terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A solenidade do genuíno culto a Deus

Texto-Bíblico: Malaquias 1: 7, 8, 10, 12, 13, 14a

Um dos aspectos do culto no AT era o sacrifício de animais para expiar pecados do ofertante. Mas os sacerdotes estavam ofertando animais impuros e defeituosos no templo sem nenhum constrangimento. A denúncia do profeta Malaquias é extensa, pois tem o objetivo de enfatizar a gravidade de tais atitudes. O profeta inspirado por Deus sugere que seria melhor fechar as portas do templo e suspender os sacrifícios, pois o Senhor não estava aceitando nenhum deles. A indiferença dos sacerdotes era tão grande que não levaram em conta o mandamento do Senhor em Dt. 17:1: “Não sacrificarás ao Senhor, teu Deus, novilho ou ovelha em que haja imperfeição ou algum defeito grave; pois é abominação ao Senhor, teu Deus.” Portanto, estes sacrifícios causavam total repugnância da parte de Deus. O veredicto divino é bem claro: "Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oferta." Nenhum culto é aceitável a Deus quando o padrão exigido por Ele é abandonado ou desprezado. Deus definitivamente não suporta iniqüidade associada ao ajuntamento solene (Is. 1:13). O Senhor reprova aqueles que fazem a Sua obra relaxadamente (Jr. 48:10).

O profeta Isaías também fez várias denúncias contra Israel sobre o culto que era prestado a Deus: “Este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu” (Is. 29:13). O cristão que chega ao ponto de cultuar a Deus de forma mecânica sem a sinceridade de coração torna-se cada vez mais indiferente à medida que o tempo passa. Precisamos prestar atenção às palavras que entoamos ou às orações de confissão de pecados que fazemos, para que a indiferença não nos domine.

Nossa vida inteira deve ser um culto a Deus. Mas precisamos lembrar que qualquer ato de adoração só será aceito por Deus quando feito sob a orientação de Deus. Quando desconsideramos a necessidade do culto genuíno a Deus, assumimos a atitude de indiferença para com as coisas de Deus e concluímos erroneamente que seremos aceitos por Ele. Precisamos entender que nem tudo que é feito 'em nome de Jesus' possui a aprovação divina. Infelizmente, os cultos em muitas igrejas que carregam o nome de cristãs não exaltam o Nome de Cristo e Sua Palavra. Deus não se agrada de tudo o que fazemos supostamente em seu nome, por isso devemos ser obedientes a Ele e descobrir o que realmente lhe agrada. Nas Institutas, Calvino escreveu que "somente a Deus compete estabelecer o modo como importa ser adorado."

Recentemente a Rede Globo promoveu o Troféu Promessas para premiar os melhores nomes da música gospel brasileira. A mesma rede de televisão que apóia o homossexualismo e a degeneração da família agora deseja engolir a fatia do mercado evangélico. Foi um culto?!

O verdadeiro culto a Deus implica em entrega e renúncia. Mas muitas vezes o que oferecemos a Deus são as sobras: a sobra do nosso tempo, a sobra da nossa energia, a sobra da nossa atenção, a sobra dos nossos bens, a sobra de nossos recursos, a sobra de nossos talentos, a sobra de nós. Isto nunca será aceitável a Deus, pois Ele é digno da excelência em tudo o que ofertamos para Ele. Importa que os verdadeiros adoradores adorem a Deus em espírito e em verdade, pois sabemos que o Senhor conhece as reais intenções do coração.

O que você tem ofertado a Deus? Será que Deus aceita o culto que você presta a Ele? É uma pergunta retórica que exige profunda reflexão. E como toda a nossa vida deve ser vivida como um culto a Deus amplia-se a abrangência da resposta. Malaquias falou para pessoas que transformaram o culto a Deus numa adoração mecânica e desprovida de significado real. Será que nós não estamos inseridos no mesmo contexto do profeta Malaquias? Precisamos acordar da nossa indiferença para com o Senhor e buscar mais e mais viver em comunhão com Ele, sem negligenciar a importância da adoração que Ele requer de nós.


MARCOS AURÉLIO DE MELO
SERMÃO COM BASE EM MALAQUIAS 1

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