sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Aspectos da graça de Deus

Complementando a postagem anterior, faço referência a quatro aspectos da maravilhosa graça de Deus que são observados à luz da cruz de Cristo. Esta é a 200ª. (ducentésima) postagem deste blog, desde quando foi iniciado. Nada melhor do que comemorar esta marca abordando sobre a graça de Deus que tem me capacitado a manter este blog atualizado. O objetivo deste blog é espalhar e anunciar a glória de Deus através de reflexões de cunho teológico-bíblico-cristão. Então comemore esta marca conosco. Parabéns, blog COMPARTILHANDO!!!!


"o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras."
Tito 2:14


1 – A GRAÇA DE DEUS TEM AÇÃO REDENTORA (a fim de remir-nos de toda iniqüidade)

A palavra que foi traduzida como “remir” ou “redimir”, tem o significado de comprar ou comprar de volta, como em uma transação comercial ou de resgate. Em nosso estado deplorável como pecadores desde o nascimento e presos no cativeiro do pecado, somente a graça de Deus poderia agir em nosso favor. Fomos resgatados por Cristo por meio de sua morte na Cruz, o preço justo exigido por Deus para retirar o peso da condenação dos ombros de pecadores. Lemos em Marcos 10:45, que “o Filho do homem veio dar a sua vida em resgate por muitos.”
Em I Pedro 1:18-19, está bem claro que fomos resgatados por preço de sangue, o sangue do cordeiro de Deus. Como fomos comprados por Cristo, não temos o direito de nos tornarmos escravos de mais ninguém ou de nada mais. Cristo comprou-nos quebrou as algemas que nos prendiam, e não há nada que possa tirar-nos de suas mãos de amor. Em Ef. 1:7, está escrito que, segundo a riqueza da graça de Deus, nós temos a redenção através do sangue de Cristo. Em Hb. 9:12, lemos que Cristo obteve mediante o seu sangue, eterna redenção.
A ação redentora da graça de Deus é totalmente visível através do prisma da cruz de Cristo. Nenhum homem pode chegar até Deus sem ter sido comprado pelo sangue de Cristo. Quando Cristo entregou-se para morrer em nosso lugar, Ele pagou o preço que nenhum ser humano poderia pagar em favor de outro pecador. Por esta graça, hoje podemos cantar confiantemente, depositando a fé na obra completa de Cristo na Cruz, que nos redimiu de uma vez por todas. Como você tem encarado esta verdade bíblica em seu viver? Como você se enxerga à luz deste ensino sobre a redenção?

2 – A GRAÇA DE DEUS TEM AÇÃO SANTIFICADORA (e purificar, para si mesmo)

Mas além de nos comprar com o preço do seu próprio sangue, em Tito 2:14 lemos que Ele está nos purificando para Si mesmo. Esta obra purificadora da graça de Deus na vida do crente é a santificação progressiva. Sem a graça de Deus, é praticamente impossível que o crente cresça em santidade. Dependemos da graça do Senhor a cada dia para lutarmos contra nossa natureza carnal e pecaminosa que desagrada a Deus.
A palavra que foi traduzida como “purificar” é a mesma utilizada para fazer referência ao leproso que ficava curado desta doença. Ele tinha que se apresentar ao sacerdote que tinha a missão de fazer uma perícia e constatar se aquele homem estava de fato purificado. Nós estamos em processo de purificação, para que um dia possamos nos apresentar diante do nosso Sumo-sacerdote, sem rugas e sem máculas (Ef. 5:27). Por isso todos nós estamos neste processo de santificação e necessitamos muito da graça de Deus em nossas vidas.
As obras da carne só podem ser realmente mortificadas no poder da graça de Deus. Através do prisma da cruz de Cristo, o homem passa a enxergar a santidade de Deus e que Ele exige santidade daqueles que o servem. Graciosamente, o nosso Deus nos oferece os recursos necessários para viver de modo digno do Evangelho, agradando-O em todas as coisas. Imagine como servia viver sem a graça de Deus neste processo de santificação. Como você seria perdoado de seus pecados se a graça de Deus não estivesse disponível? Nós temos que olhar para a cruz de Cristo e enxergar que a santificação é o meio que Deus usa para nos aproximar da perfeição de Seu Filho. Mas sem a graça de Deus ao nosso dispor esta caminhada rumo ao projeto de Deus para nós seria impossível.

3 – A GRAÇA DE DEUS TEM AÇÃO PRESERVADORA (um povo exclusivamente seu)

A graça do Senhor age em favor dos Seus filhos, separando-os como um povo especial para cumprir os Seus propósitos. Cristo preserva e protege as ovelhas de seu pastoreio, dando-lhes a provisão necessária. O povo exclusivo que Cristo comprou com o seu sangue será preservado até o fim, pois a Bíblia nos assegura que nada poderá separar-nos do amor de Deus.
O versículo oficial da nossa igreja em 2009 deixa bem claro que somos um povo preservado por Deus: “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus.” (I Pe. 2:9) Vale a pena destacar também o versículo 10, que faz uma relação entre a misericórdia divina e o povo escolhido. Mas lembremos que tal privilégio é acompanhado de uma imensa responsabilidade.
A verdade é que o nosso Deus nos preserva com o Seu poder e ninguém poderá nos arrebatar das suas mãos. O povo que ele salvou para a Sua glória não será abandonado à própria sorte. Isto não significa que estamos livres de tempestades e aflições neste mundo, mas podemos contar com a graça de Deus em preservar o seu povo mesmo nas terríveis dificuldades que surgirem.

4 – A GRAÇA DE DEUS TEM AÇÃO CAPACITADORA (zeloso de boas obras)

Vista através do prisma da cruz de Cristo, a graça de Deus tem ação capacitadora na vida do cristão. O sacrifício de Cristo em nosso lugar nos dá plena consciência de nossas responsabilidades como redimidos. Por isso Paulo escreve ao jovem pastor Timóteo: “fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus.” (II Tm. 2:1) Somente a graça do Senhor nos capacita a sermos um povo zeloso de boas obras e atuantes no reino de Deus. Paulo tinha plena convicção disso no seu ministério apostólico. Em I Co. 15:10, ele afirma que a graça de Deus nunca o desamparou em seu trabalho como servo de Deus. “Ninguém pode fazer nada, nem grande nem pequeno, se não for no poder da graça de Deus.”
Nós somos inteiramente dependentes da graça do nosso Deus em todas as coisas que fazemos para o serviço do Senhor. Se a graça de Deus não estiver conosco, não podemos querer medir o sucesso de nossas realizações. Precisamos estar unidos à Videira verdadeira, sendo nutridos pela seiva de Sua graça, para que possamos produzir frutos dignos e preciosos para Deus.
Ao contemplar a cruz do Calvário e ver tamanha demonstração de graça, podemos fazer a pergunta do Hino 99: “Que fazes tu por mim?” É claro que não temos a menor condição de fazer algo para Deus confiando em nossas habilidades. Somente por meio da graça podemos servir ao Senhor da forma que O agrada e assim ouviremos do nosso Salvador: “Muito bem, servo bom e fiel.”

MARCOS AURÉLIO DE MELO
ESTUDOS NA CARTA DE PAULO A TITO

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O prisma divino

TEXTO BÍBLICO: Tito 2: 11-14

"o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras."
Tito 2:14

O versículo está inserido num contexto que trata sobre a maravilhosa graça de Deus em benefício do pecador. Se não fosse a graça de Deus não haveria possibilidade nenhuma de salvação. Já ouvimos muitas vezes sobre a "doutrina" acerca da salvação, a soteriologia, que busca descrever nos mínimos detalhes a preciosidade deste ensino bíblico. O grande problema é que o tempo vai passando e nos importamos com inúmeros outros assuntos, começamos a averiguar os ramos e nos esquecemos da raiz. Creio que a base do relacionamento entre o homem e Deus está alicerçada na cruz de Cristo, e sua morte em nosso lugar mostra a sublimidade da graça de Deus. Quando Paulo nos diz que devemos buscar o alimento sólido ele não está nos incentivando a deixar de lado os alicerces que constituem a fé do cristão. Sem estes alicerces nada pode ser construído de forma confiável.

Na Física, existe uma matéria que me empolgava na época de ensino médio. Eu gostava muito de óptica. Era empolgante estudar sobre lentes, luz, refração e outros tópicos. E um dos assuntos que me lembro bem era a composição da luz. Naquela época, fiquei sabendo que a luz branca é composta de várias cores. E havia um experimento que consistia em incidir a luz branca num prisma de vidro (uma pirâmide com ângulos definidos) para decompor a luz em suas cores componentes: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. São as mesmas cores que compõem o arco-íris, que nós enxergamos em dias de chuva.

Fazendo uma analogia, eu percebo que, através do prisma da cruz de Cristo, nós podemos enxergar algumas cores que compõem a luz da Sua maravilhosa graça. A luz que emana da graça de Deus é composta de várias cores, e nós podemos perceber vários aspectos desta graça de Deus em ação. Baseado em todo este contexto da carta de Tito que se apresenta entre os versículos 11-14, eu gostaria de afirmar que:

“ATRAVÉS DA CRUZ DE CRISTO PODEMOS ENXERGAR VÁRIOS ASPECTOS DA GRAÇA DE DEUS EM AÇÃO”

Cristo Jesus se deu a si mesmo por nós, ao morrer na cruz do Calvário, fora de Jerusalém, para ficar evidente a suprema grandeza da graça de Deus. Era esta a única alternativa de fazer propiciação por conta do pecado, de forma a aplacar a ira justa e santa de Deus em relação ao pecador. Sem a morte graciosa de Cristo Jesus o homem estaria condenado eternamente porque não teria condições de se livrar da dívida eterna contraída contra o Deus santo.

Brevemente você ficará sabendo quais os aspectos da graça de Deus que foram revelados a nós, por meio da cruz de Cristo, com base no versículo em Tito 2:4. Então, aguarde e divulgue as próximas postagens.


domingo, 24 de janeiro de 2010

Dependência da justiça divina

"Quanto a mim, eis que estou nas vossas mãos; fazei de mim o que for bom e reto segundo vos parecer. Sabei, porém, com certeza que, se me matardes a mim, trareis sangue inocente sobre vós, sobre esta cidade e sobre os seus moradores; porque, na verdade, o SENHOR me enviou a vós outros, para me ouvirdes dizer-vos estas palavras."
Jeremias 26: 14,15



Jeremias nestes versículos demonstra certeza ao afirmar que Deus traria justiça diante de todas as oposições sofridas. Os opositores do profeta queriam tirar-lhe a vida, mas Jeremias soube colocar-se na dependência do Senhor porque ele tinha convicção que o Juiz de toda a terra faria justiça (Gn. 18:25). A mensagem que foi apresentada não soou de modo agradável ao povo que ouviu o profeta, e por conta disto se dispuseram a atentar contra a vida do profeta. Diante de tamanha oposição Jeremias afirma que Deus efetuaria o seu juízo sobre aqueles homens de uma forma cabal.

Em meio às oposições neste mundo hostil o crente precisa depender constantemente da justiça divina que não tarda e nem falha. A mensagem apresentada vai ferir muitas vezes os ouvidos dos incrédulos, acostumados com o eco do pecado. Como servos do Senhor precisamos depender da justiça divina para não cultivarmos um coração cético. Deus em sua Palavra afirma que julgará o mundo com equidade e em vários textos bíblicos observa-se esta ênfase: “És rei poderoso que ama a justiça; tu firmas a eqüidade, executas o juízo e a justiça em Jacó.” (Sl. 99:4). Às postas do palácio de Judá, Jeremias advertiu sobre a vontade de Deus para aquela nação: “Executai o direito e a justiça e livrai o oprimido das mãos do opressor; não oprimais ao estrangeiro, nem ao órfão, nem à viúva; não façais violência, nem derrameis sangue inocente neste lugar.” (Jr. 22:3).

Quantas injustiças o apóstolo Paulo sofreu por proclamar a verdade bíblica? Várias vezes ele foi apedrejado, preso e açoitado por soldados romanos. Mas mesmo assim, confiava na providência de Deus em seu favor: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Ele estava certo de que nada poderia separá-lo do amor de Deus, e que o importante era depender em cada instante da abundante graça do Senhor. No texto em Romanos 8:33: “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica.” É Deus quem exerce justiça em prol do seu povo para que o nome do Senhor seja glorificado.

Sadraque, Mesaque e Abede-Nego sofreram forte oposição do rei Nabucodonosor, pois teriam que adorar uma imagem que foi erguida em homenagem a ele. Mas aqueles homens dependeram da justiça divina em seu favor e por isso não se curvaram perante a imagem do rei. Nabucodonosor perguntou-lhes: “quem é o deus que vos poderá livrar da minha mão?” (Dn. 3: 16-18). Foi feito até um decreto que não permitia que qualquer blasfêmia fosse dita ao Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego (Dn. 3:29). Esta é justiça de Deus sendo manifestada de forma clara e notória.

No livro de Ester encontramos uma clara demonstração da justiça divina em favor do seu povo. Em toda a história observamos a mão de Deus movendo as peças de um quebra-cabeça para dar a saída ao povo judeu. Hamã, que tramou um esquema para aniquilar o povo, foi morto na própria forca (Ester 7:9-10) que tinha feito para o judeu Mordecai.

Ninguém pode acusar Deus de ser condescendente com o mal e com a injustiça. Todos os erros aparentes um dia serão corrigidos. Deus fará justiça no seu tempo e não podemos esquecer que a justiça do Senhor é perfeita. Portanto, devemos depender do Senhor em meio às oposições neste mundo hostil. Devemos entregar-nos nas mãos daquele que julga retamente. O nosso Deus é Deus de justiça que tem o seu modo de agir. Fazer justiça com as próprias mãos não é uma atitude que demonstra dependência de Deus. Apesar de tantas injustiças e oposições, o servo de Deus será fortalecido se depender exclusivamente da justiça divina em seu favor.


MARCOS AURÉLIO DE MELO
Estudos no livro de Jeremias

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Confiança na mensagem do Evangelho

O profeta Jeremias convoca todo o povo em Judá a uma mudança radical: “emendai os vossos caminhos e as vossas ações” (Jr. 26:13). Para as mentes cauterizadas pelo pecado isto pode soar até como uma afronta, mas Jeremias não se deixa levar por este temor e anuncia que é necessária uma transformação radical na vida daquele povo. Utilizando-se também de uma linguagem antropomórfica, o profeta chama atenção do povo para um novo tempo que Deus irá restaurar caso escutem a voz do Senhor. O Senhor se "arrependeria" e não iria mais castigar a nação com o cativeiro na Babilônia.

Não apenas neste texto específico, mas em vários outros notamos que o profeta delineia suas palavras partindo do ponto de vista de Deus. O “Assim diz o Senhor” está presente em praticamente todas as falas de Jeremias no seu livro. Para anunciar uma mensagem vinda da parte do próprio Deus o próprio profeta deveria estar confiante no discurso que faria. Uma das restrições que Jeremias alegou quando foi convocado para a missão de profeta é que não sabia falar, mas o Senhor o fez entender que as palavras seriam de Deus, não do profeta. “Depois estendeu o Senhor a mão, tocou-me na boca, e me disse: Eis que ponho na tua boca as minhas palavras.” (Jr. 1:9). Isto fez e faz toda a diferença na vida de um servo de Deus.

Se Jeremias fosse confiar na sua própria habilidade e no seu carisma, seu ministério estaria fadado ao fracasso. Ainda que ninguém tenha se arrependido no seu ministério de aproximadamente 40 anos, começando de madrugada, o profeta experimentou o que é confiar na mensagem que procedia da parte do Senhor. Ele enxergou o poder transformador da Palavra de Deus em sua própria vida, inicialmente, e isto ele transmitiu na íntegra para o povo rebelde. O desafio de convocar o povo ao arrependimento e a buscar unicamente ao Deus verdadeiro somente poderia ser exercido confiando na eficácia da Palavra de Deus.

Ao ler o progresso da igreja no livro de Atos, fico impressionado com a ousadia dos apóstolos que levaram a mensagem da cruz a um mundo pagão. O mundo da filosofia teve que ouvir o destemido apóstolo Paulo pregar na capital do conhecimento daquela época (Atos 17:16-31). Em Atenas, Paulo apresentou a mensagem sobre o DEUS DESCONHECIDO, e por fim acrescentou: “não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos em toda parte se arrependam.” (At. 17:30) O apóstolo Pedro também foi ricamente usado por Deus para propagar a mensagem da cruz. Em Atos 4:5-12, ele fala diante das autoridades do Sinédrio e os confronta com a verdade do evangelho: “Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu, não existe nenhum outro nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos.” (At. 4: 11,12). A mensagem da cruz é a única que traz mudanças efetivas na vida do homem. Por isso não devemos nos esquivar de confiar nesta mensagem que apresentamos ao mundo.

Nós também precisamos confiar na mensagem que apresentamos ao mundo. Temos que ter coragem de levantar nossas vozes diante de tanto barulho desta pós-modernidade, que gera incredulidade nas verdades bíblicas. Precisamos confiar no poder transformador do Evangelho, como bem disse o apóstolo Paulo em Rm. 1:16, quando ele afirma que “o Evangelho é poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. Neste mundo cético e incrédulo em que vivemos, faz-se urgentemente necessário que a autoridade bíblica seja demonstrada de forma proeminente. A mensagem que anunciamos também tem de impactar o meio em que vivemos de forma a servir como alerta a todos que desprezam a Palavra do Senhor. Não devemos ser iludidos por “achismos” e “modismos” que não condizem com as Escrituras, pois não trazem mudança efetiva na vida dos ouvintes. Temos que fazer penetrar esta verdade na mente dos homens.

Todos nós sabemos que a mensagem do Evangelho é a única garantia para trazer nova vida ao homem. Nós somos frutos da mensagem do Evangelho, porque um dia aceitamos como verdadeiros os fatos que o Evangelho nos apresenta. Lembre-se que o desafio que Deus nos faz na Sua Palavra pode ser fielmente cumprido porque Ele nos disponibiliza os recursos necessários. Que sejamos crentes intrépidos em apresentar ao mundo a mensagem da cruz! Que possamos apresentar aos homens que é preciso um arrependimento verdadeiro e buscar ao Senhor enquanto se pode achá-Lo.

Marcos Aurélio de Melo
Estudos no livro de Jeremias

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Encarando a missão proposta

Jeremias afirmou categoricamente qual era a sua missão: “O Senhor me enviou a profetizar”. (Jr. 26:12) Ele sabia que esta missão desafiadora foi-lhe confiada por Deus desde antes do seu nascimento. Ele reconhecia que esta missão é por demais importante, e que não pode ser deixada escondida “sob a cama”. Esta missão dada ao profeta está descrita no primeiro capítulo do livro (Jr. 1:5). O Senhor Deus já tinha escolhido o profeta ainda no ventre materno e foi consagrado para este ministério tão nobre de uma forma única e soberana Observamos também que os recursos necessários para esta missão foram graciosamente disponibilizados pelo Senhor e a capacitação vinda do alto seria fundamental no seu desempenho.

Mesmo diante dos empecilhos que surgiram no ministério do profeta Jeremias, podemos notar que Ele se refugiava no controle soberano de Deus, O qual lhe confiara a missão de pregar a uma nação apóstata. É claro que observamos altos e baixos na vida do profeta e vários momentos de desânimo ao longo da jornada. O fato é que ele não era um super-herói, mas neste versículo observamos que esta consciência da missão a ser exercida o fortaleceu diante da oposição dos príncipes e do povo.

Alguém que estava bem consciente de sua missão foi o profeta João Batista. Ele foi indagado se não seria porventura o próprio Cristo que estava para surgir, mas ele respondeu de forma clara: “eu vos batizo com água, mas vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias”. (Lc. 3:15-16) João tinha plena consciência do seu papel de servo e precursor do Messias, e sua frase atravessou os séculos: “Convém que ele cresça e que eu diminua.” (João 3:30)

Nós também temos recebido uma missão do Senhor. A Bíblia nos relata que foi nos confiado o ministério da reconciliação e também somos chamados de embaixadores de Cristo (II Cor. 5: 18 a 20). Um embaixador possui características que o distinguem da grande maioria, pois ele está em outro país para cumprir a missão que lhe foi confiada. Temos a missão de proclamar a verdade bíblica da reconciliação entre o homem e Deus única e exclusivamente por meio de Cristo. Deus nos usa como servos d’Ele para que possamos exortar pessoas a uma vida que glorifique ao Senhor.

No final da epístola aos Efésios, o apóstolo Paulo pede orações aos irmãos, para que ele fosse intrépido em fazer conhecido o mistério do Evangelho (Ef. 6: 19-20). Esta deve ser também a nossa meta como embaixadores do Senhor em terra estrangeira. Nossas vidas deveriam estar mais envolvidas nesta missão, pois o Senhor Jesus nos delegou a função de fazer discípulos e assim espalhar as boas novas do Evangelho.

Quando temos consciência da missão que o Senhor nos confiou enfrentamos com intrepidez as oposições neste mundo hostil. Podemos agir com segurança porque temos recebido do Senhor um ministério: a missão de embaixadores de Cristo neste mundo. Saber que a missão veio diretamente de Deus para nós e que o desempenho desta missão está intimamente relacionado com a capacitação que provém do Senhor, nos dá forças em meio às afrontas por causa do Evangelho de Cristo. Nós precisamos entender que esta missão nos foi confiada por um Deus que não nos abandonou à própria sorte. Ele nos oferece os recursos para que cheguemos ao final da vida com o senso de dever cumprido e que possamos dizer como Paulo: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé.” (1 Tm. 4:7)


Marcos Aurélio de Melo


sábado, 9 de janeiro de 2010

PERDOAR OU NÃO PERDOAR? EIS A QUESTÃO!

Será que temos razões boas (e bíblicas) o suficientes para dizer que não iremos perdoar ninguém que nos ofendeu? Será que nossos melhores argumentos passam no crivo das Escrituras? Apesar das feridas que muitas vezes foram causadas em nós, devemos entender que o perdão é essencial para que possamos viver o Evangelho na íntegra. O perdão de Deus é o derramamento de graça e misericórdia abundantes que provê remissão de pena ao culpado, embora não liberte necessariamente o ofensor das conseqüências físicas e materiais do seu pecado. Para praticar o perdão bíblico, você precisa entender e aceitar o perdão que Deus lhe concedeu pela Sua graça e também seguir o exemplo divino em conceder perdão aos outros.

Na carta aos Efésios, o apóstolo Paulo faz inicialmente uma trajetória para explicar a graça de Deus operando em favor da salvação do pecador e depois dá diretrizes práticas para a vida da igreja. Fazemos bem em atentar para o que está escrito em Efésios 4:32: “Perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou.”

Você entende que Deus oferece perdão a você continuamente? A própria natureza de Deus é perdoadora (Salmo 86:5) e por ser santo Ele não pode contemplar o pecado. Mesmo antes de sermos salvos por Cristo Jesus nós já fomos alvos do perdão de Deus (Romanos 5:10), pois a reconciliação era necessária para termos comunhão com o Senhor.

Devemos escolher perdoar apesar de nossos sentimentos. Este é um passo difícil para a grande maioria porque temos a tendência de colocar uma ênfase exagerada nos sentimentos. Não deixe que os sentimentos dominem suas ações, pois isto gera uma inversão pecaminosa na sua vida. Nossas ações devem estar baseadas nos princípios bíblicos e os sentimentos devem ser moldados perante a razão das Escrituras. O perdão é um fator essencial na manutenção de qualquer relacionamento e se ele não existir podemos até questionar se somos de fato cristãos.

O nosso perdão, assim como o de Deus, não é uma questão de ignorar ou deixar passar despercebida a ofensa. O perdão está relacionado com a preservação da justiça. Para que Deus não fosse injusto Ele teve que providenciar o preço justo que pagasse o pecado do homem. Este preço foi o sangue de Jesus Cristo, na cruz do Calvário. Quando alguém pecar contra você, lembre-se que o pecado dele já está pago, eternamente pago. Perdoe com base na graça e não nos méritos do ofensor. E muito importante: Não levante mais o pecado contra aquela pessoa!

O perdão um ato de obediência ao Senhor (Col. 3: 13) e deve ser concedido de coração (Mt. 18:35). O perdão é amor de Jesus Cristo em ação e um compromisso de:
Não guardar um registro das ofensas sofridas (I Co. 13:5);
Não fixar seu pensamento na ofensa sofrida (Fl. 4:8);
Não espalhar os pecados do ofensor, denegrindo a imagem da pessoa (Ef. 4:29);
Restaurar a comunhão com a pessoa perdoada ou com o ofensor à medida que for biblicamente possível (Rm. 12:18).

Visto que conceder perdão aos outros é uma ordem (Ef. 4:32), você peca quando se recusa a perdoar (Tg. 4:17) Quando não concede perdão aos outros, você revela uma ingratidão egoísta diante do perdão misericordioso que Deus lhe concedeu (Mt. 18:21-35). Diante dos princípios bíblicos discutidos aqui, responda às seguintes perguntas:
1 – Existe alguém que lhe causou uma ofensa e até hoje você não perdoou tal pessoa?
2 – Que tipo de perdão você está oferecendo? É um perdão mesquinho e condicional?
3 – Existe alguém a quem você ofendeu que não deseja ter mais comunhão com você? O que você já fez quanto a isto? O que você poderia fazer de agora em diante?
4 – Qual a sua maior dificuldade quanto a este assunto de perdão? Ore ao Senhor para que o Seu Espírito remova as barreiras que o impedem de sair da zona de conforto e busque a restauração dos relacionamentos.


AULA ESCOLA BÍBLICA DOMINICAL
MARCOS AURÉLIO DE MELO
CLASSE DE JOVENS - IBRJA