sexta-feira, 24 de maio de 2013

Julgai todas as coisas


O discernimento não é obrigação somente dos pastores e presbíteros. O mesmo discernimento cauteloso que Paulo exigiu dos pastores e presbíteros também é um dever de todo crente. 1 Tessalonicenses 5.21 foi escrito à igreja: “Julgai todas as coisas”. O texto grego não é complexo, de maneira alguma. Se traduzirmos a frase literalmente, descobriremos que diz apenas: “Examinem todas as coisas”.

A palavra grega traduzida por “julgai” (dokimazo) é comum no Novo Testamento. Em outras passagens, ela é traduzida por “aprovar”, “discernir” ou “provar”; e se refere ao processo de testar alguma coisa, a fim de revelar sua autenticidade, tal como no teste de metais preciosos. Paulo está exortando os crentes a examinarem todas as coisas que ouvem para verificar se são genuínas, distinguindo o verdadeiro do falso, separando o bem do mal. Em outras palavras, Paulo quer que os crentes examinem tudo de forma crítica. “Testem todas as coisas”, ele está dizendo. “Julgai todas as coisas.”

Espere um momento. O que significa Mateus 7.1 (“Não julgueis, para que não sejais julgados”)? Geralmente, alguns citam este versículo e sugerem que ele descarta qualquer tipo de avaliação crítica ou analítica daquilo em que os outros crêem. Jesus estava proibindo os crentes de julgarem o que era ensinado em seu nome? É claro que não. O discernimento espiritual para o qual Paulo nos chama é diferente da atitude hipócrita e crítica que Jesus proibiu.

O que Deus proíbe é o julgamento hipócrita e o julgamento dos motivos e pensamentos dos outros. Outras formas de julgamento são explicitamente ordenadas. Em toda a Bíblia, o povo de Deus é exortado a julgar entre a verdade e a heresia, entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. Jesus disse: “Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça” (Jo 7.24). Paulo escreveu aos crentes de Corinto: “Falo como a criteriosos; julgai vós mesmos o que digo” (1 Co 10.15). Claramente, Deus exige que exerçamos discriminação no que diz respeito à sã doutrina.

 

John MacArthur
Extraído do livro: OURO DE TOLO, Capítulo 1 (Nem tudo que reluz…)

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