quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Incredulidade na sabedoria divina

3. Um coração incrédulo desconsidera a sabedoria divina (Jeremias 42: 13, 14, 15)

Nestes versículos, os argumentos que o povo apresentaria para ir ao Egito baseavam-se em comodidades. Eles não queriam ver a guerra ou ouvir o som das trombetas, nem queriam passar pela fome, indo para o Egito. Este era o caminho mais “seguro e confortável” segundo o ponto de vista do povo, não segundo o ponto de vista de Deus. A vontade do Senhor era de que o remanescente de Judá permanecesse na sua terra e não buscassem refúgio em nações vizinhas. Deus mostrou claramente que se o povo desobedecesse à ordem divina, maior juízo chegaria – como escreveu o profeta Amós: se fugisse de um leão, um urso atacaria; se encostasse a mão na parede, uma cobra morderia (Am. 5:9).

O grande problema é que a sabedoria divina é totalmente desconsiderada quando há incredulidade no coração. A suposição infantil de que os planos de Deus não são os melhores, leva o homem a buscar alternativas que ofereceram alguma segurança ou conforto. A incredulidade arraigada no coração cria inúmeras “reservas” para não atender à vontade do Senhor, e, consequentemente, idealiza novas estratégias que funcionem a contento.

Foi a incredulidade do povo de Israel que o levou a questionar Moisés por que estavam diante do mar Vermelho, sem nenhuma saída para fugir do exército de Faraó (Ex. 14). Naquele momento, Israel ultrajou a sabedoria divina em guiá-lo com segurança em direção à Canaã. Foi a incredulidade no coração de Davi que o levou a duvidar dos sábios desígnios de Deus, por isso correu para se esconder na terra dos filisteus e ali se comportou como um louco (I Sm. 27:1). A incredulidade na sabedoria divina fez nascer um movimento que ganhou força e espaço na maioria dos seminários: o liberalismo teológico. Este movimento tem como ponto de partida a descrença na infalibilidade das Escrituras e afirmação perniciosa de que muitos textos da Bíblia não passam de mitos.

Outro episódio ajuda a ilustrar como a fé na sabedoria divina capacita o crente a cumprir a vontade do Senhor. No livro de Gênesis, quando Deus pediu que Abraão sacrificasse o seu filho Isaque, Ele prontamente atendeu e não questionou a Deus. Ele sabia que a sabedoria do Senhor era infalível, e por isso mesmo resolveu partir resolutamente para o monte Moriá (Gn. 22). Deus disse a Abraão que de Isaque seria chamada a sua descendência, e por que teria que sacrificar o filho? Os sábios desígnios divinos não são dignos dos nossos questionamentos pecaminosos. Muitos de nós faríamos uma vigília de oração para buscar uma resposta mais favorável e tentar entender um pouco mais.

Por que precisamos de fé na vida cristã? Porque sem a verdadeira fé nos sábios conselhos de Deus, teremos enormes dificuldades para viver em obediência à Palavra do Senhor. É na Bíblia onde encontramos toda a sabedoria divina revelada para que possamos viver de modo sensato, justo e piedoso por meio da graça (Tt. 2:12). A incredulidade na sabedoria de Deus é muito perigosa porque: 1º – nos induz a questionar a aplicabilidade de alguns princípios bíblicos; 2º – nos induz a relativizar a gravidade do pecado; e 3º – nos induz a abandonar a fé que uma vez por todas foi entregue aos santos (Jd. 3).

A incredulidade na sabedoria divina é um enorme obstáculo para obedecermos à vontade de Deus, porque damos preferência aos nossos métodos inúteis e precipitados. Você tem desconsiderando a sabedoria do Senhor em algum aspecto na sua vida? Você tem deixado de lado a obediência a Deus porque discorda dos métodos d’Ele? Saiba que isto é fruto de profunda incredulidade no coração. Além disso, não pense que a sabedoria deste mundo é confiável: “Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles” (1 Coríntios 3:19).

MARCOS AURÉLIO DE MELO
MENSAGEM BÍBLICA EM JEREMIAS 42

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