"Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas,
se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis"
(Rm. 8:13)
Ficou famoso o bordão utilizado
por várias pessoas quando se trata do combate à criminalidade: "bandido
bom é bandido morto." Não entrando na questão política e social que
sustenta a discussão em torno do tema, é interessante buscar a analogia que
podemos extrair deste bordão. Certamente o pecado será sempre um inimigo a ser
combatido em prol da saúde da nossa alma. E como bem sabemos o pecado é um
bandido audacioso, que rouba a nossa alegria, mata a nossa vitalidade
espiritual e sequestra a nossa paz de consciência. Não podemos baixar as armas
espirituais quando se trata do velho homem feroz e do pecado que tenazmente nos
assedia. Seja por ação, omissão ou pensamento, devemos estar atentos a todas as
emboscadas em que o pecado bandido quer nos surpreender. Sabemos que a luta é
ferrenha, envolve esforço e dedicação sempre crescentes, uma vez que o pecado
será um inimigo que não desiste fácil dos seus ataques. Em cada momento da
vida, desde o momento em que acordamos de manhã, faz-se necessário revestir-nos
dos frutos do Espírito, a fim de que o pecado não tenha espaço para seus
ataques insidiosos ao nosso coração.
Os feitos do corpo, no linguajar
paulino, representam esta tendência pecaminosa humana que busca dominar o
homem, fazendo refém de práticas afrontosas à santidade de Deus. Mas é
plenamente possível mortificarmos os feitos do corpo, mediante o poder e a
dependência do Espírito Santo, de quem decorre o selo que em cada crente foi
posto pela misericórdia divina. Nada ou ninguém pode nos separar do amor que
nos alcançou pela graça do Senhor, e, portanto, temos os recursos espirituais
que nos foram disponibilizados para não cedermos ao pecado e às suas ardilosas
investidas sobre nós.
Temos que deixar de lado a
indolência quando o assunto é lutar contra aquilo que em nós busca resistir à
autoridade do Senhor. Crentes indolentes são presas fáceis ao mundo, à carne e
ao diabo, pois não fazem uso adequado dos recursos espirituais disponíveis para
mortificação dos feitos do corpo. Por isso, os enganos do coração pecaminoso
ganham musculatura e vencem facilmente as investidas, levando o cristão a um
estado de mediocridade espiritual. Sem alegria, sem ânimo e sem a paz que
excede o entendimento habitando em sua alma, fica difícil fazer frente ao
pecado e suas artimanhas. Sendo assim, é urgente que adotemos a frase “pecado
bom é pecado morto” não como mais um chavão decorado, mas como uma prática
diária que nos levará à maturidade espiritual e nos fará cada vez mais
resistentes em nossa luta contra o pecado.