sábado, 13 de dezembro de 2014

PAULO: UM PAI ESPIRITUAL

O apóstolo Paulo apresenta-se como pai espiritual dos fieis em Corinto. Esta ilustração fala de uma relação estreita, familiar e próxima. Mas seus filhos espirituais se rebelaram contra sua autoridade, dando início a um longo e doloroso processo de conflito. Mas é importante perceber que Paulo não desistiu desta igreja rebelde e complicada. Com amor e firmeza ele soube dosar a doutrina correta para admoestar os coríntios. Admoestar significa literalmente “colocar alguma coisa dentro da mente”, com o objetivo de instruir e corrigir. Alcançar a mente com a verdade de Deus, que transforma o homem de dentro para fora é objetivo de todo fiel ministro do Senhor.

Paulo afirma que não era um mero preceptor – “paidagogos” (o escravo que tinha a responsabilidade de cuidar de uma criança e conduzi-la para a escola); seu papel tinha sido o de gerar muitos filhos espirituais por meio do Evangelho de Cristo. Vejamos como o apóstolo assumiu este papel de pai espiritual das pessoas que estavam sob a sua responsabilidade:

· O pai como exemplo para os filhos: ensinar não apenas por aquilo que diz, mas sobretudo por aquilo que faz. Paulo imitava a Cristo, e servia como exemplo para os seus filhos na fé. O que os coríntios deviam imitar em Paulo? A paixão e o zelo por um ministério centrado na pregação da cruz de Cristo, que não deixava espaço para orgulho ou qualquer presunção humana. Outra aspecto do ministério de Paulo digno de imitação era o fato de que ele não queria um fã-clube em seu nome. O que Paulo queria não era a fidelidade dos coríntios ao seu nome, mas a obediência ao seu exemplo como cristão. Outros textos que mostram este anseio de Paulo: “Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós” (Fp 3:17). “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” (1 Cor. 11:1).

Você tem sido um modelo para outros irmãos? Você poderia ser considerado um referencial de retidão para os que lhe rodeiam?

· O pai como disciplinador dos filhos: O pai não apenas promete disciplina, mas a aplica em justa medida. Há um momento em que a única forma de alcançar o coração do filho é o expediente da disciplina. Reter a vara do filho é pecar contra ele. Um pai que ama não pode ser indulgente com os filhos que insistem num caminho de rebeldia. Crianças mimadas são um grave problema na família; da mesma forma crentes mimados são a tragédia da igreja.

· O pai como canal de afeto e carinho para os filhos: a ternura do pai deve estar presente no trato com os filhos. Há sentimentos de proximidade, intimidade e amabilidade dentro da igreja que precisam ser cultivados pela liderança e por todos os cristãos. Vejamos outros textos bíblicos que mostram este caráter cuidadosos e atencioso de Paulo: “meus filhos, por quem, de novo, sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós” (Gl. 4:19) “Embora pudéssemos, como enviados de Cristo, exigir de vós a nossa manutenção, todavia, nos tornamos carinhosos entre vós, qual ama que acaricia os próprios filhos.” (1 Ts. 2:7). O servo de Deus precisa estar atento às necessidades daqueles que estão sob a sua liderança, exercendo sempre com fidelidade o papel de cuidador.

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