segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Divergências Saudáveis

Problemas são inevitáveis, divergências virão. Nas melhores igrejas e com os melhores líderes, cedo ou tarde podem surgir divergências de maior ou menor grau. É muito importante que a igreja saiba lidar com as divergências internas de modo bíblico visando o bem estar do Corpo. Como podemos desenvolver o tipo de graciosa divergência que resulta em conselho, segurança e sabedoria ao invés de conflito? É necessário esclarecer que há espaço para a divergência saudável na igreja, quando o vínculo da paz é mantido através de comunhão sincera.

A verdadeira história dos conflitos não está naquilo em que estamos divergindo, mas porque e como estamos divergindo. Até que cheguemos abaixo da superfície de nossas questões, para os nossos próprios motivos ocultos, nós ainda nem mesmo começamos a lidar com os problemas que estão nos dividindo. E até que olhemos debaixo de nossos motivos ocultos, para as crenças básicas que os constroem, nós ainda teremos uma abordagem superficial do conflito. As questões em um conflito são como a ponta de um iceberg. Bem abaixo estão os motivos ocultos que fazem uma divergência saudável tornar-se amarga.

A Bíblia é clara a respeito do que acontece quando maus motivos tomam o lugar de bons motivos. Depois de participarem da ceia, na noite em que Cristo seria entregue às autoridades, a inveja e a ambição egoísta se tornaram fatores motivadores na discussão sobre quem era o maior dentre eles (Lc. 22: 14-27). O irmão de Jesus, Tiago, escreveu na sua epístola que a sabedoria não está associada com motivações erradas dentro do coração (Tiago 3: 13-16). Paulo também nos indica as motivações que devem estar por trás do comportamento cristão, quando surgirem situações que trazem divergência (II Tm. 2: 24-20). Resumindo, posso afirmar: "quando somos motivados por sentimentos pecaminosos nenhuma divergência será saudável."

1 - QUESTÕES SUPERFICIAIS: é aquilo em que estamos de acordo ou aquilo em que não estamos de acordo. Cuidado: temos a tendência de supervalorizar a divergência, sem julgar nossos motivos e crenças à luz das Escrituras.
2 - MOTIVOS OCULTOS: são as razões porque concordamos ou não, e a posição se estamos pró ou contra um ao outro. São as motivações internas que nos levam a tomar partido em um dos lados da divergência.
3 - CRENÇAS BÁSICAS: é o que acreditamos a respeito de Deus, nós mesmos e as nossas circunstâncias (pessoas, situações). Estas crenças formam não apenas a razão porque não estamos concordando, mas, também como estamos discordando. As crenças precisam estar enraizadas na Palavra de Deus, senão tudo desmoronará.

Amar não significa sempre ceder aos outros da forma como eles querem. Às vezes, eles devem enxergar a seriedade de nossas convicções, mas no processo eles precisam também sentir que nossa divergência é graciosa e amável. Eles precisam entender que não estamos meramente divergindo para proteger os nossos próprios interesses mesquinhos. A única forma de sermos pessoas amáveis é descansando na habilidade de Deus para suprir-nos e guiar-nos.

Vamos avaliar seriamente nosso procedimento quando as divergências surgirem e testar se estamos enfatizando demasiadamente as questões superficiais, deixando de perceber os reais motivos que estão por trás e as crenças que moldam nossas atitudes (Fp. 4: 2-9).


2 comentários:

Pastor Almir Tavares disse...

Bem lembrada a questão dos motivos. Nosso coração é muito enganoso, e por debaixo de um argumento verdadeiro pode se esconder uma motivação invejosa e ciumenta. Paulo era perseguido por pessoas que pregavam o evangelho, motivados por discórdias. Fp 1.

Alex Malta Raposo disse...

Parabéns pelo blog.

Ainda não o conhecia.

Muito abençoado e abençoador.

Que o Senhor Deus prossiga abençoando o seu trabalho e fazendo prosperar todos os seus caminhos e projetos.

alexmaltta.blogspot.com
Evangelho da Graça