quarta-feira, 3 de julho de 2013

A verdadeira frente de batalha


A palavra paixões traduzida em vários textos bíblicos, tem o sentido de um forte anseio pelo que é pecaminoso ou concupiscência. O apóstolo Pedro já utilizou a mesma palavra em sua carta: “Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância” (1 Pe. 1:14). O que ele quer nos ensinar neste texto é que a nossa verdadeira luta não é contra as pessoas que nos cercam, mas sim contra as paixões dentro de nós. A nossa verdadeira luta não é contra um colega ou chefe, um vizinho ou um parente difícil, mas contra nosso anseio interior pelo que é mal e desagradável ao Senhor.

Em suas cartas, Paulo sempre exorta os irmãos sobre o perigo de serem dominados pelas paixões pecaminosas: "Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões" (Rm. 6:12); “E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.” (Gl. 5:24) e “Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne" (Gl. 5:16). Todos nós precisamos compreender qual a nossa frente de batalha e tomar as atitudes necessárias para não sermos vencidos pelo engano do pecado. Devemos utilizar os recursos de que dispomos para que não sejamos escravos das paixões que querem nos dominar.

A nossa verdadeira frente de batalha é contra as paixões que habitam em nosso coração enganoso. Como escreveu Tiago em sua carta: “cada um é enganado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz” (Tg. 1:14). O fato é que só teremos condições de evidenciarmos compromisso com um testemunho sadio se estivermos atentos ao mal que habita em nós. Precisamos exercer o fruto do Espírito chamado domínio próprio para que as paixões pecaminosas não nos traguem e estraguem o nosso testemunho.

Certa vez eu estava dando aula na sala de EBD da nossa igreja quando uma irmã muito humilde, que pouco se expressava falou algo maravilhoso. O assunto era mortificar o velho homem com suas paixões e concupiscências, e ela ao final da aula resumiu da seguinte forma: “Muito se fala de vitória em nossos dias. Vitória financeira, vitória na vida amorosa, vitória profissional. Mas como cristãos, só podemos afirmar que somos vitoriosos quando vencemos as batalhas contra nós mesmos.”

A compreensão adequada sobre a nossa verdadeira frente de batalha é pré-requisito para evidenciarmos o autêntico compromisso com o testemunho cristão. Sabemos que vida cristã não é mar de rosas; pelo contrário, é uma luta constante e diária, e por isso é preciso manter sempre a guarda. Portanto, quando somos dominados pelos desejos e paixões carnais, certamente o nosso testemunho será uma afronta ao Evangelho de Cristo.

Muitas vezes estamos travando batalhas que são totalmente inúteis (frentes erradas). Quando tratamos alguém com ira e agressividade, precisamos lembrar que a fonte de toda esta ira está no nosso coração pecaminoso. Qual será a sua atitude: dominado pela ira ou um pacificador? Quando somos tentados a sonegar na declaração de Imposto de Renda, precisamos lembrar que a luta contra a cobiça material é travada em nossos corações, quando não damos brechas para motivações erradas. Qual será a nossa atitude: viver com a consciência tranquila e agir de modo correto ou ganhar um pouco mais de dinheiro do Governo? Quando deixamos que filmes e novelas com suas imoralidades entrem em nosso lar, precisamos lembrar que a lascívia é alimentada em nossas mentes, e deve ser firmemente combatida.

Portanto, nunca devemos ignorar que a vida do cristão é uma constante batalha contra desejos e paixões que podem deixá-lo na lona. Um testemunho sadio e coerente com as Escrituras só pode ser obtido quando cumprimos mais este pré-requisito, travando batalhas contra nossa natureza humana que deseja a primazia.

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