segunda-feira, 9 de março de 2015

Casamento à moda divina

Ao estudarmos 1 Coríntios 7, devemos ter em mente que Paulo está respondendo a perguntas específicas, não desenvolvendo uma "teologia do casamento" completa em um só capítulo. Precisamos de todo o arcabouço bíblico para não entrarmos em pressuposições sem fundamento.

Paulo não estabelece o "celibato" compulsório, apenas o recomenda diante do contexto em que os coríntios estavam inseridos. O apóstolo argumenta que é bom quando um homem ou mulher permanecem sozinhos (não normatizando), mas que o estado celibatário não é superior ao casamento, como também não é o ideal para todos. Também não dá nenhuma brecha para uma vida sexualmente ilícita fora do casamento, incentivando a todos que a sexualidade pura e plena deve ser vivenciada somente no contexto do matrimônio. David Prior explica da seguinte forma: “Paulo está reabilitando, assim, tanto o celibato quanto o casamento, como manifestações da graça de Deus que devem ser assumidos e mantidos puramente na força que o Senhor fornece diariamente.”

O texto em 1 Coríntios 7:2 deixa claro que Deus não aprova a poligamia e nem as "uniões" homossexuais tão em moda nos nossos dias. O padrão divino desde o princípio é um homem casado com uma mulher, numa relação consonante com os padrões bíblicos de serviço, honra e submissão. Embora a sociedade mude seus padrões por conveniência e modismos, a Palavra de Deus não abre espaço para as aberrações modernas que têm sido consideradas casamento.

O casamento é a devida provisão para a satisfação sexual de cada parceiro (homem/mulher), porém o casamento é muito maior do que a atividade sexual. Os casais que contraem matrimônio para dar vazão aos seus impulsos imorais, não entenderam a santidade envolvida na união que tem como testemunho o próprio Deus. Em seu comentário, Barclay afirma: “O marido não deve considerar nunca a sua mulher como um meio para gratificação, deve considerar o casamento como uma relação tanto física como espiritual, como algo em que ambos encontram gratificação e a satisfação mais plena em todos os seus aspectos.”

Paulo utiliza-se de expressões para dignificar a relação sexual entre marido e mulher, dando aos dois a prerrogativa de serem canal de satisfação ao cônjuge. Todas estas considerações sobre igualdade e mutualidade do relacionamento conjugal eram completamente revolucionárias no tempo de Paulo. O apóstolo acrescenta que a suspensão da atividade sexual deve ter propósitos definidos e tempo curto, para evitar que haja tentações nesta área. Os casais que estão alicerçados numa relação de doação de amor e afeto, crescem e amadurecem juntos visando sempre o bem estar um do outro. O casamento deve ser um relacionamento marcado pela renúncia de vontades egoístas, para que haja satisfação mútua em todos os aspectos que não se restringem ao ato sexual.

O apóstolo Pedro complementa tal ensino em sua primeira carta: “Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, por isso que sois juntamente herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações” (1 Pedro 3:7).

A sacralidade do matrimônio está fundamentada na figura que este representa: a união entre Cristo e a sua Igreja. Assim como Cristo tem objetivos definidos para com a sua Noiva, purificando e santificando, assim também o marido deve zelar pela pureza de sua esposa, tendo como objetivo apresentá-la melhor ao Senhor. É requerido do povo eleito uma visão muito mais abrangente do casamento, do que simplesmente um canal para alívio das tensões sexuais. Há muito mais envolvido numa relação de tamanha envergadura. É necessário que haja o cultivo contínuo da fidelidade entre os cônjuges, expressão da aliança feita diante de Deus e de testemunhas. Sobre isso, o pastor John Piper escreveu: “Deus é glorificado quando duas pessoas tão diferente e imperfeitas forjam na fornalha da aflição uma vida de fidelidade mediante a confiança em Cristo”.

No casamento, o trabalho permanente é que os cônjuges busquem a humildade e procurem amadurecer em santidade e piedade para ter a aprovação de Deus. Quando o casal prova da graça divina na direção vertical (Deus e Sua vontade revelada), este presente gracioso se reflete no dia a dia na direção horizontal (entre os cônjuges).

Quanto a questão levantada por Paulo no verso 9, David Prior esclarece que “a situação menos desejável é a da pessoa que precisa do casamento como um meio de expressão de sua sexualidade, mas tenta com esforço passar sem ele: é melhor casar do que viver abrasado. A propósito, a expressão ‘viver abrasado’ não pode significar explodir em atos licenciosos, mas ser tão consumido por um desejo íntimo que praticamente nada mais interessa nem pode ser considerado com serenidade.” Deus dá plenas condições aos jovens solteiros de serem maduros na área sexual. Há recursos suficientes para que o jovem solteiro seja feliz enquanto não estabelece uma relação matrimonial. Atos vergonhosos são frutos de um coração não rendido e submisso a Cristo, de modo integral e santo. Lutas e problemas referentes a tentações sexuais podem e devem ser vencidas pelo poder santificador do evangelho e da cruz.

 

EBD JOVENS IBR JARDIM AMAZONAS
ESTUDOS EM 1 CORÍNTIOS

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