segunda-feira, 16 de março de 2009

A Videira, os ramos e os frutos

Tendo como ponto de partida o texto bíblico que se encontra em João 15, o comentarista Mattew Henry nos oferece ensinos sobre a relação entre a Videira, os ramos e os frutos, na vinha do Pai. Precisamos ter consciência sobre esta relação vital, para que tenhamos condições de apresentar ao nosso Deus uma vida frutífera e abundante no seu Reino.


Jesus Cristo é a Videira, a Videira verdadeira. A união da natureza divina com a humana e a plenitude do Espírito que há n’Ele lembra a raiz da vida que frutifica pela umidade da boa terra. Os crentes são os ramos desta Videira. A raiz não se vê e nossa vida está escondida com Cristo; a raiz sustenta a árvore, lhe difunde a seiva, e em Cristo estão todos os sustentos e provisões. Os ramos da videira são muitos, mas ao unificar-se na raiz, se unem em Cristo.

O Pai é o Dono da videira. Nunca houve um dono tão sábio, tão cuidadoso com sua vinha como Deus por sua Igreja que, por isso, deve ser frutífera. Esperam-se uvas de uma videira, e do cristão espera-se um temperamento, uma disposição e uma vida cristã. Devemos honrar a Deus e fazer o bem, isto é, mostrar o fruto. Os estéreis são cortados. Até os ramos frutíferos necessitam de poda porque, no melhor dos casos, temos idéias, paixões e humores que requerem ser eliminados, coisa que Cristo tem prometido fazer por sua Palavra, Espírito e Providência. Quando são usados meios drásticos para avançar a santificação dos crentes, eles estarão agradecidos por tais meios que o Senhor escolheu. A Palavra de Cristo se dá a todos os crentes; e há nessa Palavra uma virtude que limpa ao operar a graça e desfazer a corrupção. Quanto mais frutos produzirmos, mais abundaremos no que é bom, e mais glorificado será o nosso Senhor.

Para frutificar, devemos permanecer em Cristo, devemos estar unidos a Ele pela fé. O grande interesse de todos os discípulos de Cristo é manter constante a dependência de Cristo e a comunhão com Ele. Os cristãos verdadeiros acham, por experiência, que toda interrupção do exercício da fé faz com que diminuam os afetos santos, revivam suas corrupções e adoeçam suas consolações. Os que não permanecem em Cristo, embora floresçam por um tempo na profissão externa, chegam, não obstante, a nada. O fogo é o lugar mais adequado para os ramos murchos; não são bons para outra coisa. Procuremos viver mais simplesmente da plenitude de Cristo, e crescer mais frutíferos em todo bom dizer e fazer, para que seja pleno nosso gozo n’Ele e em sua salvação.


TEXTO ADAPTADO
EXTRAÍDO DO COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO
AUTOR: MATTHEW HENRY

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