quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Santificação, por J. C. Ryle

Neste blog sempre gosto de postar alguns textos de homens de Deus que souberam expressar em palavras grandes verdades bíblicas. O pastor J. C. Ryle foi um dos maiores representantes da fé genuína do século passado. Neste texto ele nos alerta sobre a santificação pessoal, que deve ser uma busca constante na vida do verdadeiro discípulo de Jesus.


A santificação não consiste na casual realização de ações corretas. Antes, é a operação habitual de um novo princípio celestial que atua no íntimo, influenciando toda a conduta diária de uma pessoa, tanto nas grandes quanto nas pequenas coisas. A sua sede é o coração, e, tal como o coração físico, exerce influência regular sobre cada aspecto do caráter de uma pessoa. Não se assemelha a uma bomba de água que só fornece água quando alguém a aciona; mas parece-se mais com uma fonte perpétua, de onde a torrente jorra perene e espontaneamente, com naturalidade. Herodes ouvia João Batista "de boa mente", ao mesmo tempo em que seu coração era inteiramente mau aos olhos de Deus (Mc 6.20).

Por semelhante modo, há dezenas de pessoas hoje em dia que parecem ter ataques espasmódicos de "atos de bondade", conforme os poderíamos chamar, e que fazem muitas coisas boas sob a influência da enfermidade, da aflição de morte na família, das calamidades públicas ou de alguma súbita agonia da consciência. Contudo, o tempo todo qualquer pessoa inteligente poderá observar claramente que tais pessoas não se converteram e que elas nada conhecem acerca da "santificação". Um verdadeiro santo, tal como Ezequias (2 Cr 31.21), age "de todo o coração" e poderá dizer, juntamente com o salmista: "Por meio dos teus preceitos consigo entendimento; por isso detesto todo caminho de falsidade (Salmos 119:104).

Desafio qualquer pessoa a ler cuidadosamente os escritos do apóstolo Paulo para neles encontrar grande número de claras orientações práticas, atinentes ao dever do cristão, em cada relacionamento da vida, e acerca de nossos hábitos diários, de nosso temperamento e de nossa conduta de uns para com os outros. Essas orientações foram registradas por inspiração divina, para orientação perpétua dos crentes professos. Aquele que não dá atenção a essas normas talvez seja aceito como membro de uma igreja ou denominação evangélica, mas certamente não será aquele que a Bíblia chama de homem "santificado".

Um comentário:

Marcio disse...

É incrível como as verdades escritas no passado fazem tanto sentido pra nós nos dias atuais!Muitas das facilidades de comunicação que temos hoje nem sequer haviam sido inventadas e a sociedade era muito diferente da nossa. O Pastor J.C. Ryle foi muito contudente nas suas afirmações; agora fica uma reflexão:Quem de nós tem levado uma vida conforme lemos no texto ?? Temos sido bombas ( que precisam ser bombeadas por alguém ) ou fontes constantes que emanam naturalmente a bondade de Cristo?