terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A presunção humana

O CRISTÃO SÁBIO SUBMETE SEUS PROPÓSITOS À AUTORIDADE DA PALAVRA DE DEUS CONSIDERANDO A FUTILIDADE DA PRESUNÇÃO HUMANA

TEXTO BÍBLICO: TIAGO 4: 14-16


Tiago faz uma grave denúncia: os planos traçados no verso 13 foram feitos sem levar em conta a vontade de Deus. Tudo foi arquitetado por pessoas presunçosas que desprezavam o governo divino. A própria pergunta “que é a vossa vida?” é uma reprimenda, porém a resposta é dura e inflexível. A vida, na melhor das hipóteses, vista à luz da eternidade, é apenas como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. É como o vapor que sai de nossas bocas num dia frio. A vida é breve e imprevisível, mas as pessoas cheias de presunção não refletem sobre isto. A palavra pretensão no versículo 6 contém a ideia de “uma certeza insolente e vazia, arrogância, que confia em seu próprio poder e recursos, que despreza o governo divino”. É a soberba da vida em 1 Jo. 2:16.

O salmista disse “acabam-se os nossos anos como um breve pensamento” (Sl. 90:9). Já o cristão sábio considera atentamente a futilidade de toda e qualquer presunção humana, e por isso mesmo submete seus desejos e planos ao Senhor.

O humanismo é uma filosofia de vida que coloca o homem no centro do palco: o homem torna-se o senhor da própria história. Em resumo, é a fé no homem com todo o seu potencial interior, pois a interferência de Deus não existe. O humanismo exclui Deus porque crê que os seres humanos são suficientes em si mesmos. Esta filosofia está muito ligada com a ideia em moda atualmente: “eu quero, eu posso, eu consigo”. As propagandas na televisão incentivam a independência e a autonomia humana, para realizar tudo sem depender de ninguém. O humanista faz seus planos numa redoma de auto-suficiência. O humanista é alguém dominado pela arrogância e por isso desconsidera a brevidade da vida. Apesar de não saber o que vai acontecer amanhã, ele vive como se soubesse. Ou seja, as pretensões humanas são carregadas de presunção.

Muitos crentes traçam seus planos sem levar em conta a vontade de Deus. Ser um cristão-humanista é uma contradição, POIS quem segue a Cristo não ignora a poderosa mão de Deus em ação na história da sua vida. Tudo o que somos e o que fazemos é fruto da graça de Deus sobre nós. A Bíblia diz quem sem Cristo nada podemos fazer (Jo. 15:5), ou seja, nossa ligação com a videira é essencial para tudo que intentamos realizar. Nenhum fruto de valor eterno será produzido se não estivermos desfrutando de comunhão com Cristo, a Videira que nos supre.

Não sejas sábio aos teus próprios olhos (não presuma que tem todas as respostas); teme ao Senhor e aparta-te do mal. (Pv. 3:7). É pura tolice pensar e agir como se soubéssemos mais que Deus. "É duas vezes tolo aquele que é sábio a seus próprios olhos" (John Trapp). Abominável é ao Senhor todo arrogante de coração (Pv. 16:5).

Obviamente Tiago não está combatendo a questão do planejamento, mas combatendo o planejamento sem levar Deus em conta. Precisamos ter alvos e planos, mas sem presunção. A Bíblia não nos proíbe de fazer planos, pelo contrário somos encorajados a isso. Mas enquanto planejamos, nunca podemos esquecer quem somos: seres frágeis, limitados e dependentes. Os nossos planos devem ser submetidos sempre à aprovação de Deus. É necessário termos a visão correta sobre Deus enquanto planejamos: é Ele quem nos supre do fôlego da vida e nos capacita para realizarmos algo. Em Provérbios 16:1 lemos que "o coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor” e em Provérbios 19:21 lemos o seguinte: "Muitos propósitos há no coração do homem, mas o desígnio do Senhor permanecerá". Planejar é necessário, mas depender de Deus é fundamental.

Tudo o que pensamos e tudo o que façamos deve estar em contínua submissão a Deus, pois Ele tem tudo sob Seu controle. Ignorar esta verdade revela um coração humanista e arrogante. A Bíblia nos apresenta um paradoxo: “O homem que vive mais seguro é o que menos confiança tem em si mesmo.”

Será que em nossas vidas não há algum vestígio de humanismo? Quantas vezes consideramos a boa, agradável e perfeita vontade de Deus quando vamos tomar alguma decisão? Quantas vezes recorremos a Deus em oração para que Ele nos oriente em nossas vidas? Quantas vezes buscamos o ensino de Sua Palavra a fim de sermos instruídos sobre como proceder? Se você já agiu com presunção e colheu amargas decepções, é momento de reconsiderar a importância de depender de Deus nas decisões que deverá tomar a partir de agora. 


MARCOS AURÉLIO DE MELO
SERMÃO NA EPÍSTOLA DE TIAGO

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