quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Onde está a honra da nação?

 

Não é difícil para nenhum brasileiro constatar que os dias atuais têm sido nebulosos e traiçoeiros no nosso país: um partido empenhado em se manter no poder (custe a honra que custar), políticos pegos com a boca na botija, ricos empresários envolvidos em negociatas com o poder público, dirigentes da nação enlameados sem nenhum pudor com a sujeira da corrupção. E não menos ruim é o fato de que não se descortina nenhum horizonte de recuperação da economia já tão combalida pelos desmandos do Estado.

Um cenário desalentador não clama por heróis. Um cenário assim requer de cada um de nós uma manifestação de honradez e vergonha na cara, à altura de tanto desgoverno que tem sido denunciado nos jornais livres e na imprensa não-amordaçada. Ano que vem será mais um ano eleitoral, e nas urnas muitas mudanças podem e devem ser feitas, ao elegermos prefeitos e vereadores que irão comandar os municípios brasileiros. Já não é momento para utopias e devaneios sem sentido; é momento de pés no chão e coragem para efetivamente cobrarmos das autoridades instituídas sobre nós o dever de jogarem limpo, sem falcatruas e ajeitados para os “amigos do rei”.

O juiz Sérgio Moro faz despertar em nós, brasileiros honrados, um ímpeto de mudança. Queremos um Brasil melhor, para nós e para as gerações vindouras. Mas sem o empenho de cada cidadão de bem, não haverá um futuro promissor. Viveremos como cão que corre atrás do rabo, iludido por brincadeiras sem propósito. É urgente a necessidade de postura combativa nas urnas, contra tudo que depõe contra o Estado de Direito e em prol da boa conduta dos governantes desta nação.

Não dá mais para o Brasil ter somente um belo slogan, tal como “Um País de Todos” ou “Pátria Educadora”, sem efetividade na prática e sem honradez nas decisões políticas que deveriam objetivar sempre o bem coletivo. Chegou a hora do gigante despertar da modorra em que se encontra, fazendo valer o chamado do pendão verde e amarelo: Ordem e Progresso. Avante, pois!

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Como morrer bem

Texto base: 1 Cor. 15

Talvez você possa achar que este tema soa um tanto fúnebre, ou intragável, mas o fato é que precisamos pensar naquele instante final em que nossos corpos estarão inertes e sem vida. O sábio Salomão advertiu claramente:“Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração.” (Ec. 7:3)
Na verdade, nós não incluímos a morte em nossas agendas. E isto é grave!O apóstolo Paulo vislumbrava o dia em que partiria deste mundo: "O tempo da minha partida está próxima" (2 Tm. 4:6). As coisas temporais eram como as cordas que o prendiam a este mundo, mas logo seu barco deveria desprender-se da costa, e navegar adiante, para o porto da glória, e ali ser ancorado para sempre.
Em 02 de novembro de 998, o abade Odilo de Cluny instituiu aos membros de sua abadia e a todos aqueles que seguiam a Ordem Beneditina a obrigatoriedade de se rezar pelos mortos. A partir do século XII, essa data popularizou-se em todo o mundo cristão medieval como o Dia de Finados, e não apenas no meio clerical. O dia 02 de novembro ainda é identificado como sendo um dia específico para se meditar e rezar pelos mortos. Milhões de pessoas cumprem o ritual de ir até os cemitérios levar flores para depositar nas lápides em memória dos que se foram; outras levam também velas e cumprem os rituais mais tradicionais, como orações, cânticos etc.
Obviamente, nós sabemos que todo este ritual e cerimonialismo em torno do dia 02 de novembro é mais um engano de Satanás para iludir pessoas e deturpar a mensagem clara do evangelho. Não há mais o que fazer quando a alma de alguém entra no seu estado eterno, pois “aos homens está ordenado morrer uma só vez, e depois disto segue-se o juízo”; a oportunidade de acerto de contas com o Senhor é somente em vida. Após esta curta peregrinação não há mais uma segunda chance.
Sabemos que é preciso viver com convicções. Pautar nossas vidas por convicções é importantíssimo. Mas não somente viver, é necessário morrer com convicções. Alguém disse que o importante não é começar bem, é terminar melhor. Sendo assim, neste capítulo 15 de 1 Coríntios em que Paulo traz à baila a verdade acerca da ressurreição dos mortos, fiquei refletindo sobre a necessidade de chegar ao fim da vida de uma forma agradável ao Senhor. Chegaremos ao fim da vida na velhice, com corpos doloridos e sem vigor, mas como ter uma morte que glorifica a Deus? Não sabemos quando será a data da partida, por isso mesmo é essencial cultivar uma perspectiva correta sobre a morte.

COMO PODEMOS TER UMA MORTE QUE GLORIFICA A DEUS?  Estando alicerçados em pelo menos cinco convicções, com base no texto em 1 Coríntios 15.

"Quer comais, quer bebais, fazei tudo para a glória de Deus." Isto é, tanto a nossa vida, como a nossa morte deve servir para trazer glória ao nome do Senhor. 
"Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor." (Rm. 14:8)

1) Morra convicto de que a história tem um rumo certo (vs. 24-28)
A história não é um barco à deriva. Não estamos rumando sem direção, pois quem governa a história é o próprio Deus. O Senhor não deu corda a este mundo e deixou-o sem rumo, apenas seguindo as leis da física (leis de Newton, e outros cientistas). Para o cristão, o mundo não caminha para o caos, para o desastre e para a ruína. Haverá um tempo em que o Senhor restabelecerá todas as coisas conforme decretou antes da criação, para que o Seu próprio nome seja exaltado sobre tudo e sobre todos.
Este mundo com todas as suas mazelas, sob a influência do príncipe da potestade do ar, não está isento do controle soberano. Deus sabe o fim desde o começo. A história está escrita, Satanás sabe que o fim dele foi decretado na cruz (a cabeça da serpente foi esmagada de uma vez por todas) e com um sopro da boca do Senhor, a Bíblia afirma que Satanás será derrotado. Podemos cantar com segurança: “Que consolação tem meu coração, descansando no poder de Deus”. Ele governa, Ele reina, Ele tem o centro em suas mãos e tudo está sob o Seu controle; o fechamento da história não é uma incógnita para o Senhor.

2) Morra convicto de que lutou contra o pecado (vs. 34a)
Chesterton afirmou: “Somente uma coisa morta segue a correnteza. Tem que se estar vivo para contrariá-la.”Novas criaturas em Cristo, que foram vivificados pelo Espírito de Deus, lutam contra o pecado. Não baixam a guarda, não abrem concessões e não negociam princípios. A essência do viver do crente é combater o pecado que tenazmente nos assedia. Para correr com perseverança a carreira cristã e chegar ao fim da linha com coragem e vigor, faz-se necessário desembaraçarmo-nos de todo peso do pecado. Isto exige suor e esforço, exercício constante de reprovação da nossa natureza caída que herdamos de Adão.
Chegar ao fim da linha sem a convicção de que lutou contra o pecado é um atestado de falência da nossa espiritualidade.Cristo nos deu condições de lutar com as armas corretas, pondo abaixo o orgulho que fornece lenha para tantos outros pecados. Não faz o menor sentido alguém viver em apostasia (abandonar a fé de modo continuado e irreversível sem arrependimento) e ainda assim querer um lugar no céu. O cristão luta contra o pecado e combate esta luta até o último suspiro de sua vida.

3) Morra convicto de que buscou conhecer a Deus (vs. 34b)
Conhecer a Deus é manter um relacionamento com Ele. Tal relacionamento não é possível sem a mediação do Senhor Jesus e sem a instrução das Escrituras. O cristão é alguém que não cansa de meditar nas verdades bíblicas, e se empenha com vigor em aprimorar o seu relacionamento com Deus sabendo mais sobre o Senhor. O salmista expressou este desejo profundo da seguinte forma: “Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais que o mel à minha boca. Por meio dos teus preceitos, consigo entendimento” (Sl. 119: 103,104). Somente alguém que tem prazer na Palavra de Deus pode afirmar que conhece ao Senhor.
A Palavra de Deus não deve ser rejeitada, considerada amarga, ou colocada em plano secundário em nosso viver. O apetite do cristão pelas verdades espirituais é um claro indicativo de seu progresso na fé. Precisamos chegar ao leito de morte com a convicção de que não deixamos de lado as oportunidades para conhecer mais a Deus. “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Os. 6:3):o profeta Oséias destaca que este processo tem efeito de continuidade e não esporádico.

4) Morra convicto da bendita expectativa da ressurreição (vs. 42, 43)
A morte não é um ponto final. Poderia ser apenas reticências... Quando nos despedimos de um ente querido que morreu em Cristo Jesus, não é um adeus; é apenas um até breve. Esta bendita expectativa é um poderoso antídoto contra a apatia e a falta de brilho em nossas vidas. O cristão deve viver com os olhos fitos no céu, sem alienar-se das batalhas que tem nesta terra, mas sempre focado no reino ao qual pertence.
A morte não deve nos alarmar ou trazer algum tipo de pavor. Precisamos estar preparados para quando o momento chegar. E não há nada mais importante do que termos uma mentalidade celestial, que contempla além dos limites deste mundo tão passageiro e ilusório. O poder de Deus trará a existência corpos que morreram há milhares de anos para unirem-se com as almas, isto é uma promessa bíblica. Se chegarmos ao leito de morte sem esta esperança real, podemos ser considerados os mais miseráveis e infelizes da face da terra.
O Senhor Jesus disse a Marta que estava chorosa e angustiada pela morte do seu irmão Lázaro: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá.” (Jo. 11:25). Tal promessa não se restringia somente àquele momento na pequena vila de Betânia. Aqueles que morreram crendo em Cristo hão de ressurgir para habitar eternamente com o Senhor, gozando da mais perfeita paz e louvando a Cristo pela obra da cruz.

5) Morra convicto de que prestou serviço ao Senhor (vs. 58)
Servir ao Senhor é o maior privilégio que alguém pode ter. Estamos falando do serviço autêntico, feito conforme as orientações do Senhor e sem a busca de interesses menores (elogios, aplausos, fama). O serviço ao Senhor não deve ser realizado sob coação, sem regozijo e sem corações rendidos. Servir ao Senhor com alegria é o padrão bíblico. Servir ao Senhor por gratidão eterna, constrangidos pelo seu imenso amor, deve ser a nossa maior motivação nesta terra.
O serviço ao Senhor refere-se a nossa mais profunda identidade. Ou seja, quem somos em Cristo (remidos, justificados, comprados, santificados, herdeiros, novas criaturas, peregrinos, povo eleito, sacerdócio real, nação santa), define como agiremos em face de tudo que fomos agraciados.Até mesmo o caminho de Cristo foi um caminho de serviço: “Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Mc 10:45)Cristo é o nosso referencial; portanto, em nossos lares, empresas, igreja e relacionamentos, devemos espelhar o ideal do Senhor para nós.