sábado, 22 de janeiro de 2011

O prazer da comunhão com Deus

3) Desprezar o prazer da comunhão com Deus resulta inevitalmente numa vida desperdiçada (Jr. 13:11)

A palavra “apegar” ou “apegar-se” utilizada neste versículo tem um sentido bastante instrutivo. Significa grudar, colar, permanecer junto, permanecer com, permanecer unido, aderir com firmeza. Ou seja, a ideia é de um vínculo muito forte ou uma união bem firme. A ilustração do cinto que o profeta Jeremias usou por um tempo junto ao seu corpo serviu para exemplificar o vínculo que o Senhor quis ter com o seu povo. Deus escolheu para si um povo com o qual desejava ter comunhão, mas este povo O desprezou e não quis apegar-se ao SENHOR. Desde os tempos patriarcais, Deus tinha um plano de manter um vínculo muito forte com a descendência de Abraão. Após um período de 400 anos de escravidão, Deus resgatou com mão poderosa os filhos de Israel e os conduziu em triunfo através do Mar Vermelho. Ao ler a história do êxodo e da conquista de Canaã, podemos perceber claramente que Deus sempre quis estar ao lado do Seu povo. Mas este povo sempre permanecia de dura cerviz e desprezava inúmeras vezes o prazer de comungar com o Senhor.

Por intermédio da cruz, Cristo derrubou a parede de inimizade que nos impedia de nos aproximar do Pai (Ef. 2: 11-16). “Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo” (Ef. 2:13). Temos livre acesso a Deus porque Cristo pagou o preço que nós nunca poderíamos pagar. A nossa vida de comunhão com Deus é totalmente possível, mas porque somos tão letárgicos em comungar com Ele? A resposta não é difícil: é porque estamos enfatuados com o nosso ego, empenhados em expandir o nosso reino, por isso a doce presença do Mestre não nos faz falta.

O Hino 288 do Cantor Cristão expressa com exatidão qual deve ser o anseio de todo crente genuíno: Perto de Ti almejo estar, perto, sim bem perto / Tua presença desfrutar, perto, sim bem perto / Em comunhão contigo estar, perto, sim bem perto / Sempre contigo conversar, perto, sim bem perto. Será que quando cantamos este Hino estamos cantando com sinceridade? Nunca iremos desperdiçar nossas vidas se estivermos bem perto do nosso Deus, em comunhão verdadeira e constante. O crente que negligencia o prazer de estar em comunhão com Deus precisa repensar urgentemente que tipo de cristianismo está seguindo. O maior desejo do cristão deve ser estar próximo do Senhor desfrutando da Sua maravilhosa graça como disse o salmista Davi: “Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?” (Salmo 42:1). No Salmo 63:8, lemos: “a minha alma apega-se a Ti”.

Você tem anelado por comunhão com Deus no seu viver diário? Qual a importância que a esta proximidade com o Senhor tem para você? Se você não tem prazer em comungar com Deus há um sério problema em aberto. Se você é salvo seu coração deve anelar pela comunhão com Cristo a cada instante. John Piper escreveu que “a salvação não significa apenas perdão de pecados, mas, acima de tudo, comunhão com Jesus” (baseado em I Co 1:9).

Quando não damos importância à comunhão com Deus passamos a desperdiçar nossas vidas com coisas banais. Muitos crentes estão raquíticos espiritualmente e trôpegos na fé porque não se importam em cultivar uma intimidade com o Senhor. Quando negligenciamos a comunhão com Deus, o desperdício é enorme: não há progresso espiritual, não há vitória sobre pecados, não há amor para com nossos irmãos, não há alegria em nosso viver, não há vontade de compartilhar o Evangelho com outras pessoas e não há produção dos frutos do Espírito. Por outro lado, aquele que reconhece que não pode viver sem estar ligado à Videira verdadeira, produz frutos que glorificam a Cristo. A comunhão com Cristo (permanecer n’Ele) nutre o crente para que ele seja um ramo frutífero e cheio de vigor (João 15).

Se você não quer desperdiçar a sua vida, lembre-se do que escreveu um antigo pastor: “Nenhum homem que vive perto de Deus vive em vão” (Horatius Bonar). A essência de um viver produtivo e feliz é a comunhão cultivada com Deus. Sem esta comunhão íntima e constante com Deus, somos como palha ao vento. O coração do crente deve estar satisfeito em Deus e não nas coisas deste mundo passageiro. Com certeza nossas vidas serão desperdiçadas se trocarmos o prazer da comunhão com o Senhor pelos prazeres transitórios do pecado.

MARCOS AURÉLIO DE MELO
SERMÃO EM JEREMIAS 13:1-11

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