quarta-feira, 7 de maio de 2014

A barbárie no coração

Estamos vivendo uma época de barbáries. Não que em anos passados as barbáries ocorriam em menor escala, mas agora com os meios de comunicação tudo é televisionado e se propaga rapidamente através da Internet e das mídias sociais. O caos na sociedade é visivelmente estarrecedor, visto que algumas ações típicas de bárbaros estão sendo praticadas por pessoas que se intitulam civilizadas.

Recentemente um jovem morreu após levar uma forte pancada na cabeça. O agressor atirou um vaso sanitário de uma altura de 20 metros atingindo em cheio o torcedor que deixava o estádio do Arruda em Recife-PE. O vandalismo misturado à falta de consideração para com o próximo gerou mais esta barbárie. No litoral de São Paulo, no Guarujá, uma senhora foi vítima de linchamento até a morte. Um grupo de pessoas fez justiça com as próprias mãos com a pessoa errada, pois confundiram a mulher com outra que era procurada no estado do Rio de Janeiro por sequestro de crianças. Mais uma barbárie que traz à tona um questionamento sobre a situação do homem e sua relação com os outros a sua volta. As barbáries que são vistas na tela da TV ou do computador apenas refletem que o homem continua se rebelando cada vez mais contra Deus, insistindo em buscar a própria forma de viver.

Não posso abordar este assunto sem me valer dos princípios bíblicos, que atestam a pecaminosidade inerente do homem. Desde o seu nascimento, há no homem a semente de rebelião contra Deus e contra os seus pares. É notório que as crianças já fazem requisições egoístas e entram em conflitos com outras crianças sem o menor constrangimento. Isto é evidência de que não é o ambiente que denigre o homem, é o próprio coração cheio de pecado e egoísmo que aflora toda sorte de malefícios e contendas nas relações interpessoais. Sendo assim, o remédio não será encontrado em posições filosóficas ou sociológicas que busquem entender o homem no seu habitat. Nem tampouco encontrar-se-á uma solução na busca por melhoria nas condições educacionais ou econômicas do povo.

A reforma legítima inicia-se por meio de uma abordagem teológica centrada na cruz de Cristo. O plano redentor de Deus, estabelecido na eternidade, estabelece o norte para que o homem não se afogue em suas barbáries. O retorno à sensatez só é possível quando entendemos com profundidade e clareza a vida sob o ponto de vista de Deus, que nos oferece recursos maravilhosos a fim de que possamos construir relações amenas e baseadas no altruísmo.

O entendimento do pecado e do justo juízo divino decorrente da rebelião do homem contra Deus, deve nos fazer mirar a cruz do Calvário como única solução. O sacrifício remidor do Cordeiro de Deus aplacou a ira divina e nos aproximou de um relacionamento vivo e dinâmico com o Pai. Junto a Deus há refúgio para o dia mau, para a alma abatida e para os contritos de espírito. Precisamos clamar ao Senhor que nos tire da inércia e que sejamos instrumentos de bênção no contexto em que estamos, transmitindo a graça e proclamando o maravilhoso amor de Deus, mesmo diante de cenas de barbárie e selvageria.

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