terça-feira, 9 de abril de 2013

Perguntas Raio-X

São 10 perguntas raio-x, formuladas pelo Dr. David Powlison para nos ajudar a reconhecer os deuses falsos em nosso coração.  As perguntas estão publicadas no livro “Uma nova visão”, lançado este ano pela Ed. Cultura Cristã (p.126-133), e também no vol.1 da coletânea de aconselhamento bíblico do Seminário Palavra da Vida.

Pergunte-se a si mesmo, e medite nos textos bíblicos relacionados.


1. O que você ama? O que você odeia?

Esta pergunta baseada no “primeiro grande mandamento” sonda coração, alma, entendimento e força. Não há pergunta mais profunda que possa ser feita a alguém. Não há explicação mais profunda para a razão que nos leva a fazer o que fazemos. [Mt 22.37-39; 2 Tm 3.2-4; Lc 16.13-14]


2. O que você quer, deseja, anseia, cobiça? A que desejos você obedece?

Esta pergunta resume a atuação interior da “carne” nas epístolas do Novo Testamento. “Seja feita a minha vontade” e “Eu quero_____” estão sempre em pauta.
Os desejos que governam as pessoas são variados. Portanto, saia em busca de detalhes para esta pessoa, agora, nesta situação. Perceba que, às vezes, a vontade das outras pessoas pode governá-lo (a pressão do grupo, o desejo de agradar, um comportamento de camaleão). O anseio do seu coração, em tais casos, é alcançar tudo quanto de bom outros prometem e evitar qualquer mal que possa amedrontar: “Meu anseio é ser compreendido, aceito, apreciado, admirado”. [Gl 5.16-25; Ef 2.3, 4.22; 1 Pe 1.14, 2.11, 4.2; 2 Pe 1.4, 2.10; Tg 1.14-15, 4.1-3; Pv 10.3, 10.28, 11.6-7; Sl 17.14-15, 73.23-28]


3. O que você procura, quer alcançar, busca? Quais são seus alvos e expectativa?

Esta pergunta considera que a sua vida é ativa e se move em uma direção. Nossa vida é dirigida por propósito. A motivação humana não é passiva, como se fôssemos controlados por forças externas que resultam em “insatisfação”, “frustração”, “condicionamento”. As pessoas são verbos na voz ativa. [Mt 6.32-33; 2 Tm 2.22]


4. Sobre o que você alicerça a sua esperança?

A dimensão de futuro destaca-se na interpretação de Deus da motivação humana. As pessoas se sacrificam ativamente para alcançar aquilo que esperam – e o que esperam? Pessoas desesperadas tiveram suas esperanças frustradas – e quais eram estas esperanças? [1 Pe 1.13; 1 Tm 6.17]


5. O que você teme? O que você não quer? O que o deixa preocupado?

Temores pecaminosos são o inverso de anseios ardentes. Se você deseja evitar a todo custo alguma coisa – perda da reputação, perda do controle, pobreza, doença, rejeição etc. – torna-se governado por medo e cobiça. [Mt 6.25-32, 13.22]


6. No que você sente prazer?

Esta pergunta abre caminho para a pergunta 2: O que você deseja? Ser “orientado por sentimentos” significa fazer dos seus desejos o seu guia. [Gl 5.16-25; Ef 2.3, 4.22; 1 Pe 1.14, 2.11, 4.2; 2 Pe 1.4, 2.10; Tg 1.14-15, 4.1-3; Pv 10.3, 10.28, 11.6-7; Sl 17.14-15, 73.23-28]


7. Do que você precisa? Quais são as suas “necessidades sentidas”?

Se as perguntas 2 e 3 expõem os alvos em termos de ação, esta pergunta revela os alvos em termos do que você espera receber. As necessidades que sentimos são freqüentemente mencionadas como se fossem auto-evidentes e destinadas a serem supridas, não como algo que domina e escraviza sutilmente. Nossa cultura, que enfatiza as necessidades, reforça os instintos e hábitos da carne. Na maioria dos casos, as necessidades sentidas são uma linguagem comum para exigências idólatras de amor, compreensão, um senso de estar no controle, afirmação e realização. [Mt 6.8-15, 6.25-32]


8. Quais são seus planos, a sua “agenda”, estratégias e intenções a se cumprirem?

Esse é outro modo de avaliar o que você busca. O egocentrismo que espreita por trás dos planos aparentemente mais nobres pode ser assustador. Ninguém costuma dizer: “A expansão da nossa igreja em uma mega-igreja irá me dar fama, prosperidade e poder”, mas estas motivações são fruto da natureza humana. Sua presença, mesmo acobertada, perverte e macula as ações em um grau ou outro. [Mt 6.32-33; 2 Tm 2.22]


9. O que mexe com você? O seu planeta se move ao redor de que sol? Onde está o seu jardim encantado? O que ilumina o seu mundo? De qual fonte de satisfação você bebe? O que alimenta a sua vida? O que de fato importa para você? Que castelos você constrói nas nuvens? Você organiza a sua vida ao redor de quê? O que orienta o seu mundo?

Muitas metáforas atraentes podem expressar a pergunta “Qual a sua razão de viver?”. Perceba que ser governado, por assim dizer, por um grande anseio por intimidade, realização, respeito, saúde ou bem-estar não define estes desejos como legítimos. Eles funcionam de maneira pervertida, colocando-nos no centro do universo. Fomos criados para ansiarmos predominantemente pelo próprio Senhor, pelo Doador e não as dádivas. A ausência de bênçãos – rejeição, ostentação, insultos, doença, pobreza – é com freqüência o contexto de provação em que aprendemos a amar a Deus por quem Ele é. Em nossa idolatria, colocamos as dádivas como bens supremos e fazemos do Doador um office-boy para atender nossos desejos. [Is 1.29-30; 50.10-11; Jr 2.13, 17.13; Mt 4.4, 5.6; Jo 4.32-34, 6.25-69]


10. Onde você encontra refúgio, segurança, conforto, escape, alegria?

Esta é a pergunta dos Salmos, penetrando em seu escapismo e sua falsa confiança. Ela é de ajuda no lidar com muitos dos “comportamentos compulsivos”, que costumam surgir no contexto de problemas e pressões e funcionam como falsos refúgios. [Sl 23, 27, 31, e cerca de dois terços dos demais Salmos]


Baseado em material do Dr. David Powlinson

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