sábado, 11 de maio de 2013

Arrependimento verdadeiro

 

A vida do crente é marcada pelo arrependimento. Tudo inicia-se com a chamada de Cristo, que nos convoca ao arrependimento aos pés da cruz. No monte do Calvário o preço foi pago de um modo cabal, para que os pecadores arrependidos possam entrar no reino de Deus. Portanto, não é demais lembrar que a nossa história começou quando Cristo nos comprou com seu precioso sangue, e, arrependidos, atendemos ao seu chamado eficaz.

Mas o arrependimento deve ser constante em nosso viver. Nunca devemos esquecer que o pecado tenazmente continuará a nos assediar até o fim de nossas vidas. Por isso, é primordial cultivarmos o verdadeiro arrependimento quando pecamos, com um coração sensível para a confissão e uma mudança de postura.

O verdadeiro arrependimento é constituído de cinco fases distintas porém muito entrelaçadas: convicção, contrição, confissão, conversão e restauração. Gostaria de abordar neste post cada uma delas.

A convicção a respeito do nosso pecado é condição sine qua non para um arrependimento genuíno. Devemos enxergar o quanto o pecado é feio e agride a santidade do Senhor. A Palavra de Deus nos mostra que o pecado nunca é bem-vindo, pelo contrário, deve ser abandonado com urgência. Portanto, o crente que deseja viver para agradar a Deus tem profunda convicção acerca do mal que o pecado traz. O pecado deve ser horrível aos nossos olhos. Sem esta convicção não haverá verdadeiro arrependimento, apenas uma tristeza passageira sem efeito duradouro. Como cristãos remidos pela graça, não devemos acalentar pecados em nosso viver, porque estamos diante do Deus santo que nos remiu para mortificarmos a velha natureza.

Outra fase no caminho do verdadeiro arrependimento é a contrição. Estar contrito tem a ver com profunda humilhação por conta do pecado e com o quebrantamento operado pelo Espírito Santo em nossas vidas. O pecado traz pesar, dor e tristeza para o crente autêntico. Não pode haver arrependimento se o nosso coração não é contristado de maneira profunda. A contrição nos faz enxergar que não há mérito nenhum em nós e o quanto somos dependentes da graça de Deus em nosso viver.

A confissão é a concordar com Deus sobre o pecado cometido. É dar nome aquilo que fizemos ou pensamos que não está de acordo com o padrão que o Senhor requer de nós. O pecado deve ser confessado sempre, é o orgulho que nos impede de confessá-lo. Enquanto encobrirmos nosso pecado nunca obteremos progresso na vida cristã. Portanto, é necessário confessarmos nossos pecados, depositando toda a nossa confiança na intercessão graciosa de Cristo Jesus, o nosso Sumo-sacerdote. Quando há confissão pautada no arrependimento autêntico, Deus outorga-nos o perdão por causa do que Cristo fez.

Mudar de rumo é necessário. A conversão é o estabelecimento de um rumo diferente, levando-nos a caminhar em veredas que glorificam a Cristo. O arrependimento genuíno certamente levará a mudanças genuínas em nossa maneira de viver. Deus requer do Seu povo um testemunho eficaz que apresente os frutos do arrependimento.

O verdadeiro arrependimento conduz o homem a uma restauração dos seus propósitos de vida com utilidade para o reino de Deus. A restauração de um vaso tem por objetivo trazê-lo de volta à utilidade. Da mesma forma, quando o caminho do verdadeiro arrependimento é trilhado, o cristão não ficará sentado à margem do caminho. Certamente continuará em firme resolução de ser útil para o serviço do Senhor ajudando outros a viverem de modo digno do Evangelho.

Não posso encerrar sem mencionar uma citação do pastor Tim Keller sobre o arrependimento: “O propósito do arrependimento é que cheguemos à alegria da nossa união com Cristo para enfraquecer nossa necessidade de fazer algo contrário à vontade de Deus.”

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