quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Disciplina Eclesiástica

"E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as."  (Efésios 5.11) 

Há dois tipos básicos de disciplina na vida da igreja:

A) Disciplina formativa (Aspecto Preventivo)

Advertência por meio de ensino (2 Tm 2.24-26; Tt 1.9); Admoestação sobre a seriedade do pecado (1 Ts 5.14; Tt 3.10-11).

B) Disciplina corretiva (Aspecto Repressivo)

O pecado já encontra-se consumado. O arrependimento não foi evidenciado pela via prescrita em Mateus 18, então a disciplina eclesiástica corretiva é aplicável ao pecador. A disciplina pressupõe uma preocupação ativa uns com os outros no Corpo de Cristo, pois o alvo é sempre corrigir as transgressões da lei de Deus entre o povo de Deus. Paulo percebeu a ausência total, entre os coríntios, de uma sensibilidade adequada diante de um pecado específico, que realmente provê aos inimigos do cristianismo um motivo ainda mais forte para amaldiçoar e ridicularizar as suas afirmações.

No capítulo 5 da carta, Paulo aborda o procedimento disciplinar em três contextos: a autoridade total de Jesus Cristo como Senhor (em nome do Senhor Jesus), a presença corporativa de toda a comunidade cristã em Corinto (apoiada pela sua própria presença em espírito, v. 3) e o controle soberano do Senhor sobre tudo o que Satanás tem permissão para fazer, mesmo a um cristão rebelde. Não se trata de o cristão, mesmo quando culpado do tipo de pecado grosseiro aqui descrito, perder a esperança na salvação eterna e distanciar-se do estado da graça. Pelo contrário, o pior dano que Satanás pode causar (a destruição da carne, v. 5) está totalmente sob a autoridade de Jesus Cristo.

OBS.: Convém destacar que esse membro excluído perderia toda a utilidade potencial de sua vida nesta terra e, portanto, toda a esperança de ser recompensado por sua mordomia fiel dos dons de Deus, quando chegasse à plenitude da vida eterna.

O fracasso da igreja atual ao exercer a disciplina correta na igreja geralmente brota de uma convicção distorcida, e talvez covarde, de que tais assuntos são atribuições da liderança, e não da congregação como um todo. Paulo dirigiu suas palavras de repreensão severa (não chegastes a lamentar) a toda a igreja, não apenas à liderança.


Propósitos da disciplina na igreja:

1) Para o bem da pessoa disciplinada
2) Para o bem de outros cristãos, quando percebem o perigo do pecado
3) Para a saúde da igreja como um todo
4) Para o testemunho coletivo da igreja (devemos marcar pela diferença)
5) Para a glória de Deus, quando refletimos a Sua santidade

Observações importantes:

- O resultado almejado da disciplina na igreja é sempre o arrependimento e a restauração do ofensor.

- A conivência ativa com o pecado (fermento) sempre vai acarretar maiores prejuízos para a igreja. Todo o culto e toda a vida da comunidade cristã se transformam em uma farsa, cheia de insinceridade e hipocrisia.

- O mundo anseia por ver uma igreja que leva o pecado a sério, que desfruta plenamente o perdão, e que, em seus momentos de reunião, mistura celebração cheia de alegria com um respeitoso senso da presença e da autoridade de Deus.

- O arrependimento genuíno consiste em mais do que tristeza e lágrimas (2 Co 7.9-11). O arrependimento verdadeiro torna-se evidente quando um transgressor está disposto não somente a abandonar seu pecado, mas também a confessá-lo a todos que são por ele afetados.

- A disciplina é designada para ajudar o cristão individual e a congregação a crescerem em piedade, e a fazer brilhar a luz da verdade de Deus sobre o erro e o pecado.

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