quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Uma espiral perigosa


Vivemos na era da exacerbação do amor piegas que idolatra o homem. Estamos num mundo que não admite a negação do "Eu", conforme requerido por Jesus (Marcos 8.34). Enquanto Jesus ensinou "negue-se a si mesmo", o mundo em que estamos defende "ame-se a si mesmo". E nesta onda de amor doentio por si próprio, o homem mergulha cada vez mais fundo numa verdadeira espiral de idolatria, deixando de encarar o principal problema que o afasta de Deus: o pecado em seu coração.

O fato é que onde não há confrontação de pecado não pode haver verdadeira liberdade. O máximo que se consegue é uma deplorável sensação de autoengano. Muitos vivem neste engano a vida toda e tentam aprimorar um pouco sua percepção de vida com algumas pitadas de autoestima e felicidade circunstancial. Na verdade vivem escravos do próprio egoísmo, buscando alimentar a fome da alma que não pode ser verdadeiramente saciada com mimos ou afagos emocionais. Com o foco voltado para si mesmo são frequentes as paranoias do homem, quando as necessidades de um certo Maslow não são devidamente supridas. E assim caminha a humanidade, como disse o pregador de Eclesiastes, correndo atrás do vento.

O homem precisa entender a irracionalidade do amor egocentralizado. A vida dentro desta espiral é extenuante, nunca é verdadeiramente satisfatória, porque o “Eu” nunca deixará de fazer requisições pecaminosas que negligenciam a submissão a Deus e a Sua Palavra eterna.

Sendo assim, o único remédio para o homem não é “amar mais a si mesmo” ou “aceitar-se mais um pouco.” O remédio para a carência mais profunda do homem é voltar-se para o Senhor, em humilde reconhecimento de sua debilidade. Deus deve estar no trono do viver, senão nada mais valerá a pena. Esta é a “receita do sucesso”, pois ser bem-sucedido sob o ponto de vista de Deus é uma condição espiritual que não se alcança frequentando os grandes eventos para afagar o ego. A condição espiritual de “bem-sucedido” ou “bem-aventurado” só está disponível para os pobres de espírito, que choram por conta de sua pecaminosidade, que desejam ser saciados com a justiça que procede de Deus e que almejam ser imitadores de Cristo.

Que o nosso amor seja direcionado a Deus, sobre todas as coisas, e em segundo lugar, ao próximo. De fato, precisamos negar a nós mesmos, para que possamos cumprir estes dois mandamentos que resumem todos os princípios e admoestações das Escrituras. Portanto, sigamos dia após dia neste santo propósito, de morrer para o “eu” e viver abudantemente para Deus.

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