quarta-feira, 15 de julho de 2009

Prova de maturidade espiritual

Uma frase me chamou a atenção no livro devocional Pão Diário que leio com certa frequência. A frase dizia assim: “A prova de maturidade espiritual não é a medida da sua “pureza”, mas a percepção da sua impureza. Essa consciência abre a porta para a graça de Deus.” Resolvi escrever sobre isto aqui no blog. Medite sobre estas verdades e extraia lições preciosas para a sua vida também.


É impressionante como somos tendenciosos a medir nossa performance espiritual, principalmente quando nos comparamos com outras pessoas. Temos um fariseu dentro de nós, essa é a verdade. Julgamos que somos muito melhores que outras pessoas porque não somos como os tais publicanos que encontramos diariamente em nossa caminhada cristã. O fato é que de cristã a nossa caminhada não tem nada, se estamos procedendo assim. Gostamos de apresentar um atestado de boa conduta diante dos outros, para alcançarmos os aplausos da glória humana que tanto inflam o ego. Esse tipo de comportamento foi duramente criticado por Jesus Cristo, que não alisava os fariseus para ser bem aceito por eles. Cristo disse que eles eram como túmulos caiados: bem ornamentados por fora, mas podres e miseráveis por dentro.

Precisamos enxergar a nossa própria penúria espiritual, e agir de modo que esta impureza latente em nós seja cada vez mais diminuída. Nada na vida cristã é tão prejudicial quanto esta atitude farisaica que busca convencer outras pessoas que já chegamos ao topo da escada espiritual. Esta atitude farisaica que busca medir a maturidade espiritual através de méritos e vantagens perante os demais homens é típica de alguém que não conhece ainda a profundidade da graça de Deus.

Vejamos o exemplo do apóstolo Paulo que escreveu a epístola aos Romanos. Nesta carta ele elucida bem a questão da depravação humana perante o Deus santo. Por isso, Deus teve que ser ao mesmo tempo o Justo e o Justificador do homem pecador. Paulo fala também sobre a luta que é necessário travar diariamente contra as ciladas do “EU”, o velho homem que teima em existir até a nossa morte. O apóstolo da graça não se justifica afirmando a sua boa conduta e nem age como um fariseu reformado. Não, de forma nenhuma! Ele nega a sua própria boa índole e seu grito parece ecoar nas páginas da epístola: “Miserável homem que eu sou! Quem me libertará do corpo desta morte?” (Rm. 7:24)

O desespero de Paulo é explicável tendo em vista que ele mesmo já tinha sido um fariseu declarado, que amava ostentar seus prêmios de pureza e retidão. A medalha de honra ao mérito que Paulo carregava no peito farisaico foi considerada uma grande derrota, quando ele enxergou a preciosidade de Cristo e Sua graça (Fl. 3:7-9). Esta deve ser a mesma atitude que nós devemos imitar. Deixemos de lado as medidas de maturidade espiritual que achamos mais convenientes (méritos) e vejamos a grande distância que ainda nos falta percorrer para sermos conformados à imagem de Cristo, que é o padrão perfeito.


Marcos Aurélio de Melo