quinta-feira, 25 de junho de 2009

O âmago da ética cristã

Na igreja evangélica contemporânea, é comum as pessoas reconhecerem, verbalmente, que a Bíblia, como Palavra de Deus, é a autoridade final no que diz respeito ao que crêem e à maneira como vivem. Contudo, na realidade, uma conexão nítida entre o que elas confessam em público e a sua conduta pessoal é rara.

O fato é que muitos cristãos professos vivem cada dia fundamentados em princípios diferentes dos princípios bíblicos. Como resultado, as suas prioridades refletem as prioridades do mundo, e não as de Deus. Seus padrões de comportamento e seus planos quanto ao futuro diferem muito pouco dos seus amigos e vizinhos não salvos. Os seus gastos revelam que sua perspectiva é temporal e que estão buscando inutilmente o ilusório Sonho Americano. Seus erros, quando os admitem, recebem os mesmos nomes que o mundo lhes atribui (“enganos”, “enfermidades”, “vícios”, e não “pecados”), à medida que buscam respostas na psicologia, na medicina ou na seção de auto-ajuda nas livrarias. Embora sejam adeptos de uma forma exterior de moralismo cristão, não há nada particularmente bíblico ou cristocêntrico na maneira como vivem.

No entanto, é na vida de pecadores que foram transformados pelo evangelho da graça que a ética distintamente cristã tem de ser manifestada. O verdadeiro cristianismo não é definido com base em moralismo externo, tradicionalismo religioso ou partidos políticos, e sim com base no amor pessoal por Cristo e no desejo de segui-Lo, sem importar-se com o custo (cfr. Jo 14.15). É somente pelo fato de que os cristãos foram transformados no interior (por meio da regeneração operada pelo Espírito Santo) que eles são capazes de exibir piedade em seu comportamento. E o mundo não pode fazer nada além de observar. Como Jesus disse aos seus ouvintes, no Sermão do Monte: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16; cf. 1 Pe 2.12).

O âmago da ética cristã é o evangelho. Somente aqueles que foram transformados no interior (Tt 3.5-8) e são habitados pelo Espírito Santo (Rm 8.13-14) podem demonstrar verdadeira santidade (Gl 5.22-23; 1 Pe 1.16). O cristianismo bíblico não se preocupa primariamente com mudança no comportamento exterior (cf. Mt 5-7), e sim com uma mudança de coração que se manifesta posteriormente em uma vida mudada (1 Co 6.9-11).



Autor:
JOHN MACARTHUR
Este artigo é introdução ao livro Right Thinking in a World Gone Wrong (Pensando Certo em um Mundo Errado).


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