terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A singularidade do amor de Deus

Texto-Bìblico: Malaquias 1: 2-4

O amor de Deus por Seu povo sempre foi singular. Dentre todas as famílias da terra, Deus escolheu a família de Israel para fazer dela uma grande nação. Tudo começou com o chamado de Abraão em Gênesis 12. Dos filhos de Abraão, Deus escolheu soberanamente Isaque, e dos filhos de Isaque, Deus amou singularmente Jacó. O apóstolo Paulo utiliza este mesmo texto no livro de Romanos (Rm. 9:13) para argumentar sobre a escolha soberana de Deus na salvação de pecadores. Em Romanos 9:16, Paulo afirma que a salvação “não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a Sua misericórdia”.

Toda a história do povo de Israel está permeada com o amor singular de Deus, demonstrado de várias maneiras. Os hebreus sempre estiveram cercados de privilégios sem precedentes por causa do amor de Deus. Em Deuteronômio 7:7-8, Moisés afirma que o amor singular de Deus não levou em conta nenhum mérito do povo de Israel na Sua escolha soberana: "Não vos teve o Senhor afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos, mas porque o Senhor vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o Senhor vos tirou com mão poderosa e vos resgatou da casa da servidão, do poder de Faraó, rei do Egito." Mesmo com tamanha demonstração de amor, o povo se tornou rebelde à voz do Senhor e indiferente aos Seus mandamentos. Em sua época, o profeta Jeremias também confrontou a indiferença do povo com base no eterno amor de Deus: “Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí” (Jr. 31:7). "Deus escolheu-nos para seu amor e agora nos ama por causa de sua escolha"

A indiferença se instala em nossos corações quando não levamos em consideração a singularidade do amor de Deus. O amor de Deus por nós nasceu na eternidade e atravessou os séculos para nos alcançar. Este amor maravilhoso não viu em nós mérito algum, porque todos somos pecadores: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8). É notório que o amor de Deus nos atraiu e nos alcançou graciosamente, através da obra perfeita de Cristo na cruz do Calvário. Além de sermos escolhidos pelo amor eterno de Deus, estamos seguros neste amor por toda a eternidade porque “nada poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm. 8:39). O amor eletivo de Cristo também é demonstrado nos Evangelhos. Dias antes de morrer, ele afirmou aos discípulos: “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça” (João 15:16).

Muitos cristãos estão mergulhados na indiferença porque passaram a desconsiderar a singularidade do eterno amor de Deus. Às vezes, por causa de alguma tragédia ou grave doença, o primeiro pensamento que surge é questionar o amor de Deus: “Se Deus me ama de fato, porque estou passando por esta situação?” Se este pensamento não for banido pela certeza do amor de Deus por nós deste a eternidade, a indiferença certamente reinará em nossas vidas.

Não é possível que continuemos vivendo em indiferença/apatia quando paramos para pensar no amor gracioso de Deus por nós. Nossos corações podem estar gélidos e apáticos porque não refletimos profundamente na realidade do amor de Deus por miseráveis pecadores. Quando a indiferença estiver rodando nossos corações, eu recomendo a leitura do texto bíblico em Efésios 1: 3-14. Neste texto, Paulo nos ensina que fomos escolhidos antes da fundação do mundo e predestinados em amor, para adoção de filhos, para louvor da graça de Deus. Deus derramou a Sua graça abundantemente sobre nós segundo o Seu plano soberano traçado na eternidade. Meditar na verdade maravilhosa do Evangelho derrete o gelo da indiferença de nossos corações, pois o amor de Cristo nos constrange a viver de modo que agrade ao Pai.
 
 
MARCOS AURÉLIO DE MELO
SERMÃO PREGADO COM BASE EM MALAQUIAS 1

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