quinta-feira, 30 de julho de 2009

A natureza corrompida do homem

O ensino bíblico sobre a situação deplorável do homem pecador não pode ser abandonado. A raiz de toda depravação teve seu início no Éden, quando Adão foi iludido pelas propostas tentadoras de Satanás. Desde então, como a Bíblia nos diz: "Não há um justo, nem um sequer." A tendência do evangelicalismo moderno é passar por cima deste ensino das Escrituras, ou dar-lhe uma roupagem menos agressiva. Não é assim que o escritor A. W. Pink nos mostra neste texto. Veja esta abordagem não-fantasiosa sobre a natureza corrompida do homem.


Nós temos de ir bem mais a fundo se quisermos encontrar a fonte da incapacidade do homem. Devido à queda de Adão, e por causa do nosso próprio pecado, a nossa natureza se tornou tão corrompida e depravada que é impossível para qualquer homem “vir a Cristo”, amá-lO e serví-lO, estimá-lO mais que tudo neste mundo e submeter-se a Ele, até que o Espírito de Deus o regenere e implante nele uma nova natureza. A fonte amarga não pode jorrar água doce, nem a árvore má produzir bons frutos. Deixe-me tentar explicar isso melhor através de uma ilustração. É da natureza de um abutre alimentar-se de carniça; no entanto, ele tem os mesmos órgãos e membros que lhe permitiriam comer grãos, como fazem as galinhas, mas ele não possui nem a disposição nem o apetite para tal alimento. É da natureza da porca o chafurdar na lama; e apesar dela possuir pernas como a ovelha para levá-la à campina, lhe falta entretanto o desejo por pastos verdejantes. Assim acontece com o homem não-regenerado. Ele tem as mesmas faculdades físicas e mentais que o homem regenerado possui para empregar no serviço e nas coisas de Deus, mas não tem amor por elas.

“Adão… gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem” (Gn. 5:3). Que terrível contraste há aqui com o que lemos dois versículos antes: “… Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez”. No intervalo entre esses dois versos, o homem caiu, e um pai caído pode gerar somente um filho caído, transmitindo-lhe a sua própria depravação. “Quem da imundícia poderá tirar coisa pura? (Jó 14:4). Por isso nós encontramos o salmista de Israel declarando, “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe”(Sl. 51:5). No entanto, apesar de por natureza Davi ser um monte de iniquidade e pecado (como também somos nós), mas tarde a graça fez dele o homem segundo o coração de Deus. Desde que idade essa corrupção da natureza aparece nas crianças? “Até a criança se dá a conhecer pelas suas obras” (Pv. 20:11). A corrupção do seu coração logo se manifesta: orgulho, vontade própria, vaidade, mentira, aversão ao que é bom, são frutos amargos que cedo brotam no novo, mas corrupto, ramo.

Pode ser que alguns leitores sejam inclinados a dizer: “ensinamentos como estes desencorajam pecadores e os levam ao desespero”. Nossa resposta é: Primeiro, eles estão de acordo com a Palavra de Deus! Segundo, esperamos que Ele se agrade em usar essas verdades para levar alguns a desesperarem-se de qualquer ajuda que possam encontrar neles mesmos. Terceiro, esse ensino manifesta a absoluta necessidade da obra do Espírito Santo nessas criaturas depravadas e espiritualmente impotentes, se algum dia vierem salvificamente a Cristo. Então, até que isso seja claramente entendido, o Seu auxílio nunca será realmente buscado.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Medita nestas palavras

Para A. W. Tozer, a Bíblia deveria ter um destaque fundamental na vida do crente e da igreja. Sendo assim, concordo com as palavras dele acerca da importância, muitas vezes negligenciada, que é dada a tudo o que Deus nos fala mediante as Escrituras. Leia a seguinte citação, extraída do livro "O melhor de A. W. Tozer", e reflita sobre isso.


"Acredito que grande parte de nossa incredulidade se deve a um conceito errôneo a respeito das Escrituras. Deus está silencioso e, subitamente, começa a falar em um livro. Terminado o livro, cai no silêncio outra vez, e para sempre. Por isso, muitos lêem a Bíblia como se fora o registro do que Deus disse quando estava com vontade de falar. Se pensarmos desta forma, como poderemos confiar plenamente? O fato, contudo, é que Deus não está calado, e nunca esteve. Falar faz parte da natureza de Deus. A segunda pessoa da Trindade é chamada de Verbo (Palavra). A Bíblia é o resultado inevitável da contínua manifestação de Deus. É a revelação infalível de Sua mente, a nós dirigida, expressa em termos humanos, para que possamos compreendê-la.

Penso que um novo mundo surgirá entre as nebulosidades religiosas, quando nos aproximarmos da Bíblia munidos da idéia de que se trata não somente de um livro que foi falado numa certa época, mas que ainda continua falando. Precisamos estar quietos para esperar em Deus. Seria melhor se pudéssemos ficar a sós, com a Bíblia aberta à nossa frente. Se quisermos, podemos nos chegar a Deus e começar a ouvi-lO falar ao nosso próprio coração. "


segunda-feira, 27 de julho de 2009

Mais do que alívio dos problemas

Gosto de compartilhar aqui no blog trechos de livros que leio. Estou lendo atualmente o livro "Transformados na Sua Imagem", de Jim Berg, publicado no Brasil pela Editora Batista Regular. Este livro apresenta o padrão bíblico para a transformação do homem e traz orientações muito práticas sobre o crescimento espiritual em busca da maturidade esperada do cristão redimido. Cada capítulo apresenta verdades substanciais que são somadas à ilustrações bastantes sugestivas, e assim a leitura torna-se bastante agradável. Recomendo a todos a leitura deste livro. Mas como um aperitivo aqui vai uma pequena citação do capítulo 6:


"A vida cristã é, em primeiro lugar e acima de tudo, acerca de Deus. Não é primariamente acerca de escapar do tormento eterno ou vencer pecados dominantes ou libertação de emoções desconcertantes. O nosso desânimo, ira, preocupação, medo, culpa, amargura, concupiscência e assim por diante, são indicação que um relacionamento de amor dependente com Deus foi se esfriando – ou nunca se desenvolveu. O objetivo primário da transformação bíblica não é obter alívio destes problemas. Estes problemas lembram-nos da pobreza do nosso relacionamento com Deus e são permitidos por Deus para nos atrair a Ele e para fora da nossa miséria. O cristianismo é primariamente um relacionamento com o Criador e não apenas um meio de obter o conforto da criatura. Cada provação que já oprimiu um mortal, cada tentação que já atormentou um coração humano e cada bênção que já deliciou uma alma necessitada foram habilmente orquestradas pelo Criador com um único propósito: atrair os homens a Ele. Nada mais interessa a Deus e nada mais em última análise satisfaz as Suas criaturas. Deus criou o homem para que este estivessse satisfeito, alegre e útil ao máximo quando estivesse em curso uma relação pessoal, contínua, dependente e desprendida com o seu Criador."


Outra postagem sobre este mesmo livro está no link a seguir:

domingo, 26 de julho de 2009

Os benefícios da sabedoria

A classe de jovens da Escola Bíblica Dominical da minha igreja está estudando atualmente sobre o livro de Eclesiastes. Como professor tenho o privilégio de estudar mais detidamente os assuntos para transmitir aos alunos. A aula que estou compartilhando aqui no blog tem como tema: "Os Benefícios da Sabedoria", e serve como um estímulo para aplicarmos os princípios bíblicos de forma integral nas nossas vidas. Vejam o que estudamos!



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quarta-feira, 22 de julho de 2009

O coração pecaminoso e o chá

Desde a Queda do homem no jardim do Éden, o homem tem tentado culpar alguém ou alguma coisa pelo seu problema. Adão tentou passar a responsabilidade para Eva, e Eva apontou um dedo acusador para a serpente. A Palavra de Deus é clara, no entanto, que os nossos verdadeiros problemas não são o resultado de pressões de alguém ou alguma coisa para além de nós próprios. Nós não pecamos por causa das pressões circunstanciais de ordem financeira, social ou médica. Nós pecamos porque cada um de nós tem um coração pecaminoso.

Podemos ilustrar esta verdade bíblica desta forma. Quando pegamos um saco de chá, colocamos numa xícara e enchemos com água quente, a água ativa o chá no saco, liberando o seu sabor para a água à sua volta. A água quente não criou o sabor; meramente o revelou, ou forçou a saída do que já estava dentro do saco.

Isto ilustra o que acontece no coração humano. As pressões à nossa volta (as circunstâncias desfavoráveis, as tentações e as dificuldades da vida) simplesmente forçam a saída de dentro do nosso coração daquilo que já está lá dentro. Não podemos culpar a água quente pelo sabor dentro da xícara. O conteúdo do saco de chá determina o sabor do chá. Se não gostamos desse sabor em especial, precisamos colocar dentro da água outro saco contendo um diferente tipo de chá.

Da mesma forma, não podemos atribuir a outrem a culpa de qualquer amargura, ira, desespero, decepção, crueldade, e assim sucessivamente, que nós mostramos quando estamos debaixo da pressão. As pressões meramente expõem o quanto nós realmente não nos parecemos com Cristo.


Leitura Bíblica de apoio: Marcos 7:21-23 e Tiago 4:1


Autor: Jim Berg
Extraído do Livro: Transformados na Sua Imagem
Editora Batista Regular

terça-feira, 21 de julho de 2009

Não jogue sua vida fora

Gosto muito de ler os escritos do pastor John Piper, que traduzem de forma clara o nosso propósito aqui na terra. No livro "Não jogue sua vida fora", publicado no Brasil pela Editora Cultura Cristã, Piper apresenta diretrizes bíblicas para que a nossa vida não seja desperdiçada. Estou relendo este livro, e sempre me deparo com pensamentos surpreendentes, tais como o seguinte:

Deus criou-me – e criou você – para viver com uma paixão única que a tudo abarca, que a tudo transforma – a saber, uma paixão por glorificar a Deus por meio do deleitar-se nele e demonstrar sua suprema excelência em todas as esferas da vida. Deleitar-se e demonstrar: ambos são cruciais. Se tentarmos ostentar a excelência de Deus sem nos alegrarmos nisso, exibiremos uma casca de hipocrisia e criaremos escárnio ou legalismo. Mas se afirmarmos que nos deliciamos com sua excelência e não o mostramos para que outros o vejam e admirem, enganamos a nós mesmos, porque a característica da alegria em Deus é transbordar-se e estender-se aos corações de outras pessoas. A vida desperdiçada é a vida sem uma paixão pela supremacia de Deus em todas coisas para a alegria de todos os povos.

JOHN PIPER



Pense nisso e encare esta pergunta: Você tem desperdiçado a sua vida envolvido em atividades que não buscam a supremacia de Deus?


segunda-feira, 20 de julho de 2009

Pensamentos de Lutero sobre a fé

Fé não é a ilusão e o sonho humano que muitos acham que é. E quando vêem que não acontece uma melhoria de vida nem boas obras e ainda assim muito ouvem e falam da fé, caem no erro de dizer que a fé não é suficiente, que seria preciso fazer obras, se é que se quer ficar justo e salvo. A conseqüência disso é que, ao ouvirem o evangelho, agem precipitadamente e, por esforço próprio, criam um pensamento no coração, que diz: “Eu creio”. Isso eles então consideram uma fé como deve ser. Mas assim como isso não passa de inspiração e pensamento humano, que jamais atinge o fundo do coração, também nada ocasiona, tampouco se seque uma melhoria.

Fé verdadeira, entretanto, é uma obra divina em nós, que nos modifica e faz renascer de Deus (Jo 1.13), além de matar o velho Adão, transformando-nos em pessoas bem diferentes de coração, sentimento, mentalidade e todas as forças, trazendo consigo o Espírito Santo. Ah, há algo muito vivo, atuante, efetivo e poderoso na fé, a ponto de não ser possível que ela cesse de praticar o bem. Ela também não pergunta se há boas obras a fazer, e sim, antes que surja a pergunta, ela já as realizou e sempre está a realizar. Quem, porém, não realiza tais obras, é pessoa sem fé, que anda às apalpadelas à procura da fé e de boas obras e nem sabe o que é fé nem boas obras, e ainda fica falando muito e conversando fiado sobre as mesmas.

“Fé” é uma confiança muito viva, inabalável na graça de Deus, tão certa de si que ela não se importaria de morrer mil vezes. E semelhante confiança e reconhecimento de graça divina dá alegria, persistência e agrado ante Deus e todas as criaturas, o que é ocasionado pelo Espírito da fé. Por isso, sem coação, ela se dispõe voluntariamente a fazer o bem a todo mundo, a servir a todo mundo, sofrer tudo, por amor e em louvor a Deus que lhe demonstrou tamanha graça, de sorte que é impossível separar as obras da fé, tão impossível como separar a luz do fogo. Tome cautela, portanto, contra as suas próprias idéias falsas e contra conversadores inúteis, que querem ser sabidos ao julgar sobre a fé e as boas obras e, na verdade, são os maiores ignorantes. Peço a Deus que crie fé em você, senão há de ficar eternamente sem fé.

Martinho Lutero
Prefácio à Epístola de Paulo aos Romanos

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Contraste entre Mateus 4 e Gênesis 3

Finalmente, o diabo leva Jesus a uma alta montanha. Mostra-Lhe todos os reinos do mundo e diz: “Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares” (Mateus 4.9).

“Todos os reinos” – que tremenda reivindicação! Em seus próprios termos, o diabo tem a audácia de oferecer a Cristo todos os reinos da terra, como se ele fosse senhor de direito sobre todos os reinos. Lutero escreve: “Ele que, em sua primeira tentação, mostrou-se como um diabo preto, e, na segunda, como uma luz, um diabo branco, usando até mesmo a Palavra de Deus, agora se mostra como um diabo divino, majestoso, que reivindica ser o próprio Deus”.

O diabo pode ser o príncipe deste mundo, pode até ser o deus do mundo, no tempo presente, mas Deus é Rei para sempre. Como Salmos 24.1 diz: “Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam”. Esta é a última cartada do diabo. Em desespero, ele pensa: “Se apenas eu pudesse ter Jesus, mesmo por uma vez, para realizar um pequeno gesto de adoração a mim em vez de ao Pai, eu ganharia a vitória e, de fato, me tornaria o rei deste mundo”. Ainda hoje enfrentamos a tentação de vender nossas almas ao diabo em troca de vãos prazeres e dos tesouros deste mundo. Temos de resistir ao diabo, citando Deuteronômio: “Retira-te, Satanás: porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto” (v. 10). Jesus novamente recusa-se a obter uma coroa, sem suportar a cruz.

Que contraste entre Mateus 4 e Gênesis 3! Cristo é vitorioso quando tentado pelo diabo em um deserto árido, e Adão falhou quando tentado pelo diabo em um lindo jardim. Cristo é vitorioso com o estômago vazio, estando sem comer por 40 dias (Mt. 4.2), e Adão falhou de estômago cheio, sendo capaz de comer livremente de toda árvore no jardim, exceto de uma. E, como colocou o New England Primer: “Na queda de Adão, nós todos pecamos”. Mas, graças sejam dadas a Deus, pois Jesus superou o diabo, de modo que também podemos vencer o diabo. Em Cristo, pela fé, somos chamados a viver pela Palavra de Deus, e a resistir ao diabo, usando a mesma arma poderosa, a Palavra de Deus. As tentações são muitas, e o poder do pecado é grande, mas a vitória é prometida àqueles que se apegam fortemente à “palavra de Deus, a qual vive e é permanente” (1 Pe 1.23).

JOEL R. BEEKE


NOTA MINHA:
Graças a Deus pela vitória de Cristo sobre as astutas tentações do Diabo. Pela obediência de Cristo à Palavra de Deus, Ele mostrou que era o único capaz de morrer na cruz do Calvário como sacrifício propiciatório. Portanto, somos eternamente dependentes de Jesus por sua infinita graça demonstrada de forma tão gloriosa na sua morte em nosso lugar. A Deus seja toda honra, glória e louvor, pelos séculos dos séculos, amém!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Cegueira para enxergar

"Surdos, ouvi, e vós, cegos, olhai, para que possais ver. Quem é cego, como o meu servo, ou surdo, como o meu mensageiro, a quem envio? Quem é cego, como o meu amigo, e cego, como o servo do Senhor? Tu vês muitas coisas, mas não as observas; ainda que tem ouvidos abertos, nada ouves."
(Isaías 42.18-20)


Interessante a experiência do apóstolo Paulo no caminho para Damasco, quando ainda era Saulo. Um dos pontos que mais me despertam a atenção é o de ter Saulo ficado três dias sem enxergar (Atos 9.9). Por que esta necessidade? Creio que Saulo jamais enxergou tanto como neste período em que esteve cego. Um jovem idealista que buscava fogo para queimar (9.1-2); agitado em viagens de perseguição, com sede de extermínio (9.21); para enxergar a realidade teve de ser sossegado pelo Senhor com um período de reflexão, sem subterfúgios para o entreter. Assim, por três dias, enxergou, avaliou e tomou decisão como nunca antes (Filipenses 3.4-11).


Em um mundo onde imperam a velocidade, a ganância e a abstinência moral, a realidade às vezes só se apresenta nítida àqueles que perdem a visão para o corriqueiro. Enquanto "enxergam" são deficientes quanto ao escutar e ao reparar; assim como ao toque, e à necessidade alheia. Quando alguém perde a visão passa, por necessidade, a exercitar a atenção; consequentemente passa a ser mais gente, usar mais o coração; passa a dar mais valor para a solidariedade. Assim, se perde a visão, mas se recupera a lucidez; se perde a visão, mas se recupera o diálogo, principalmente com o Criador.


Enquanto o homem age como senhor, levado por aquilo que enxerga, atropela a verdade e a real necessidade de todos (sua e a dos que convivem com ele). Para ocorrer mudança, é preciso arrependimento e conversão. Esta só se apresenta quando é cegado para o eu. Então, como "cego" passa a enxergar com os olhos do Senhor. Somente assim, moral e espiritualmente falando, pode com alegria dizer: "estou cego, pois, enfim, enxergo!".


Texto do Pastor Wagner Amaral
Extraído do seu Blog: http://prwagner.wordpress.com/

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Prova de maturidade espiritual

Uma frase me chamou a atenção no livro devocional Pão Diário que leio com certa frequência. A frase dizia assim: “A prova de maturidade espiritual não é a medida da sua “pureza”, mas a percepção da sua impureza. Essa consciência abre a porta para a graça de Deus.” Resolvi escrever sobre isto aqui no blog. Medite sobre estas verdades e extraia lições preciosas para a sua vida também.


É impressionante como somos tendenciosos a medir nossa performance espiritual, principalmente quando nos comparamos com outras pessoas. Temos um fariseu dentro de nós, essa é a verdade. Julgamos que somos muito melhores que outras pessoas porque não somos como os tais publicanos que encontramos diariamente em nossa caminhada cristã. O fato é que de cristã a nossa caminhada não tem nada, se estamos procedendo assim. Gostamos de apresentar um atestado de boa conduta diante dos outros, para alcançarmos os aplausos da glória humana que tanto inflam o ego. Esse tipo de comportamento foi duramente criticado por Jesus Cristo, que não alisava os fariseus para ser bem aceito por eles. Cristo disse que eles eram como túmulos caiados: bem ornamentados por fora, mas podres e miseráveis por dentro.

Precisamos enxergar a nossa própria penúria espiritual, e agir de modo que esta impureza latente em nós seja cada vez mais diminuída. Nada na vida cristã é tão prejudicial quanto esta atitude farisaica que busca convencer outras pessoas que já chegamos ao topo da escada espiritual. Esta atitude farisaica que busca medir a maturidade espiritual através de méritos e vantagens perante os demais homens é típica de alguém que não conhece ainda a profundidade da graça de Deus.

Vejamos o exemplo do apóstolo Paulo que escreveu a epístola aos Romanos. Nesta carta ele elucida bem a questão da depravação humana perante o Deus santo. Por isso, Deus teve que ser ao mesmo tempo o Justo e o Justificador do homem pecador. Paulo fala também sobre a luta que é necessário travar diariamente contra as ciladas do “EU”, o velho homem que teima em existir até a nossa morte. O apóstolo da graça não se justifica afirmando a sua boa conduta e nem age como um fariseu reformado. Não, de forma nenhuma! Ele nega a sua própria boa índole e seu grito parece ecoar nas páginas da epístola: “Miserável homem que eu sou! Quem me libertará do corpo desta morte?” (Rm. 7:24)

O desespero de Paulo é explicável tendo em vista que ele mesmo já tinha sido um fariseu declarado, que amava ostentar seus prêmios de pureza e retidão. A medalha de honra ao mérito que Paulo carregava no peito farisaico foi considerada uma grande derrota, quando ele enxergou a preciosidade de Cristo e Sua graça (Fl. 3:7-9). Esta deve ser a mesma atitude que nós devemos imitar. Deixemos de lado as medidas de maturidade espiritual que achamos mais convenientes (méritos) e vejamos a grande distância que ainda nos falta percorrer para sermos conformados à imagem de Cristo, que é o padrão perfeito.


Marcos Aurélio de Melo

terça-feira, 14 de julho de 2009

Um lembrete sobre adoração

Muitas vezes, a minha presença perante o Rei do universo não passa de um ato religioso e hipócrita. Ultimamente tenho refletido sobre a adoração verdadeira, o culto genuíno. Por que eu vou à igreja? Creio que o culto cristão na minha vida é um dos campos de batalha mais disputados. Teria medo de saber quantas vezes eu realmente adorei a Deus nos cultos da igreja! Olhando para mim mesmo, descubro que muitas vezes minha presença na igreja foi muito mais um ato de religiosidade, de tradição, rito, e legalismo do que adoração verdadeira.

Creio que há muitas razões por trás disso. Realmente é uma batalha! A verdadeira adoração é trabalho . . . é DAR . . . Não é um pic-nique! Há tantos obstáculos para superar, há tantos conceitos errados de "culto" e de Deus em nossas cabeças! A mornidão, a indiferença espiritual, a apatia, a tradição, são inimigos do culto verdadeiro. Mas gostaria de sugerir que o problema principal no nosso culto é que não conhecemos o nosso Deus! As nossas mentes estão tão preocupadas com nosso "eu"; focalizamos tanto em "receber uma benção"; somos tão descuidados no preparo para o culto; fazemos tanto barulho sem substância; olhamos tanto para as pessoas ao nosso redor; desligamos as nossas mentes com tanta facilidade; caímos na rotina. Perdemos de vista o por que da nossa adoração, e mais importante, o quem da nossa adoração. O problema é que temos um relacionamento errado com Deus!


Pr. Davi Merkh
Extraído do site: Palavra e Família


Conferência Fiel 2009


A Conferência Fiel para Pastores e Líderes é realizada anualmente pela Editora Fiel e já está na 25ª. edição. É uma oportunidade muito boa para todos que desejam aprimorar seus conhecimentos bíblicos em um ambiente agradável na companhia de outros irmãos de várias partes do Brasil e do mundo.

Este ano a Conferência será realizada entre os dias 5 a 9 de outubro, e terá o seguinte tema: "Justificação pela Fé - O Coração do Evangelho". Um dos preletores será o pastor D. A. Carson, que já tem diversos livros publicados em português.

Se deseja mais informações sobre inscrição e estadia, siga o link:

http://www.editorafiel.com.br/conferencia_pastores.php


Negligência Espiritual

Este pequeno estudo devocional é baseado no texto bíblico em II Pedro 1:3-8, no qual observamos alguns aspectos da vida cristã que não podem ser negligenciados de forma alguma. A negligência em qualquer hipótese sempre traz prejuízos, seja para nós mesmos ou para outras pessoas. Não podemos negligenciar nada que se relacione com a vida de comunhão com Deus, porque as consequências serão desastrosas. Medite nestas verdades que estão presentes no texto e faça um diagnóstico da sua vida.


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MARCOS AURÉLIO DE MELO

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Gratidão por John Piper

Esta postagem é a de número 150 neste blog. Para mim é uma enorme satisfação compartilhar textos que servem para edificação de irmãos amados que visitam este espaço virtual. Para comemorar este marco, nada melhor do que compartilhar um texto de John Piper sobre gratidão. Sou grato a Deus por esta oportunidade de divulgar a Palavra de Deus na Internet. Que Deus abençoe a todos.


Como a maioria das coisas preciosas, a gratidão é vulnerável. Com facilidade esquecemos que a gratidão existe porque às vezes as coisas nos vêm “grátis” — sem preço ou pagamento. Quando isso acontece, devemos manter um sentimento agradável do valor do que recebemos e da bondade por trás disso. Esse sentimento agradável é o que chamamos gratidão. Em seguida, surgindo espontaneamente desse sentimento agradável, vêm expressões de prazer. Sentimo-nos constrangidos a reconhecer com alegria o presente e a bondade por trás dele, e a expressar como nos sentimos bem sobre o presente e o coração do doador.

A gratidão corresponde à graça (“grátis”). Isso é verdade mesmo quando nos sentimos gratos por algo pelo que pagamos. Sentimos que o que compramos poderia ter sido frustrante apesar de termos o dinheiro para comprá-lo; ou talvez poderia não ter estado em tão boas condições; ou talvez poderia não ter sido exatamente o que queríamos; ou alguém poderia tê-lo comprado antes de nós; ou a transação poderia ter sido áspera; ou o tempo talvez poderia não ter sido o ideal para o uso; ou o preço poderia ter subido já depois que o compramos. Em outras palavras, a gratidão não é o sentimento de que fomos espertos na forma como obtivemos as coisas. É a emoção que surge alegremente em reação a algo “grátis”, mesmo nas nossas compras.

Não está errado sentir gratidão quando alguém nos dá um presente. O problema começa com o impulso de que agora nós estamos devendo um “presente”. O que esse sentimento faz é transformar presentes em moeda legítima. Sutilmente o presente já não é presente, mas uma transação comercial. E o que foi oferecido como graça gratuita é anulado pela gratidão distorcida.

Extraído do livro de John Piper - GRAÇA FUTURA

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Confissão de pecados

Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos, pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio."
Salmos 32:3-4


PESAVA SOBRE MIM, TUA MÃO SENHOR

Pesava sobre mim tua mão, Senhor
Pesava enquanto quis calar
Constantes foram meus gemidos, dor
Nos ossos dor sem abrandar

Pesava sobre mim tua mão, Senhor
Que mais não pude carregar
Secou-se qual estio o meu vigor
Na dor causada por pecar

Letra de Carlos Renato de Lima Brito
Música apresentada na cantata da Semana de Música Sacra, no Seminário Batista do Cariri, Crato-CE.


A oração do salmista Davi registrada no Salmo 32 é uma grande exaltação da força que o perdão de Deus exerce na vida do homem pecador. No início desta oração, observa-se um quadro desalentador, enquanto o salmista colocava os pecados para debaixo do tapete. Mas quando há a confissão sincera, o pecador se vê livre de um fardo, e então se torna capaz de exaltar e de se regozijar em Deus tendo em vista o perdão obtido.

Devemos cultivar a confissão de pecados diariamente pois não há um só dia que não cometamos pecado (comissão, omissão, pensamentos...). Precisamos suplicar que o Espírito Santo sonde os nossos corações constantemente e faça um diagnóstico completo do nosso viver. É necessário desenvolver um senso crítico auferido pela presença de Cristo em nós, que nos alerta sobre o que temos feito em desacordo com a clara vontade de Deus revelada na Sua Palavra.

A confissão deve estar sempre presente em nossas orações, pois não podemos nos dirigir ao Deus santo sem temor e tremor pelos pecados que acalentamos em nosso íntimo. O cristão que não julga necessário apresentar a Deus os pecados que tem cometido se assemelha ao fariseu que foi ao templo apresentar o seu atestado de inocência. Note bem que aquele fariseu estava muito interessado em demonstrar diante dos outros o quão correto ele era. Ele não sentia a menor necessidade de olhar para dentro de si e enxergar sua própria penúria espiritual. O publicano, de outro modo, não tinha um relatório de santidade previamente preenchido, então só podia lamentar. É exatamente esta atitude que honra e glorifica a Deus.

A verdade é que não há como vivenciar a espiritualidade na sua mais completa plenitude, sem a confissão e o respectivo abandono de práticas em dissonância com a harmonia de santidade que o Senhor quer ouvir em nossas vidas. A atitude de confessar sinceramente os pecados que se encontram alojados no coração é o passo inicial para obtermos o perdão amoroso de Deus. O perdão irá possibilitar comunhão genuína com o Senhor, que se traduz em graça sempre abundante na vida do cristão.


Marcos A. Melo