domingo, 24 de janeiro de 2010

Dependência da justiça divina

"Quanto a mim, eis que estou nas vossas mãos; fazei de mim o que for bom e reto segundo vos parecer. Sabei, porém, com certeza que, se me matardes a mim, trareis sangue inocente sobre vós, sobre esta cidade e sobre os seus moradores; porque, na verdade, o SENHOR me enviou a vós outros, para me ouvirdes dizer-vos estas palavras."
Jeremias 26: 14,15



Jeremias nestes versículos demonstra certeza ao afirmar que Deus traria justiça diante de todas as oposições sofridas. Os opositores do profeta queriam tirar-lhe a vida, mas Jeremias soube colocar-se na dependência do Senhor porque ele tinha convicção que o Juiz de toda a terra faria justiça (Gn. 18:25). A mensagem que foi apresentada não soou de modo agradável ao povo que ouviu o profeta, e por conta disto se dispuseram a atentar contra a vida do profeta. Diante de tamanha oposição Jeremias afirma que Deus efetuaria o seu juízo sobre aqueles homens de uma forma cabal.

Em meio às oposições neste mundo hostil o crente precisa depender constantemente da justiça divina que não tarda e nem falha. A mensagem apresentada vai ferir muitas vezes os ouvidos dos incrédulos, acostumados com o eco do pecado. Como servos do Senhor precisamos depender da justiça divina para não cultivarmos um coração cético. Deus em sua Palavra afirma que julgará o mundo com equidade e em vários textos bíblicos observa-se esta ênfase: “És rei poderoso que ama a justiça; tu firmas a eqüidade, executas o juízo e a justiça em Jacó.” (Sl. 99:4). Às postas do palácio de Judá, Jeremias advertiu sobre a vontade de Deus para aquela nação: “Executai o direito e a justiça e livrai o oprimido das mãos do opressor; não oprimais ao estrangeiro, nem ao órfão, nem à viúva; não façais violência, nem derrameis sangue inocente neste lugar.” (Jr. 22:3).

Quantas injustiças o apóstolo Paulo sofreu por proclamar a verdade bíblica? Várias vezes ele foi apedrejado, preso e açoitado por soldados romanos. Mas mesmo assim, confiava na providência de Deus em seu favor: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” Ele estava certo de que nada poderia separá-lo do amor de Deus, e que o importante era depender em cada instante da abundante graça do Senhor. No texto em Romanos 8:33: “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica.” É Deus quem exerce justiça em prol do seu povo para que o nome do Senhor seja glorificado.

Sadraque, Mesaque e Abede-Nego sofreram forte oposição do rei Nabucodonosor, pois teriam que adorar uma imagem que foi erguida em homenagem a ele. Mas aqueles homens dependeram da justiça divina em seu favor e por isso não se curvaram perante a imagem do rei. Nabucodonosor perguntou-lhes: “quem é o deus que vos poderá livrar da minha mão?” (Dn. 3: 16-18). Foi feito até um decreto que não permitia que qualquer blasfêmia fosse dita ao Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego (Dn. 3:29). Esta é justiça de Deus sendo manifestada de forma clara e notória.

No livro de Ester encontramos uma clara demonstração da justiça divina em favor do seu povo. Em toda a história observamos a mão de Deus movendo as peças de um quebra-cabeça para dar a saída ao povo judeu. Hamã, que tramou um esquema para aniquilar o povo, foi morto na própria forca (Ester 7:9-10) que tinha feito para o judeu Mordecai.

Ninguém pode acusar Deus de ser condescendente com o mal e com a injustiça. Todos os erros aparentes um dia serão corrigidos. Deus fará justiça no seu tempo e não podemos esquecer que a justiça do Senhor é perfeita. Portanto, devemos depender do Senhor em meio às oposições neste mundo hostil. Devemos entregar-nos nas mãos daquele que julga retamente. O nosso Deus é Deus de justiça que tem o seu modo de agir. Fazer justiça com as próprias mãos não é uma atitude que demonstra dependência de Deus. Apesar de tantas injustiças e oposições, o servo de Deus será fortalecido se depender exclusivamente da justiça divina em seu favor.


MARCOS AURÉLIO DE MELO
Estudos no livro de Jeremias

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