A beleza da graça é que ela não apenas nos resgata, ela nos
coloca em nosso lugar. A graça nos humilha quando abre nossos olhos para o fato
de que nem tudo se refere a nós. A graça nos faz amar o Rei em vez de querer
ser o rei. Ela expõe o quanto somos sujos e espiritualmente necessitados. Ela
nos recebe em um reino muito maior e mais belo que o nosso. A graça nos
capacita a investir em coisas eternas, não nos prazeres temporários que
consumiriam todo o nosso tempo e dinheiro. A graça nos faz sentir pequenos sem
nos sentir sozinhos ou abandonados. Ela nos diz que somos pobres enquanto nos
oferece riquezas maiores que as que conhecemos. A graça nos faz entender o
perigo que somos a nós mesmos e a profundidade de nossa necessidade momento a
momento. A graça revela o quanto nosso coração é instável, sem jamais
ridicularizar nossa fraqueza. A graça não apenas nos humilha uma vez, mas
repetidamente, quando nosso coração orgulhoso nos coloca no centro de novo.
Somente a graça pode fazer crescer em nosso coração as
coisas que progressivamente nos libertam da escravidão do amor ao dinheiro ou a
qualquer outra coisa que desafie o governo que só Deus deve ter. Somente a
graça pode transformar uma pessoa cheia de direitos em uma pessoa grata.
Somente a graça pode transformar um coração exigente e invejoso em um coração
verdadeiramente contente. Somente a graça pode nos fazer pacientes, livres de
um coração que quer o que quer agora. Somente a graça no capacita a sermos
compassivos, capazes de ver as necessidades dos outros e cuidar delas, em vez
de sermos dominados pelo que é nosso. Somente a graça pode transformar esse
falso rei em alguém que investe seu tempo e seu dinheiro a serviço do Rei.
Que possamos concluir a respeito de
nossas vidas o mesmo que Paulo concluiu: “Pela graça de Deus, sou o que sou, e
a graça que Ele me deu não tem sido inútil” (1 Cor 15:10a). Exaltemos sempre a
beleza da graça em nos redimir e nos santificar para sermos úteis ao Rei dos
reis.
Adaptado de Paul Tripp
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