sexta-feira, 21 de junho de 2013

O que penso sobre as manifestações


Obviamente não podemos afirmar que há orgulho em ser brasileiro, como diz o famoso jingle. Com tanta falcatrua e corrupção em todas as esferas da sociedade é difícil cultivar esperanças nos objetivos escritos na bandeira nacional: "ORDEM E PROGRESSO". O noticiário diário (tendencioso ou não) apresenta imagens gravadas de homens e mulheres recebendo propina para aprovação de projetos ou liberação de verbas públicas para obras faraônicas. O status quo da sociedade brasileira e da representatividade do povo nos poderes constituídos inspira um misto de tristeza e vergonha. Certamente as manifestações ordeiras e pacíficas em muitas cidades, lideradas na maioria por jovens universitários, servem para desentalar um grito pela justiça e transparência no meio político, econômico e social da nossa pátria amada.

Mas há um grave problema. Aliás, um problema que nenhuma conjutura política ou social poderá resolver. O coração do problema é o problema do coração humano, corrupto e devastado pelo pecado. Já nascemos com um potencial enorme para o mal, para sonegar impostos driblando a Receita Federal, para aprovação em exames pescando de quem está do nosso lado, para sermos beneficiados de alguma forma nas falcatruas que nos rodeiam. Este é o nosso real estado: vil, deplorável, corrompido até a raiz. A ética que impera em nossos corações pecaminosos é a ética do egoísmo ("farinha pouca, meu pirão primeiro"). Todos que foram para as ruas gritar por melhorias na política e na sociedade carregam a semente de maldade, bem como os governantes que esbanjam o dinheiro público que hoje estão no poder afloram um pouco da pecaminosidade humana.

Então de que nós precisamos tendo em vista a natureza corrupta do coração humano? Precisamos de arrependimento aos pés da cruz de Cristo. Precisamos de corações dobrados à autoridade da Palavra de Deus, de homens e mulheres dispostos a sacrificar-se para o bem do próximo, de crentes que vivem na integralidade o que se requer de cada um, de pessoas abnegadas em prol da verdade bíblica, de pastores que preguem o que está nas Escrituras, não o que as massas anseiam ouvir, de homens e mulheres que proclamem a necessidade de regeneração verdadeira como fruto da ação soberana do Deus Onipotente.

Obviamente, não cultivo doces ilusões. Sei que nem todos os políticos se converterão. Nem todos os líderes de movimentos sociais se prostrarão à autoridade bíblica. Nem todos os defensores de arruaças e badernas se arrependerão aos pés de Cristo Jesus. Não defendo o universalismo, nem penso que teremos neste mundo um paraíso livre de pilantragens.

Mas o papel que cabe a mim e a você, cristão que entendeu o propósito de ser sal e luz neste mundo, é vivermos de tal modo que as pessoas ao nosso redor entendam claramente a étiba bíblica e sintam-se incomodadas com a influência que exercemos. Como embaixadores do reino da luz devemos proclamar que a situação política do nosso Brasil é um problema de rebeldia contra Deus. Como profetas precisamos ter na Bíblia nossa regra de fé e conduta, e exercemos com fidelidade o papel de arautos do Rei. Mas que não carreguemos frases sem propósito que atingem o mal pela periferia. Que não entoemos músicas que caíram na graça do povo, com xingamentos e imoralidade nos lábios. Que não nos juntemos à desordem e ao vandalismo típico de marginais e bandidos. Que proclamemos de modo claro para aqueles que convivem diariamente conosco que Cristo é precioso Salvador que tomou o nosso lugar no madeiro do Calvário. Vamos viver de modo digno do Evangelho, como cidadãos do céu, exercendo com integridade e honestidade as funções que desempenhamos enquanto peregrinamos neste mundo passageiro.

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