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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Convicções diante das tragédias

TEXTO-BÍBLICO: Salmo 93

Nesta semana as informações do noticiário enfatizaram as fortes chuvas que caíram na região Sudeste do Brasil. Os estados de São Paulo e Minas Gerais apresentaram graves problemas por causa da chuva, mas no Rio de Janeiro a situação é de total calamidade na região serrana. Mais de 600 mortos já foram contabilizados nesta triste estatística. Famílias inteiras ficaram soterradas e milhares de pessoas ficaram desabrigadas por causa dos deslizamentos de terra. Realmente a situação pode ser considerada uma tragédia de proporções assustadoras. É claro que as tragédias acontecem todos os dias ao redor do mundo, mas esta tragédia no Rio de Janeiro nos chamou a atenção por causa da ênfase que a mídia brasileira direcionou aos fatos.
No Salmo 93 observamos o salmista apresentando algumas convicções que ele carregava dentro de si, mesmo que a situação exterior seja de total calamidade. A força das águas é descrita neste salmo com a sonoridade de um bramido (como o rugido de um leão faminto). As cenas dos últimos dias também mostraram como as águas “rugiram” destruindo tudo pela frente, com a sua impetuosidade.

“Apesar das tragédias diárias, o cristão precisa manter no coração algumas convicções fundamentais” De acordo com este texto, que convicções fundamentais o cristão precisa manter no coração apesar das tragédias diárias? Estas convicções fazem toda a diferença em nossas vidas. Vejamos quais são elas.

1 – O nosso Deus nunca perde a Sua autoridade (vs. 1,2)
Muitos teólogos modernos questionam a soberania divina em meio às tragédias. Eles afirmam que Deus não tem controle sobre os fenômenos da natureza e que Deus abriu mão do seu domínio sobre vários aspectos da vida na terra. Estes teólogos interpretam a soberania divina a partir dos seus sentimentos e não à luz das Escrituras. Vários versículos bíblicos são mal interpretados para defender pontos de vista equivocados sobre o governo divino. Por exemplo, o teísmo aberto (ou abertura de Deus) afirma que Deus criou todas as coisas e deixou tudo entregue às leis naturais sem interferência nenhuma. Esta ideia na verdade tenta reduzir a majestade de Deus porque supõe que Ele não detém o poder sobre fenômenos naturais. Em Jó 37, podemos observar a autoridade suprema de Deus sobre a criação e o Seu governo que abrange a natureza.
É interessante perceber a perspectiva que o profeta Jeremias nunca perdeu de vista. No livro de Lamentações, o contexto é de uma destruição total em Jerusalém. A cidade foi totalmente assolada e as pessoas que restaram estavam vivendo num completo desespero. Mas Jeremias não se deixou levar pela situação de calamidade e reconheceu que Deus continuava reinando. "Pelo monte Sião, que está assolado, andam as raposas. Tu, SENHOR, reinas eternamente, o teu trono subsiste de geração em geração" (Lm. 5:19). As raposas são animais que se alimentam de carniça e em Jerusalém existiam muitos corpos em putrefação. Esta firme convicção do profeta na autoridade suprema do Rei do Universo foi útil para enfrentar as terríveis conseqüências daquela tragédia.
É necessário confiar que Deus tem o cetro de poder em Sua mão para governar (I Cr. 29:11). O governo divino é a contínua atividade de Deus pela qual Ele rege todas as coisas a fim de garantir a realização do propósito divino. Nenhuma galáxia ou estrela distante está fora do domínio absoluto do Rei do Universo. Nada é um acaso aos olhos do Soberano Senhor e nada consegue surpreendê-Lo. O cristão deve olhar as tragédias da perspectiva correta: há um propósito soberano de Deus por trás de todas as coisas. Será que este certeza continua em nossas mentes apesar das tragédias diárias?

2 – A Palavra de Deus nunca perde a sua confiabilidade (vs. 5a)
Diante das catástrofes as pessoas começam a questionar a confiabilidade da Bíblia porque seus corações não conseguem entender como um Deus santo, justo e bom que a Bíblia revela não age para impedir as tragédias que assolam a humanidade. Assim, a Palavra de Deus passa a ser considerada um livro comum, destituído de veracidade. Existem muitos estudiosos que atacam a veracidade das Escrituras porque ela não se encaixa com os pensamentos e teorias humanistas, que estão em moda atualmente. Os críticos gostam de propagar a mentira que a Bíblia não passa de uma coleção de mitos e fábulas. Mas a Bíblia testemunha a favor dela mesma. A preservação das Escrituras é uma prova que o seu conteúdo é digno de nossa total confiança.
Assim como Jó, o cristão genuíno não vai encontrar todas as respostas em meio à dor, mas pode ter a firme convicção de que a Palavra de Deus não falha e que os testemunhos do Senhor são verdadeiros. “A tua palavra é a verdade desde o princípio, e cada um dos teus juízos dura para sempre” (Salmo 119:160).. Além do mais Deus não é obrigado a nos responder cada um dos nossos questionamentos, como se Ele estivesse no banco dos réus. Nós precisamos enxergar nossas vidas sob a ótica das Escrituras e não enxergar as Escrituras sob a ótica de nossas vidas para que possamos evitar a tentação do ceticismo em relação à Bíblia.
Você continua depositando confiança na Bíblia apesar de tantas tragédias que assolam a humanidade? Deus não mudou e nem a Sua Palavra perdeu o valor desde os tempos antigos. Por causa de alguma tragédia, muitos crentes deixam de recorrer às Escrituras e já não a consideram suficiente em suas vidas. Este é um fato alarmante, pois demonstra a falta de um alicerce confiável. Nossas vidas podem ruir se não estiverem construídas sobre a rocha segura da Palavra de Deus.

3 – A santidade pessoal nunca perde a sua essencialidade (vs. 5b)
A santidade convém ao povo que é separado para o louvor da glória de Deus. Isto significa que ser santo não é opcional, mas essencial para todo aquele que se diz servo do Senhor. Em meio às tragédias, o crente não deve perder de vista que o foco de sua vida deve ser honrar e glorificar a Deus. O versículo 5 foi traduzido pela NVI de uma forma sugestiva: “a santidade é ornamento perpétuo da tua casa” (casa é uma metáfora). A santidade deve adornar a vida do crente mesmo que ele esteja passando por vales sombrios, para que outros vejam o brilho da glória de Deus.
Muitos crentes que enfrentam tragédias pessoais resolvem abandonar tudo e passam a viver dissolutamente, pois acreditam na mentira satânica que foram desamparados por Deus. E assim começam a agir com rebeldia e sem temor a Deus. O crente que se rebela em meio às dificuldades está aprisionado por sentimentos mesquinhos em relação a Deus.
Em determinadas situações, Deus leva os seus servos na bigorna do sofrimento para que algumas arestas sejam aparadas e a santidade seja aperfeiçoada. É este o ensino de Paulo em I Coríntios 4: 16-18. Mas apesar de ter passado por momentos extremamente difíceis, Paulo enxergava além do que seus olhos podiam ver: sua vida estava sendo lapidada diariamente.
Diante das tragédias diárias, será que enxergamos que Deus deseja nos moldar? A santificação é um ensino muito claro nas Escrituras e não é opcional para o povo que foi chamado para uma viva esperança. Somos "raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamarmos as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1 Pedro 2:9). Se você é um salvo, convém que você viva em santidade todos os dias, pois Deus é santo!

MARCOS AURÉLIO DE MELO

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A Santidade de Deus

A primeira oração que aprendi quando criança foi uma simples ação de graças à mesa de refeições: "Deus é grande; Deus é bom; e nós lhe agradecemos este alimento". As duas virtudes atribuídas a Deus nesta oração, grandeza e bondade, podem ser definidas por uma única palavra bíblica — santo. Quando falamos da santidade de Deus, costumamos associá-la quase que exclusivamente com sua pureza e justiça. Certamente a idéia de santidade contém essas virtudes, mas elas não são o significado primário de santidade.

A palavra bíblica santo tem dois significados distintos. O significado primário é "separação" ou "distinção". Quando dizemos que Deus é santo, chamamos a atenção para a profunda diferença que existe entre ele e todas as criaturas. Referimo-nos à majestade transcendente de Deus, sua augusta superioridade, em virtude do quê ele é digno de toda honra, reverência, adoração e louvor. Ele é "distinto" ou diferente de nós em sua glória. Quando a Bíblia fala de objetos santos, de pessoas santas ou de tempo santo, ela se refere a coisas que foram postas à parte, consagradas ou diferenciadas pelo toque de Deus sobre elas. O solo onde Moisés estava em pé, perto da sarça ardente, era um solo santo, porque Deus estava presente ali de uma maneira especial. E a proximidade do divino que torna o ordinário subitamente extraordinário, e torna aquilo que é comum em algo incomum.

O significado secundário de santo se refere às ações puras e justas de Deus. Deus faz o que é certo. Ele nunca faz o que é errado. Deus sempre age de maneira certa porque sua natureza é santa. Assim, podemos distinguir entre a justiça interna de Deus (sua natureza santa) e a justiça externa de Deus (suas ações).

Porque Deus é santo, ele é grandioso e bom. Não há nenhum mal misturado à sua bondade. Quando somos chamados para ser santos, isso não significa que participamos da majestade divina de Deus, mas que devemos ser diferentes da nossa natureza pecaminosa normal como criaturas caídas. Somos chamados para espelhar e refletir o caráter e a atividade moral de Deus. Temos que imitar sua bondade.

Texto de R. C. Sproul
Extraído do Caderno 1 - Verdades Essenciais da Fé Cristã

quinta-feira, 4 de março de 2010

DEUS DISTINGUE O PIEDOSO

Leitura Bíblica: Salmo 4

Davi não era um homem perfeito. Ele errou em vários momentos e seus pecados ficaram registrados nas Escrituras. Podemos perceber que estes pecados trouxeram-lhe várias conseqüências desastrosas, dentro de sua própria família, conforme anunciado pelo profeta Natã (2 Sm. 12: 10-11). Aflições e angústias de toda sorte foram constantes na vida de Davi, mas ele recorria a Deus que o tinha escolhido como rei de Israel.
Neste Salmo 4, que na verdade é uma continuação do cântico no Salmo 3, Davi derrama o coração perante Deus. O contexto é a fuga de Davi por causa de Absalão, que tinha conspirado contra o rei e tomado o poder em Jerusalém (2 Sm. 15:1-18). Davi resolveu sair às pressas de Jerusalém para evitar um combate de grandes proporções com os aliados de Absalão. Davi estava sendo caçado pelo filho, como antes fora perseguido por Saul. No verso 2, ele interroga os homens que armaram tal cilada contra o rei, pois estavam tornando sua glória (majestade) em vexame.
É importante destacar que o Salmo 3, termina com a expressão entre parênteses (Selá). A expressão “Selá”, empregada mais de 70 vezes, parece referir-se a um interlúdio musical, ou seja, quando alguns salmos eram cantados, havia a necessidade de, entre uma passagem e outra, de uma pausa ou até para aumentar o tom em que estava sendo tocada a música.
No verso 3 do Salmo 4, Davi declara que o Senhor distingue para si o piedoso, ou seja, Deus conhece e tem prazer no homem piedoso. A palavra piedade no Antigo Testamento está relacionada com a fidelidade e retidão da pessoa, que flui de um relacionamento verdadeiro com o Deus de Israel. Sabemos que o homem piedoso ama a Palavra de Deus e nela medita dia e noite, para que o alvo de sua vida seja honrar a Deus. O crente deve ser piedoso, como fruto da conversão operada através do Espírito de Deus. Observando o Salmo 4, podemos afirmar que:

“O HOMEM PIEDOSO POSSUI CARACTERÍSTICAS ADMIRÁVEIS EM MEIO ÀS AFLIÇÕES DA VIDA”

Nenhum de nós está imune às aflições da vida, porque estamos num mundo afetado pelo pecado em todos os aspectos. Portanto, temos que lidar diariamente com aflições variadas. Martinho Lutero indagou certa vez: “A Cristo foi dada uma coroa de espinhos, porque nós esperamos uma coroa de rosas?” No mundo certamente teremos aflições, mas que possamos cultivar as características de um homem/mulher piedoso (a). Lembre-se que Deus tem prazer quando vivemos de modo agradável buscando glorificá-Lo em todas as circunstâncias. Além disso, as aflições na vida têm o forte propósito de moldar o caráter de homens e mulheres piedosos.

1) As aflições da vida não conseguem calar o clamor do homem piedoso (Vs. 1, 3b)
Não somente neste Salmo mas em quase todos observamos Davi em oração. Os salmos são cânticos e muitos deles surgiram de momentos devocionais de Davi. Ele clama a Deus e o busca em oração vigilante em meio às angústias e pressões que sofria. O jovem Davi aprendeu bem cedo que esta era uma necessidade fundamental e por isso mesmo não podia viver sem orar ao Deus dos céus. No salmo 40:1, Davi demonstra sua total dependência do Senhor em oração.
O homem piedoso é alguém que faz do clamor a Deus uma constante em sua vida. Ele entende que esta não é a última coisa a ser feita, mas, pelo contrário, a primordial. Quando em meio às aflições e angústias, o piedoso não negligencia elevar os pensamentos a Deus em oração e entregar a ele os seus temores. Muitas pessoas passam por aflições e abandonam a prática importante do clamor que precisa ser dirigido ao Senhor. Preferem calar-se e centralizam a atenção nos problemas. Assim, lançam-se nas batalhas da vida e procuram vencer os obstáculos sem o menor senso de dependência de Deus. Quando os resultados não são satisfatórios, estas pessoas são as primeiras a levantar suspeitas contra o nome do Senhor.
Precisamos clamar ao Senhor em meio aos problemas e aflições. Este deve ser o nosso maior anelo. É óbvio que após a oração segue-se a ação. Mas o homem piedoso terá plena convicção da importância de clamar ao Senhor, e não calar diante dos dilemas e problemas. Devemos perseverar na oração (Cl. 4:1) e orar sem cessar (1 Ts. 5:17). O nosso Mestre nos deu exemplo de uma vida de oração exemplar. Em meio às angústias naquela noite no Getsemani, Jesus clamou ao Pai para que a Sua vontade fosse cumprida. Se Cristo orou em busca de amparo, porque nós negligenciamos tanto a oração e o clamor? No Salmo 32:6, o salmista refere-se ao Senhor, assim: “Todo homem piedoso te fará súplicas, em tempo de poder encontrar-Te.” Lembre-se: “A oração deve ser fundamental, não suplementar.” William J. C. White

2) As aflições da vida não conseguem anular a sensatez do homem piedoso (Vs. 4)
Davi no verso 4 expressa a necessidade de sensatez. Ele estava sendo perseguido, porque o reino foi tomado à força por seu filho Absalão – um jovem revoltado com seu pai e que se aproveitou da fragilidade do rei. Notamos que a situação era extremamente delicada e exigia equilíbrio e sensatez de Davi. O Senhor distingue para si o piedoso que não perde a sensatez em meio às aflições da vida, e Davi expressa novamente isso no Salmo 37: 7-8.
O Salmo 4:4 é interpretado erroneamente, para justificar o fato da ira não-pecaminosa ser aceitável. Mas o versículo aqui, que é repetido em Ef. 4:26, não enfatiza a ira, mas quer enfatizar o não-pecar. A ira deve estar longe de nós, conforme o ensino de Paul em Ef. 4: 31-32. O segredo para um viver vitorioso contra a ira, é jogar um balde de água fria assim que a ira mostrar sua face. Não podemos dar lugar à ira humana, porque nós somos pecadores e não temos como mensurar até que ponto ela é justificada. Precisamos de sensatez e domínio próprio, para que o nosso procedimento seja agradável e aceitável diante do Senhor. Os recursos abundantes e as promessas de Deus são suficientes para nos capacitar a lidar biblicamente e a vencer o problema da ira.
Nos relacionamentos sempre surgem problemas interpessoais, porque somos pecadores e não perfeitos. A ira muitas vezes é jogada na conta da outra pessoa, quando o problema na maioria das vezes reside em nosso próprio coração. A ira do homem não pode produzir a justiça de Deus, porque são incompatíveis (Tiago 1: 19-20). Explosões de ira são condenadas nas Escrituras porque demonstram as obras da carne que precisam ser despojadas, e com freqüência a ira é um prelúdio para pecados devastadores nos relacionamentos.
O homem piedoso será sensato ao lidar com situações de conflito, porque o Senhor o capacitará para isto. Sabemos que em nós habita o Espírito Santo, o qual não compactua com as explosões de fúria que muitos cristãos já adotaram como prática constante em seu viver. “O tolo da vazão à sua ira, mas o sábio domina-se.” (Pv. 29:11 – versão NVI)

3) As aflições da vida não conseguem tirar o contentamento do homem piedoso (Vs. 6-7)
Davi saiu correndo do palácio real e deixou para trás toda a pompa que lhe pertencia como autoridade maior no reino de Israel. Agora estava fugindo da presença do seu filho Absalão e teria que viver errante por desertos e lugares não aprazíveis. Sua vida de fugitivo com certeza não teria as mesmas regalias que desfrutava no palácio real.
A palavra que foi traduzida como alegria, também pode assumir o significado de satisfação. Davi está dizendo: mesmo que para outras pessoas (ímpios que não se relacionam com Deus) haja fartura de cereal e vinho, a plena satisfação só pode ser encontrada na vida de um homem piedoso (um homem que busca ser fiel ao Senhor). A presença ou a falta de contentamento é o diferencial que marca a vida de muitos cristãos. Quando não há satisfação com as bênçãos que Deus tem nos outorgado, passamos a viver abatidos em meio às aflições da vida. Crentes rendidos diante de problemas da vida, sem alegria ou contentamento, são uma clara denúncia da falta de intimidade com o Senhor. Alguém disse que a insatisfação é filha do orgulho.
Paulo escreveu que aprendeu a viver contente, em toda e qualquer situação (Fl. 4: 11-13). Mesmo passando privações, Paulo sabia buscar forças no Senhor para enfrentar as aflições da vida. Nossa vida está nas mãos do Senhor, ele promete que nunca nos deixará e nem nos abandonará (Hb. 13: 5-6). Paulo escrevendo a Timóteo afirma que a piedade com contentamento é uma verdadeira mina de ouro (1 Tm. 6: 6-8), e o amor ao dinheiro é a raiz de muitos males. A Bíblia está repleta de princípios que nos indicam a necessidade de contentamento e plena satisfação em Deus. Este é segredo para uma vida de piedade, mesmo em meio às aflições e dificuldades deste mundo.

4) As aflições da vida não conseguem destruir a serenidade do homem piedoso (Vs. 8)
Davi aprendeu em sossegar sua alma aflita confiando irrestritamente em Deus. Dormir com um inimigo à espreita e pegar no sono é prova de total serenidade diante dos conflitos iminentes. Davi tinha esta serenidade adquirida na dependência constante do Senhor. Ele soube descansar e aliviar o coração porque sabia que estava seguro com Deus, sua torre forte e rochedo. No salmo 131, o salmista canta que fez calar e sossegar a sua alma, como criança que se aquieta nos braços da mãe (uma ilustração de serenidade).
A inquietação é um mal antigo, que parece tomar proporções cada vez maiores com o passar do tempo. Muitos crentes vão dormir e acordam aflitos, sem o menor sinal de sossego e paz. A palavra “quietude” parece não fazer mais parte dos nossos dicionários.
Estar em paz e encontrar serenidade em meio às aflições da vida é uma característica bastante admirável. Não se trata de ignorar a aflição ou fazer de conta que ela não existe, porém a chave de um viver sereno é saber repousar em Deus mesmo atravessando vales difíceis e sombrios. Muitas dores de cabeça seriam evitadas se a paz de Deus, que excede todo entendimento, estivesse guardando os nossos corações e mentes, como a Bíblia nos orienta (Fl. 4:7). Nossas vidas terão mais brilho e cor, se aprendermos a arte da serenidade, que se apóia exclusivamente na bondade de Deus sobre nós.
Precisamos de corações serenos, que se mostram quietos diante do poder e majestade de Deus. Quando sossegamos o coração e buscamos a tranqüilidade em Deus, começamos a enxergar as provações/aflições/dificuldades sob uma nova ótica. O Salmo 91 é bastante conhecido por suas palavras de introdução: “O que habita no esconderijo do Altíssimo, e descansa à sombra do Onipotente, diz ao Senhor: Meu refúgio e baluarte, Deus meu em quem confio.” A confiança do homem piedoso em Deus o leva a ter um coração tranqüilo e sereno. Como o pintor que desenhou uma plantinha bem próxima de uma cachoeira, assim deve estar também o coração do crente que deposita em Deus toda a sua confiança.

MARCOS AURÉLIO DE MELO
MENSAGEM NO SALMO 4

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Santidade cristã prática

"A Bíblia deixa claro que sem santidade "ninguém verá o Senhor" (Hb 12:14). Santidade é o resultado invariável de uma conversão verdadeira. Contudo, santidade não é perfeição absoluta - liberdade absoluta do pecado. Esta existirá apenas no céu. Também santidade não é algo que obtemos sem luta e empenho constantes. Mas, embora nesta vida a santidade seja imperfeita, ela é real. Santidade verdadeira fará com que um homem cumpra com fidelidade suas atividades no próprio lar ou no seu trabalho e afetará a maneira como vive sua vida cotidiana e como encara seus problemas. A santidade o tornará humilde, gentil, altruísta, atencioso, amoroso e pronto para perdoar. Ela não o afastará das atividades normais do dia-a-dia, mas lhe dará capacidade para viver como cristão, onde quer que Deus o coloque."


J. C. Ryle
Extraído do livro: Fé Genuína
Editora Fiel

terça-feira, 14 de abril de 2009

A busca da santidade

Muitos dos segredos da santidade nos são revelados nas páginas da Bíblia. De fato, um dos objetivos principais da Escritura é mostrar ao povo de Deus como levar uma vida que lhe seja digna e que lhe agrade. Porém um dos aspectos mais negligenciados na busca da santidade é a parte que compete à mente, conquanto o próprio Jesus tenha posto o assunto fora de qualquer dúvida quando prometeu: “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. É mediante a sua verdade que Cristo nos liberta da escravidão do pecado. De que forma? Onde se encontra o poder libertador da verdade?

Para começarmos, precisamos ter um quadro bem claro do tipo de pessoa que Deus pretende que sejamos. Temos de conhecer a lei moral de Deus e os mandamentos. Como o expressou John Owen: “o bem que a mente não é capaz de descobrir, a vontade não pode escolher, nem as afeições podem se apegar”.. Portanto, “na Escritura o engano da mente comumente se apresenta como o princípio de todo pecado”.

O melhor exemplo disso pode-se encontrar na vida terrena do nosso Salvador. Por três vezes o diabo aproximou-se dele e o tentou no deserto da Judéia. Nas três vezes Ele reconheceu se má a sugestão que lhe fizera Satanás e contrária à vontade de Deus. Três vezes Ele se opôs à tentação com a palavra "gegraptai": “está escrito”. Jesus não deu margem a qualquer discussão ou argumentação. A questão já estava decidida, logo de partida, em sua mente. Pois a Escritura estabelecera o que é certo. Este claro conhecimento bíblico da vontade de Deus é o segredo básico de uma vida reta.

Não basta sabermos o que deveríamos ser, entretanto. Temos de ir mais além, resolvendo, em nossas mentes, a alcançá-la. A batalha é quase sempre ganha na mente. É pela renovação de nossa mente que nosso caráter e comportamento se transformam. Assim é que, seguidamente, a Escritura nos exorta a uma disciplina mental nesse sentido. “Tudo o que é verdadeiro”, diz ela, “tudo o que respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento”.


John Stott
Texto extraído do livro: Crer é também pensar

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Santificação, por J. C. Ryle

Neste blog sempre gosto de postar alguns textos de homens de Deus que souberam expressar em palavras grandes verdades bíblicas. O pastor J. C. Ryle foi um dos maiores representantes da fé genuína do século passado. Neste texto ele nos alerta sobre a santificação pessoal, que deve ser uma busca constante na vida do verdadeiro discípulo de Jesus.


A santificação não consiste na casual realização de ações corretas. Antes, é a operação habitual de um novo princípio celestial que atua no íntimo, influenciando toda a conduta diária de uma pessoa, tanto nas grandes quanto nas pequenas coisas. A sua sede é o coração, e, tal como o coração físico, exerce influência regular sobre cada aspecto do caráter de uma pessoa. Não se assemelha a uma bomba de água que só fornece água quando alguém a aciona; mas parece-se mais com uma fonte perpétua, de onde a torrente jorra perene e espontaneamente, com naturalidade. Herodes ouvia João Batista "de boa mente", ao mesmo tempo em que seu coração era inteiramente mau aos olhos de Deus (Mc 6.20).

Por semelhante modo, há dezenas de pessoas hoje em dia que parecem ter ataques espasmódicos de "atos de bondade", conforme os poderíamos chamar, e que fazem muitas coisas boas sob a influência da enfermidade, da aflição de morte na família, das calamidades públicas ou de alguma súbita agonia da consciência. Contudo, o tempo todo qualquer pessoa inteligente poderá observar claramente que tais pessoas não se converteram e que elas nada conhecem acerca da "santificação". Um verdadeiro santo, tal como Ezequias (2 Cr 31.21), age "de todo o coração" e poderá dizer, juntamente com o salmista: "Por meio dos teus preceitos consigo entendimento; por isso detesto todo caminho de falsidade (Salmos 119:104).

Desafio qualquer pessoa a ler cuidadosamente os escritos do apóstolo Paulo para neles encontrar grande número de claras orientações práticas, atinentes ao dever do cristão, em cada relacionamento da vida, e acerca de nossos hábitos diários, de nosso temperamento e de nossa conduta de uns para com os outros. Essas orientações foram registradas por inspiração divina, para orientação perpétua dos crentes professos. Aquele que não dá atenção a essas normas talvez seja aceito como membro de uma igreja ou denominação evangélica, mas certamente não será aquele que a Bíblia chama de homem "santificado".

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Sede santos, porque o vosso Deus é santo

A santificação é progressiva na vida do crente, ou seja, é de "glória em glória". A cada novo dia precisamos estar mais cônscios da importância de viver em santidade, para que Deus seja glorificado em nós. Neste pequeno texto de A. W. Pink notamos a santidade como um atributo de Deus, mas que precisa fazer parte da nossa caminhada também, rumo à perfeita varonilidade do Filho de Deus.



Visto que Deus é santo, devemos querer amoldar-nos a Ele. Seu mandamento é: “...sede santos, porque eu sou santo" (1 Pedro 1:16). Não somos obrigados a ser onipotentes ou oniscientes como Deus é, mas temos que ser santos, e isto em toda a nossa "... maneira de viver" (1 Pedro 1:15). "Esta é a maneira primordial de honrar a Deus. Glorificamos a Deus pelas atitudes de elevada admiração, pelas expressões eloqüentes, pelos pomposos serviços de adoração, mas não tanto como quando aspiramos a conversar com Ele com espírito livre de mácula, e a viver para Ele vivendo como Ele vive" (S. Charnock).

Então, como só Deus é a origem e a fonte da santidade, busquemos zelosamente d'EIe a santidade; seja a nossa oração diária no sentido de que Ele nos "... santifique em tudo ... "; e todo o nosso "espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo" (I Tessalonicenses 5:23).


A. W. Pink