terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Confissão: um meio de graça

O povo de Deus é chamado a regularmente confessar seus pecados. No livro dos Salmos, por exemplo, há uma profusão de orações de confissão, em que o salmista Davi reconhece seus pecados apresentando-os diante de Deus (vide Sl. 32 e Sl. 51). O pronto reconhecimento de nossa inclinação ao pecado e das ocasiões em que cedemos aos apelos do nosso coração, é condição indispensável para a saúde da alma e para a manutenção de uma boa consciência aos olhos do Senhor. Uma confissão histórica do Livro de Oração Comum dos puritanos faz menção a essa tensão: “Todo-Poderoso e amantíssimo Pai, erramos e desviamos como ovelhas perdidas. Seguimos excessivamente os truques e as inclinações de nosso coração."

Uma igreja cujos membros confessam o fato de que nem sempre amam aquilo que dizem amar — que os “desejos e inclinações” de nosso coração superam nossas melhores intenções — é um manancial de onde pode jorrar verdadeira vida abundante. Por outro lado, uma igreja cujos membros preferem fazer de conta que nada de anormal se passa em seus corações, é um lugar árido e sem espaço para florescer a graça divina.

Uma vez chamados à presença santa de Deus e confrontados por Sua excelsa graça, tornamo-nos conscientes de Sua santidade e de nossa impiedade, sendo assim conduzidos a um momento de confissão — uma prática compartilhada na qual encaramos nossos pecados, tanto de comissão como de omissão, bem como nossos desejos desordenados e nossa cumplicidade com o sistema mundano.

As liturgias seculares, ao longo da semana, implicitamente nos ensinam a “acreditar em nós mesmos”. São falsos evangelhos de autoafirmação que recusam a graça. A prática da confissão é uma disciplina crucial para alinhar nossas mais profundas afeições, direcionando-as para um vigoroso padrão de autenticidade aprovado pelo Senhor, que nos conhece perfeitamente.  “E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.”  (Hebreus 4:13)

Adaptado de: Smith, James. Você é aquilo que ama . Vida Nova. Edição do Kindle.

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