terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Apatia e improdutividade

O abandono da comunhão com Deus nos deixa bastante vulnerávei, porque sem a comunhão com Deus somos facilmente dominados pela apatia e improdutividade


“no ano de sequidão, não se esmorece, nem deixa de dar fruto”
(Jr. 17:8c)

A descrição feita no versículo 8 é de uma árvore que continua produzindo frutos mesmo no ano de sequidão. Mesmo faltando chuva, a água foi absorvida pelas raízes, e isto possibilitava a produção de frutos. O suprimento abundante de água foi utilizado por esta árvore, por isso não deixou de ser produtiva. É muito semelhante à descrição feita no Salmo 1:3: “Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.” Árvores sem alimento murcham e secam!
A apatia está diretamente relacionada com a improdutividade. É impressionante como o reino de Deus está cheio de crentes apáticos, e isto é uma afronta ao chamado de Deus em nossas vidas. A vida cristã improdutiva depõe contra a maravilhosa obra de salvação efetuada no crente, através do Senhor Jesus Cristo. Não podemos carregar os famosos dizeres: “fora de serviço”, ou “serviço temporariamente indisponível”, e ainda assim pensar que está tudo bem. Portanto, esta é uma questão de importância fundamental para todos os salvos pela graça de Deus. Tiago afirma que a fé sem obras, é morta em si mesma. É uma grande incoerência sermos chamados cristãos e não produzirmos frutos dignos deste chamado bendito.
Para produzir frutos, o crente deve estar unido em comunhão com Deus. Sem esta união vital, não há nenhuma possibilidade de produção dos frutos dignos de arrependimento. A comunhão com Cristo (permanecer n’Ele) nutre o crente para que ele seja um ramo frutífero e cheio de vigor. Em João 15, Jesus adverte os seus discípulos: “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo. 15:5) Ou seja, é impossível para o crente dar frutos, se não permanecer em comunhão com Cristo, a Videira verdadeira. Além disso, glorificamos a Deus com nossas vidas quando produzimos frutos (“Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto”, Jo. 15:8) e fomos chamados com este propósito (“eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça”, Jo. 15:16). Na parábola do semeador, a semente que caiu em boa terra logo produziu frutos, com perseverança (Lc. 8:15). Estes textos bíblicos comprovam que é imprescindível a necessidade de frutos em nossas vidas.
Que frutos o crente que desfruta da comunhão com o Senhor produz em seu viver? Primeiramente podemos lembrar os frutos do Espírito relacionados em Gálatas 5:22-23: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.” Estes frutos são essenciais para todo crente genuíno, em quem habita o Espírito de Deus. Como filhos da luz, também devemos produzir os frutos da luz: “Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz, porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade” (Ef. 5: 8,9). Outro ponto a considerar está relacionado com os dons espirituais. Deus concedeu dons diversos para serem exercidos, “com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço” (Ef. 4:12). Assim, como um corpo precisa da cooperação de cada membro, a igreja deve funcionar com base no exercício dos dons espirituais. Quando abandonamos a comunhão com o Senhor não consideramos a importância de dar frutos para o reino de Cristo. O testemunho pessoal também deve estar carregado de frutos que testifiquem o arrependimento e mudança de vida operada por Cristo Jesus.
Abandonar a comunhão com Deus sempre traz prejuízos para o cristão. O cristão que não desfruta da comunhão genuína com o Senhor fica acomodado num cristianismo estático. E quem está parado, na verdade regride em sua vida cristã. Se desfrutasse desta comunhão sua atitude seria pró-ativa, não acomodação e apatia. Dependemos inteiramente do Senhor para não cairmos na apatia espiritual que caracteriza grande parte dos cristãos atuais. A. W. Tozer escreveu um alerta: “A apatia é inimiga mortal do progresso espiritual."Devemos ser produtivos e desempenhar bem nossas atribuições visando exclusivamente a glória do Senhor, que nos resgatou da nossa vã maneira de viver. Não existe aposentadoria na vida cristã. Fomos salvos para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas (Ef. 2:10). “Quanto mais íntimos formos do Senhor, maior será a nossa produtividade no Reino.”


MARCOS AURÉLIO DE MELO
SERMÃO EM JEREMIAS 17


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