sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

A excelência do Cristianismo

Abaixo uma citação extraída de uma pastoral escrita por Hernandes Dias Lopes, sobre a excelência do Cristianismo:

"O Cristianismo contraria o materialismo. O homem não é só matéria. Ele é um ser moral e espiritual que tem responsabilidade consigo, com a família, com a sociedade e com Deus. O Cristianismo contraria o humanismo. O homem não é o centro do universo. Deus o é. A antropolatria é uma insanidade espiritual. O Cristianismo contraria o existencialismo. A vida não é só o aqui e o agora. Existe uma eternidade pela frente. A vida não é um poço de desespero. Jesus acabou com a perspectiva de náuseas da vida. O Cristianismo contraria o utilitarismo. A vida não é só uma corrida frenética atrás da riqueza e da autopromoção. O homem não é um objeto descartável para ser usado, explorado e jogado no lixo. O homem é alvo do infinito amor de Deus. O Cristianismo contraria o hedonismo. A finalidade da vida não é o prazer carnal, a satisfação dos desejos imediatos. O supremo propósito da vida é a glória de Deus."




terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A solenidade do genuíno culto a Deus

Texto-Bíblico: Malaquias 1: 7, 8, 10, 12, 13, 14a

Um dos aspectos do culto no AT era o sacrifício de animais para expiar pecados do ofertante. Mas os sacerdotes estavam ofertando animais impuros e defeituosos no templo sem nenhum constrangimento. A denúncia do profeta Malaquias é extensa, pois tem o objetivo de enfatizar a gravidade de tais atitudes. O profeta inspirado por Deus sugere que seria melhor fechar as portas do templo e suspender os sacrifícios, pois o Senhor não estava aceitando nenhum deles. A indiferença dos sacerdotes era tão grande que não levaram em conta o mandamento do Senhor em Dt. 17:1: “Não sacrificarás ao Senhor, teu Deus, novilho ou ovelha em que haja imperfeição ou algum defeito grave; pois é abominação ao Senhor, teu Deus.” Portanto, estes sacrifícios causavam total repugnância da parte de Deus. O veredicto divino é bem claro: "Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta." Nenhum culto é aceitável a Deus quando o padrão exigido por Ele é abandonado ou desprezado. Deus definitivamente não suporta iniqüidade associada ao ajuntamento solene (Is. 1:13). O Senhor reprova aqueles que fazem a Sua obra relaxadamente (Jr. 48:10).

O profeta Isaías também fez várias denúncias contra Israel sobre o culto que era prestado a Deus: “Este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu” (Is. 29:13). O cristão que chega ao ponto de cultuar a Deus de forma mecânica sem a sinceridade de coração torna-se cada vez mais indiferente à medida que o tempo passa. Precisamos prestar atenção às palavras que entoamos ou às orações de confissão de pecados que fazemos, para que a indiferença não nos domine.

Nossa vida inteira deve ser um culto a Deus. Mas precisamos lembrar que qualquer ato de adoração só será aceito por Deus quando feito sob a orientação de Deus. Quando desconsideramos a necessidade do culto genuíno a Deus, assumimos a atitude de indiferença para com as coisas de Deus e concluímos erroneamente que seremos aceitos por Ele. Precisamos entender que nem tudo que é feito 'em nome de Jesus' possui a aprovação divina. Infelizmente, os cultos em muitas igrejas que carregam o nome de cristãs não exaltam o Nome de Cristo e Sua Palavra. Deus não se agrada de tudo o que fazemos supostamente em seu nome, por isso devemos ser obedientes a Ele e descobrir o que realmente lhe agrada. Nas Institutas, Calvino escreveu que "somente a Deus compete estabelecer o modo como importa ser adorado."

Recentemente a Rede Globo promoveu o Troféu Promessas para premiar os melhores nomes da música gospel brasileira. A mesma rede de televisão que apóia o homossexualismo e a degeneração da família agora deseja engolir a fatia do mercado evangélico. Foi um culto?!

O verdadeiro culto a Deus implica em entrega e renúncia. Mas muitas vezes o que oferecemos a Deus são as sobras: a sobra do nosso tempo, a sobra da nossa energia, a sobra da nossa atenção, a sobra dos nossos bens, a sobra de nossos recursos, a sobra de nossos talentos, a sobra de nós. Isto nunca será aceitável a Deus, pois Ele é digno da excelência em tudo o que ofertamos para Ele. Importa que os verdadeiros adoradores adorem a Deus em espírito e em verdade, pois sabemos que o Senhor conhece as reais intenções do coração.

O que você tem ofertado a Deus? Será que Deus aceita o culto que você presta a Ele? É uma pergunta retórica que exige profunda reflexão. E como toda a nossa vida deve ser vivida como um culto a Deus amplia-se a abrangência da resposta. Malaquias falou para pessoas que transformaram o culto a Deus numa adoração mecânica e desprovida de significado real. Será que nós não estamos inseridos no mesmo contexto do profeta Malaquias? Precisamos acordar da nossa indiferença para com o Senhor e buscar mais e mais viver em comunhão com Ele, sem negligenciar a importância da adoração que Ele requer de nós.


MARCOS AURÉLIO DE MELO
SERMÃO COM BASE EM MALAQUIAS 1

A realidade da supremacia de Deus

Texto-bíblico: Malaquias1: 5, 6, 11, 14b

O texto bíblico apresenta repetidamente a ideia da grandeza de Deus e do zelo que Ele tem por Seu próprio Nome. O profeta Malaquias lembra que Deus é o Senhor e Pai da nação israelita, mas este fato não foi levado em conta pelos sacerdotes que ofereciam sacrifícios imundos no templo. A supremacia do Senhor era notável em toda a terra desde o nascente até o poente. Mas os sacerdotes desconsideravam abertamente a realidade da supremacia do Senhor dos Exércitos, cujo nome é terrível entre as nações. Por meio do seu profeta, Deus denunciou a falta de temor e respeito para com o Seu Nome Excelso. Este fato testifica que a indiferença reinava nos corações de todos os sacerdotes da nação de Israel.

Numa de suas cartas a Erasmo de Roterdã, Lutero escreveu: "As tuas ideias sobre Deus são demasiadamente humanas". O deus de que se fala atualmente, principalmente no Teísmo Aberto, foi diminuído para caber nos argumentos humanistas e se adaptar ao sentimentalismo vazio. Mas o Deus que as Escrituras revelam é o Totalmente Outro. O Deus das Escrituras é grande em força e forte em poder, majestoso e soberano, Rei e Senhor, Criador e Sustentador da vida, magnífico, exaltado, sublime e vitorioso. Ele habita em alto e sublime trono por toda a eternidade e nada foge do Seu domínio. Quando recebeu as ofertas do povo para a construção do templo, Davi orou em alta voz: “Teu, Senhor, é o poder, a grandeza, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu, Senhor, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos. Riquezas e glória vêm de ti, tu dominas sobre tudo, na tua mão há força e poder; contigo está o engrandecer e a tudo dar força” (1 Crônicas 29:11-12).

Deus tem zelo por sua própria glória sem egoísmo, porque nEle não há pecado. Deus diz “a minha glória, não a darei a outrem” (Is. 48:11), porque não há ninguém maior em santidade, honra e poder. "A quem, pois, me comparareis para que eu lhe seja igual? — diz o Santo" (Is. 40:25). Deus é Supremo criador e benfeitor, que faz todas as coisas para que o Seu nome seja exaltado e glorificado. O Deus que abriu o Mar Vermelho, que fez a terra parar de girar, que destronou reis e levantou nações, que guiou o Seu povo no deserto e fez cair alimento do céu, que derrubou as muralhas de Jericó e conquistou a terra de Canaã.

As percepções inadequadas sobre a pessoa de Deus resultam em indiferença no relacionamento com Ele. Quando Deus não é honrado e glorificado como Supremo Senhor, a indiferença em nossas vidas torna-se visível. Precisamos ter uma visão clara sobre a majestade e supremacia do nosso Deus para que possamos banir qualquer vestígio de indiferença das nossas vidas. J. I. Paker, no seu livro “O conhecimento de Deus” faz um sério alerto aos leitores logo nas primeiras páginas: “Despreze a visão correta sobre Deus e você estará sentenciando a si mesmo a passar a vida aos tropeções, como um cego, sem nenhum senso de direção.”

Muitos naufrágios espirituais iniciaram por uma visão inadequada sobre Deus e sua Majestade. Alguns cristãos que corriam bem já não estão na corrida porque começaram a desconsiderar a grandeza do Senhor em suas vidas. O cristianismo hoje em dia se encontra raquítico porque muitos pastores desprezaram a percepção gloriosa da supremacia de Deus. Por isso é fundamental termos uma teologia correta com base na verdade das Escrituras.

Você há de concordar que não sobra espaço para a indiferença em nossas vidas se considerarmos a insondável grandeza de Deus. O salmista Davi reconheceu a importância disto: “Meditarei no glorioso esplendor da tua majestade e nas tuas maravilhas. Falarei do poder dos teus feitos tremendos e contarei a tua grandeza” (Salmo 145: 6-7). Quando o profeta Isaías contemplou a beleza da Majestade divina ele não ficou indiferente ao chamado divino para a Sua vida, mas prontamente se dispôs: “Eis-me aqui, envia-me a mim.”

O nosso Deus é grande e majestoso, A Ele rendamos sempre honra e louvor!
 
 
MARCOS AURÉLIO DE MELO
SERMÃO COM BASE EM MALAQUIAS 1

A singularidade do amor de Deus

Texto-Bìblico: Malaquias 1: 2-4

O amor de Deus por Seu povo sempre foi singular. Dentre todas as famílias da terra, Deus escolheu a família de Israel para fazer dela uma grande nação. Tudo começou com o chamado de Abraão em Gênesis 12. Dos filhos de Abraão, Deus escolheu soberanamente Isaque, e dos filhos de Isaque, Deus amou singularmente Jacó. O apóstolo Paulo utiliza este mesmo texto no livro de Romanos (Rm. 9:13) para argumentar sobre a escolha soberana de Deus na salvação de pecadores. Em Romanos 9:16, Paulo afirma que a salvação “não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a Sua misericórdia”.

Toda a história do povo de Israel está permeada com o amor singular de Deus, demonstrado de várias maneiras. Os hebreus sempre estiveram cercados de privilégios sem precedentes por causa do amor de Deus. Em Deuteronômio 7:7-8, Moisés afirma que o amor singular de Deus não levou em conta nenhum mérito do povo de Israel na Sua escolha soberana: "Não vos teve o Senhor afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos, mas porque o Senhor vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão poderosa e vos resgatou da casa da servidão, do poder de Faraó, rei do Egito." Mesmo com tamanha demonstração de amor, o povo se tornou rebelde à voz do Senhor e indiferente aos Seus mandamentos. Em sua época, o profeta Jeremias também confrontou a indiferença do povo com base no eterno amor de Deus: “Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí” (Jr. 31:7). "Deus escolheu-nos para seu amor e agora nos ama por causa de sua escolha"

A indiferença se instala em nossos corações quando não levamos em consideração a singularidade do amor de Deus. O amor de Deus por nós nasceu na eternidade e atravessou os séculos para nos alcançar. Este amor maravilhoso não viu em nós mérito algum, porque todos somos pecadores: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8). É notório que o amor de Deus nos atraiu e nos alcançou graciosamente, através da obra perfeita de Cristo na cruz do Calvário. Além de sermos escolhidos pelo amor eterno de Deus, estamos seguros neste amor por toda a eternidade porque “nada poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm. 8:39). O amor eletivo de Cristo também é demonstrado nos Evangelhos. Dias antes de morrer, ele afirmou aos discípulos: “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça” (João 15:16).

Muitos cristãos estão mergulhados na indiferença porque passaram a desconsiderar a singularidade do eterno amor de Deus. Às vezes, por causa de alguma tragédia ou grave doença, o primeiro pensamento que surge é questionar o amor de Deus: “Se Deus me ama de fato, porque estou passando por esta situação?” Se este pensamento não for banido pela certeza do amor de Deus por nós deste a eternidade, a indiferença certamente reinará em nossas vidas.

Não é possível que continuemos vivendo em indiferença/apatia quando paramos para pensar no amor gracioso de Deus por nós. Nossos corações podem estar gélidos e apáticos porque não refletimos profundamente na realidade do amor de Deus por miseráveis pecadores. Quando a indiferença estiver rodando nossos corações, eu recomendo a leitura do texto bíblico em Efésios 1: 3-14. Neste texto, Paulo nos ensina que fomos escolhidos antes da fundação do mundo e predestinados em amor, para adoção de filhos, para louvor da graça de Deus. Deus derramou a Sua graça abundantemente sobre nós segundo o Seu plano soberano traçado na eternidade. Meditar na verdade maravilhosa do Evangelho derrete o gelo da indiferença de nossos corações, pois o amor de Cristo nos constrange a viver de modo que agrade ao Pai.
 
 
MARCOS AURÉLIO DE MELO
SERMÃO PREGADO COM BASE EM MALAQUIAS 1

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A alegria do cristão

TEXTO-BÍBLICO: 1 Pe. 1: 3 a 9

A alegria do cristão que está enfrentando provações se baseia em pelo menos três convicções:

1 – A misericórdia de Deus outorga-nos esperança real (vs. 3-4)

A esperança que temos está firmada na ressurreição do Senhor Jesus dentre os mortos. Sua vitória sobre a morte é o selo de aprovação divina, que nos garante que um dia nós também seremos ressuscitados para uma herança incorruptível e eterna. Paulo ensina que “Cristo ressuscitou dentre os mortos, seno ele as primícias dos que dormem” (1 Co. 15:20). Neste mesmo contexto Paulo escreve que “o último inimigo a se destruído é a morte” (1 Co. 15:26). Ou seja, devemos repousar na esperança da ressurreição que transformará nossos corpos corruptíveis em corpos incorruptíveis que habitarão eternamente com o Senhor. Não se trata de uma utopia ou visão ufanista do futuro. A nossa convicção sobre o futuro glorioso tem fundamento na ressurreição de Cristo dentre os mortos. Este convicção enche os nossos corações de alegria em cada momento de sofrimento pelo qual passarmos neste mundo.


2 – O poder de Deus outorga-nos segurança real (vs. 5)

A despeito da gravidade ou intensidade das provações na vida do crente, a salvação é uma garantia que nada ou ninguém pode nos roubar. Deus guardará o Seu povo pelo Seu eterno poder. Ele começou boa obra em nós e Sua fidelidade não deixará a obra incompleta (Fl. 1:6). Sendo assim, precisamos encarar as provações sob a ótica da Palavra de Deus. Nada vai impedir-nos de cruzar a linha de chegada se estivermos seguros no poder de Deus. A convicção de Paulo era bem firme: "nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor" (Rm. 8: 38-39). Em meio às lutas e provações precisamos lembrar que não há mérito nenhum em nós mesmos; somos preservados exclusivamente pelo poder de Deus.


3 – O propósito de Deus outorga-nos confiança real (vs. 7)

Charles Spurgeon sabiamente escreveu: “A fé não provada talvez até seja fé, mas, com certeza, é uma fé muito pequena, e é provável que continue diminuta enquanto não for testada. A fé nunca se desenvolve tão bem quanto na época em que as coisas estão todas contra ela: as tempestades são seu guia e os relâmpagos sua luz. Nenhuma fé é tão preciosa quanto aquela que vive e triunfa na adversidade.” Precisamos confiar que Deus não erra ao definir Seus propósitos por meio das provações em nosso viver. O que é ruim e pesaroso sob a nossa visão limitada, possui o sublime propósito de nos aperfeiçoar e tornar-nos mais semelhantes a Cristo Jesus. Na galeria dos heróis da fé em Hebreus 11 não percebemos nenhuma história de vida isenta de provações. Mas o propósito de Deus foi cumprido completamente na vida de todos eles, homens dos quais este mundo não era digno.