terça-feira, 2 de julho de 2013

Peregrinos e forasteiros

 

Na sua primeira epístola, Pedro afirma que os cristão são peregrinos e forasteiros. São palavras que expressam a realidade de pessoas que não pertencem a determinado local e estão apenas de passagem com destino a outro local. São palavras que denotam alguém que está num determinado lugar sem moradia permanente, uma pessoa que demora temporariamente num lugar que não é sua terra. Pedro já havia utilizado esta linguagem quando escreveu: “portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação” (1 Pedro 1:17). Como diz a letra do hino: sou forasteiro aqui, em terra estranha estou.

Certa vez, ao conversar com um amigo de trabalho sobre um assunto em alta (casamento gay), apresentei o ponto de vista bíblico e a pergunta que ouvi foi a seguinte: “De que mundo você é?” Esta pergunta feita em tom de ironia, longe de me irritar, fortaleceu ainda mais minhas convicções e me fez refletir sobre a minha cidadania celestial. De que mundo você e eu somos? Os nossos valores mostram de que mundo nós somos. Se valorizamos aquilo que está em moda neste mundo, é prova de que fomos iludidos pelo príncipe deste mundo. Se valorizamos aquilo que não está em moda neste mundo, é prova de que compreendemos qual é a nossa verdadeira cidadania.

Um livro que abordei recentemente com os jovens tinha como título “FORA DE MODA”. O autor exorta os leitores para que não sejam seduzidos pelo que é legal e atrai multidões, mas que exerçamos influência sendo diferentes. Em determinado trecho, o autor faz a seguinte constatação: “Se fizermos um inventário honesto dos anseios e desejos que nos impulsionam a viver, descobriremos que somos muito semelhantes ao mundo em nosso redor. Na sua grande maioria, os cristãos são quase indistinguíveis dos não-cristãos em sua busca por fama, fortuna, influência e prestígio.”

Muitos não evidenciam compromisso com o testemunho cristão porque suas vidas estão arraigadas a este mundo. O amor este sistema de valores pecaminosos que nos rodeia é um empecilho para que tenhamos um compromisso autêntico com o testemunho coerente e saudável. Estamos tão presos ao fascínio deste mundo, que os nossos esforços e prioridades estão centrados nos valores terreais. É impossível evidenciarmos compromisso com o testemunho cristão se nos comportamos como moradores permanentes deste mundo em trevas. A nossa cidadania é celestial, e como filhos da luz precisamos dar mostras de um comportamento que reflete que não temos aqui morada permanente. “Se você é cristão, não é um cidadão deste mundo tentando chegar ao céu; mas, sim, um cidadão do céu peregrinando através deste mundo” (Vance Havner).

Como filhos de Deus, é impossível ter dupla cidadania (mundana e celestial). Há pessoas que possuem dupla cidadania (brasileira/espanhola, por exemplo). Mas em termos espirituais, somos povo de propriedade exclusiva de Deus. O Senhor nos transportou para o reino do Filho do Seu amor, portanto não somos mais deste mundo. Apesar de trafegarmos por ele, não pertencemos a este mundo. Definitivamente, este mundo não é o nosso lar. O grande problema é que adotamos certas posturas neste mundo que nos identificam como moradores e não como peregrinos. Não podemos ter corações divididos, pois o Senhor requer dos seus servos um testemunho excelente que só pode ser evidenciado quando há exclusividade para a Sua santa vontade.

Este mundo é muito familiar para você ou você se percebe como um estranho? A resposta a esta pergunta denunciará a quantas anda o seu testemunho como cristão. Quais são os atrativos deste mundo que estão seduzindo o seu coração? Não podemos esquecer que a nossa cidadania é celeste: “A nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o nosso bendito Salvador” (Fl. 3:20). Recebemos o supremo chamado para sermos nação santa, separada para Deus. Portanto, não devemos fincar raízes neste mundo enganador e passageiro. Avante, para o lar celestial!

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