segunda-feira, 22 de julho de 2013

Dádivas maravilhosas

A Epístola de Tiago é desafiadora do início ao fim. Através de ensinos práticos e com o dinamismo que lhe é peculiar, Tiago (meio-irmão de Jesus) apresenta vários desafios em sua carta. Valendo-se de ilustrações do Antigo Testamento e de referências ao famoso Sermão da Montanha pregado por Jesus, Tiago encarrega-se de “chacoalhar” os seus leitores imediatos, para não deixarem a fé cristã numa prateleira, isto é, sem vivenciá-la na prática.
Os ensinos da Epístola são direcionados para deixar claro que a fé cristã não é estéril, pelo contrário, evidencia-se de variadas maneiras na vida daqueles que a possuem de fato e de verdade. A fé que salva é sempre produtiva, e traz resultados visíveis no procedimento dos redimidos pela graça de Deus. A ênfase da epístola atravessa vários assuntos tais como: perseverança, provações, riqueza, pobreza, o uso da língua, a origem do pecado, a sabedoria verdadeira. Traçando paralelos com os ensinos de Cristo e com a literatura sapiencial do Antigo Testamento, Tiago esboça um sermão que nos coloca frente a frente com desafios que exigem de nós uma resposta efetiva e urgente.
Por exemplo, observemos o seguinte versículo: "Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança." (Tiago 1:17)
O contexto da carta é de perseguição ferrenha. Os primeiros convertidos ao cristianismo tinham sido dispersos por causa da forte oposição aos ensinos dos apóstolos. Naquele contexto de duras provações, duvidar da bondade de Deus era uma tentação bem forte. Mas Tiago escreve para esclarecer sobre a graciosidade do Senhor de todo o Universo. Ser dadivoso faz parte do caráter bondoso de Deus. Dele procede toda bênção, seja espiritual ou material para o nosso aprazimento. Até os infortúnios da vida são acompanhados de bênçãos da parte de Deus (que cooperam para o bem dos que O amam). Diariamente, mesmo que não percebamos, dádivas maravilhosas são outorgadas a nós. Portanto, um coração sempre grato deve ser o resultado natural desta convicção.
Tiago nos ensina de forma muito direta que precisamos ter uma mente moldada por convicções sobre o caráter de Deus, que nunca mudou e nunca mudará. Esta certeza é a âncora que nos traz segurança em meio às tempestades pelas quais certamente passaremos enquanto estivermos neste mundo de trevas. Que possamos atravessar o mar revolto confiando que o Senhor tem derramado boas dádivas sobre o Seu povo, suprindo-nos com os recursos necessários para prosseguirmos com perseverança e crescermos em semelhança com Cristo.



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