficiência de Deus: “O Senhor é o meu pastor, de nada terei falta.” Mesmo que a situação estivesse precária, Davi descansava na suficiência do bom Pastor. O que J. I. PACKER escreveu nos faz pensar: “Você nunca precisará mais do que Deus pode suprir.”
Muitas vezes queremos resolver as situações difíceis da vida utilizando os recursos errados. Os recursos que Deus providencia são suficientes. O servo legítimo depende exclusivamente e constantemente do Senhor porque entende que a suficiência vem de Deus. Para lidar com as batalhas da vida é necessário um profundo deleite na suficiência do Senhor. Se Ele não for suficiente para nós, sempre estaremos lutando com nossas próprias forças, sem nenhum progresso. Quando agimos baseados na auto-suficiência demonstramos que de fato não somos servos legítimos, pelo contrário, agimos como senhores de nós mesmos. Você tem vivido confiando na suficiência que vem de Deus? Ou você tem relutado várias vezes em descansar nos recursos que Deus supre? Será que existe espaço em seu dia-a-dia para confiar na suficiência do Senhor?

Em meio a tanta falsa piedade no meio da igreja, será que existe legitimidade em sua vida de servo? Um bom teste é avaliar o quanto você depende de Deus. Não tente se esquivar desta auto-avaliação. Saiba que o servo legítimo depende exclusivamente e constantemente de Deus, porque o cuidado, a grandeza e a suficiência de Deus são claramente perceptíveis. Que possamos aplicar estas verdades em nossos corações para vivermos como servos que honram e glorificam a Deus.

MARCOS AURÉLIO DE MELO
ESTUDOS NO LIVRO DE I SAMUEL