quinta-feira, 23 de abril de 2009

Sobre as bem-aventuranças

O Sermão do Monte, ou Sermão da Montanha, é o discurso mais longo de Jesus nos Evangelhos. Por serem palavras do próprio Jesus, quando a multidão estava assentada ao pé do monte, precisamos ter a máxima atenção para absorver todo o ensino que Cristo queria passar com este Sermão. Ele queria apresentar aos que o ouviam como deve ser o caráter do discípulo verdadeiro.
O caráter do cristão deve refletir o caráter de Cristo. É como um espelho que reflete a imagem perfeita de um rosto: precisamos mostrar ao mundo o reflexo exato da atitude do nosso Mestre.
As bem-aventuranças que Jesus apresentou logo no início do sermão do monte, é o resumo das qualidades que Ele deseja ver em nós.

OS HUMILDES DE ESPÍRITO – é o completo reconhecimento que sem Deus não somos absolutamente nada. Jesus estava falando muito mais de uma condição espiritual - uma atitude interior - do que de uma situação financeira. O humilde de espírito é aquele que vive na exclusiva e total dependência de Deus. Ser humilde de espírito é o ponto inicial para cultivar as outras bem-aventuranças.

OS QUE CHORAM – são aqueles que entendem a gravidade do seu pecado e choram por sua própria situação perante um Deus tão santo. Serão consolados porque Deus mesmo prometeu enxugar dos olhos toda a lágrima. Chorar diante de Deus não é vergonhoso, pelo contrário, deve nos trazer alegria em reconhecer que somos miseráveis diante do Criador e Senhor de nossas vidas.

OS MANSOS – são aqueles que cultivam a essência do fruto do Espírito chamado mansidão. Ser manso é ter cautela diante de situações que podem ser prejudiciais para nós ou para o próximo. A mansidão que a Bíblia ensina não é uma fraqueza, pelo contrário, é uma grandiosa virtude, que nos leva a não revidar quando somos injuriados, mas entregar a situação nas mãos do Senhor que nos conhece muito bem. Vingar-se de alguém não é uma prática a que o cristão deve se apegar, pois a vingança intempestiva é contrária ao caráter de Cristo.

OS QUE TÊM FOME E SEDE DE JUSTIÇA – são aqueles que confiam na justiça de Deus e que se apóiam no reto juízo que a Palavra de Deus faz de todas as coisas. A Bíblia é prumo pelo qual os cristãos devem se guiar para saciar a sua fome e sede de justiça. Não podemos agir levianamente tentando impor aos nossos irmãos um senso de justiça próprio que escolhemos a bel-prazer. A única justiça que é digna de ser buscada e vivida é a que emana da Palavra revelada do nosso Deus. Com certeza seremos fartos e ficaremos satisfeitos com os preceitos do Senhor.

OS MISERICORDIOSOS – a justiça de Cristo nos leva a sermos cheios de misericórdia. Significa termos compaixão daqueles que estão passando por uma situação ruim, e assim procuramos agir em favor e cuidado. Ser misericordioso trata da nossa mais profunda necessidade que foi suprida mediante a misericórdia abundante de Deus sobre as nossas vidas. Quando agimos em consonância com a misericórdia em nós derramada temos o privilégio de abençoar outras pessoas, como canais de graça e refrigério.

OS PUROS DE CORAÇÃO – sem pureza é impossível termos um relacionamento com Deus. Por isso é necessário que o nosso coração (a sede do nosso ser) seja constantemente purificada, mediante a confissão e o abandono de pecados, para que assim possamos ter comunhão com o Senhor. A pureza de coração começa com a pureza da mente, ou seja, devemos estar muito atentos ao que entra em nossa mente, evitando toda a aparência do mal.

OS PACIFICADORES – quando a paz de Deus habita um cristão, o mundo ao redor percebe a sensível diferença que Cristo faz na vida de alguém. Pacificadores são aqueles discípulos que estão transbordando de paz, e por isso são instrumentos usados por Deus para trazer paz e conforto àqueles que precisam. Apresentar o evangelho da paz, não é apresentar um evangelho de promessas mentirosas, pois Cristo mesmo nos avisou: "No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo."

OS PERSEGUIDOS POR CAUSA DA JUSTIÇA – ter fome e sede de justiça nos leva a sermos perseguidos e maltratados em algum momento de nossa caminhada cristã, seja no trabalho ou no seio da nossa família. Quando somos tratados com desprezo deve brotar em nosso coração a alegria em estar sofrendo algo por causa do nome de Cristo, que morreu por nós. No nosso país não existe perseguição, atentados contra a vida, falta de liberdade para pregar o evangelho, mas mesmo assim, precisamos ter consciência de nossa postura perante as circunstâncias opositoras por amor a Cristo.

Marcos Aurélio de Melo

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