terça-feira, 11 de junho de 2013

O Deus pródigo

 

Você consegue perceber o que Jesus está ensinando na parábola dos dois filhos? Nenhum dos filhos amava o pai de verdade. Ambos estavam usando o pai para seus próprios fins egoístas, em vez de amá-lo, em vez de des­frutar da companhia dele e em vez de servi-lo para seu próprio bem. Isso equivale a dizer que você pode se rebelar contra Deus e permanecer alienado em relação a Ele tanto ao quebrar suas regras quanto ao obedecer a todas elas de forma diligente. É uma mensagem surpreendente: a obediên­cia zelosa à lei de Deus pode servir como meio de rebeldia contra Deus.

Se, como o irmão mais velho, você busca con­trolar Deus por meio de sua obediência, então toda sua moralidade não passa de uma maneira de usar Deus para fazer com que Ele lhe dê aquilo que você realmente deseja.

Se, como o filho mais velho, você acredita que Deus tem de abençoá-lo e ajudá-lo porque você deu duro para obedecer a Ele e para ser uma boa pessoa, então talvez Jesus possa lhe ajudar, talvez ele possa ser um exemplo, até́ mesmo uma inspiração, mas Ele não é seu Salvador. Você está sendo o seu próprio Salvador.

Os irmãos mais velhos obedecem a Deus apenas para atingir objetivos. Não obedecem a Deus para conseguir chegar ao próprio Deus — para a Ele se as­semelharem, para amá-lo, para conhecê-lo, e para nEle se deleitarem. Do mesmo modo, pessoas moralistas e religiosas podem servir como seu próprio Senhor e Salvador, como acontece com os irmãos mais novos que dizem não acreditar em Deus e que decidem o que é certo e o que é errado por si sós.

Através desta parábola, Jesus nos mostra que todas as pessoas se dedicam ao projeto da autossalvação, usan­do a Deus e aos outros para obter poder e controle para si mesmas. A única diferença reside no caminho escolhido.

 
Extraído do livro: O Deus Pródigo
Timothy Keller

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