quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Adoração - um propósito sublime

"Palavra que da parte do Senhor foi dita a Jeremias: Põe-te à porta da Casa do Senhor, e proclama ali esta palavra, e dize: Ouvi a palavra do Senhor, todos de Judá, vós, os que entrais por estas portas, para adorardes ao Senhor."
Jeremias 7: 1-2


UM PROPÓSITO TÃO SUBLIME COMO A ADORAÇÃO EXIGE DE NÓS ALGUMAS MUDANÇAS URGENTES


1) DE UM PROCEDIMENTO NEGLIGENTE PARA UM PROCEDIMENTO EXCELENTE

“Emendai os vossos caminhos e as vossas obras.” (Vs. 3)
“Se deveras emendardes os vossos caminhos e as vossas obras.” (Vs. 5)

O povo estava trilhando caminhos pecaminosos e não praticando obras reprováveis por Deus. Este era o quadro que o profeta Jeremias tinha diante de si. Uma completa negligência em proceder de modo agradável a Deus e uma completa ruptura com os padrões de santidade que Deus exigiu para o seu povo. E mesmo com este procedimento, o povo se dirigia ao templo do Senhor com a intenção de adorar ao Senhor, como se não tivessem feito nada. Jeremias foi muitas vezes incisivo com aqueles rebeldes, e não deixou de alertá-los sobre as conseqüências de tais atos.
A vida do cristão deve ser um testemunho vivo e permanente da transformação efetuada pelo Espírito Santo de Deus. O nosso procedimento está intimamente ligado à adoração, porque a nossa vida dever ser um culto ao Senhor. Se desejamos adorar ao Senhor na beleza da Sua Santidade, devemos afinar nosso procedimento, conforme ele mesmo requer de nós: “Sede santos, porque eu sou santo.”
A vida de muitos crentes é um completo estorvo porque não adoram a Deus através de um procedimento excelente. O nosso testemunho precisa estar alinhado com o propósito para o qual vivemos. Não devemos negligenciar os padrões que Deus exige e continuar afirmando com os lábios que adoramos a Deus.


2) DE UMA COMPREENSÃO DISTORCIDA PARA UMA COMPREENSÃO COERENTE

“Não confieis em palavras falsas, dizendo: Templo do Senhor, templo do Senhor, templo do Senhor é este.” (Vs. 4)

O povo de Israel compreendia de forma distorcida a essência da adoração. Para aqueles adoradores, o templo era um local “diferenciado”, e portanto deveriam dedicar-se a adorar ao Senhor somente no templo. Assim, eles transformaram o templo num covil de salteadores (Jr. 7:11), onde se reuniam para aliviar a consciência cumprindo rituais vazios de significado. O grande problema foi a supervalorização do “local”, uma ênfase exagerada na suntuosidade do grande templo construído por Salomão. A questão importante aqui não é o onde, mas o como e a quem.
Ex. ilustração: (Mulher samaritana). A mulher samaritana também possuía uma compreensão distorcida sobre adoração. Ela associava adoração a ajuntamentos no monte Gerizim, que era o local de culto escolhido pelos samaritanos. João 4: 20-24 nos mostra este episódio. Jesus responde que adorar a Deus é uma atitude que extrapola os limites impostos por templos e rituais.
“Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (João 4: 23,24)
“Adorar em espírito é o contrário de adorar de maneiras meramente externas. É o contrário do formalismo e do tradicionalismo vazios. Adorar em verdade é o contrário da adoração baseada em um entendimento inadequado de Deus.” (JOHN PIPER)
Nós precisamos ter também uma compreensão coerente a respeito do significado da adoração. Não devemos restringir a adoração aos cultos ou a reuniões da igreja. É claro que congregar-nos como irmãos é importante, traz comunhão e progresso para o corpo. Mas o grande risco que corremos é supervalorizar os finais de semana e os cultos da igreja, como se a adoração a Deus estivesse restrita ao templo.
A coerência está implícita quando Paulo nos exorta a apresentar os nossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o culto racional (Rm. 12:1). Esta compreensão precisa estar alinhada com o culto que prestamos a Deus, e somente assim poderemos apresentar um sacrifício de adoração que seja agradável ao Senhor.
Nós somos templo do Senhor (I Cor. 6:19), e esta compreensão nos leva a ter uma postura de adorador em todo momento. A vida do cristão deve ser um culto constante. Quantas pessoas não colocam toda a sua motivação de vida cristã em reuniões, programas e eventos na igreja? Não há nada errado em programações que glorificam a Deus, mas o foco do cristão deve estar muito além disso. Que possamos viver de modo a glorificar a Deus em qualquer situação, em qualquer ambiente e diante de qualquer pessoa.


3) DE UM ENVOLVIMENTO SUPERFICIAL PARA UM ENVOLVIMENTO DILIGENTE

“Se deveras praticardes a justiça, cada um com o seu próximo; ... se não oprimirdes o estrangeiro, e o órfão, e a viúva.” (Vs. 5b, 6a)

O próximo é todo aquele que carecia de amparo, e era obrigação de todo judeu ajudar os que não tinham recursos e viviam na precariedade. O estrangeiro, o órfão e a viúva eram pessoas que viviam à margem da sociedade. E por isso Deus instituiu várias leis que favoreciam estas pessoas. Era ordenado que estas pessoas fossem acudidas em suas carências e necessidades. Mas ainda assim não havia obediência a este princípio de cuidado com os menos favorecidos.
Nossa adoração precisa incluir a comunhão do corpo de Cristo, pois cada crente em Jesus deve partilhar com seus irmãos de fé as riquezas espirituais que lhe são concedidas por Deus. Um envolvimento de interesse mútuo, visando o bem dos que estão ao nosso redor, atesta que a nossa adoração ao Senhor está em consonância com a Sua Vontade.
A comunhão entre os membros da família de Deus é uma grande expressão de adoração. E não há como dissociar a comunhão entre os irmãos e adoração a Deus. Como vamos dizer que amamos a Deus se não amamos nossos irmãos? (I Jo. 4:20) É uma verdadeira falácia afirmar que adoramos a Deus se não cultivarmos um envolvimento pessoal e diligente com os que fazem parte do corpo de Cristo.
Precisamos priorizar um envolvimento diligente para o bem de nossos irmãos e irmãs, favorecendo o crescimento em comunhão em todas as oportunidades. O grande problema é que nós achamos que a adoração a Cristo pode ser resumida aos poucos minutos que passamos reunidos como igreja. Diligência exige esforço de nossa parte, e para isso temos que sair da zona de conforto em que nos acostumamos a viver.


Marcos Aurélio de Melo
Estudo Bíblico baseado em Jeremias 7: 1-7

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